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137A1136Foto: Fernando SouzaEm seu discurso de despedida como presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart lembrou o papel que o sindicato teve em sua trajetória, desde a sua chegada à universidade, como docente novata do Departamento de Ciência Política do IFCS, até a liderança sindical que exerceu em momentos tensos, como a greve do ano passado. Eis os principais trechos:
“O concurso (para o Departamento de Ciência Política do IFCS/UFRJ) foi um caos, a entrada no departamento foi um choque e, pouco tempo depois, percebi que precisaria de ajuda para sobreviver não só ali, mas naquele contexto. Era o momento que o Bolsonaro chegava ao poder. Foi nesse momento que eu encontrei a AdUFRJ e ela foi tudo o que eu precisava. Talvez por isso, desde o início, a minha forma de ver o sindicato tenha sido a de quem sabe o que é ser acolhido. Sempre acreditei que o papel de um sindicato precisava ser esse, acolher. E foi com essa sensibilidade que tentamos construir um sindicato que cuida, que escuta, que integra”.
“Mas acolher também é lutar por condições melhores de trabalho. Por isso, uma das batalhas que mais me orgulham é a que travamos pela mudança nas regras de progressão e promoção. A resolução a ser aprovada agora não concretizou tudo o que defendíamos, mas representa uma conquista”.
“O segundo eixo do nosso trabalho foi o Observatório do Conhecimento, que tem sido um instrumento de atuação junto ao Parlamento e ao governo, mas também na sociedade civil, nas redes e na imprensa, na formação da opinião pública e em defesa da universidade, da ciência e do conhecimento. Esse é talvez um dos nossos maiores desafios, atuar numa esfera pública em transformação. O campo progressista precisa ocupar o espaço das redes, disputar narrativa, enfrentar a desinformação e reconstruir a confiança social na Ciência e nas universidades”.
“Certamente o momento mais tenso da nossa gestão foi a greve, quando a UFRJ tomou a decisão de manter a universidade aberta. E fizemos isso porque entendemos que resistir é continuar funcionando, é manter a universidade aberta enquanto lutamos por melhores condições de trabalho, junto com os nossos alunos, e não os mandando de volta para casa”.
“Há muito a fazer ainda, junto ao governo, junto à reitoria, junto aos professores, junto à sociedade. Por isso estou tão feliz ao entregar a direção a uma nova gestão que reúne experiência, talento e tudo o que é necessário para continuar nessa jornada”.
“Eu acredito que aquilo que nos separa dos outros, que é a nossa atuação, ela deve sempre focar a união. Essa separação é apenas ilusória. Que a gente está todo mundo junto no mesmo barco. E por isso sigo acreditando e praticando que o radicalismo, à direita ou à esquerda, não se vence com violência, cancelamento ou ressentimento. Ele se enfrenta com a fé, diálogo e construção de comunalidade. Seguimos juntos”.

WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.46.30 7‘Quarenta anos depois da chegada de Colombo a Santo Domingo, na República Dominicana, em 1492, foi criada uma universidade. Aqui, a primeira universidade de verdade desse país foi criada em 1920 (a UFRJ), 420 anos depois da chegada de Cabral. Essa é a demonstração do atraso educacional do Brasil”, disse o presidente Lula durante a cerimônia de comemoração ao dia do professor, no Parque Olímpico, na última quarta-feira. Durante o evento, Lula realizou um antigo pleito dos professores e professoras brasileiros. A criação de uma carteira nacional docente, válida em todo território nacional e com função de documento de identidade oficial.
A cerimônia foi grandiosa, com mais de 3 mil pessoas. Entre eles, 100 docentes da UFRJ que receberam o documento – confira depoimentos AQUI).
A carteira possibilita benefícios exclusivos: meia-entrada em eventos culturais, cartões de crédito com condições diferenciadas, descontos em hotéis e em lojas parceiras. Mas seu valor simbólico, de identificação oficial e valorização do magistério, representa muito mais para os docentes.
“Ter o presidente da República valorizando o professor e entregando as carteirinhas me orgulha muito. Disseram que vamos ter descontos com a carteira, mas não sobre isso, é sobre o orgulho de mostrar essa carteira linda quando nos pedirem a identificação de docente”, disse o reitor Roberto Medronho, personagem central de um vídeo apresentado no começo do evento.
Em seu discurso, Lula ressaltou que foi o presidente que mais implantou universidades e institutos federais, apesar de jamair ter cursado uma universidade. “Desse público aqui, sou o único sem diploma universitário. Tenho o primário e um diploma do SENAI. Por isso, minha obsessão pela educação. Quero garantir que todos tenham a mesma oportunidade”, afirmou.
O presidente anunciou que o governo criará, ainda este ano, uma Universidade Federal Indígena e a Universidade do Esporte. “Quero que esse país tenha muitos diplomas universitários, mas com conhecimento a serviço do povo. Não a serviço pessoal”, observou. “Nós precisamos formar mais engenheiros, mais matemáticos. Esse país não pode continuar sendo exportador de soja e de milho. Precisamos exportar inteligência, conhecimento, tecnologia”.
Na gestão Bolsonaro, os educadores não tinham vez com o governo. Mas Lula assegurou que, com ele, a história é diferente: “Vocês têm que tirar proveito disso e pedir mais coisas. Peçam!”, afirmou, arrancando aplausos e gritos de apoio da plateia.

RECONHECIMENTO
A ideia da carteirinha surgiu a partir de pedidos dos docentes de diferentes partes do país, relatou o ministro da Educação, Camilo Santana. “Eles diziam: ministro, às vezes, a gente vai ao cinema e, para provar que sou professor, tenho que imprimir meu contracheque. Isso é uma humilhação”, disse. “Por que o advogado tem a carteirinha dele? Por que o médico tem a carteira dele? Por que a gente não pode criar a carteirinha da mais importante profissão deste país, que é a do professor?”, questionou.
Camilo informou que, nesta primeira etapa, as carteirinhas poderão ser solicitadas pelos docentes com vínculo ativo. “Estamos entregando 1,5 mil carteiras para os professores daqui no Rio de Janeiro como início da entrega de 2,7 milhões que poderão ser emitidas no Brasil. Mas vamos emitir também para os professores aposentados deste país”.

COMO PEDIR
A solicitação da carteira pode ser feita no site do programa Mais Professores (https://maisprofessores.mec.gov.br), fazendo login com a conta SouGov. É preciso que o professor tenha CPF em situação regular na Receita Federal e esteja em exercício da atividade docente em instituição de ensino.

TODOS OS RECADOS DO PRESIDENTE

A cerimônia de emissão das carteiras nacionais docentes não foi só celebração. De olho nas eleições do ano que vem, Lula usou boa parte do evento para enviar algumas mensagens políticas.
A primeira é que Eduardo Paes (PSD) será o candidato de Lula ao governo do Rio. Independentemente de qualquer composição de chapa com a esquerda fluminense ou das vaias que o prefeito e seu secretário Renan Ferreirinha receberam dos educadores municipais no dia 15.
Olhando diretamente para Paes, que lidera as pesquisas de intenção de voto para governador, Lula disparou: “Não consigo entender, Eduardo Paes, como é que esse estado altamente politizado elege um cara para governador que era um juiz picareta, que se meteu em corrupção”, em referência a Wilson Witzel, eleito contra o próprio Paes em 2018. Witzel, que sofreu impeachment em 2021, já manifestou em entrevistas o desejo de voltar a disputar o cargo no ano que vem.
Também em 2026 estarão em disputa duas vagas ao Senado em cada estado. A deputada federal Benedita da Silva (PT) é a aposta do presidente para ocupar uma delas. No evento do Dia do Professor, Bené ganhou um lugar de destaque na primeira fila de autoridades, em cima do palco, e foi bastante aplaudida. Ela e o senador Flávio Bolsonaro (PL), que buscará a reeleição, estão à frente da disputa, nas pesquisas mais recentes.
Lula não perdeu a oportunidade de alfinetar o adversário da petista: “Pedi pro Camilo ler tudo que a gente fez na educação. Se a gente não disser, os adversários vão dizer tudo ao contrário. Ano que vem é o da verdade. Quem quiser mentir vá para a casa do chapéu”, afirmou. “Porque a gente não vai permitir a volta de mentiroso nesse país. Chega de cidadão ir para os EUA e ficar inflando os americanos contra nós. E tem alguém da família que é candidato a senador aqui (no Rio)”, completou.
Para derrotar a extrema direita, é preciso fazer alianças ao centro e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), integra esta articulação. Quando Motta foi chamado a discursar, ouviu vaias e gritos contra a anistia dos golpistas de 8 de janeiro. Lula rapidamente se levantou, ficou ao seu lado até o fim da fala e puxou aplausos para o deputado.
“Hugo é presidente deste Congresso. Ele sabe que este Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora”, disse Lula. “Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior. A gente não pode ter um presidente que nega Covid, que nega vacina, que tinha um ministro da Saúde que não entendia porra nenhuma de saúde”, criticou.
“Vai ser decidido por vocês. Não é por mim. Vocês que vão ter que saber qual o senador que vão eleger, qual o deputado federal, qual o deputado estadual. Depois, não adianta reclamar”, concluiu Lula. “Eu ‘tô’ nessa. Vou lutar até o fim da minha vida para que o meu neto, os netos de vocês tenham aquilo que têm direito. Soberania é qualidade de vida do nosso povo”.

tatiFoto: João LaetTrês professoras foram escolhidas pela assessoria do presidente para conversar com Lula, antes do início da solenidade do dia 15. Maria de Fátima Gonçalves, da Escola Municipal Haydea Vianna Fiuza de Castro; Moníca Trindade, do IFRJ, e Tatiana Sampaio, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. “Eu estava representando os docentes universitários”, disse à reportagem. Seu nome foi indicado pelo reitor Roberto Medronho.
O vídeo do encontro foi compartilhado nos perfis oficiais da presidência. Tatiana explicou sua pesquisa no tratamento de lesões medulares e, ao final, Lula falou para a docente mandar um recado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Pede para ele ajudar, para a Anvisa aprovar (o medicamento)”, disse. Na legenda, o presidente ainda escreveu: “Tive a alegria de ter conhecido, no Rio de Janeiro, três mulheres incríveis dedicadas à educação. Uma delas, a professora Tatiana Sampaio, desenvolveu um medicamento que pode devolver movimentos a quem sofreu lesões na medula. Um trabalho que é pura esperança”.
O processo, no entanto, está há três anos esperando a autorização da Anvisa para a realização de um estudo regulatório. A etapa é obrigatória antes da comercialização do remédio no mercado. “Na universidade, podemos fazer um estudo clínico sem autorização da Anvisa. Porque nossos resultados são para publicação científica”, contou. “Quando há interesse no desenvolvimento de um remédio, é necessário que os estudos sejam reconhecidos pela Anvisa, o que demora. Estamos há três anos pedindo. A gente pede, eles devolvem com mais perguntas. Hoje, dia 17, vamos protocolar mais uma resposta com eles. São muitas rodadas de negociação”, completou Tatiana.

CARTEIRA É RECONHECIMENTO
Logo depois da reunião, durante a solenidade, a professora do ICB recebeu a carteirinha das mãos do próprio Lula. “Receber a carteira do próprio presidente foi uma honra enorme. É uma pessoa espetacular. Fiquei muito lisonjeada”, afirmou. “Sei que ele me parabenizou, mas a emoção do momento não me permitiu guardar as palavras exatas”.
Tatiana disse que a carteirinha vai ajudar no cotidiano, mas seu significado é muito maior. “Do ponto de vista prático, é bom ter a carteira especial do professor para ter acesso aos descontos. Não vamos mais precisar andar com o contracheque na bolsa para provar que somos professores. Mas é mais do que isso: é uma forma de costurar uma identidade entre os professores e uma forma também de o país reconhecer o valor especial dos professores”.

WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.46.31 2Kelvin Melo e Renan Fernandes

“É como se fosse uma medalha de ouro”. Assim a professora Cecília Izidoro, da Escola de Enfermagem, definiu a nova Carteira Nacional Docente do Brasil. Ao lado de centenas de colegas da UFRJ e de outras instituições de ensino, Cecília estava exultante ao receber a linda carteirinha de couro na solenidade do último dia 15. A alegria não era pelos descontos que serão garantidos com a apresentação da carteira, mas por um tão esperado reconhecimento institucional. “A sensação é que éramos uma categoria que estava no fim da fila. Para provar que era professor na entrada do cinema, por exemplo, precisava imprimir o contracheque ou entrar no SouGov”, reforçou o professor Daniel Conceição, diretor da AdUFRJ. “Agora, temos essa carteira linda, que mostra o reconhecimento institucional pelo nosso valor”. Confira a seguir os depoimentos dos docentes ao Jornal da AdUFRJ.

 

Nelson Braga
Professor do Instituto de Física

nelsonEm quase 40 anos de magistério, 35 apenas na UFRJ, esse foi um dos melhores presentes de dia dos professores que ganhei. Não apenas pela nova carteira, mas pela beleza da cerimônia que teve um significado além. Em todos esses anos, não me lembro de um presidente da república e um ministro da educação promoverem uma cerimônia tão bonita de reconhecimento à categoria docente inteira, representando todos os professores do Brasil.
É fundamental reconhecer a importância que os professores têm para a sociedade. Fala-se muito em valorizar o professor no Brasil, mas vemos agora um gesto concreto, que vai além das palavras. Temos agora uma maneira de nos identificar em todo país e em qualquer circunstância como sendo docentes. É uma atitude muito importante do Ministério da Educação e do presidente Lula de formalizar o reconhecimento da carreira e fiquei muito feliz.

Renata Carvalho
Espaço de Desenvolvimento Infantil Vicente de Carvalho WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.58.28

É um reconhecimento, uma valorização. Mesmo sendo um gesto pequeno do governo, ele é muito simbólico. Assim como outras categorias, você agora se identifica como professor. Minha identidade não precisará ser mais comprovada, ela será mostrada. É concreto.


Daniel Conceição

Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional

WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.55.00Não tínhamos um documento oficial. A sensação é que éramos uma categoria que estava no fim da fila. Para provar que era professor na entrada do cinema, por exemplo, precisava imprimir o contracheque ou entrar no SouGov na frente das pessoas. É um aceno de reconhecimento pela nossa importância para um país que o presidente Lula deseja construir. Agora, temos essa carteira linda, que mostra o reconhecimento institucional pelo nosso valor.

Mayra Goulart
Professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e ex-presidenta da AdUFRJ

WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.57Já passei por situações em que, para comprovar a meia-entrada, precisei abrir o SouGov e estava sem internet. Uma coisa horrível! A CND representa a recuperação da autoestima do professor.Ainda que os incentivos financeiros não sejam o suficiente, os incentivos simbólicos de ter um presidente do nosso lado fazem toda a diferença. Não é à toa que a área da educação é a mais bem avaliada do governo nas pesquisas.



Roberto Medronho

Reitor

Ter o presidente da República valorizando o professor e entregando as carteirinhas me orgulha muito.WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.56 Disseram que vamos ter descontos com a carteira, mas não sobre isso, é sobre o orgulho de mostrar essa carteira linda quando nos pedirem a identificação de docente. A presença do Lula tornou esse momento ainda mais especial. O presidente que mais investiu em educação na história do Brasil, que mais implantou universidades e institutos federais.
O trabalho que o presidente Lula iniciou permite que hoje tenhamos alunos moradores da Maré estudando Medicina na UFRJ. Isso é muito importante. Transforma vidas, famílias, comunidades inteiras. E toda essa transformação só é possível com professores, técnicos administrativos em educação e os alunos que formam esse ecossistema que nos torna a maior universidade federal do Brasil e uma das melhores da América Latina.
Estou reitor, mas eu sou professor. Tenho 35 anos de docência e 47 na UFRJ. Entrei como aluno, me apaixonei e nunca mais saí. É um amor que durará para sempre. Só quero sair quando me for encomendado algo melhor lá em cima.

Pedro Lagerblad
WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.57 1Professor do Instituto de Bioquímica Médica e 1º secretário da AdUFRJ

É um reconhecimento simbólico. Existirão pequenas vantagens no dia a dia, mas é um reconhecimento simbólico da profissão junto à população. Traduz o reconhecimento social da sua função. Foi um bom presente de dia dos professores.



Rafael Almada

Reitor do IFRJ

É uma ideia tão simples, mas que mostra um reconhecimento para uma carreira que sofre quando precisa usar a meia-WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.57 2entrada ou quer usar algum desconto. Dá um orgulho poder mostrar a carteira nos espaços. O MEC acerta muito ao criar esse programa e criar a possibilidade desse reconhecimento a partir de um simples gesto de ter uma carteira profissional válida no Brasil todo. Receber, simbolicamente, a carteirinha das mãos do presidente Lula foi um dos maiores presentes dos meus 20 anos de docência.

Luiz Eurico Nasciutti
Decano do Centro de Ciências da Saúde

euricoEstou completando 50 anos como docente da UFRJ. Esse é o título mais importante da minha vida: ser professor. E professor de uma universidade pública de excelência. Fico muito feliz de estar aqui representando os professores da UFRJ. Por isso, é um orgulho imenso receber essa identidade. Muitas profissões têm suas carteiras de identificação e o professor, até hoje, não tinha. O que desejo é que esse projeto traga consequências para que a educação cresça e seja o estopim do desenvolvimento desse país.


Cecília Izidoro

Professora da Escola de Enfermagem Anna Nery

ceciliaDepois de 35 anos como docente, esse foi um momento muito emocionante. Para nós, professores de todos os níveis, do ensino básico ao superior, é uma honra sermos reconhecidos no exercício da docência. Com todos os enfrentamentos e dificuldades, é como se fosse uma medalha de ouro. Hoje, todos os professores do Brasil sobem no pódio com sua carteirinha docente.

Cíntia Vieira Marinho
Professora de Ciências Físicas e
Biológicas da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro

A importância desse evento e da nova carteira do professor é, acima de tudo, a valorização do nosso trabalho. O professor precisa ser valorizadoWhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.57 3 diante dos inúmeros desafios que enfrentamos na educação brasileira. Muitas vezes usamos os nossos próprios recursos para ensinar as crianças, adolescentes, jovens e adultos. A classe sente a necessidade de valorização salarial e cultural. Muitos se sentem desmotivados, sofrem com cargas horárias excedentes. Nos tiraram direitos às horas de planejamento, a investir em nossa própria formação. Por isso, muitos colegas da rede municipal aproveitaram o momento e a visibilidade para protestar.

Eliezer Menezes Pereira
Professor de Microbiologia
e Bioquímica do IFRJ

WhatsApp Image 2025 10 21 at 18.47.57 4Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. Sou professor há 17 anos e essa carteirinha representa uma identidade, um reconhecimento para a carreira e para todos os profissionais do Brasil. Nosso compromisso com a educação nos exige muita responsabilidade e muito carinho. Receber esse reconhecimento, ainda mais com a presença do presidente Lula, é muito importante para nós, professores. Minha emoção é ainda maior porque pude trazer minha esposa e minha filha que puderam participar desse momento tão especial.

Pouco mais de 12 horas após a sua posse, a nova diretoria da AdUFRJ teve seu primeiro compromisso oficial na manhã desta quinta-feira (16): a presidenta Ligia Bahia fez uma apresentação dos principais eixos de atuação da nova gestão do sindicato, na reunião da Congregação da Faculdade de Medicina, no Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária. Entre os pontos abordados, a professora falou da estruturação de carreiras para os docentes, da luta pelo aumento do orçamento das universidades federais e da valorização da Faculdade Medicina da UFRJ, sobretudo frente ao avanço das instituições privadas.

“A nossa Faculdade de Medicina tem uma vinculação muito forte com a pesquisa, com a inovação em Saúde, e temos que valorizar isso, isso nos diferencia das faculdades privadas que existem e das que estão chegando agora”, salientou Ligia, que é professora da IESC e médica formada na Faculdade de Medicina da UFRJ. Ela também falou das carreiras docentes: “Carreiras no plural. Já passou da hora de pensarmos em carreiras para pesquisadores, carreiras para professores que não querem ou não podem ter dedicação exclusiva. Ou que são conferencistas. Carreiras pelas quais possamos transitar, que não sejam uma monotonia”, defendeu ela.

Ligia voltou a acentuar, como fizera na cerimônia de posse, que a AdUFRJ será um lugar de encontro, de reflexão e de valorização das atividades docentes. “Penso que a AdUFRJ pode ser uma câmera de descompressão entre o nosso mundo o trabalho, como professores e pesquisadores, e o mundo lá de fora, com as mudanças climáticas, as guerras e intensificação das desigualdades. E o sindicato vai fazer tudo para que o nosso trabalho se expanda”. Outra bandeira defendida pela docente é a luta por mais orçamento para as federais, “inclusive com a diversificação de fontes de financiamento”.

O diretor da Faculdade de Medicina, professor Alberto Schanaider, saudou a apresentação da presidenta da AdUFRJ: “A professora Ligia se formou em 1980, um ano antes de mim, e lembro dela entrando em sala de aula para pedir a palavra como liderança estudantil. Ao trazê-la hoje aqui, a meu convite, saúdo essa trajetória da Ligia, que é uma referência nacional em Saúde, pesquisadora e com intensa atividade política. Ela tem muito a trazer, com a sua diretoria, para o nosso corpo social”.

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