Os professores da UFRJ decidiram, por ampla maioria, rejeitar a proposta do governo, de reajuste salarial de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Foram 489 votos pela rejeição, 250 pela aprovação e 18 abstenções. O resultado reflete a posição da diretoria, de que ainda é preciso mobilizar mais a categoria e negociar mais com os ministérios, já que a proposta do governo ainda é insuficiente para dar conta das perdas salariais e penaliza mais os professores mais jovens que terão, no acumulado, percentuais menores de recomposição salarial.
A assembleia aconteceu nesta sexta-feira, 26, das 14h30 às 19h. Houve presenças no auditório Quinhentão e via Zoom. A votação se deu pela plataforma Helios Votting.
Ao longo dos debates, muitos professores declararam que estavam muito preocupados com as questões estruturais e de financiamento da universidade e exigiram a realização de uma assembleia para debater este ponto de pauta. A diretoria da AdUFRJ, no entanto, informou logo no começo da reunião que agendou uma nova assembleia que tratará deste tema e de formas de mobilização no dia 10 de maio. O local ainda será definido, mas já está decidido que será uma assembleia presencial, multicampi e com voto em urna. A greve novamente será pautada.
Presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart celebrou a posição dos professores da universidade. “Estamos satisfeitos com a avaliação da categoria que, neste momento da negociação, entende que a proposta do governo é tímida para as nossas necessidades”, diz. “O resultado da votação reflete a nossa posição, que é a de pressionar o governo por melhores salários e melhores condições de trabalho”.
A proposta apresentada pelo governo federal no dia 19 indica ganhos distintos para os professores nos diferentes níveis da carreira. Para este ano, a União insiste no reajuste zero.
O documento do governo indica ganhos que variam entre 12,8% a 16,1%. Para professores em início de carreira, a variação é a menor: 12,81% até maio de 2026. Para aqueles que estão enquadrados no meio da carreira, o reajuste pode chegar a 14,45% até 2026. Já entre os associados IV e titulares, a variação salarial alcança 16,1%. As projeções da inflação para 2024, 2025 e 2026, de acordo com o Ministério da Economia, são de 3,56%, 3,6% e 3,5%, respectivamente.
Assembleias em todo o país discutem o teor do documento apresentado pelo governo e os professores da UFRJ poderão analisar a proposta nesta sexta-feira, 26, a partir das 14h30, no auditório Quinhentão e por meio do Zoom.
Veja como ficariam os salários de Adjunto A, Adjunto 1, Adjunto 4, Assistente 4 e Titular em maio de 2026. A ÍNTEGRA DAS TABELAS VOCÊ ENCONTRA AQUI
Em reunião na mesa específica do setor de Educação, no último dia 19, o MGI apresentou uma nova proposta de reajuste salarial para os professores federais. No lugar dos 4,5% anteriormente oferecidos para maio de 2025 e maio de 2026, o governo sinalizou com 9% para janeiro de 2025 e 3,5% para maio de 2026.
Além disso, o governo propôs aumento de 4% para 4,5% nos steps nas classes C e D (do magistério superior) e DIII e DIV (do EBTT) a partir de janeiro de 2025. Para a carreira EBTT, o governo também aceitou o fim do ponto eletrônico. E garantiu que, atendidos os critérios estabelecidos em lei, o docente não terá prejuízo financeiro e no tempo de interstício para progressão e promoção, desde que realize o pedido em até seis meses.
Nesta página, apresentamos de forma resumida a proposta do governo, que inclui ainda um aumento nos benefícios, cujo acordo foi assinado nesta quinta-feira (veja AQUI).
O governo se reuniu com os sindicatos que representam os professores federais no fim da tarde desta sexta-feira, dia 19. Os representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços públicos ofereceram 9% de reajuste em 2025 e 3,5% em 2026. Além disso, propuseram alteração dos steps (ou seja, no percentual de ganho entre enquadramentos da carreira) nas classes C e D (do Magistério Superior) e DIII e DIV (do magistério do EBTT) de 4%, para 4,5% a partir de janeiro de 2025. Veja aqui a íntegra da proposta do governo.
O governo federal também se comprometeu a acolher a demanda dos sindicatos de dispensar o ponto dos docentes do ensino básico, técnico e tecnológico. Houve, ainda, o anúncio da revogação da portaria 983/2020, que regulamentava ações no âmbito da docência EBTT, muito criticada pelos estudiosos em educação.
Sobre o resultado da mesa de negociação, a AdUFRJ considera que foi uma sinalização melhor do que a anterior, mas acredita que ainda é possível obter mais ganhos. "Seja em termos de salário, seja em termos de reestruturação da carreira como, por exemplo, com a eliminação dos níveis de entrada nos quais o salário é mais baixo", avaliou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.