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DJI 0144Foto: Diego Mendes/Arquivo AdUFRJNa semana política mais importante da história recente do país, o Jornal da AdUFRJ foi surpreendido com severos e inverídicos ataques da direção da Escola da Educação Física e Desportos (EEFD). Em carta aberta divulgada em 24 de outubro, a diretoria da unidade, professora Kátya Gualter e professor Alexandre Palma, classificam como “fake news” uma nota produzida pelo jornal e veiculada na edição 1.242, de 26 de agosto. O assunto era o projeto do novo centro multicultural da Praia Vermelha, apresentado pela reitoria no Conselho Universitário daquela semana. A última frase da nota de rodapé, inteiramente baseada em apuração realizada no Consuni, informa que o campo de futebol da Praia Vermelha, local destinado a receber o novo espaço cultural,“abriga dois projetos de extensão e é recorrentemente alugado pelo Botafogo”.
O jornal, em nenhum momento, afirma que a direção da EEFD aufere lucros com o aluguel do espaço, nem mesmo cita quem seriam os responsáveis pelo eventual – e citado no colegiado superior da universidade – aluguel do campinho.
Este veículo preza pela informação de qualidade e responsabilidade social. E reitera que não pratica veiculação de notícias falsas sem fundamento ou apuração prévia.

WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.29.53 2Guerra nas redes sociais, conservadorismo entre as mulheres mais pobres, gestão do Congresso conservador e o discurso anti-PT. Especialistas debateram um pouco de cada tema no evento “Eleições de 2022: balanços e perspectivas sobre uma democracia ameaçada”, ciclo de debates organizado pelo Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada (LAPPCOM), no dia 27.
“Nosso objetivo aqui é debater e levarmos muitos argumentos para os três dias que temos para decidir a eleição”, disse a vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do LAPPCOM, professora Mayra Goulart. A atividade ocorreu na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
A professora Moema Guedes (UFRRJ) destacou que o conservadorismo entre as mulheres é maior do que pode parecer ao senso comum. A conclusão da docente é resultado da aplicação de questionários sobre temas de igualdade de gênero. Ela ressaltou a importância de estabelecer o diálogo com esse conservadorismo, entendendo suas demandas. “A extrema direita soube dialogar com o conservadorismo de mulheres mais pobres e de classe média. É preciso entender, sem diminuir as pautas feministas”, observou.
O professor Theófilo Rodrigues (Uerj) questionou a estratégia adotada pelo deputado federal André Janones (Avante-MG) nas redes sociais para a campanha de Lula e o embate com o bolsonarismo. “O que será da esfera pública brasileira se o debate público for, daqui para frente, como está sendo nesse segundo turno?”
Theófilo também chamou atenção para a crise do chamado presidencialismo de coalizão, com orçamento secreto. “Como Lula, se eleito, vai lidar com o Congresso nesse novo presidencialismo de coalizão?”, indagou.
Já o professor Darlan Ferreira Montenegro (UFRRJ) tratou da transformação do debate nacional a partir da Lava Jato. “Construiu-se um discurso, a partir da Lava Jato, que criou uma hegemonia da direita no Brasil”, explicou o professor Darlan. Isso e o desgaste do PT depois de quatro eleições consecutivas. Mesmo assim, Lula seria eleito em 2018, se não tivesse sido preso”.
DISCURSO PUNITIVISTA
Até 2014, os grandes temas das eleições eram economia e administração pública. “Em 2014, começa a Lava Jato, e ela transforma o debate nacional. E a força do PT só foi desconstruída com esse discurso punitivista contra a corrupção”, aprofundou. “O discurso da criminalização do PT não é o único da direita. A extrema-direita faz tudo para qualquer coisa estar no centro do debate, e não a economia”, apontou o professor.
A extrema-direita, segundo Darlan, adota a estratégia de manter a discussão onde ela é hegemônica. “O eixo do fascismo no Brasil desde a redemocratização está na segurança pública. É o vetor do fascismo. A questão central dele é que bandido e pobre têm que ser tratados na porrada. E eles transplantaram esse debate para a esfera nacional, pregando no Lula a imagem de bandido”. Bolsonaro, explica o professor, é um excelente vetor para esse discurso violento punitivista.
“O Congresso é ruim para o Lula, mas não existe Congresso de oposição no Brasil. A resistência à direita bolsonarista vai manter um núcleo ideológico barulhento”, avaliou o professor Darlan. Mas alertou que, com Bolsonaro na presidência, a composição no novo parlamento pode ser catastrófica.
Após o fechamento desta matéria, mais duas mesas completariam o ciclo de debates na Rural.

“Eu vivi os melhores anos da minha vida nos governos Lula. Realizei sonhos! Andei de avião pela primeira vez, conheci o nordeste. Meus três filhos, que criei sozinha, conseguiram entrar e se formar na UFRJ”. A fala, com voz embargada, é da aposentada Elaine Santiago. Moradora de Madureira, ela passou pelo ato da Educação, no calçadão do parque que leva o nome do bairro, no sábado, dia 22.

“Foi a maior emoção da minha vida ver meus filhos se formarem na universidade pública. Educação é tudo na vida da pessoa”, disse ela, que afirma votar em Luiz Inácio Lula da Silva para continuar tendo direito de sonhar. “A vida hoje está muito ruim. São muitas privações. Meus filhos alcançaram o ensino superior pelas políticas da era PT. Agora, luto pelos meus netos. Para que eles tenham também essa oportunidade”.

Elaine foi uma das muitas pessoas que passaram e prestigiaram as atividades naquela manhã e início de tarde. Houve panfletagem, aferição de pressão arterial, orientações nutricionais, aulas públicas, oficinas de camisetas e muita, muita conversa com a população. “O que Bolsonaro fala sobre as universidades é mentira. Lula é o responsável por levar a universidade pública para todos os cantos do país. A Rural (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) tinha oito mil estudantes antes do PT, Hoje tem 16 mil”, revelou Elisa Guaraná, professora da Rural e presidente da AdUR-RJ, o sindicato docente daquela universidade.

Também morador de Madureira e dono de um depósito de bebidas na região próxima ao Parque Madureira, seu Sebastião da Silva nasceu na Paraíba e mora há 46 anos no Rio de Janeiro. “Eu não gostei nada do que o Bolsonaro falou da minha terra e dos meus conterrâneos no primeiro turno. Quem é burro é ele. Quem tem que comer capim é ele”. No primeiro turno, seu Sebastião não votou em Lula, influenciado pela namorada. “Acabei votando em Bolsonaro para não brigar com ela. Mas, depois do que ele falou do meu Nordeste, meu voto é em Lula, que entende o Nordeste porque saiu de lá”, afirmou. “Ele vai dar um jeito nessa carestia”, disse, esperançoso, o comerciante.

A diretoria da AdUFRJ participou ativamente da atividade. “É muito importante ter um espaço como esse para conversar com a população, esclarecer dúvidas, mostrar quem somos, ouvir as histórias, compartilhar saberes”, avaliou a vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.

A docente, que é cientista política, também avaliou o impacto da atividade para ajudar a população a ter mais argumentos para virarem votos. “É uma atuação como formadores de opinião, oferecendo insumos para que quem está disposto a votar em Lula permaneça mobilizado e com argumento para virar votos”. A mobilização nas ruas também tem o caráter de animar a população e a militância. “Afasta o sentimento de cansaço e desânimo”.

Confira algumas imagens de Alessandro Costa.

 

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WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.31.16 3A AdUFRJ fez o L desde julho deste ano e intensificou suas ações políticas pela candidatura do presidente Lula na medida em que avançava a campanha eleitoral. Na mesma urgência de quem tem tudo a perder e com a alegria de quem acredita que verá ‘a manhã renascer e esbanjar poesia’, os professores da UFRJ fortaleceram a atuação em defesa da democracia e pelo único candidato capaz de derrotar Bolsonaro nas urnas. A certeza de que a universidade não sobreviverá a um segundo governo autocrático guiou a diretoria em todas as ações desenvolvidas, especialmente nos últimos três meses.
Uma das primeiras tarefas foi ajudar a construir o Comitê de Luta UFRJ, que iniciou formalmente suas atividades em 6 de julho. A AdUFRJ também estava presente no primeiro grande comício de Lula, na Cinelândia.WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.31.16 2
No âmbito sindical, a associação defendeu, no Conselho do Andes, a necessidade de os professores universitários de todo o Brasil apoiarem Lula contra Bolsonaro. Não aconteceu no primeiro turno, mas, alvíssaras, se tornou realidade a declaração do Sindicato Nacional a favor de Lula para o segundo turno das eleições.
WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.31.16 4As ruas viraram palco de inúmeras ações. O saber universitário foi levado para a praça. Madureira, Praça XV e Quinta da Boa Vista foram lugares escolhidos para fazer a universidade pública ser vista fora de seus muros. Salas de aula e laboratórios de pesquisa e extensão foram criados a céu aberto. Tudo para dizer: “Bolsonaro quer destruir toda essa riqueza”.
O sindicato não parou nas demonstrações do quanto a Educação e a pesquisa são importantes para a sociedade. Manifestações junto com os estudantes e técnicos da UFRJ foram fundamentais para denunciar os cortes na área.WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.31.16 1
Os últimos dias exigiram mais. Panfletagens, adesivaços, carreatas, passeatas. A AdUFRJ, em sua diretoria e seu corpo de funcionários, foi incansável.“Mais do que virar votos, nós também atuamos como formadores de opinião, dando argumentos para que quem já vota no Lula consiga convencer outras pessoas a também votarem”, acredita a professora Mayra Goulart, cientista política e vice-presidente do sindicato.
Nesta última edição antes da eleição mais importante de nossas vidas, encerramos com a fala da moradora de Madureira Elaine Santos. “Eu vivi os melhores anos da minha vida nos governos Lula. Realizei sonhos. Meus três filhos se formaram na UFRJ e agora luto pelos meus netos, para que eles possam ter políticas públicas que os levem também à universidade”. Vamos juntos, Elaine. Bom voto para todos nós!

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Por Igor Vieira e Júlia Fernandes

 

 

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O passado, ainda que recente, pode ser facilmente esquecido. Mas as evidências existem para mostrar a realidade. De tão acostumado a mentir, o presidente Jair Bolsonaro ignorou essa regra básica. No debate presidencial da Band, no domingo (16), ao ser perguntado sobre quantas universidades foram criadas em seu governo, Bolsonaro disse que elas ficaram “fechadas na pandemia”. É mentira, presidente. Não só não ficaram fechadas, como também foram fundamentais no combate à covid-19.

“O Brasil é o décimo primeiro país do mundo em produção científica em coronavírus. Quando se olha quais são as instituições que mais produziram, estão as universidades federais, estaduais e a Fiocruz”, afirma a professora Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ. Ela garante que, durante a pandemia, a universidade fez um trabalho árduo. “Não só não ficamos fechados, como salvamos vidas”, diz Denise.

As universidades públicas brasileiras foram fundamentais nesse momento sombrio. “A pandemia chegou no final de fevereiro (de 2020). No início de março, já estávamos implantando políticas institucionais que se capilarizavam pelos estados e municípios”, explica a reitora. A importância dessas instituições se deu por serem fontes confiáveis de informação, em um período em que a dúvida e o medo eram latentes.

Desde fevereiro de 2020, a UFRJ foi um importante pilar para o enfrentamento da situação. Naquele mesmo mês, foi criado o GT-Coronavírus, grupo que não só monitorava a situação da doença, como também fornecia informações que orientavam a comunidade da UFRJ sob o ponto de vista epidemiológico. Em março, em parceria com o Laboratório de Virologia Molecular, criou-se o Centro de Testagem Diagnóstica (CTD), que ofertava testes de diagnóstico da covid-19 a unidades de saúde.

“Desde o primeiro momento da pandemia, a UFRJ tinha testes moleculares padrão ouro internacional. Por pelo menos três meses, de março a julho, nós fomos os únicos a fazer testes na cidade do Rio de Janeiro, porque hospitais, clínicas e laboratórios não tinham”, informa a reitora. O professor Jackson Menezes, pesquisador do Nupem/UFRJ de Macaé e ex-diretor da AdUFRJ, conta que, no momento de escassez de testes, a demanda se dividiu entre o laboratório estadual Lacen e o Nupem/UFRJ, para fazer amostras de todo o estado, da rede pública e da rede privada.

LINHA DE FRENTE
Carla Araújo, professora da Escola de Enfermagem Anna Nery, foi coordenadora do programa de voluntariado de enfrentamento à situação pandêmica, organizado pela universidade. “Dentro desse programa, tivemos diversas ações que objetivavam enfrentar e minimizar os prejuízos causados pela pandemia. Havia quase 3 mil voluntários, entre estudantes, docentes e técnicos. Eles eram acionados de acordo com a necessidade. No CTD havia voluntários no acolhimento de famílias, no preenchimento das fichas dos pacientes, na realização da coleta do Swab e na coleta de sangue”, explica Carla. A iniciativa também contou com voluntários que auxiliaram na vacinação, na confecção de máscaras e na entrega de chips de internet aos alunos que precisavam desse recurso para ter aulas remotas.

As instituições foram fundamentais, principalmente nos períodos críticos da pandemia. “Em um momento em que faltava álcool na prateleira das farmácias, as áreas de Química das universidades e dos institutos federais se reuniram e produziram álcool 70% para as comunidades. Nós da UFRJ fomos financiados pelo Ministério Público para fazer essa produção”, diz Carla.

Cássia Turci, professora do Instituto de Química, ficou responsável pelo grupo GT Álcool, do CCMN, CCS, Coppe e complexo hospitalar, que supriu a demanda de álcool em gel dos hospitais e empresas do Rio e até de São Paulo. A produção foi feita por professores, estudantes e voluntários de diversos setores da UFRJ, totalizando mil litros de álcool em gel por dia e com a demanda de cinco mil por semana. “Conseguimos a maior parte dos insumos como doação das empresas, da área de petróleo e gás, de empresas que estão localizadas no Parque Tecnológico, que foi um grande parceiro, e até doação de empresas de São Paulo e do exterior”, conta ela.

A atuação das universidades também foi indispensável no momento de elaboração das vacinas. “Acompanhamos uma grande quantidade de indivíduos infectados, o que deu chance para a gente estudar a resposta imunológica à doença”, conta o professor Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ. Apesar da urgência do momento, a Ciência nunca parou. Leda Castilho, pesquisadora da Coppe, está desenvolvendo um soro anti-covid testado em equinos e a UFRJ-VAC, vacina trivalente. Segundo ela, houve escassez de insumos nos laboratórios, e para a vacina, até mesmo os Estados Unidos deram apoio, assim como a Alerj e a Faperj, mas sem nenhum recurso federal. “Desde março de 2020, houve testagem por PCR e anticorpos aos profissionais de saúde dos hospitais públicos do Rio e da Baixada”, afirma Leda, que fez pesquisas antecipadas antes da covid-19 chegar no país: “A UFRJ não parou nem um minuto”.

Para o professor Amilcar, a forma como as instituições superiores atuaram é um aviso que foi dado para a sociedade. “As universidades vêm mostrando a sua importância dentro desse tópico de doenças emergentes e reemergentes. Não foi só a covid-19. Teve a zika, em 2015, e a monkeypox, recentemente. Cada vez mais o mundo vai estar exposto a esse tipo de doenças, e ter uma universidade, cientistas que possam dar uma resposta rápida, é fundamental. Carla Araújo segue o mesmo raciocínio: “A universidade é o grande farol de luz que ilumina e esclarece a população sobre o que se tem de conhecimento verdadeiro na Ciência em prol da saúde e do bem-estar”.

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