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WhatsApp Image 2022 10 28 at 08.29.53 2Guerra nas redes sociais, conservadorismo entre as mulheres mais pobres, gestão do Congresso conservador e o discurso anti-PT. Especialistas debateram um pouco de cada tema no evento “Eleições de 2022: balanços e perspectivas sobre uma democracia ameaçada”, ciclo de debates organizado pelo Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada (LAPPCOM), no dia 27.
“Nosso objetivo aqui é debater e levarmos muitos argumentos para os três dias que temos para decidir a eleição”, disse a vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do LAPPCOM, professora Mayra Goulart. A atividade ocorreu na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
A professora Moema Guedes (UFRRJ) destacou que o conservadorismo entre as mulheres é maior do que pode parecer ao senso comum. A conclusão da docente é resultado da aplicação de questionários sobre temas de igualdade de gênero. Ela ressaltou a importância de estabelecer o diálogo com esse conservadorismo, entendendo suas demandas. “A extrema direita soube dialogar com o conservadorismo de mulheres mais pobres e de classe média. É preciso entender, sem diminuir as pautas feministas”, observou.
O professor Theófilo Rodrigues (Uerj) questionou a estratégia adotada pelo deputado federal André Janones (Avante-MG) nas redes sociais para a campanha de Lula e o embate com o bolsonarismo. “O que será da esfera pública brasileira se o debate público for, daqui para frente, como está sendo nesse segundo turno?”
Theófilo também chamou atenção para a crise do chamado presidencialismo de coalizão, com orçamento secreto. “Como Lula, se eleito, vai lidar com o Congresso nesse novo presidencialismo de coalizão?”, indagou.
Já o professor Darlan Ferreira Montenegro (UFRRJ) tratou da transformação do debate nacional a partir da Lava Jato. “Construiu-se um discurso, a partir da Lava Jato, que criou uma hegemonia da direita no Brasil”, explicou o professor Darlan. Isso e o desgaste do PT depois de quatro eleições consecutivas. Mesmo assim, Lula seria eleito em 2018, se não tivesse sido preso”.
DISCURSO PUNITIVISTA
Até 2014, os grandes temas das eleições eram economia e administração pública. “Em 2014, começa a Lava Jato, e ela transforma o debate nacional. E a força do PT só foi desconstruída com esse discurso punitivista contra a corrupção”, aprofundou. “O discurso da criminalização do PT não é o único da direita. A extrema-direita faz tudo para qualquer coisa estar no centro do debate, e não a economia”, apontou o professor.
A extrema-direita, segundo Darlan, adota a estratégia de manter a discussão onde ela é hegemônica. “O eixo do fascismo no Brasil desde a redemocratização está na segurança pública. É o vetor do fascismo. A questão central dele é que bandido e pobre têm que ser tratados na porrada. E eles transplantaram esse debate para a esfera nacional, pregando no Lula a imagem de bandido”. Bolsonaro, explica o professor, é um excelente vetor para esse discurso violento punitivista.
“O Congresso é ruim para o Lula, mas não existe Congresso de oposição no Brasil. A resistência à direita bolsonarista vai manter um núcleo ideológico barulhento”, avaliou o professor Darlan. Mas alertou que, com Bolsonaro na presidência, a composição no novo parlamento pode ser catastrófica.
Após o fechamento desta matéria, mais duas mesas completariam o ciclo de debates na Rural.

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