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WhatsApp Image 2021 01 28 at 23.02.56Diretoria da AdUFRJ

Começou. Mesmo com toda a sabotagem do presidente e parte de sua equipe, com o desastre na condução das nossas relações internacionais, e com as restrições materiais causadas pela própria pandemia, foi dada a largada na vacinação brasileira. No momento em que esse editorial está sendo escrito, temos aproximadamente 1,1 milhão de pessoas já vacinadas, e algo em torno de 7 milhões de doses em estoque. Ainda é pouco perto das mais de 300 milhões de doses necessárias para imunizar toda a população, mas já é um sopro de esperança.
E onde isso deixa a universidade? Essa é uma pergunta que exige bastante reflexão, pois 2021 será um ano de transição: dada a velocidade intermitente com que as empresas conseguem produzir e entregar as doses e nossos próprios problemas de logística e diplomacia, dificilmente chegaremos ao final do ano com toda a população imunizada. Isso se refletirá de forma marcante na nossa comunidade universitária, pois passaremos vários meses com um “gradiente” de vacinação, ou seja, com algumas pessoas que já haverão recebido as duas doses (profissionais da linha de frente, servidores mais idosos), outras que terão sido inoculadas apenas uma vez (professores e técnicos de meia-idade), e ainda outras que não terão sido vacinadas (servidores mais jovens, alunos). É perfeitamente natural que seja assim, mas como equacionar isso para que o retorno presencial seja o mais tranquilo possível?
Superposta a esse gradiente de vacinação, temos ainda a questão das enormes diferenças entre as demandas presenciais das unidades. Cursos que, por exemplo, envolvam muitas horas em laboratórios ou requeiram atividade corporal, certamente têm uma urgência maior na retomada presencial do que cursos onde a atuação é mais teórica e acadêmica. Isso sugere uma saída escalonada do ensino remoto, com algumas unidades já, quem sabe, fazendo atividades presenciais em 2021.1, enquanto outras talvez tenham de aguardar até 2022.1. Aqui é importante salientar que a nossa “fila” do retorno ao presencial não necessariamente coincide com a fila da vacina do SUS, e teremos de lidar com isso também.
Por fim, não é demais lembrar que a UFRJ, nas suas esferas institucionais, não lidou bem com a pandemia. As discussões nos conselhos foram muito renhidas e a solução final – com três semestres em um único ano – foi, para dizer o mínimo, contraproducente. Bom, temos o ano inteiro para fazer melhor dessa vez. Vamos à luta.

WhatsApp Image 2021 01 28 at 23.02.57 1 O último final de semana foi uma demonstração de que os ventos do impeachment de Bolsonaro começam a mudar. No sábado (23), a esquerda tomou as ruas com milhares de pessoas em carreatas por todo o Brasil. Só no Rio, a fila de carros atingiu quatro quilômetros de extensão.

No dia 31, às 10h, outra carreata organizada pelo Comitê em Defesa da Vida do Rio de Janeiro vai cruzar a Zona Sul da cidade. A concentração será na Glória. A manifestação vai percorrer a orla de Copacabana e terminar no Aterro do Flamengo. Desta vez, além de defender vacina para todos e exigir o impeachment, a manifestação também engloba pautas como o retorno do auxílio emergencial, a defesa dos empregos e a crítica à privatização da Cedae.

WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.17A AdUFRJ se soma aos esforços de movimentos sociais e sindicais em defesa da vacinação imediata, gratuita e universal. O sindicato participa com apoio logístico e financeiro da organização de uma carreata pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que com sua política negacionista na área da Saúde já provocou a morte de mais de 210 mil brasileiros, e para pressionar pela vacinação de toda a população. O ato acontece no próximo sábado, dia 23. A concentração será em frente ao Monumento de Zumbi, na Praça 11. A atividade é assinada pelo Comitê em Defesa da Vida do Rio de Janeiro.

A AdUFRJ entende que a política genocida do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia tem que ser interrompida, e que cresce na população um sentimento de repulsa à negligência e à incompetência que suscitaram, por exemplo, a tragédia das mortes de pacientes com covid-19 por falta de asfixia em Manaus, e a irrisória quantidade de vacinas disponíveis para a população. “Nós queremos vacinas para todos e queremos que os grupos prioritários, indicados pelos especialistas, sejam respeitados ao longo da vacinação. Além disso, não basta só denunciar a postura negacionista e obscurantista do governo Bolsonaro. Precisamos ter uma ação propositiva para solucionar os problemas do país”, aponta o professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ. “Há um esforço de construção de uma agenda de atividades para pressionar por vacina para todos. Embora tenhamos iniciado tardiamente a imunização, as doses não são suficientes nem mesmo para os grupos prioritários”, critica o professor .

Outras atividades do movimento serão organizadas para as próximas semanas. Uma delas é o ato nacional, já agendado para o dia 1º de fevereiro. “A pauta deste ato é mais ampla. Além de vacina para todos, é pelo impeachment e também contra a reforma administrativa”, explica Felipe. A AdUFRJ participou da live de lançamento da campanha nacional #AbraceaVacina, que aconteceu no dia 18 e reuniu personalidades, especialistas e lideranças políticas. O movimento tende a crescer nas próximas semanas.

Em defesa da vacinação já e contra Bolsonaro, milhares de pessoas realizaram carreatas em todo o país, no sábado (23). No Rio de Janeiro, a mobilização começou no centro da cidade. Confira como foi nos registros do fotógrafo Alessandro Costa.

 

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Diretoria da AdUFRJ

WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.22.12Era já esperado que em janeiro houvesse um certo recrudescimento contra o governo Bolsonaro. Aqueles que apoiaram o governo de extrema-direita por considerarem a escolha de 2018 “difícil” sonham com um eventual governo Mourão, mais dócil aos seus projetos, e intensificam a campanha pelo impeachment do presidente. Também muitos vão se enchendo de coragem com o adeus de Trump à Casa Branca. Mas foi a hecatombe sanitária de Manaus que deixou o país em estado de alerta, pois a irresponsabilidade negacionista e o “tratamento precoce”, acrescidos da negligência e inoperância dos governos, geraram uma tragédia sem precedentes em nossa história. Mas, apesar do desgaste crescente, faltam muitos lances até o xeque-mate.
Embora seja óbvio para a comunidade científica o grau de responsabilidade do governo federal nas dificuldades que enfrentamos para a importação dos insumos necessários para a produção de uma quantidade satisfatória de vacinas para imunização em larga escala, essa dimensão ainda não é evidente para uma parcela da população. Nem mesmo a responsabilidade direta do governo nas mortes evitáveis por ausência de oxigênio no norte do país. Parece ser uma questão de tempo para que tudo seja compreendido e digerido pela população, mas a máquina de fake news ainda está ativa, apesar de ter sofrido alguns pequenos reveses.
O jogo pesado mesmo está na Câmara, com a movimentação para a eleição do seu novo presidente. É ali que estão sendo jogados os lances principais que poderão viabilizar ou não a abertura do processo de impeachment. Muito dinheiro e muitos cargos distribuídos, um terreno que Bolsonaro conhece bem, pois foi lá, no chamado baixo clero, que ele fez escola ao longo dos seus trinta anos de vida parlamentar. E, enquanto ele nada de braçada nesse ambiente, entre as chamadas forças progressistas e de esquerda ainda reina a divisão.
Para a nossa sobrevivência, como categoria profissional e mesmo como instituição, é vital derrotar o projeto de destruição nacional que está em andamento. E parece que esse sentimento vem ganhando força entre as diversas correntes que atuam no movimento sindical e nos movimentos sociais. Sábado teremos uma demonstração disso. O Comitê em Defesa da Vida reúne uma boa parte das entidades da área da Educação, que, desde as manifestações de 2019, vem trabalhando de forma unificada no estado do Rio de Janeiro. Um sentimento de urgência toma corpo e impulsiona ações unificadas, superando as divergências. Se pudermos transformar tudo isso em energia nas ruas, aí teremos a entrada em cena do protagonista que falta. A maioria da população ainda está apenas assistindo a tudo. Campanhas sobre a importância da vacina são hoje tão importantes quanto demonstrar o quanto este governo deixou de cumprir. E que deixou de cumprir porque é incompetente sim, mas principalmente porque sempre escolheu os piores caminhos, vendeu ilusões de um “tratamento precoce”, isolou-se internacionalmente e estimulou a desconfiança da população contra as únicas possibilidades de enfrentamento da pandemia, que são o uso de máscaras e a vacinação em massa.
Não estamos diante de um falastrão inofensivo. Ninguém homenageia em público um torturador sem ter em si próprio o desprezo pela vida e a dor do outro.
Que as vítimas de Manaus não sejam esquecidas, que sejam a lição mais dura a ser aprendida por todos nós. E que as imagens das primeiras aplicações da vacina na UFRJ nos tragam a confiança necessária para as batalhas que virão e a certeza da importância de cada um de nós nesse momento. Vida longa ao SUS e viva a universidade pública brasileira!

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