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WEB menorP8AO texto do professor Eduardo Coelho, coordenador do Laboratório da Palavra, da Faculdade de Letras, é o terceiro da série Quar@ntenados. A seção foi criada para acolher artigos de docentes sobre temas relacionados à quarentena. A diretoria abriu este canal a partir das reuniões do Conselho de Representantes. Os interessados devem escrever para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

A Coalizão Global de Educação da Unesco está monitorando a crise do ensino referente à pandemia do covid-19. Seus dados estatísticos sobre o fechamento de escolas revelam que 91,4% dos alunos de todo o mundo estão sendo afetados. Audrey Azoulay, diretor-geral da Unesco, declarou que “nunca antes havíamos testemunhado a interrupção educacional em uma escala como esta”.
Sem dúvida, a educação formal atola numa crise sem precedentes, cujas implicações, até o momento, não foram sequer listadas suficientemente no Brasil, algumas por falta de comunicação, articulação e competência técnica do poder público e outras por estarmos no olho de um furacão emocional, moral e político que nos abala. O quadro é dramático, até mesmo trágico, porque as perdas são irremediáveis. Existem, no entanto, muitas perguntas – e elas descortinam alguns começos no meio de tantas incertezas.    
WEB menorP8Certas questões devem ser colocadas o quanto antes, referentes ao presente e ao futuro próximo, seguidas de um plano de ações realista, que não desconsidere a continuidade ou aprofundamento da precariedade infraestrutural de unidades do ensino público. É neste sentido – do levantamento de questões propositivas e de um plano de ações para o retorno às aulas – que o Laboratório da Palavra/PACC da Faculdade de Letras/UFRJ está se articulando com unidades públicas de ensino através de uma equipe multidisciplinar, formada por estudantes, professores e pesquisadores de dentro e de fora da universidade, compreendendo todos os segmentos da educação formal e todos os problemas que cada um desses segmentos pode revelar.
Em relação ao presente, o Laboratório da Palavra/PACC contatou as unidades-parceiras do ensino público, buscando responder a suas demandas relacionadas ao isolamento ocasionado pela pandemia. Para o ensino infantil, houve inicialmente a produção de conteúdos digitais, como vídeo-leituras destinadas às crianças. Sabe-se que a leitura na primeira infância consiste na prática mais eficiente de combate ao déficit cognitivo, que tende a alcançar índices alarmantes nos próximos anos devido à suspensão das atividades educacionais. Para o segmento fundamental, fez-se um levantamento das dúvidas de alunos sobre o covid-19, com a posterior elaboração de respostas. Para o ensino médio, com a absurda manutenção da data do ENEM, os alunos solicitaram orientações de estudo. A curadoria de conteúdos artístico-culturais também está sendo realizada pelo Laboratório, que a disponibiliza através de redes sociais e whatsapp das unidades-parceiras. Além disso, com apoio da psicanalista Beatriz Vieira, da Escola Brasileira de Psicanálise, formou-se uma equipe para atender alunos e profissionais de todos os segmentos em questão.
Depois da realização de um seminário interno, reunindo toda sua equipe e profissionais das unidades-parceiras, o Laboratório constatou a necessidade de elaborar um plano de ações para o retorno às aulas. Especialmente em relação ao ensino infantil e fundamental, torna-se urgente criar um plano de ações para o retorno, considerando que muitas crianças, em casa, não estão se alimentando adequadamente e que a violência doméstica aumentou 50% desde o início da quarenta. Nesse contexto, algumas perguntas já se tornam fundamentais: como acolher os profissionais e alunos das unidades de ensino público?; como viver junto numa sociedade que tem se caracterizado pela intolerância e pela violência sistêmica?; como reformular nossas práticas, de modo a minimizar o estado de desorientação e trauma generalizado, bem como o desinteresse pelas metodologias vigentes de ensino, que está se manifestando ainda mais intensamente agora?
Para realizar um plano de ações capaz de minimizar os impactos e a desigualdade que se potencializam neste momento, o Laboratório da Palavra/PACC e as unidades de ensino parceiras estão precisando do apoio de profissionais das áreas de biologia, medicina e nutrição. Solicitamos que os interessados entrem em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

EDUARDO COELHO
PACC/Faculdade de Letras/UFRJ

WEB menorP6AQuase duzentas pessoas acompanharam uma hora de bate-papo virtual com o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, na manhã de terça-feira (28), no Instagram. As lives semanais, sempre às 11h, foram a estratégia adotada pela instituição para manter o público que acompanha as campanhas pela recuperação do museu engajado em tempos de pandemia. E o tema “Gestão de uma instituição de ciência e pesquisa em tempos de pandemia” motivou muitas dúvidas enviadas, ao vivo, durante o encontro. O vídeo rendeu mais de 560 visualizações em 24 horas.
Como a pandemia vai afetar cronograma da recuperação do Museu Nacional?, perguntou logo um dos internautas. Alexander Kellner reconheceu que a crise pode implicar em atrasos. “Certamente há uma influência da pandemia”, disse o diretor. “Mas estamos fazendo reuniões diárias, às vezes quatro ou cinco no mesmo dia. Estamos fazendo o máximo possível, focando nas questões de documentação para adiantar projetos”.
Há alguma perspectiva de retomar o trabalho de divulgação científica antes da reconstrução da sede?, quis saber outro participante. Segundo informou o diretor, o Museu busca parcerias para materialização de “laboratórios e exposições em área livre” na Quinta da Boa Vista. Kellner destacou que a alta procura escolar pelo Museu é um dos fatores que tornam a instituição tão necessária para a sociedade brasileira. “Vinte  mil estudantes ficaram órfãos de Ciência”, disse.   
O novo prédio seguirá o projeto original ou terá estilo contemporâneo?, foi mais uma dúvida colocada. “Nós queremos restaurar a fachada, preservando ao máximo aquilo que era antes do incêndio”, respondeu Kellner. “Internamente, a ideia é que seja um museu mais moderno. Inclusive no que diz respeito ao que chamamos de bloco histórico”, completou. O diretor citou como exemplo a construção de um novo espaço dedicado à Imperatriz Leopoldina. Mas disse que haverá consultas públicas em relação ao tema.
Quais são as iniciativas para recuperação dos acervos destruídos pelo incêndio? O questionamento apareceu mais de uma vez em relação a diferentes coleções.  Sobre o tema, o diretor do museu destacou a importância das parcerias. “O maior prejuízo [causado pelo incêndio de setembro de 2018] foi a perda das coleções. E a recuperação delas não depende só da gente”, avaliou.
Além de instituições nacionais, Kellner citou alianças com a comunidade científica portuguesa, espanhola, austríaca e alemã. “A Alemanha já ofereceu ajuda desde que o Brasil se comprometa com um novo projeto, seguro para pessoas e para as coleções”, disse durante a live.
Especificamente em relação à etnologia indígena, coleção completamente perdida para o fogo e mencionada por um participante da live, Kellner afirmou que “a forma como será trabalhada a doação oferecida pela Áustria será construída com grupos indígenas do Brasil”.
Como ajudar? Como nas lives realizadas por artistas durante a pandemia, houve até quem oferecesse doação ao vivo. O diretor do Museu, Alexander Kellner, agradeceu a oferta de projeto paisagístico para o jardim do Palácio, mas frisou que “cada coisa tem seu tempo” para a recuperação da instituição. E lembrou que parte importante das contribuições voluntárias está sendo sistematizada pela Associação Amigos do Museu Nacional (https://www.samn.org.br/).

A Museu Nacional Live é uma série do Instagram @museunacional1818 para promover o debate sobre ciência e pesquisa e também abordar temas que sejam de relevância sobre o futuro da instituição. Ela é realizada toda terça-feira, às 11h.

WEB menorP2APresidente da SBPC, Ildeu MoreiraO presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu Moreira, enviou carta ao ministro da Saúde, Nelson Teich, cobrando medidas mais claras no combate à pandemia do coronavírus no Brasil. E exigindo que as ações sigam as diretrizes da Ciência e sejam defendidas por todos os entes do governo. Caso contrário, os pronunciamentos do Ministério da Saúde poderão se resumir “a informar o número de mortos” nos próximos dias. Outras 40 entidades científicas subscreveram o documento. Leia a íntegra em: https://bit.ly/3f71unW

CIENTISTAS COBRAM PROGRAMAS DE APOIO À PESQUISA BÁSICA

As Humanidades e a pesquisa básica receberam duro golpe do CNPq. A agência de fomento lançou edital de iniciação científica (PIBIC) para projetos que deverão se enquadrar apenas em áreas tecnológicas, de infraestrutura e serviços. Houve reação imediata da comunidade científica. A SBPC e a Academia Brasileira de Ciências encaminharam carta ao Ministro Marcos Pontes em defesa das áreas e cobrando projetos específicos para a pesquisa básica. A Sociedade Brasileira de Física lançou nota exigindo a revisão da decisão.

WEB menorP5Professor Samuel AraújoNem tudo precisa ser dito com verbo. A música foi a linguagem do #Sextou - Tamo Junto, no dia 24. Sob o impacto dos turbulentos pronunciamentos políticos do ex-ministro Sergio Mouro e do presidente Jair Bolsonaro sobre a vacância da pasta da Justiça e da Segurança Pública, os professores puderam fruir por algumas horas da clareira aberta pelo professor da Escola de Música, Samuel Araújo.  “As artes não são adorno ou enfeites. Elas são o caminho para uma existência solidária”, resumiu. O docente mediou o bate-papo virtual que a Adufrj tem organizado todas as sextas-feiras.
Música para acampamento passou longe do repertório escolhido. Para início de conversa, Samuel sacou um Mbira (para íntimos) ou Lamelofone (para menos chegados). Tradicional do povo Shona do Zimbábue, o instrumento fazia parte do circuito musical no Brasil colônia, sendo gradualmente substituídos por equivalentes europeus.  Sua estrutura equivale a uma placa de madeira com dentes de metal escalonados, que são tocados com os polegares e indicadores. O som triste do artefato suscitou reflexões e debates sobre melancolia e estranhamento.
“Optei por começar com uma música presente na tradição oral do Brasil, de origem africana, que foi totalmente apagada ao longo da história”, explicou Samuel. “Foi o caminho para trazer um pouco da discussão sobre violência, política e cultura”.
A noite seguiu embalada por um pouco de história da música. E Samuel deu ênfase aos primeiros esforços em afinar universidade e cultura popular. O exemplo veio ainda do Velho Continente, das composições do instrumentista John Dowland (1563-1626) na Universidade de Oxford. Depois, a conversa avançou por experiências nada corriqueiras, no Brasil, e na América Latina.
A cantora Violeta Parra esteve entre os legados celebrados. Samuel deu sua versão pessoal de “Gracias a la vida”, uma das canções latino-americanas mais regravadas mundo afora. E, destacou a estreita relação da folclorista chilena com a cultura indígena.  Sua música, gravada em 1966, virou hino de uma geração contra as ditaduras no continente, em especial, a do general Augusto Pinochet. “Aqui no Rio, as pessoas cantavam essa música nos bares depois das manifestações”, recordou Maria Paula Araujo, professora do IH e ex-diretora da Adufrj.
Cantorias, pelejas, boleros e sambas. Clássicos como Azulão - música de Jaime Ovalle e letra de Manuel Bandeira – foram executados e discutidos dentro de seus respectivos contextos e cargas emocionais.
Samuel prestou homenagens às vozes populares dos recémfalecidos Moraes Moreira e Tantinho da Mangueira (Devani Ferreira). E fechou a conta com uma parceria de João Bosco e Aldir Blanc (hoje internado): Parati. “Cada um tem a própria receita, morena, pra combater a desgraça”, diz um trecho do samba.
Para o professor da Escola de Música, diferentes fatores contribuíram para o amadurecimento da relação entre a academia e a cultura popular. Um deles é a valorização do lugar de fala. “Durante a música política da década de 1960, o que mais importava era a poesia”, justificou o professor da Escola de Música. “Mas, hoje, as interpretações e os outros aspectos do som também são considerados nas intenções da música”.

WEB menor 1125 p6Na última folha, foi possível regularizar plenamente a situação de 30 professores. Outros 32 recuperaram a Retribuição por Titulação (RT) referente a março, mas ficaram sem a RT de fevereiro. Cinco docentes seguiram com pendências para os dois meses. Os processos de aposentadoria dos 37 docentes que ainda possuem pendências foram desarquivados e estão sendo revistos pela Divisão de Aposentados, com previsão de acerto na folha de maio, informou a Pró-reitoria de Pessoal.

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