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Em reunião com entidades representantes dos docentes da Educação Federal na tarde desta quarta-feira (22), a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) reafirmou a proposta já apresentada ao Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais de reajuste de 21,3%, parcelado em quatro anos. A proposta já foi rechaçada pelo Fórum, do qual fazem partes ANDES-SN, Sinasefe e Proifes, presentes na audiência setorial, da qual participaram também representantes da Secretaria de Educação Superior e da Secretaria de Educação Técnica e Tecnológica do Ministério da Educação.

O Secretário da SRT/Mpog, Sérgio Mendonça, sinalizou que o percentual poderia ser aplicado para a reestruturação da carreira do professor federal ou aplicado de forma linear. Diante de nova recusa das entidades presentes, frente à proposta, foi apontada uma nova reunião ainda no mês de julho, para que os representantes do governo apontem onde é possível avançar e quais propostas efetivas têm em relação às pautas apresentadas.

Os diretores do ANDES-SN e os membros do Comando Nacional de Greve dos docentes federais presentes na reunião afirmaram enfaticamente que o governo ignora a realidade de crise instalada na Educação Federal, aprofundada pelos cortes no orçamento da pasta, e que não traz respostas efetivas às reivindicações dos docentes, em greve desde 28 de maio, o que impede o avanço do processo negocial.

“O que o governo colocou nessa reunião foi a reafirmação do que já havia apresentado para o Fórum, que é o reajuste de 21,3% em quatro anos, e sinalizou que isso poderia ser aplicado na reestruturação da carreira. As entidades foram unânimes em dizer que com isso não têm como fazer qualquer alteração na carreira”, disse Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN.

O presidente do Sindicato Nacional destacou a importância da participação dos representantes do MEC na mesa. “Além de considerarmos o MEC como nosso principal interlocutor, a presença foi importante, pois nas colocações ficou evidente que a política do ajuste fiscal, que condiciona o MEC e o Mpog na mesa de negociação, não está sendo uma atitude responsável, porque sequer a crise que essa política gerou nas Instituições Federais é reconhecida”, avaliou.

De acordo com Rizzo, o secretário da Sesu/MEC, Jesualdo Farias, admite os cortes no orçamento e que existem situações difíceis. “Mas ao mesmo tempo, ele assume que as universidades têm que continuar pedindo dinheiro para o MEC para pagar suas contas e joga nas costas dos reitores a gestão da crise e que os atrasos nos pagamentos de contas é responsabilidade individual”, completou.

Durante a reunião, Farias afirmou que os reitores têm que escolher quais contas vão pagar, pois o orçamento destinado para as universidades federais não é suficiente para honrar todas as despesas mensais. “É assim na crise, mas já era assim antes dela”, afirmou, lembrando seus anos enquanto reitor da Universidade Federal do Ceará.

O presidente do ANDES-SN contou ainda que foi marcada uma próxima reunião ainda para o mês de julho, para que a SRT/Mpog apresente uma resposta efetiva. “Nós reafirmamos o conteúdo da reorganização conceitual da nossa carreira, com o qual o MEC teve acordo no ano passado e que agora insiste em não reconhecer. No entanto, não apresenta outra proposta. Não apresenta nada. E como vamos avançar na negociação se eles não apresentarem quais são suas ideias e qual o recurso que eles vão disponibilizar para isso? Sabemos que há recursos”, completou. (Fonte: Andes-SN)

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Servidores públicos federais fizeram hoje (22) uma marcha na Esplanada dos Ministérios reivindicando reajuste salarial maior que o proposto pelo governo. Com faixas, bandeiras e carro de som, os manifestantes desceram a Esplanada dos Ministérios e chegaram ao Palácio do Planalto.

A Marcha a Brasília reuniu servidores de diversos estados e também de categorias em greve, como funcionários da Previdência Social, professores universitários e integrantes dos quadros técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior. (Fonte: Agência Brasil)

Atividade na Cinelândia dialogou com a população sobre o impacto dos cortes no orçamento da educação pública. Professores e estudantes de diferentes unidades deixaram a praça, no Centro do Rio, mais colorida

Ato foi organizado pelas categorias em greve: docentes, alunos e técnicos

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A greve na UFRJ deu uma mostra de sua força e diversidade no ato realizado na Cinelândia, em 16 de julho. Ao longo de todo o dia, diversas ações relacionadas a várias áreas do saber aconteceram na praça com o objetivo de envolver a população na defesa da universidade pública. A iniciativa demonstrou como a educação superior pública é valorizada pela sociedade, que aderiu às atividades.

Organizada pelos segmentos em greve da instituição, a “UFRJ na Praça contra os cortes no orçamento” deixou a Cinelândia mais colorida. Escola de Educação Infantil, Instituto de História, Instituto de Nutrição, Colégio de Aplicação, NEPP-DH, EBA, EEFD, ECO, ESS, Escola Politécnica, Faculdade de Educação, FACC, Faculdade de Letras e FND marcaram presença e envolveram-se na organização de aulas públicas, oficinas, exibição de filmes seguida de debates, leitura de poemas, entre outras tantas atividades.

Em uma tenda, por exemplo, havia informações sobre o percentual de agrotóxicos que ingerimos em verduras, furtas e legumes. No “microcone poético”, um cone indicador de obras associado a um microfone, professores e estudantes leram poesias na praça. Em determinado momento, a Companhia Folclórica do Rio encheu o lugar de movimento com uma enorme ciranda. 

Temas como a dívida pública, previdência social, impactos da ditadura-empresarial militar, ajuste fiscal, literatura, a política de esportes no Rio de Janeiro, e muitos outros, foram discutidos. Um varal com histórias de greves dos trabalhadores foi montado.

Crianças participaram de oficinas de contação de histórias, pintura, painéis, dança e da atividade chamada “Pé de livro”, “árvore” na qual foram pendurados diversos títulos para leitura livre.

Cláudio Ribeiro, presidente da Adufrj-SSind, comemorou a realização da “UFRJ na Praça”: “É fundamental esse diálogo para fora da universidade e isto ocorreu aqui. O ato foi construído conjuntamente, com todos os segmentos de greve da universidade unificados num Comando Geral de Greve. Conseguimos cumprir a função de dialogar com a sociedade em defesa da universidade pública e fazê-la entender sua importância. Pudemos demonstrar a diversidade da UFRJ, com atividades para crianças, adolescentes e adultos”, afirmou.

 

O “enlatado” do ministro

Professores e estudantes da Escola de Belas Artes realizaram oficina de pintura de painel de chão. O painel foi uma forma crítica e artística de o movimento docente responder a uma recente declaração do ministro da Educação, Renato Janine, elogiosa ao modelo estadunidense de ensino (e que deveria, segundo ele, ser copiado pelo Brasil).

A imagem que produziram e pintaram é uma lata de “sopa de educação”, em referência à tradicional sopa americana Campbell’s. Na Cinelândia, a “marca” da sopa virou Janine’s. Uma semana antes, a EBA havia pintado o painel “A Greve é o Nosso Grito”, tomando como base o famoso quadro “O Grito”, de Edvard Munch. 


Ato-show da educação federal ocorreu em seguida

2015072082Luis Acosta. Foto: Samuel Tosta - 16/07/20152015072083Foto: Samuel Tosta - 16/07/2015Em seguida ao “UFRJ na Praça”, a Cinelândia foi tomada pelos segmentos em greve da UFRJ e da UFF. O ato foi organizado pela Regional Rio de Janeiro do Andes-SN. Também como forma de envolver a população, as apresentações (foto à direita) aconteceram no chão, sem nenhum palco. Luis Acosta, 1º vice-presidente da Regional Rio, afirmou que a greve é necessária porque este é o momento de defender a educação pública. “Os cortes afetam os serviços prestados à população. Estamos juntos também do conjunto dos servidores federais, em defesa de melhores condições de trabalho, salário e carreira”.



Professores da UFRJ, reunidos na Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), acabaram de votar a continuidade da greve. Depois da apresentação das avaliações e encaminhamentos do Comando Local de Greve, a Assembleia convocada pela Adufrj-SSind entendeu que a greve precisa ser mantida e fortalecida na universidade. A votação teve apenas 4 votos contrários à greve e uma abstenção.

Outros encaminhamentos da assembleia foram: enviar proposta ao Comando Nacional de Greve do Andes-SN de contraproposta a ser apresentada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), para que o reajuste de 21,3% seja pago em apenas uma parcela, em 2016; e que o CNG endureça a interpelação ao MEC, para que o ministério saia do atual silêncio sobre a greve docente nas instituições federais de ensino e abra efetiva negociação com a categoria.

Também foi aprovado envio do presidente da Seção Sindical, Cláudio Ribeiro, como delegado ao 60º Conselho do Andes-SN (CONAD). Houve, ainda, a aprovação de Nota de Solidariedade da AG à Aduff-SSind, pela série de eventos ocorridos nos últimos dias na Federal Fluminense em ataque ao movimento docente daquela instituição.

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