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Adufrj-SSind participou como convidada do encontro da Unidade, representada pelas professoras Sara Granemann e Luciana Boiteux. As professoras Elizabeth Accioly, do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), e Jane Capelli, do curso de Nutrição do campus UFRJ Macaé, participaram da atividade.

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Sara: interesse privado se sobrepõe ao coletivo

Como debater ética quando 18% da população usufruem dos benefícios de 80% arrecadados em impostos pelo Estado (enquanto aos demais 82% cabem apenas 20% dos recursos)? Na visão de Sara Granemann (ESS), capitalismo e ética podem ser considerados “antagônicos”. “À parte do debate econômico, a discussão sobre a ética perde completamente seu significado”, enfatizou a professora durante o 1º Encontro de Integração do corpo docente da Nutrição UFRJ Macaé, no dia 5.  

A docente falou sobre a flexibilização do papel do Estado na divisão entre o interesse coletivo (público) e o privado. “A questão do que fazer com o recurso recolhido por todos ganha novo contorno a partir da política do New Deal de Roosevelt (programas criados pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Rossevelt, entre 1933 e 1937, que destinaram à iniciativa privada grandes somas de dinheiro para recuperação econômica do setor)”, disse Sara. “Hoje quando vemos o dinheiro público sendo direcionado para ONGs, Organizações Sociais ou para a Ebserh (empresa criada pelo governo para gerenciar hospitais universitários) prestarem serviços, trata-se do mesmo conflito do interesse privado se sobrepondo (ao coletivo)”. 

Em defesa da valorização do espaço público, Sara falou sobre o papel do funcionalismo: “Apenas a estabilidade garante que o servidor preste um serviço de Estado e não de Governo. E garanta a universalidade de atendimento à população, desde o milionário ao mais pauperizado”. E observou: “Em todos os códigos de éticas das empresas está a posição contrária à exploração do trabalho infantil e escravo. No entanto, sabemos muito bem que há exploração do trabalho infantil e escravo”.


Luciana: muitas queixas de assédio moral

2015081062De acordo com Luciana Boiteux, 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind,  por as queixas sobre assedio moral constituem boa parte das denúncias que chegam à Adufrj. A fase do estágio probatório é particularmente sensível. Segundo a dirigente, nessa etapa da carreira, são comuns os abusos, como a exigência de atribuições indevidas: “Eu mesma fui vítima, por exemplo, dessa pegadinha de que é obrigatório assumir tarefas administrativas em estágio probatório. Mas Regime Jurídico Único existe para proteção contra esse tipo de pressão. Ninguém é obrigado a assinar papéis sem conhecimento ou assumir responsabilidades além (das do cargo)”. A dirigente disse que a falta de informação e organização potencializam os abusos e reforçou que o período probatório avalia “apenas as competências referentes ao magistério. Jamais, posicionamentos políticos dos docentes”.  “Ameaças nesse sentido são inadmissíveis, muito menos perseguições por realizar greve”, afirmou. 

Luciana Boiteux disse, em relação à carreira docente,  que “os que ingressaram a partir de 2013” são os mais prejudicados, “tanto pela perda previdenciária (limitada ao teto do Regime dos empregados pela CLT), quanto pela impossibilidade de progressão durante o estágio probatório”. Ainda sobre a luta pela carreira em 2012, Luciana relatou o processo de negociação, marcado por conflito ético. Nele, o governo encerra de maneira artificial o diálogo com o Sindicato Nacional, assinando um “acordo” com entidade sindical criada pelo próprio governo. O acordo foi tão ruim que a Lei 12.772 ainda teve que ser alterada posteriormente e apresenta até hoje problemas que causam enormes prejuízos aos novos docentes.  

Luciana também apontou para os limites do debate sobre ética frente à precarização das universidades, “em um cenário onde a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) aponta como meta, a contratação por tempo determinado via OS nas universidades.

 
‘UFRJ por amor, Macaé por ideal’
Elizabeth Accioly abriu o evento com uma apresentação da estrutura institucional da universidade, com foco principalmente nos professores novos do campus. A docente, que acompanha o projeto de expansão desde o início, avalia que, apesar das dificuldades, a UFRJ Macaé alcançou em pouco tempo avanços acadêmicos “que nada deixam a desejar” aos cursos equivalentes na capital.
Já Jane Capelli encerrou a programação com uma mostra de registros fotográficos dos principais episódios que marcaram a história do curso de Nutrição em Macaé. A exposição conta a trajetória do campus desde 2006, evidenciando o esforço dos docentes para a consolidação da estrutura acadêmica e física que comporta 11 graduações e dois programas de pós-gradução. Das excessivas cargas horárias em sala de aula à “especialização em licitações” para equipar laboratórios (como brinca, Jane), a docente avalia que a mobilização interna “UFRJ por amor, Macaé por ideal” é a que melhor traduz o processo de interiorização da universidade na região.

 

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Agenda da greve

10 Segunda

- Chá de Conversa no Centro de Ciência da Saúde

Às 10h - Arena do CCS

Abertura do chá com uma performance de tambor e voz do PADE - Projeto em Africanidades em Dança Educação (Dança-EEFD).

- Reunião dos professores do Centro de Letras e Artes

Às 10h, no Auditório G1 da Faculdade de Letras.

- Encontro Escola de Educação Infantil e Colégio de Aplicação

O QUE NOS UNE? 

Às 14h, no Colégio de Aplicação da UFRJ.

- Reunião das unidades isoladas da UFRJ no Centro

Às 14h, na Sala dos Professores da Faculdade Nacional de Direito (FND).

- Reunião dos professores do CT

Às14h, na Sala F 116 do CT.

- Reunião dos professores das unidades da Praia Vermelha

Às 15h, em tenda instalada no pátio interno do campus.

Todas as atividades são organizadas pelo Comando Local de Greve.

 

11 Terça.

- Ato do Comando Unificado de Greve da UFRJ

Às 14h, Aula Pública sobre redução da maioridade penal e cortes no orçamento da educação pública.

Às 16, panfletagem nos Arcos da Lapa e Sarau.

- Comando Local de Greve da Adufrj-SSind faz reunião preparatória para a assembleia, às 14h.

 

12 quarta.

- Panfletagem da greve no evento “Conhecendo a UFRJ”

Às 9h, no Fundão

- Assembleia Geral da Adufrj-SSind debate contraproposta elaborada no Comando Nacional de Greve do Andes-SN

Às 14, no Hall do prédio da Reitoria (Fundão).

 

13 Quinta.

- Panfletagem da greve no evento “Conhecendo a UFRJ”

Às 9h, no Fundão.

 

14 Sexta.

- Debate sobre direito de greve da Educação Básica

Às 18h, no Colégio de Aplicação da UFRJ.


Semana da greve
de 3 a 8/agosto

Segunda

Comando Local de Greve faz reunião preparatória para as atividades da semana.


Terça

CLG da UFRJ realiza, em conjunto com o CLG da UFF, panfletagem na Praça XV.


Quarta

CLG participa de reuniões em diversas unidades, incluindo o campus Macaé.


Quinta

Servidores Públicos Federais realizam nova Marcha em Brasília para pressionar o MPOG por negociações. Adufrj-SSind envia caravana.


Sexta

Reunião do Comando Local de Greve no IFCS.


Sábado

Piquenique-panfletagem “UFRJ contra os cortes no orçamento” na Quinta da Boa Vista, nos jardins do Museu Nacional.


Os eixos da pauta

  • Defesa do caráter público da universidade
  • Melhorias das condições de trabalho
  • Garantia de autonomia universitária
  • Reestruturação da carreira
  • Valorização salarial de ativos e aposentados


Seções sindicais em Greve: 45


Professores em greve

ADUFAC
Universidade Federal do Acre

ADUA
Universidade Federal do Amazonas

SINDUFAP
Universidade Federal do Amapá

ADUFRA
Universidade Federal Rural da Amazônia

ADUFPA
Universidade Federal do Pará

SINDUNIFESSPA
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

SINDUFOPA
Universidade Federal do Oeste do Pará

ADUNIR
Universidade Federal de Rondônia

SESDUF-RR
Universidade Federal de Roraima

SESDUFT
Universidade Federal de Tocantins

SINDIFPI
Instituto Federal do Piauí

ADUFERSA
Universidade Federal Rural do Semiárido

ADUFAL
Universidade Federal de Alagoas

ADUFS
Universidade Federal de Sergipe

ADUFPB
Universidade Federal da Paraíba

SINDUNIVASF
Universidade do Vale do São Francisco

APUB
Universidade Federal da Bahia

APUR
Universidade do Recôncavo da Bahia

ADUFOB
Universidade Federal do Oeste da Bahia

APRUMA
Universidade Federal do Maranhão

ADUFCG
Universidade Federal de Campina Grande

ADUFCG-PATOS
Universidade Federal de Campina Grande – Patos

ADUC
Universidade Federal de Campina Grande – Cajazeiras

ADUFMAT
Universidade Federal do Mato Grosso

ADUFMAT- RONDONÓPOLIS
Universidade Federal do Mato Grosso – Rondonópolis

CAMPUS GOIÁS
Universidade Federal de Goiás

ADCAJ
Universidade Federal de Goiás – Jataí

ADCAC
Universidade Federal de Goiás – Catalão

ADUFDOURADOS
Universidade Federal da Grande Dourados

ADUFMS
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

SESDIFMT
Instituto Federal do Mato Grosso

ADLESTE
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Três Lagoas

ADUFF
Universidade Federal Fluminense

ADUFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro

ADOM
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus de Mucuri

ADUFLA
Universidade Federal de Lavras

SINDFAFEID ou ADUFVJM
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Diamantina

CLG – UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina

SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN na UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

CLG – UNILAB
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

ADUFOP
Universidade Federal de Ouro Preto

APESJF
Universidade Federal de Juiz de Fora

APESJF*
Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais

ADUNIRIO*
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

APUFPR*
Universidade Federal Do Paraná


Início da greve dos professores da UFRJ  -   23 / junho

Acompanhe as informações da greve docente da UFRJ pelo blog do Comando Local de Greve : https://greveufrj2015.wordpress.com/ ou pelo facebook: https://www.facebook.com/comandolocaldegreveufrj2015?pnref=story

Em consonância com a campanha “Dialoga, Janine”, do Sindicato Nacional, a Adufrj-SSind em seu novo outdoor chama o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a negociar com a categoria dos professores federais, em greve desde 28 de maio.

A arte, feita pelos professores Martha Werneck e Licius Bossolan (da Escola de Belas Artes da UFRJ), é uma resposta também às recentes declarações do ministro, de que o nefasto modelo norteamericano de ensino seria adequado para as necessidades brasileiras.

Empresa, que atuava na Praia Vermelha, há dois meses não paga terceirizados. Reitoria rescindiu contrato

Samantha Su. Estagiária e Redação

Funcionários da Higi Time (empresa que prestava serviços terceirizados de limpeza à UFRJ) foram à reitoria procurar uma solução para o não recebimento dos salários de junho e julho. São 65 trabalhadores nesta situação. A empresa, que ganhou licitação em 2014, teve o seu contrato rescindido pela universidade. Segundo a assessoria da UFRJ, o valor correspondente aos serviços de julho não foi pago à Higi Time.  Pelo contrato, a empresa deveria cobrir até três meses sem repasse, assegurando os salários dos funcionários.

Após os atrasos, a universidade acionou o Ministério Público do Trabalho, mas a contratada não compareceu à audiência que, mesmo assim, definiu que as folhas de pagamento dos funcionários deveriam ser repassadas à UFRJ, para acompanhamento. “A intenção era que pudéssemos usar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Qualitécnica, (outra terceirizada), nesse caso. Pedimos as folhas de pagamento à Higi Time, mas ela ainda não forneceu alegando não ter recebido os repasses do mês de julho”, explicou o chefe de gabinete da reitoria, Agnaldo Fernandes.

 “O contrato com a empresa foi rescindido, mas para efetuar o pagamento diretamente só com ordem do Ministério do Trabalho”, explicou Agnaldo.

Em uma rápida consulta na internet com o nome da empresa, a reportagem descobriu que a Higi Time coleciona uma série de processos trabalhistas. Há 18 listados.

Emergência

Os trabalhadores relataram que a empresa Higi Time teria deixado um cartaz informando sobre o desligamento da UFRJ e indicando um endereço para que os funcionários pedissem aviso-prévio. De acordo com os terceirizados, um dos supervisores da empresa levou para uma reunião folhas para assinatura da carta de demissão. Segundo denúncias, pessoas que pediram as contas até agora não receberam indenização.

Agnaldo Fernandes afirmou que a reitoria está contratando uma empresa em caráter de emergência para readmitir os funcionários da Higi Time. A expectativa é de que na próxima semana ela já esteja atuando. Além disso, informou que a universidade pressionará a procuradora do MPT responsável pelo caso. 

 

2015081052Reitoria dá explicações sobre atrasos de repasses e rescisão do contrato com a empresa prestadora de serviços. Associação do segmento e estudantes participam. Foto: Samuel Tosta - 06/08/2015

 

 

Atrasos constantes

No começo do ano, o atraso no salário e benefícios dos terceirizados da Qualitécnica acabou obrigando o CAp a suspender as aulas por um mês. Outras unidades também relataram falta de condições  de receber os estudantes até que a reitoria adiou o início das aulas da graduação por duas semanas. De acordo com a reitoria, o TAC da Qualitécnica já está sendo cumprido desde julho, quando a universidade pagou o salário diretamente aos servidores terceirizados após novos atrasos. A empresa, também de limpeza, sofreu a sanção em maio deste ano, após a ocupação da reitoria pelo movimento estudantil que reivindicou o acionamento do MPT após sucessivos atrasos. Ainda assim, o mês de agosto não começou em dia para os terceirizados. 

O chefe de gabinete declarou não haver repasse do governo federal para suprir o pagamento dos trabalhadores. O tíquete-alimentação e vale-transporte que deveriam ser recebidos na segunda-feira, dia 3 de agosto, já estão atrasados. “O reitor já está pressionando o MEC e eles afirmaram que farão repasse. Assim que recebermos isso, pagaremos os terceirizados”, declarou Agnaldo. 

Nos últimos anos a expansão de terceirizados na UFRJ foi impressionante. Entre 2011 e 2014 subiu de 870 para cinco mil trabalhadores não concursados. Após o corte da educação federal, que já chega a R$11,7 bilhões, o problema com a terceirização se agrava ainda mais. Em maio, Roberto Leher declarou que a UFRJ não conseguiria mais pagar as contas depois de setembro.  

 
 
Sem salário não há dignidade
Esta é a tradução do sentimento dos trabalhadores terceirizados da empresa de limpeza Higi Time que estão há dois meses sem receber, sofrem ameaça de despejo e não têm dinheiro para pagar as contas.
“Eu trabalho aqui há cinco anos e essa empresa desde que entrou atrasa o pagamento, mas essa é a primeira vez que ficamos dois meses seguidos sem receber e eu só tenho até o dia 20 de agosto para continuar na minha casa”, declarou Rose Marie da Silva, trabalhadora da empresa, que sofre ameaça de despejo.
Rose sustenta sozinha, com o salário de R$ 900, quatro filhos, uma nora e um neto no complexo de favelas da Vila Cruzeiro, na Penha. Além das necessidades básicas, paga o aluguel de R$350 que, agora, está devendo há dois meses. 
Após 15 anos de serviços na UFRJ, o aposentado de 66 anos, Antonio Filgueiras, foi à reitoria no lugar do filho, que é contratado pela Higi Time. “Eu trabalhei por quinze anos em limpeza e jardinagem aqui na universidade, passei por muitas empresas porque elas só duram dois anos e só teve uma que pagava as contas em dia. Lá em casa as coisas não estão piores por causa da minha aposentadoria”, declarou Antonio.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o trabalhador terceirizado ganha até 30% a menos que um trabalhador contratado. Nas instituições públicas, esse número chega a 50% a menos do que os trabalhadores concursados. No setor, as mulheres negras são a maioria. 

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