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Cientistas rejeitam medidas do governo Temer


Silvana Sá

Os integrantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, durante a reunião anual da entidade, rejeitaram uma série de medidas do governo de Michel Temer. A recente extinção da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC foi uma das ações criticadas pelos cientistas. Eles também repudiaram a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações.

Durante o encontro realizado em Porto Seguro (BA), entre os dias 3 e 8, também houve manifestação da assembleia geral da entidade em defesa do Estado Democrático de direito e pelo fortalecimento da democracia no país. “Os processos políticos e eventuais mudanças políticas devem ocorrer sempre em conformidade com o que estabelece a Constituição Federal, com o respeito às instituições, dentro das regras democráticas e seguindo os princípios da ética. O estado de direito não pode ser subjugado a interesses econômicos e políticos menores”, diz trecho do documento.

Houve apoio ao documento de pesquisadores indígenas feito em parceria com caciques e lideranças (íntegra em http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_563.pdf). A moção aprovada pelos sócios da SBPC destacou “ser inadmissível, no âmbito do Estado democrático de direito, que sejam violados os direitos originários garantidos tanto na Constituição brasileira quanto nos instrumentos jurídicos internacionais dos quais o Brasil é signatário”.

A assembleia retirou da pauta um manifesto contrário ao governo Temer. “Houve o entendimento consensual de que aprovar ou rechaçar o documento dividiria a Sociedade, já que não há uma unanimidade dos cientistas quanto ao posicionamento em relação ao novo governo”, esclareceu o professor João Torres, do Instituto de Física da UFRJ e conselheiro da SBPC.

Nader continua à frente da SBPC

A pesquisadora Helena Nader, presidente da Sociedade, decidiu permanecer no cargo após o conselho da entidade se manifestar unanimemente pela sua permanência. Pesquisadores de todo o Brasil também prestaram solidariedade. Ela havia colocado o mandato à disposição após ser chamada de “pelega” por um grupo que criticou a falta de uma posição da SBPC sobre o governo de Michel Temer. O conselho pediu, por unanimidade, que a pesquisadora permanecesse à frente da SBPC, o que foi acolhido.

Os ataques pessoais vieram depois de Nader ter declarado em evento que “A SBPC é uma entidade sem cor político-partidária” e a que a Sociedade “não está unânime em posições”. O conselho e a assembleia da entidade científica aprovaram nota de desagravo a Helena Nader. “Manifestações de caráter violento que visam desqualificar pessoas, e não debater ideias, são incompatíveis com a missão da SBPC e o Estado democrático”, diz um dos trechos do texto.

Veja a íntegra

“A Diretoria e o Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) repudiam manifestação contra a pessoa da Presidente Helena Nader durante ato público, nesta última quarta-feira. Esse ato, pela manutenção de um Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação forte e com orçamento compatível com sua missão, foi convocado pelo Conselho. Manifestações de caráter violento que visam desqualificar pessoas, e não debater ideias, são incompatíveis com a missão da SBPC e o estado democrático. Conselho e Diretoria reunidos extraordinariamente na manhã de hoje recusaram o pedido de renúncia ao cargo da Presidente e após apelo unânime de cada um dos presentes, Helena Nader aceitou prosseguir no exercício do mandato.

Porto Seguro, 7 de julho de 2016.”

 

 


Lançamento da Frente Nacional contra o ‘Escola sem Partido’ ocorre na UFRJ


Tatiana Lima

Será lançada nesta quarta, 13 de julho, a Frente Nacional Contra o ‘Escola Sem Partido’. O evento ocorre às 9h30 no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

“Tem o propósito de articulação de forças para debater de forma mais constante junto à população os riscos do ‘Escola Sem Partido’. É preciso esclarecer estudantes, pais, professores, trabalhadores servidores sobre o risco desse programa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação”, explica a professora Domenichi Miranda Sá, pesquisadora da Casa Oswaldo Cruz. Ela participa da Frente como diretora da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC).

Na esfera federal, o programa do “Escola sem Partido” tramita no Senado (PLS 193/2016) e na Câmara dos Deputados (PL 867/2015). Também está nas casas legislativas de dez estados, no Distrito Federal e em vários municípios.

No Senado, de autoria de Magno Malta (PR-ES), o Projeto de Lei 193/2016 seria discutido no último dia 7. Mas a audiência pública sobre o tema foi adiada.  Na Câmara, o Projeto de Lei 867/2015 está parado nas comissões de Educação e de Seguridade Social e Família.

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Carta-manifesto

O movimento Professores Contra o Escola Sem Partido lançou campanha na internet (http://bit.ly/2a62yXY) para pressionar a realização da audiência pública antes da entrega do parecer. O mesmo movimento ressalta em carta-manifesto, intitulada “Em Defesa da Liberdade de Expressão em Sala de Aula” (http://bit.ly/29KLn0v), assinada por mais de cem coletivos e entidades — entre elas, a Adufrj —, a ameaça à democracia e liberdade de educação que o Programa Escola Sem Partido promove.

Na prática, o projeto implica uma lista de atividades em que o professor é proibido de discutir temas do cotidiano político social em sala de aula. Qualquer menção pode ser considerada propaganda político-partidária e incitação de alunos à participação em manifestações, atos públicos e passeatas. Diz que professores não são educadores, mas apenas instrutores. Portanto, deveriam limitar-se a transmitir a “matéria objeto da disciplina”, sem discutir valores e a realidade do aluno.

Mais informações: https://contraoescolasempartidoblog.wordpress.com/

 

UFRJ unida contra as opressões

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Texto e fotos: Silvana Sá
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Professores, estudantes, técnicos e terceirizados uniram-se, no hall de entrada do prédio da reitoria, para exigir respeito à diversidade na UFRJ, na tarde deste dia 11. O ato “Não Se Cale” foi organizado pela administração central. O reitor Roberto Leher abriu a atividade e conclamou a comunidade acadêmica a juntar forças contra “o ódio, a homofobia, o racismo e todas as formas de discriminação”. “A nossa instituição tem tradição democrática e faremos frente a esse momento difícil”, disse, referindo-se ao assassinato do estudante Diego Vieira Machado, dia 2.

Fernando Zikan, diretor de Extensão da Faculdade de Medicina, pontuou a necessidade de trabalhar a autoestima das pessoas na UFRJ: “É preciso ter orgulho de ser gay na universidade, é preciso ter orgulho de ser negro, de ser nordestino. Precisamos de um movimento que nos valorize. Que valorize estudantes, professores, servidores negros, gays, nordestinos. Não somos minoria. Minoria é quem é preconceituoso”.

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Contrapor-se ao conservadorismo

Para Ildeu Moreira, professor do Instituto de Física e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o que se reflete na universidade é um movimento geral de ascensão do conservadorismo. “Há um verdadeiro genocídio de indígenas. Lideranças camponesas vêm sendo assassinadas, assim como lideranças sindicais”. Ele pediu que a universidade e seu corpo social realizem ações efetivas de combate à opressão: “É importante se solidarizar, mas devemos expandir o movimento para o Brasil inteiro. O fascismo cresce quando a gente se cala. Temos que refletir em cada sala de aula, se contrapor a essa violência. Devemos agir com nosso trabalho”.

Coordenadora de Políticas Sociais do Sintufrj, Marly Rodrigues pediu respeito às diferenças. “O que aconteceu com o Diego pode acontecer com qualquer um de nós. Somos pessoas diferentes e temos o direito de ocupar o espaço da universidade com as nossas diferenças, com as nossas escolhas, com o direito de sermos o que quisermos”.

Eduardo Serra, pró-reitor de Graduação informou que a mudança de perfil social dos estudantes da UFRJ causa desconforto em grupos mais conservadores. “Nós da PR-1 recebemos denúncias de muitos casos de opressão. E sabemos que muitos casos não são relatados. Há bolsões de resistência muito conservadores. Há um ódio também de classe. A universidade pública precisa dar uma resposta institucional e realizar um trabalho conjunto com todos os grupos que atuam no combate às opressões”.

Segurança no Fundão

Pensar a política de segurança para o campus do Fundão é uma ação urgente e necessária, para Letícia Ramos, do Diretório Acadêmico de Engenharia Química. “O assassinato do Diego tem relação com crime de ódio, mas também espelha um problema de segurança. Precisamos discutir que tipo de segurança queremos. Queremos mais PMs no campus? A mesma que mata nas favelas e periferias? Não é esse o modelo que a gente quer”. Ela pediu a reabertura de concurso público para agentes da Divisão de Segurança da universidade.

Representando a Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ, Waldinéa Nascimento disse que este segmento de trabalhadores sofre diariamente diversas formas de preconceito na universidade. “Nenhuma das falas lembrou que nós, terceirizados, sofremos racismo, homofobia. Somos invisibilizados. Nós também sofremos. Somos oprimidos, as mulheres são assediadas, os negros são discriminados. Nós também construímos esta universidade”, disse.



CET-Rio vai explicar mudanças no trânsito do Fundão durante Olimpíadas

As alterações no trânsito da Cidade Universitária antes e durante as Olimpíadas já preocupam professores, alunos e técnicos-administrativos. O fechamento da Ponte do Saber para veículos pequenos, entre 6h e 15h, a partir do dia 18 de julho, é uma das mudanças. Para esclarecer dúvidas da comunidade acadêmica sobre o assunto, a Prefeitura da UFRJ organizou uma palestra do diretor de operações da CET-Rio, Joaquim Dinis, para esta quinta-feira (14).


A atividade será realizada no auditório 1 do Parque Tecnológico, a partir das 14h. A sala fica na rua Paulo Emídio  Barbosa, 485, no prédio da administração ao lado do restaurante Couve-Flor.

A participação é livre, mas a Prefeitura da UFRJ prioriza o convite aos divulgadores e formadores de opinião da universidade como integrantes das assessorias de comunicação. O objetivo é ampliar a difusão das informações prestadas pela CET-Rio.

 

(Com informações da Prefeitura Universitária)


Não falte! Assembleia dia 26 discutirá limite de gastos na Educação Pública

A próxima Assembleia da Adufrj vai discutir a mobilização contra a Proposta de Emenda Constitucional nº 241. A medida foi encaminhada ao Congresso pelo governo interino e institui um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Se aprovada, será devastadora para a Educação Pública.

A reunião está marcada para 26 de julho (terça-feira), de 12h30 às 16h. Será realizada simultaneamente na Sala A327, Bloco A, 3º andar, do Centro de Tecnologia; e no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Tecnologia de videoconferência vai ligar os dois locais.

A Adufrj distribuiu, nos últimos dias, um boletim especial sobre a PEC nº 241, que pode ser lido em: goo.gl/rI151O

Mais informações a respeito do tema também podem ser conferidas no blog recém-criado pela Seção Sindical, em www.adufrj.org.br/tireamao/

 

 

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