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A região portuária do Rio é um verdadeiro museu a céu aberto, capaz de contar histórias das quais nos orgulhamos e aquelas dolorosas, que precisam ser lembradas para não serem repetidas. Um dos períodos mais vergonhosos para o Brasil é o da escravatura. O Rio de Janeiro, precisamente o Centro da cidade, sediou o maior porto receptor de africanos escravizados do mundo. Pelo Cais do Valongo passaram mais de um milhão de pessoas – negociadas como objetos – durante seus vinte anos de funcionamento.

Essa e outras histórias serão contadas no próximo dia 3 de junho, na segunda edição da visita guiada à “Pequena África”, na região portuária. A atividade é promovida pela AdUFRJ. O guia da imersão é o historiador Gabriel Siqueira. O ponto de encontro será em frente ao Museu de Arte do Rio (MAR), às 14h.

Munido de seu berimbau e de um profundo conhecimento sobre a história e cultura afro-brasileiras, Gabriel, que é capoeirista, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana e professor, levará colegas da UFRJ a um passeio histórico, contado sob a perspectiva afrorreferenciada, isto é, pelo olhar dos povos escravizados no Brasil.

WhatsApp Image 2023 05 25 at 19.34.003A “viagem” durará aproximadamente três horas, com cinco pontos de parada, algumas músicas e muitas reflexões sobre quem fomos, quem somos e quem queremos ser. “É função também do sindicato promover atividades culturais que reúnam seus filiados, que os apresente a reflexões. O sindicato precisa criar mais formas de interação entre os professores”, defende a professora Ana Lúcia Cunha Fernandes, diretora da AdUFRJ e idealizadora da atividade. “A primeira edição foi um grande sucesso. Descobrimos que era uma demanda reprimida dos nossos professores”, conta.

Esta edição traz como ênfase a luta pela abolição da escravatura e os 135 anos da Lei Áurea. “É uma oportunidade também de refletirmos sobre o que foi todo o processo que culminou na abolição, suas marcas, suas conquistas, suas dívidas históricas”, avalia a professora.

Entre os locais visitados está o Largo da Prainha, que exibe a imponente estátua de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal e criadora do balé afro-brasileiro. Apesar de ter sido aprovada na seleção para o corpo de baile da instituição, Mercedes não foi autorizada a se apresentar por ser negra. Em 1981, a bailarina relembrou sua história: “Nem que pusesse um capacho cobrindo meu rosto me deixavam pisar em cena”.

Quem participou da primeira edição do passeio, recomenda. “É muito importante a gente saber sobre a nossa história. Eu me emocionei em vários momentos”, revela a professora Lea Miriam Fonseca, aposentada da Faculdade de Medicina. “Parabéns à AdUFRJ pela iniciativa. Espero que esse programa continue”.

O passeio é gratuito para professores sindicalizados. Acompanhantes pagam R$ 30. Docentes filiados aposentados têm direito a um acompanhante também gratuito. As inscrições podem ser feitas até o dia 29 de maio pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. As vagas são limitadas. Participe!

WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.45 3O Observatório do Conhecimento está com a agenda recheada de atividades para os próximos dias, em Brasília. São três as principais frentes de atuação junto ao Congresso e ao governo: um projeto de lei que acabe com a lista tríplice para a escolha de reitor; o apoio à formação da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas; e um projeto de lei para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
As comissões de Educação, de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Legislação Participativa da Câmara aprovaram a realização de uma audiência pública conjunta sobre a nomeação de reitores. Em paralelo, o Observatório entrou em entendimento com a associação nacional de reitores (Andifes) de que a lei deve ser mudada para que não haja mais a lista tríplice. Agora, a rede de associações docentes atua para convencer o Ministério da Educação da pauta. No parlamento, a ideia é conduzir o parecer, sob relatoria do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), na mesma direção.
A intenção do Observatório é fazer uma semana de mobilização em torno do tema, na segunda quinzena de junho, quando acontecerá a audiência pública na Câmara, contando com a participação, além da Andifes, da UNE, ANPG e Fasubra.
Já a comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara aprovou a proposta da deputada Ana Pimentel (PT-MG) para a realização do seminário “O papel das Universidades e dos Institutos Federais na reconstrução de um projeto nacional de combate às desigualdades”, que será organizado pelo Observatório. A ideia consiste em apresentar a universidade pública como um espaço de produção de conhecimento essencial para um projeto de reconstrução do país, que engloba a luta contra as desigualdades. Serão quatro eixos de discussão relacionados ao papel das universidades no enfrentamento das desigualdades: economia, políticas raciais, políticas de gênero e mudanças climáticas. O objetivo é realizar essas discussões durante a semana de mobilização que está sendo organizada na segunda quinzena de junho.
Outra iniciativa que conta com o apoio do Observatório é a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas. O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) está liderando a coleta de assinaturas no Legislativo. A expectativa é que a frente contribua para o planejamento estratégico de ações em defesa da educação superior pública e seja, ao mesmo tempo, mais um canal de atuação do Observatório no Congresso.
O planejamento é para que o lançamento da frente aconteça também na semana de mobilização planejada para junho, em um evento que vai celebrar o aniversário de quatro anos do Observatório do Conhecimento.
Aproveitando a mobilização em torno do PL da escolha de reitores, o Observatório vai propor a transformação do decreto que criou o PNAES em uma lei. A intenção é propor, através de um parlamentar, a realização de uma audiência pública no Congresso sobre o tema. A questão também pode ser incluída como um dos eixos de trabalho da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas.
Além disso, por sugestão do Observatório, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) encaminhou uma proposta de emenda ao relator da Medida Provisória do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), criando uma modalidade específica para a construção de moradias estudantis. No entanto, o parecer do relator, deputado Marangoni (União-SP), ainda não foi apresentado.
“Nossa agenda de maio é de planejamento para ações em junho, mas não é menos importante”, observou a coordenadora do Observatório, professora Mayra Goulart. “E estas três frentes de trabalho não resumem a nossa atuação este ano. Estamos articulando na Câmara a defesa da manutenção da Lei de Cotas. Estamos, em parceria com um grupo de pesquisadores, criando uma pesquisa sobre saúde mental nas universidades, e na fase final de elaboração do Orçamento do Conhecimento de 2023 e de um monitor para o orçamento. Ações junto ao Legislativo e à sociedade civil, no sentido de criar políticas públicas que valorizem a universidade e a Ciência”, explicou.

WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.43 2Foto: Karine VerdoornConstruir uma nova forma de sindicalismo, mais sintonizada com o cotidiano das universidades, demanda também disputar velhas arenas. É o caso do Andes, um dos maiores sindicatos do país, hegemonizado pelo mesmo grupo político há duas décadas e engessado por práticas e discursos sectários. Pois bem, na semana passada, a diretoria da AdUFRJ pediu o voto dos colegas para mudar as coisas no Andes. A recepção foi fantástica e queremos agradecer a cada professor e professora.
Batemos um recorde importante. Setecentos e setenta e um professores da UFRJ votaram. Em 2018, último pleito presencial, somente 542 docentes compareceram às urnas. Além da participação inédita, o resultado demonstra um claro recado dos eleitores: a ampla maioria dos docentes da UFRJ quer mudanças no Sindicato Nacional.
Eis os números: a chapa da situação obteve apenas 275 votos, 162 a menos do que os 437 somados pelo Renova Andes, principal grupo de oposição e reunido na Chapa 3. Aliás, aqui na UFRJ, a Chapa 3 contabilizou mais votos do que a soma das chapas 1 e da 2, formadas por grupos políticos que até pouco tempo caminhavam juntos na direção do Sindicato Nacional.
Nacionalmente, o resultado foi diferente. A oposição perdeu. Por pouco, mas perdeu. Apenas 295 votos separaram a Chapa 3 da 1, em um universo de 16.351 votantes. O 1,6% de diferença e a expectativa de vitória da oposição (que na contagem paralela esteve na maior parte do tempo à frente) deve nos ajudar a pensar o movimento docente nacional.
O resultado poderia ser diferente se não houvesse as manobras perpetradas pela Comissão Eleitoral Central, controlada pela atual direção, que impediram que professores de universidades como UFSCAR e UFMG votassem. Por ironia, o candidato a presidente da chapa vencedora, professor da Federal de Minas Gerais, entra para a história como o presidente que não recebeu nenhum voto da sua base. Porém, é sabido que esse é o método que as burocracias sindicais utilizam para continuar encasteladas na direção.
Diante desse cenário, que se repete há mais de duas décadas, é preciso ir além para vencer. A oposição à atual direção do Andes precisa cada vez mais — e esse é o nosso desejo e nosso horizonte de atuação — se conectar ao movimento docente que não é feito exclusivamente por militantes preocupados com a radicalidade da luta política mundial. Mas também por professores e pesquisadores ansiosos com temas caros às condições concretas de seu trabalho, como a recomposição salarial, os valores das bolsas de pós-graduação, a democratização do acesso ao ensino superior, a redução da evasão e o aumento orçamentário das universidades.
Essa reconexão com a identidade do trabalho docente é central para nossa diretoria. Acreditamos que assim ampliaremos o engajamento no dia a dia da AdUFRJ e, consequentemente, multiplicaremos o comparecimento às urnas. No caso do Andes, a média nacional de participação foi de apenas 25% da categoria. Um percentual muito baixo e que reflete métodos arcaicos, como votação presencial em urnas de papel, processo que, no mínimo, aliena parte dos professores aposentados. Obedecemos às regras, mas queremos mudá-las antes que a burocracia engula a nossa voz.
Mais uma vez, obrigada pela participação.
Boa leitura!

WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.58.14A votação para a diretoria do sindicato nacional registrou números inferiores à eleição de 2018, a última antes da pandemia — em 2020, com o pleito virtual, houve uma queda de quatro mil votantes. O colégio eleitoral encolheu de 69.152 há cinco anos para 64.914 de agora. O comparecimento às urnas também apresentou uma ligeira diminuição: de 16.887 para 16.351. A situação contrasta com a crescente participação dos professores da UFRJ.

“A opção da diretoria do Andes em manter um discurso sectário e radical e uma metodologia apartada da vida do professor acaba afastando progressivamente a categoria”, afirmou a vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart. “Este sindicalismo tradicional, misturado com o sectarismo de partidos e movimentos de extrema esquerda tem como resultado o desinteresse dos professores pela participação no Andes”, completa.

Se o panorama nacional inspira preocupação, a votação na maior federal do país é motivo de celebração. Desde 2014, o quórum só faz crescer: foram 307 votantes em 2014; 456 em 2016; 542 em 2018; 762 em 2020 (no virtual); e 771 neste ano. Também considerando 2018 como ano-base, um crescimento de 42,25%. “A AdUFRJ, ao contrário da diretoria nacional, já há algumas gestões tem feito um movimento de aproximação com a categoria”, continuou Mayra.

A ideia é dialogar com o máximo de colegas, não apenas com os militantes. “Uma aproximação com os reais interesses do professor ‘comum’, que tem a ver com dar aula, fazer pesquisa e extensão. Ao se aproximar desse professor ‘comum’, a AdUFRJ gera uma identificação que expande a participação”, afirmou a vice-presidente.

Isso não quer dizer que está tudo bem. “Claro que encontramos entraves à sindicalização. No mundo inteiro, os sindicatos estão perdendo filiados. Mas a gente está conseguindo expandir a participação daqueles que já estão filiados e estamos nos esforçando para aumentar o número de filiados”, concluiu.

Presidente da AdUFRJ e da comissão eleitoral local, o professor João Torres também celebrou os 771 votantes, mas reforçou a necessidade de o Andes adotar uma forma de votação virtual. “O quórum poderia ser muito maior”. O modelo, porém, precisa ser bem mais simples que o da eleição do Andes de 2020, durante a pandemia. “Naquele ano, o professor precisava acessar uma sala do Zoom com a câmera ligada para provar que era ele e só aí recebia um link para votar. Foi muito complicado”, critica. O presidente acredita que a simplificação facilitaria a participação dos aposentados menos acostumados com as novas tecnologias. “Além disso, quando a pessoa se aposenta, às vezes, ela se muda para uma cidade distante da universidade e não tem disponibilidade para viajar só para votar”.

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APURAÇÃO NACIONAL
CONFIRA AQUI o mapa de apuração nacional. A chapa 1 venceu em 48 seções eleitorais; seguida pela chapa 3, com 34; e a chapa 2, com 13. Houve apenas um empate entre as chapas 1 e 3 na Associação de Docentes da Universidade Federal do Sul da Bahia (2 votos para cada).

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 2Fotos: Fernando SouzaAo som do berimbau, professoras e professores viajaram para o Brasil do século XVII. Oferecido pela AdUFRJ aos docentes sindicalizados, o passeio durou toda a manhã de sábado, 29, e encantou os participantes. Foi uma visita guiada afrorreferenciada – contada sob a perspectiva dos povos escravizados no país. O roteiro percorreu a chamada Pequena África, na região portuária do Rio. Lá, especificamente no Cais do Valongo, desembarcaram mais de um milhão de negros escravizados, vergonhoso fato que o tornou o maior porto receptor de mão de obra escrava do mundo.
O passeio, com 30 vagas, foi esgotado na primeira semana em que foi anunciado pela diretoria da AdUFRJ. A imersão começou às margens da Baía de Guanabara, ou Guanapará, como era chamada por cerca de 20 mil indígenas que viviam no seu entorno, quando os portugueses chegaram ao Brasil, no século XVI. Houve outros quatro pontos de parada: na Igreja de São Francisco da Prainha, cuja construção se iniciou em 1.696; no Largo de São Francisco da Prainha – a igreja e a praça levam esse nome porque havia uma praia onde hoje é a rua Sacadura Cabral; na Pedra do Sal, local de desembarque do sal importado da Europa, durante o Brasil-Colônia; e no Cais do Valongo – redescoberto em 2011, nas escavações para obras das Olimpíadas de 2016.
Em cada parada, mais uma história de resistência era desvelada sob olhares e ouvidos atentos de rostos jovens e maduros. Primeira diretora da Divisão de Saúde do Estudante, da então Superintendência de Políticas Estudantis, a professora Marilurde Donato, aposentada da Escola de Enfermagem Anna Nery, estava ansiosa por cada momento. “Minha expectativa é alta a cada ponto. Esse passeio serve para nos informar melhor e para nos formar”, opinou.WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 3
Professora da Fisioterapia, Waleska Silveira levou os sobrinhos de 16 e 19 anos. “A gente já planejava fazer um passeio como este pela cidade e a AdUFRJ nos proporcionou a oportunidade perfeita”, contou. “Esse passeio nos faz conhecer uma perspectiva que a gente não aprende nas escolas”, observou Bernardo Correia, estudante do ensino médio. “Estou achando tudo muito interessante. As músicas tocadas são muito bonitas. Uma experiência enriquecedora”, completou a irmã, Ana Clara Correia, estudante de Engenharia de Alimentos da UFRJ.
Num dos pontos, descobrimos mais sobre o angu, prato tradicional e sagrado da culinária afrobrasileira, originalmente chamado zungu e proibido pelo Estado brasileiro. “As casas de zungu eram locais onde se fazia a comida, onde se reuniam muitos negros, onde tinha batuque”, contou Gabriel Siqueira, historiador e guia do passeio. “Era feito e vendido pelas negras minas no Rio, mulheres auto-organizadas, matriarcas do povo negro”. Eram conhecidas como negras minas por virem do Porto das Minas, na África.
Os ensinamentos da manhã de sábado foram transformadores. “A gente aprende tanta coisa! Estou gostando muito, muito!”, exclamou a professora Regina Célia Reis Nunes, aposentada do Instituto de Macromoléculas. “A AdUFRJ me presenteou com esse passeio que eu já queria fazer há tempos. Que passeio bom”, elogiou.
D3 5844“O professor é excelente. Tem realmente um conhecimento muito aprofundado”, completou a professora Lea Miriam Fonseca, aposentada da Faculdade de Medicina. “É muito importante a gente saber sobre a nossa história. Eu me emocionei em vários momentos”, revelou. “Parabéns à AdUFRJ pela iniciativa. Espero que esse programa continue e que a AdUFRJ me convide para os próximos”.
Quem também elogiou a programação foi a professora Angela Maria Pacheco, aposentada da Escola de Química. “Adorei o passeio. Aprendi muito aqui”, disse ela, que fez ainda uma sugestão. “Espero que haja outros passeios históricos e também ecológicos, com destaque para a botânica e meio ambiente”.
A próxima turma desbravará a Pequena África em 27 de maio, com ponto de encontro em frente ao Museu de Arte do Rio. Para participar, basta enviar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. com assunto “Pequena África”. O passeio é gratuito para professores filiados. Os aposentados têm direito a um acompanhante inteiramente grátis. Outros acompanhantes pagam R$ 30.

GUIA, CAPOEIRISTA,
HISTORIADOR, PROFESSOR

O guia da imersão na Pequena África foi o historiador Gabriel Siqueira, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana e professor da educação básica e da Uerj. O docente também é capoeirista e escreveu os livros “Cativeiro Carioca”, que conta a história da perseguição aos capoeiras nas ruas do Rio de Janeiro, entre 1888 e 1930, e “Uma questão de raça – racismo, ações afirmativas e o caso da Uerj”, uma adaptação de sua tese de doutorado.
“Em 2022, fez 21 anos de ações afirmativas na Uerj, onde fiz o doutorado, e foi a ocasião para o lançamento do segundo livro, que é fruto da minha tese”, explica o historiador. “Mas, em 2015, já com algum acúmulo dessa perspectiva histórica, lancei ‘Cativeiro Carioca’, que trabalha a hipótese de cativeiro a céu aberto, com a criminalização da capoeira e o fenômeno do feitor público, papel desempenhado pela Guarda Real da Polícia no Rio de Janeiro”, conta o autor.
Guiar professores universitários a uma história ainda negligenciada pela academia é mais que um trabalho, é uma missão para o historiador. “Participar de um encontro de gerações, com professores com mais de 30 anos de magistério, me mostra o quanto a história do nosso povo ainda não está disponível para o grande público”, observa Gabriel Siqueira. “História que foi apagada, nomes e sobrenomes propositalmente apagados, para desumanizar o nosso povo. Eu me sinto realmente cumprindo a missão de divulgador dessa história que a História ainda não conta amplamente”.
Além do roteiro pela Pequena África, o historiador trabalha com outros circuitos afrorreferenciados, como visitas a quilombos, e vivências em aldeias, como a dos Pataxós de Parati.

 

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