facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2022 04 26 at 09.01.21Depois dos assaltos, viatura foi posicionada na calçada ao lado do campus - Foto: Estela MagalhãesEstela Magalhães e Silvana Sá

Os furtos de celulares aumentaram 280% em março de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, na região de Botafogo e Urca, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro. Foram 190 ocorrências contra 50 em março de 2021. Roubos a transeuntes, ou seja, a pessoas que se deslocam a pé, cresceram 100% e passaram de 34, em março de 2021, para 68, em março deste ano. Os dados de abril ainda não estão consolidados, mas a comunidade acadêmica da Praia Vermelha sentiu na pele o aumento desses crimes.
Nas primeiras semanas do retorno das aulas presenciais houve relatos de assaltos e arrastões nas ruas que contornam o campus, sobretudo na Avenida Venceslau Brás. Raíssa Rocha, aluna de Relações Internacionais, foi uma das vítimas. Já era noite e chovia quando ela esperava o ônibus com um grupo de aproximadamente oito pessoas no ponto próximo à saída do campus. “Parou um ônibus na nossa frente e saltaram três pessoas. Duas vieram para cima de mim, levaram a minha bolsa com absolutamente tudo: carteira, material da faculdade, caderno, perdi tudo”, contou. O curso é noturno, e as ocorrências são à noite em sua maioria. “Eu já estou com medo de andar por lá, justo na porta da minha faculdade. É assustador”, completou.
Sam Veras, outro estudante do curso de Relações Internacionais, presenciou o caso, mas conseguiu escapar sem perdas. “Na hora demorei a perceber, só quando um amigo gritou para correr que eu entendi que se tratava de assalto. Mas até isso acontecer eu já estava correndo. Dois amigos correram de volta para a Praia Vermelha e as outras pessoas fugiram no sentido Urca e depois atravessaram no sinal”, relatou.
“Agora estou voltando de Uber sempre. Acabo gastando bem mais dinheiro e fico aflita todos os dias antes de ir para a faculdade”, contou outra estudante de Relações Internacionais, que tem medo de se identificar. “Isso tem afetado muito meu rendimento em geral. Desde que as aulas voltaram e eu presenciei os assaltos, a minha saúde mental piorou muito, noto que eu estou bem mais estressada e não consigo mais focar em nada durante o dia”.
Pelas redes sociais, outros alunos relataram episódios semelhantes, com roubos inclusive dentro de coletivos. Os casos, infelizmente, não são novidade. Uma dessas abordagens terminou em tragédia. Em 2015, o estudante Alex Schomaker Bastos, de 23 anos, foi assassinado em uma tentativa de assalto em frente ao campus, do outro lado da rua. Os dois criminosos que estavam em uma moto fugiram, mas foram depois capturados e condenados por latrocínio.
Flávio Alves Martins, decano do CCJE, recebeu reclamações e relatos das ocorrências. “Por ser uma área externa, a gente precisa ter esse diálogo com as forças de segurança da cidade e do estado”, diz. O assunto também foi debatido em reunião do Conselho de Coordenação do CCJE, na semana passada. “É uma realidade que parece estar aumentando em toda cidade, não é uma questão só de polícia. A gente precisa saber o que pode ser feito também pelo estado para dar condições minimamente dignas para que as pessoas não abracem essas práticas criminosas como solução de vida”, completou o professor.
A 10ª DP (Botafogo) é a responsável por investigar ocorrências na região. O inspetor-chefe da delegacia, Johnny Deckers, reconheceu que aumentaram os registros de furtos e assaltos. “Ainda não temos as informações consolidadas do mês, mas houve aumento dos casos”, relatou. “Temos nos empenhado em reprimir essa atuação criminosa e conseguimos recuperar muitos aparelhos roubados”, afirmou o policial. “Nosso foco de atuação é identificar os receptadores. Hoje mesmo (quinta-feira, 28) já identificamos dois endereços pela localização dos aparelhos”.
O inspetor aconselhou não reagir a uma abordagem e reforçou que a principal medida a ser tomada pela vítima é registrar a ocorrência para que as investigações aconteçam. “Quando temos a informação completa, conseguimos oficiar a operadora, que nos passa todas as informações assim que aquele aparelho é religado para uso. Os furtos de celulares acontecem sobretudo porque existem pessoas que compram esses aparelhos roubados”.
Raíssa Rocha, nossa primeira personagem desta reportagem, registrou queixa no dia 15 de abril, na 10ª DP. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que “as investigações estão em andamento para identificar e localizar os autores do crime”.
Em reunião com representantes do 2º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo da região, André Maximiano, subprefeito da Praia Vermelha, e Robson Gonçalves, assessor de Segurança da Prefeitura Universitária, solicitaram um aumento da patrulha na localidade. Uma viatura e duas motos vão rondar o entorno do campus. André destaca outras medidas que estão sendo tomadas para garantir a segurança também do lado de dentro dos muros. “Nós já abrimos o processo para comprar mais refletores para iluminar o campo (de futebol) e em torno do Palácio, para diminuir a sensação de insegurança”, explicou.
O 2º Batalhão confirmou que houve aumento dos registros em abril, mas os números só serão consolidados na próxima semana. Uma viatura já está permanentemente estacionada na calçada do campus. Já a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal de Ordem Pública informaram que as instituições não têm previsão de ampliar suas atividades no local.

279700933 364927982347630 3109259401419878978 nSindicatos, movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos se reuniram no Aterro do Flamengo no domingo, 1º de maio, para celebrar a data e cobrar melhores condições de vida para a população. O ato foi contrário ao governo Bolsonaro e apontou para a união do campo progressista em torno da candidatura do ex-presidente Lula. Personalidades e políticos também participaram da manifestação, como a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e os pré-candidatos ao governo do Rio Marcelo Freixo (PSB), Cyro Garcia (PSTU) e Eduardo Serra (PCB). A AdUFRJ participou do ato. Dezenas de professores da UFRJ marcaram presença na barraca do sindicato, que distribuiu água, suco, bolo e muito afeto no reencontro nas ruas após a pandemia. Confira algumas imagens.

Fotos: Alessandro Costa/AdUFRJ

 

279639435 364927865680975 7148283352887137799 n279683810 364928025680959 3829240394197206704 n279618284 364928079014287 3882549931188084493 n279680553 364857109021384 4160661451030794894 nWhatsApp Image 2022 05 02 at 19.14.14WhatsApp Image 2022 05 02 at 19.14.16

bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Esta é uma alvissareira edição do Jornal da AdUFRJ. Em quatro páginas, mostramos os bastidores de Ciência: Luta de Mulher, documentário produzido pelo Observatório do Conhecimento. O filme tem 17 minutos e será lançado no dia 26, em Brasília, e no dia 29, às 18h, no Rio, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Todos, todas e todes serão bem-vindos.
O documentário começou a ser idealizado em fevereiro e as filmagens duraram dez dias. A produção atravessou o Brasil atrás de personagens que retratassem a pluralidade e a diversidade da produção da Ciência feita pelas mulheres no país. O resultado é virtuoso e pode inspirar meninas e jovens a se aventurarem pelo caminho acadêmico.
Quatro protagonistas contam suas próprias histórias: Helena Padilha, Isis Abel, Maria da Glória Teixeira e Nina da Hora. Todas mulheres, duas brancas, duas pretas, idades diversas, vozes de Pernambuco, Pará, Bahia e Rio de Janeiro, três delas professoras de universidades federais e uma cientista da Computação e pesquisadora de temas ligados à segurança digital.
“Queríamos que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias e diferentes fazeres que podem ser entendidos como Ciência”, explica a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e idealizadora do documentário. “Em vez de ser concebido para ressaltar mulheres que são grandes cientistas, nosso enfoque é outro: encorajar jovens mulheres que não se veem representadas, necessariamente, nesses grandes exemplos já consolidados”.
As trajetórias das quatro pesquisadoras se entrelaçam no decorrer do filme e carregam o espectador para uma multiplicidade de Brasis, todos unidos pela universidade pública. “Fazer o filme fortaleceu a minha vontade de defender o que é público. As universidades públicas têm um papel fundamental no desenvolvimento humano e do país. E nós temos visto o que elas têm passado aqui no Brasil”, conta Rithyele Dantas, diretora do filme.
Para nós, da diretoria da AdUFRJ, é uma honra ter o sindicato envolvido nesse projeto inspirador e comprometido com o futuro de uma Ciência inclusiva, feminista, corajosa e diversa. Que venham mais inciativas desse tipo, que liguem Arte e Ciência, e que carreguem a aventura da universidade para o mundo mágico das telonas e telinhas. A plateia agradece.
Boa leitura! E vejam o filme!

c4db4975 8f0c 42ac a590 829ae71933a1Contar a história inspiradora de mulheres na Ciência para outras mulheres que inspiram com a sua atuação acadêmica, sindical e política. Assim foi o lançamento, em Brasília, do filme “Ciência: luta de mulher”, produzido pelo Observatório do Conhecimento. Cientistas, professoras da educação básica, representantes sindicais e do Congresso estavam na plateia. No Rio, o lançamento do filme aconteceu na sexta-feira (29), no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

Vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório, a professora Mayra Goulart abriu o evento falando sobre o propósito do filme. “Queremos inspirar as jovens, a partir da história de quatro cientistas bem-sucedidas, a acreditar que elas podem ser cientistas também”, disse Mayra, que espera que o filme promova um amplo debate. “Nossa intenção é que em todo lugar que o filme for exibido haja um aprofundamento da discussão do aumento da presença das mulheres em lugares de poder”, explicou.

Para a professora, é importante que o filme seja exibido em escolas e universidades. “Enquanto idealizadora, acredito que o documentário seja útil para mostrar que mulheres com diferentes origens, perfis e saberes podem ser cientistas. Eu defendo que a Ciência deva ser um espaço de diversidade, tanto nas trajetórias de seus ocupantes como em seus fazeres”.

Esse anseio foi compartilhado por algumas convidadas. “O filme é inspirador, é a materialização do ‘esperançar’ de Paulo Freire”, elogiou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que fez um paralelo entre a luta por espaço das mulheres na Ciência e na política. “O sexismo é estruturante, se expressa em vários segmentos da sociedade. A Ciência e a política são atividades de ressignificação e de transformação, espaços que precisam ser ocupados por mulheres”, defendeu a parlamentar.

A intenção do Observatório do Conhecimento é levar o filme às escolas de educação básica. Presente ao lançamento, a professora Vilmara do Carmo, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), apoiou a ideia. “Fazendo o circuito do documentário, nós vamos ajudar a desconstruir barreiras, para que as nossas alunas possam de fato ter a liberdade de escolher que área da Ciência querem abraçar como carreira”, disse.

Para Vilmara, o filme passa a sua mensagem com muita tranquilidade. “Adorei. Me emocionei várias vezes. Acho que nossas alunas e alunos vão gostar muito”. Ela ainda fez um paralelo entre a Ciência e o sindicalismo como espaços de luta. “O movimento sindical também é um espaço difícil para nós [mulheres] ocuparmos. Mas hoje, graças à luta das mulheres que me antecederam, é mais fácil. Tenho que reconhecer a luta delas. É uma luta permanente, ela não se encerra”, explicou a professora.

O evento abriu espaço para outras mulheres falarem sobre seus trabalhos. Foi o caso das professoras Roseany de Vasconcelos Vieira Lopes e Mônica Cristina França, responsáveis pelo projeto “Elas na Engenharia”, que realiza palestras e atividades para alunas do ensino médio, incentivando o acesso das estudantes às carreiras de Ciências exatas. O projeto foi desenvolvido a partir de um estudo que detectou o alto índice de abandono de mulheres dos cursos de Engenharia do campus do Gama da UnB, onde Roseany leciona. Mônica é professora do ensino médio em uma escola da rede pública do Gama.

Rio tem depoimentos emocionantes

O lançamento no Rio aconteceu na noite de 29 de maio. As professoras Tatiana Roque e Tatiana Sampaio falaram de suas experiências enquanto mulheres cientistas. A mesa de abertura foi conduzida pela professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. Houve, ainda, a participação das estudantes Natália Trindade e Júlia Vilhena, do DCE. Após a exibição do documentário "Ciência: Luta de Mulher", a noite ficou ainda mais completa com o depoimento de uma das personagens do filme, Nina da Hora. Cintia, filha de outra protagonista do filme, a professora Ísis Abel, também fez um relato emocionado. Veja algumas fotos de Alessandro Costa.

 

279226996 363782719128823 1394670911284880493 n    279205077 363782755795486 742756641936535920 n    279209799 363782819128813 7818533461147217381 n

 

279044169 363789975794764 484359878248787577 n     279088841 363789909128104 7625058504189576600 n

 

279176963 363789862461442 4792642353426454362 n     278972009 363789829128112 7015956973186132725 n

 

279573345 363811555792606 1606503758043811689 n     279573212 363811599125935 3550416344357338767 n

WhatsApp Image 2022 04 20 at 15.45.20Ciência: Luta de Mulher enfrenta o desafio de mostrar a diversidade brasileira na produção científica. Para isso, as idealizadoras do projeto atravessaram o país e encontraram personagens que retratam essa virtuosa pluralidade. “Queríamos que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias pregressas”, conta Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e uma das participantes de todas as etapas da produção. A seguir, a professora de Ciência Política da UFRJ detalha a história do documentário que será lançado dia 26, em Brasília, e dia 29, no Rio, às 18h, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

Jornal da AdUFRJ - Como surgiu a ideia do documentário “Ciência: luta de mulher”?
Mayra Goulart - Esta temática já estava no planejamento do Observatório quando eu ingressei na diretoria da AdUFRJ. A proposta já estava presente no calendário das atividades para o mês das mulheres. O calendário foi definido em diálogo com outras entidades que trouxeram propostas para destacar o papel das mulheres na Ciência. Daí surgiu a ideia do documentário.

Na sua avaliação, qual é a importância de jogar luz sobre a presença das mulheres na Ciência?
Eu estudo representação política de mulheres na Câmara dos Deputados, acompanhando as deputadas eleitas em 2018, e mapeando as suas trajetórias prévias e performances atuais no Parlamento. Tenho interesse particular nessa área de representação de mulheres, e a Ciência, assim como a Política, é um campo de histórica sub-representação de mulheres. Outro ponto importante, que conecta minha trajetória pessoal com a concepção do documentário, é a ênfase na ideia de interseccionalidade, uma vez que vem a corroborar uma série de leituras acerca do tema, além das vivências dentro do campo. Faço essa associação a partir de leituras sobre feminismos que reforçam a ideia de que as opressões são interseccionais, ou seja, elas se acumulam, se multiplicam e têm interseções.

E como essa interseccionalidade influenciou a concepção do filme?
Achamos interessante mudar um pouco o enfoque do documentário, porque seria um documentário clássico abordando as carreiras de mulheres cientistas que têm contribuições mais renomadas. Eu quis mudar um pouco esse enfoque para não ser sobre a perspectiva de quem já chegou, mas de quem quer chegar ou de quem pode chegar.

Como assim?
Em vez de ser concebido para premiar ou ressaltar mulheres que são grandes cientistas, mostrando que o sucesso na carreira foi possível para algumas mulheres, o enfoque passa a ser outro: encorajar jovens mulheres que não se veem representadas, necessariamente, nesses grandes exemplos. Daí a ideia de escolher personagens que conseguiram furar as barreiras, transcender os diferentes obstáculos que permeiam esse campo da Ciência, ou seja, a ideia foi mostrar, a partir de trajetórias que refletem esse campo da interseccionalidade das opressões, que os obstáculos são possíveis de serem transpostos. E uma outra questão, paralela a essa, foi mostrar a diversidade de fazeres de mulheres na Ciência, a diversidade de perfis, de fazeres. Ou seja, mulheres diferentes, com perfis diferentes, fazendo coisas diferentes.

E isso estabeleceu os critérios para buscar as personagens para o documentário? Como vocês escolheram as personagens?
Foi a partir do critério da diversidade. Queríamos exatamente isso que eu acabei de te falar: que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias pregressas e diferentes fazeres que podem ser entendidos como Ciência. Foi a partir do critério da diversidade que escolhemos essas quatro mulheres.
E veio daí a ideia de não falar de mulheres cientistas que atuam nas maiores universidades do Brasil, como, por exemplo, a UFRJ, a USP ou a Unicamp?
Exatamente. Foi fazer uma coisa que fugisse desse esquema mais tradicional. Por acreditar que isso já existe. É importantíssimo, não vou tirar o mérito desse discurso, ele é muito importante. Mas já tem bastante. Já tem filme na Netflix sobre Marie Curie, já existe uma série excepcional da Fiocruz sobre o tema. Por isso a proposta de contribuir de modo diferente, encorajando aquelas mulheres que não veem nessas trajetórias consolidadas um lugar de reconhecimento.

E quando você fala que já existe bastante material contando a história de mulheres nessas que são as maiores universidades, significa que a discussão sobre a presença feminina já está mais avançada em lugares como a UFRJ, a USP ou a Unicamp?
De modo algum. É que já existem alguns documentários sobre as mulheres na Ciência que apresentam a proposta de um trabalho muito bom nesse sentido. De falar de grandes mulheres cientistas. Nós sabemos que mulheres podem ser grandes cientistas, então não precisávamos provar isso no filme. Nossa intenção é dialogar com as diversidades. O documentário vem como um incentivo para que as mulheres, em toda a sua diversidade, continuem nessa luta. Queremos atingir um público jovem, esperando que o filme funcione como um incentivo para eles, reconhecendo esses obstáculos e não fazendo vista grossa, e mostrar que é possível ter estratégias de superação. Queremos falar com mulheres que já estão no processo, mas que estão se sentindo desestimuladas a atravessar os obstáculos da vida acadêmica. Por isso o nome “Ciência: luta de mulher”.

Estamos em um cenário de ataque à Ciência e ao seu financiamento. Como este momento político aparece no filme?
Nós procuramos abordar o contexto político de maneira colateral. Ele aparece, mas não é o mote do nosso documentário, exatamente porque a gente acha que esse é um contexto que pode ser superado, e vai ser superado. E nem por isso a vida das mulheres vai se tornar mais fácil, já que os obstáculos que elas encontram para serem reconhecidas como cientistas transcendem o bolsonarismo, o que não significa negar seu caráter intrinsecamente misógino. Não é tanto falar de rupturas, mas da importância da continuidade, de continuar a nossa luta pela Ciência.

E essa é uma das lutas que devem ser travadas por cientistas no Brasil hoje?
Exatamente. É uma das lutas. Vamos ter que disputar dentro do campo com os homens, e vamos ter que disputar fora do campo junto com os homens. São lutas que se sobrepõem.

Topo