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O Tribunal de Contas da União rejeitou um recurso da UFRJ e determinou à reitoria o corte do ganho judicial dos 26,05% de parte dos docentes e de todos os técnicos-administrativos. A decisão foi tomada em sessão plenária do TCU realizada no último dia 14.  A Adufrj vai mobilizar todos os recursos políticos e jurídicos para preservar o percentual nos contracheques dos professores que já recebem o índice. Em janeiro de 1989, o governo lançou um plano econômico e extinguiu o reajuste salarial dos trabalhadores, baseado na variação da Unidade de Referência de Preços (URP). À época, a medida gerou perdas de 26,05%. Mas, de acordo com o TCU, o percentual já foi absorvido por reajustes posteriores a 1989 nas respectivas carreiras e não deveria mais ser pago. A exceção seriam os professores que participaram da ação original da Adufrj, de 1990, que têm decisão favorável consolidada na Justiça do Trabalho. A UFRJ realizou extensão administrativa do ganho em 1994 e em 2003. Em 2006, o valor foi congelado e novos docentes e técnicos ficaram impedidos de receber os 26,05%. “Vamos adotar as medidas legais cabíveis para assegurar o percentual de quem não está no grupo da ação original”, avisa a assessora jurídica da Adufrj, Ana Luísa Palmisciano. Na sexta (16), as diretoras da associação docente Maria Lúcia Werneck e Ligia Bahia vão se reunir com o chefe de gabinete do ministro Vital Rêgo Filho, relator do processo da UFRJ. “Tentaremos sensibilizar o ministro sobre os desdobramentos negativos de haver uma parte dos professores recebendo e outra, não.”, afirma a presidente Maria Lúcia Werneck. “Haveria uma fragmentação muito grande das condições profissionais”, completa.sensibilizar o ministro sobre os desdobramentos negativos de haver uma parte dos professores recebendo e outra, não.”, afirma a presidente Maria Lúcia Werneck. “Haveria uma fragmentação muito grande das condições profissionais”, completa.

Entusiasmo com o novo semestre se mistura com a consciência das limitações de infraestrutura da maior universidade federal do país Elisa Monteiro e Isabella de Oliveira   Na volta às aulas, o entusiasmo com o novo semestre se mistura com a consciência das limitações de infraestrutura da maior universidade federal do país. Obras arrastadas desanimam. Do papel higiênico ao wi-fi, tudo que falta pesa, principalmente, para quem mais depende de apoio. Por outro lado, cursos novos, como o de Gastronomia, buscam se consolidar. Os recém-reformados, como Educação Física e Desportos, querem manter as conquistas. Estudantes destacam a importância do bandejão no cotidiano universitário. Mas a violência preocupa. Segundo a prefeitura, depois dos últimos assaltos, está previsto reforço na frota que faz a segurança patrimonial, e a ronda dos veículos elétricos será intensificada. Outras propostas estão sendo negociadas, como parcerias com a iniciativa privada para criar um programa de vigilância semelhante ao do Centro. No Centro de Tecnologia, a novidade é a licitação do estacionamento, com cobrança de taxa. O projeto foi pensado para organizar o acesso dos carros, mas ajuda na segurança. Inclui 82 câmeras, cancelas e vagas para 1.882 veículos. O decano Fernando Ribeiro disse que o projeto foi negociado no CT, na Reitoria e na Procuradoria e deve entrar em vigor em três meses. O custo será de R$ 4 por dia ou R$ 80 por mês. A seguir, as expectativas de professores, estudantes e técnicos para o recomeço do semestre.   TEREZA AQUINO,  professora da Engenharia de Produção da Escola Politécnica: “Nesse semestre, senti muita diferença na parte externa do prédio em relação à falta de limpeza aqui no campus. Os canteiros estão cheios e a grama, alta. Mas o problema mais sério na minha avaliação é a falta de segurança, principalmente no estacionamento. Pago ou não, acredito que o crucial é garantir mecanismos de proteção para todos.”   FABÍOLA MAGALHÃES, estudante de Gastronomia: “O curso é novo e está melhorando. Agora temos um forno industrial importante e os professores substitutos estão sendo trocados por professores efetivos. Gastronomia envolve muito glamour, mas nem todo mundo vira chef. O bom do curso da UFRJ é que a gente não tem só aula prática, a gente sai daqui preparado para não depender de ninguém para abrir o próprio negócio”.   PAULO ROBERTO, professor de Letras Libras: “Antes de começar na UFRJ em 2014, eu dava aulas na PUC. São realidades bem distintas. O positivo da universidade pública é a possibilidade de intervenção na sociedade. Já coordeno o projeto de extensão Universidade das Quebradas. A Faculdade de Letras sofre por falta de espaço para alunos e professores e também por dificuldades de manutenção”.   ZILPA GUEDES, técnica-administrativa do Instituto de Geociências: “Hoje vejo o Instituto de Geociências muito abandonado, sem poda, sem cuidado. As unidades estão largadas aos próprios orçamentos. Se antes já era apertado escolher o que fazer, imagina agora com a crise, está pior. Acho que a reitoria precisa andar pela UFRJ e entender suas reais necessidades. O mato não pode crescer sem controle. Os buracos não podem continuar nas vias”.

Com faixas, cartazes e lágrimas, mulheres e homens trocaram a desesperança pelo clamor de justiça. Nascida e criada na Maré, Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016. Condenava a intervenção militar e defendia ações estruturais nas comunidades. O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes carregou uma multidão indignada para as ruas brasileiras na noite de quinta-feira. Com faixas, cartazes e lágrimas, mulheres e homens trocaram a desesperança pelo clamor de justiça. Nascida e criada na Maré, Marielle foi a quinta parlamentar mais votada nas eleições de 2016. Negra, favelada, mãe aos 19 anos e defensora dos direitos humanos, a vereadora condenava a intervenção militar e defendia ações estruturais nas comunidades. Seus algozes não eram amadores. Alvejaram a cabeça de Marielle com quatro tiros de pistola 9mm – arma privativa das forças de segurança. Valente, Marielle passou os últimos dias denunciando abusos de policiais militares. Estudiosa, mestre em administração pública pela UFF, sua dissertação tem o título “UPP, a redução da favela a três letras”. Em nota, a diretoria da Adufrj pede o mesmo que as multidões: apuração incansável e punição rigorosa para os criminosos.

Como avalia o cenário de 2018 para as universidades? Acredito que as eleições vão frear as situações mais drásticas, como os atrasos de pagamentos dos servidores. Por outro, temos situações pontuais que merecem atenção. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), por exemplo. Ele é um programa para a formação básica importante, que era realizado pelas universidades públicas. E que acabou reformulado de maneira que se abriu a possibilidade de adesão das privadas. Ou seja, são recursos públicos indo para instituições que não têm a mesma função e finalidade das universidades públicas. Quais as perspectivas para a pesquisa? No início do ano, ainda não dá para sentir tão fortemente o impacto, mas tivemos cortes duros para Ciência e Tecnologia e as agências de fomentos à pesquisa. Precisamos manter uma espécie de estado de vigília pela universidade. Campanhas e iniciativas que deem visibilidade para o tema junto à sociedade são importantes. A Marcha pela Ciência foi uma boa experiência. Outras mais são bem vindas. Nesse momento, é funda mental manter a comunidade científica mobilizada para dar respostas rápidas. Quais os desafios para a UFRJ? Acredito que o foco deva ser manter a universidade em funcionamento. Tudo que diz respeito a permitir que os estudantes venham às aulas, para que as atividades acadêmicas aconteçam, são prioridade. A questão da segurança também é algo que está preocupando a todos, principalmente para quem está na universidade no turno da noite.

Três professores sofreram assaltos à mão armada em três dias seguidos no campus. Dois deles foram sequestrados e largados na Avenida Brasil. Crimes ocorreram à luz do dia. Numa sequência macabra, três professores sofreram assaltos à mão armada em três dias seguidos no campus da UFRJ no Fundão. Dois deles foram sequestrados e largados pouco depois na Avenida Brasil. Não há registros nas câmeras de segurança da universidade – uma delas está quebrada. Os crimes expõem a rotina de medo nos 5 milhões de metros quadrados do campus, por onde circulam em média 100 mil veículos e 65 mil pessoas diariamente. A UFRJ, porém, não é uma ilha. A violência que castiga o Rio aflige a comunidade acadêmica. Na noite da última quarta-feira, professores e alunos ainda comentavam o drama dos colegas assaltados quando receberam a pior das notícias: a execução da vereadora Marielle Franco, 38 anos, negra, nascida e criada na Maré. Em homenagem a ela, o Boletim da Adufrj está de luto. ******* Os relatos dos professores impressionam pela violência e pelo cenário. Os três crimes ocorreram à luz do dia, não em locais ermos, mas de grande circulação. “Mandaram que eu entrasse no carro. Tentei resistir e fui agredido. Mandaram abaixar a cabeça e não olhar para eles. Pediram senhas dos cartões, e dei. Ficaram 40 minutos rodando, pararam numa transversal da avenida Brasil e mandaram que eu saísse sem olhar pra trás”, relembra o professor da Coppe sequestrado na sexta, 9 de março. Os três professores tiveram os carros roubados. Há características comuns no modo de ação dos assaltantes, que mostram interesse em veículos grandes, agem em grupos de quatro, usam armas pesadas e chegam de carro. O primeiro assalto aconteceu em 7 de março, às 9h30. Uma professora da Farmácia chegava para trabalhar quando, perto do Corpo de Bombeiros, seu EcoSport foi fechado por outro carro. “Um homem saiu rolando, os outros apareceram armados. Levaram tudo, até um anel que ganhei no meu primeiro dia das Mães”, lembra. O segundo episódio ocorreu no estacionamento do Bloco A do Centro de Tecnologia, às 10h do dia 8 de março. Quando parava seu Corolla, um professor da Física foi rendido por quatro assaltantes armados com fuzis, encapuzados e dirigindo um carro preto. O professor foi obrigado a entrar no veículo dos assaltantes, e um dos ladrões tomou o volante do carro dele. O professor foi solto na avenida Brasil. O terceiro caso foi no dia 9, às 9h10, também no CT, quando o professor da Coppe estacionava seu Honda no Bloco B. Quatro homens encapuzados e armados com fuzis cercaram e levaram a vítima. Os três professores registraram as ocorrências na 37ª Delegacia (Ilha do Governador). A Decania do CT informou que não tem imagens dos crimes, pois as câmeras do Bloco B estavam quebradas, e as do Bloco A não alcançaram a ação dos assaltantes. As câmeras são mantidas pela Coppe. A Prefeitura da UFRJ pediu reforço ao 17º Batalhão da Polícia Militar. Segundo a PM, o policiamento foi readequado: um carro extra do 17º BPM ficará baseado na entrada do Fundão próxima ao CT, além do policiamento de rotina _ que a PM não informou qual é, alegando razões de segurança. O prefeito Paulo Mario Ripper lembrou que, há alguns anos, o Fundão já teve quatro carros no policiamento.   Algumas dicas de segurança:  1 Atenção máxima ao chegar de carro. Se notar algo estranho, não estacione. 2 Quando for sair de carro, já ande com as chaves na mão, entre, dê a partida e saia imediatamente. Deixe para ligar o rádio ou falar ao celular depois. 3 Não use o carro para estudar, lanchar, ouvir música ou namorar. 4 Não deixe objetos expostos. Tranque-os no porta-malas. 5 Registre ocorrências na Diseg e na Polícia Civil. A Prefeitura tem o whatsapp 99413-3388 para denúncias e orientações de segurança. FONTES: Prefeitura da UFRJ; Polícia Civil

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