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Coordenadores e integrantes de núcleos que já fazem trabalhos na área de direitos humanos ou em comunidades participaram da reunião que definiu os GTs. A Adufrj também esteve no debate Sete grupos de trabalho vão atuar na UFRJ para monitorar a intervenção federal e militar no Rio de Janeiro, principalmente nas favelas. Os grupos foram definidos hoje, durante uma reunião extraordinária convocada pela reitoria. O encontro expressou também a indignação de professores, alunos e técnicos com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Coordenadores e integrantes de núcleos que já fazem trabalhos na área de direitos humanos ou em comunidades participaram da atividade, realizada no prédio da reitoria. A Adufrj também esteve no debate. Os grupos vão sistematizar o conhecimento já produzido na UFRJ sobre eixos como descriminalização de drogas, políticas sociais, formação e racismo, entre outros assuntos. A Central de Supervisão das Garantias e dos Direitos Fundamentais, nome provisório do projeto, surgiu como um desdobramento do manifesto publicado por  professores, juristas, intelectuais e ativistas criticando a intervenção. A Central terá ainda o objetivo de divulgar projetos de extensão que a UFRJ já promove em áreas pobres, mostrando o potencial desses projetos como forma de transformar as vidas dos moradores.

O Tribunal de Contas da União rejeitou um recurso da UFRJ e determinou à reitoria o corte do ganho judicial dos 26,05% de parte dos docentes e de todos os técnicos-administrativos. A decisão foi tomada em sessão plenária do TCU realizada no último dia 14.  A Adufrj vai mobilizar todos os recursos políticos e jurídicos para preservar o percentual nos contracheques dos professores que já recebem o índice. Em janeiro de 1989, o governo lançou um plano econômico e extinguiu o reajuste salarial dos trabalhadores, baseado na variação da Unidade de Referência de Preços (URP). À época, a medida gerou perdas de 26,05%. Mas, de acordo com o TCU, o percentual já foi absorvido por reajustes posteriores a 1989 nas respectivas carreiras e não deveria mais ser pago. A exceção seriam os professores que participaram da ação original da Adufrj, de 1990, que têm decisão favorável consolidada na Justiça do Trabalho. A UFRJ realizou extensão administrativa do ganho em 1994 e em 2003. Em 2006, o valor foi congelado e novos docentes e técnicos ficaram impedidos de receber os 26,05%. “Vamos adotar as medidas legais cabíveis para assegurar o percentual de quem não está no grupo da ação original”, avisa a assessora jurídica da Adufrj, Ana Luísa Palmisciano. Na sexta (16), as diretoras da associação docente Maria Lúcia Werneck e Ligia Bahia vão se reunir com o chefe de gabinete do ministro Vital Rêgo Filho, relator do processo da UFRJ. “Tentaremos sensibilizar o ministro sobre os desdobramentos negativos de haver uma parte dos professores recebendo e outra, não.”, afirma a presidente Maria Lúcia Werneck. “Haveria uma fragmentação muito grande das condições profissionais”, completa.sensibilizar o ministro sobre os desdobramentos negativos de haver uma parte dos professores recebendo e outra, não.”, afirma a presidente Maria Lúcia Werneck. “Haveria uma fragmentação muito grande das condições profissionais”, completa.

Como avalia o cenário de 2018 para as universidades? Acredito que as eleições vão frear as situações mais drásticas, como os atrasos de pagamentos dos servidores. Por outro, temos situações pontuais que merecem atenção. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), por exemplo. Ele é um programa para a formação básica importante, que era realizado pelas universidades públicas. E que acabou reformulado de maneira que se abriu a possibilidade de adesão das privadas. Ou seja, são recursos públicos indo para instituições que não têm a mesma função e finalidade das universidades públicas. Quais as perspectivas para a pesquisa? No início do ano, ainda não dá para sentir tão fortemente o impacto, mas tivemos cortes duros para Ciência e Tecnologia e as agências de fomentos à pesquisa. Precisamos manter uma espécie de estado de vigília pela universidade. Campanhas e iniciativas que deem visibilidade para o tema junto à sociedade são importantes. A Marcha pela Ciência foi uma boa experiência. Outras mais são bem vindas. Nesse momento, é funda mental manter a comunidade científica mobilizada para dar respostas rápidas. Quais os desafios para a UFRJ? Acredito que o foco deva ser manter a universidade em funcionamento. Tudo que diz respeito a permitir que os estudantes venham às aulas, para que as atividades acadêmicas aconteçam, são prioridade. A questão da segurança também é algo que está preocupando a todos, principalmente para quem está na universidade no turno da noite.

Entusiasmo com o novo semestre se mistura com a consciência das limitações de infraestrutura da maior universidade federal do país Elisa Monteiro e Isabella de Oliveira   Na volta às aulas, o entusiasmo com o novo semestre se mistura com a consciência das limitações de infraestrutura da maior universidade federal do país. Obras arrastadas desanimam. Do papel higiênico ao wi-fi, tudo que falta pesa, principalmente, para quem mais depende de apoio. Por outro lado, cursos novos, como o de Gastronomia, buscam se consolidar. Os recém-reformados, como Educação Física e Desportos, querem manter as conquistas. Estudantes destacam a importância do bandejão no cotidiano universitário. Mas a violência preocupa. Segundo a prefeitura, depois dos últimos assaltos, está previsto reforço na frota que faz a segurança patrimonial, e a ronda dos veículos elétricos será intensificada. Outras propostas estão sendo negociadas, como parcerias com a iniciativa privada para criar um programa de vigilância semelhante ao do Centro. No Centro de Tecnologia, a novidade é a licitação do estacionamento, com cobrança de taxa. O projeto foi pensado para organizar o acesso dos carros, mas ajuda na segurança. Inclui 82 câmeras, cancelas e vagas para 1.882 veículos. O decano Fernando Ribeiro disse que o projeto foi negociado no CT, na Reitoria e na Procuradoria e deve entrar em vigor em três meses. O custo será de R$ 4 por dia ou R$ 80 por mês. A seguir, as expectativas de professores, estudantes e técnicos para o recomeço do semestre.   TEREZA AQUINO,  professora da Engenharia de Produção da Escola Politécnica: “Nesse semestre, senti muita diferença na parte externa do prédio em relação à falta de limpeza aqui no campus. Os canteiros estão cheios e a grama, alta. Mas o problema mais sério na minha avaliação é a falta de segurança, principalmente no estacionamento. Pago ou não, acredito que o crucial é garantir mecanismos de proteção para todos.”   FABÍOLA MAGALHÃES, estudante de Gastronomia: “O curso é novo e está melhorando. Agora temos um forno industrial importante e os professores substitutos estão sendo trocados por professores efetivos. Gastronomia envolve muito glamour, mas nem todo mundo vira chef. O bom do curso da UFRJ é que a gente não tem só aula prática, a gente sai daqui preparado para não depender de ninguém para abrir o próprio negócio”.   PAULO ROBERTO, professor de Letras Libras: “Antes de começar na UFRJ em 2014, eu dava aulas na PUC. São realidades bem distintas. O positivo da universidade pública é a possibilidade de intervenção na sociedade. Já coordeno o projeto de extensão Universidade das Quebradas. A Faculdade de Letras sofre por falta de espaço para alunos e professores e também por dificuldades de manutenção”.   ZILPA GUEDES, técnica-administrativa do Instituto de Geociências: “Hoje vejo o Instituto de Geociências muito abandonado, sem poda, sem cuidado. As unidades estão largadas aos próprios orçamentos. Se antes já era apertado escolher o que fazer, imagina agora com a crise, está pior. Acho que a reitoria precisa andar pela UFRJ e entender suas reais necessidades. O mato não pode crescer sem controle. Os buracos não podem continuar nas vias”.

Com faixas, cartazes e lágrimas, mulheres e homens trocaram a desesperança pelo clamor de justiça. Nascida e criada na Maré, Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016. Condenava a intervenção militar e defendia ações estruturais nas comunidades. O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes carregou uma multidão indignada para as ruas brasileiras na noite de quinta-feira. Com faixas, cartazes e lágrimas, mulheres e homens trocaram a desesperança pelo clamor de justiça. Nascida e criada na Maré, Marielle foi a quinta parlamentar mais votada nas eleições de 2016. Negra, favelada, mãe aos 19 anos e defensora dos direitos humanos, a vereadora condenava a intervenção militar e defendia ações estruturais nas comunidades. Seus algozes não eram amadores. Alvejaram a cabeça de Marielle com quatro tiros de pistola 9mm – arma privativa das forças de segurança. Valente, Marielle passou os últimos dias denunciando abusos de policiais militares. Estudiosa, mestre em administração pública pela UFF, sua dissertação tem o título “UPP, a redução da favela a três letras”. Em nota, a diretoria da Adufrj pede o mesmo que as multidões: apuração incansável e punição rigorosa para os criminosos.

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