O temporal da madrugada do dia 15 fechou cinco dos nove leitos do CTI do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e interrompeu as cirurgias eletivas (não emergenciais) por tempo indeterminado. O HU realizava em média 25 dessas operações diariamente. Quase duas horas de forte chuva e ventos destruíram 1.400 metros quadrados de telhado. O hospital já havia perdido 600 metros quadrados de cobertura com as chuvas de2017.
A reitoria solicitará recursos emergenciais ao MEC. O assunto foi discutido na plenária de decanos do dia 19 e no Conselho Universitário do dia 22. Segundo o reitor, Roberto Leher, foram gravemente afetados o Centro de Ciências da Saúde e o edifício que abriga a reitoria, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional e os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Belas Artes.
Cerca de 200 árvores foram arrancadas. Subestações de energia, salas de aulas, laboratórios e auditórios foram alagados. O CCS, maior Centro da universidade, teve blocos inteiros inundados, e equipamentos foram retirados às pressas. A biblioteca foi interditada. No prédio da reitoria, parte do trabalho de recuperação realizado desde o incêndio de 2016 se perdeu. Dois metros da água foram retirados do poço dos elevadores. O edifício ficou às escuras até segunda-feira, 19, quando a energia foi religada.
“Há uma dívida do MEC com a universidade desde o incêndio de 2016. O orçamento para recuperação era em torno de R$28 milhões, mas só recebemos R$ 9 milhões. E o montante previsto para 2018 não é suficiente para o mínimo”, completou o reitor.
Segundo a decana do Centro de Letras e Artes (CLA), Flora de Paolif, a situação dos alunos desalojados pelo incêndio se agravou com o alagamento da Faculdade de Letras, para onde foram transferidas as aulas dos cursos do prédio incendiado. “Dependemos de reparos que garantam que esses oito mil alunos possam retornar às aulas”, resumiu a decana.
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