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WhatsApp Image 2020 11 14 at 00.58.252Os professores da Universidade Federal da Paraíba resolveram paralisar suas atividades por 24 horas, no próximo dia 18. Haverá atos e outras mobilizações na data. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (13) em assembleia geral convocada pela AdUFPB, em resposta à intervenção do governo na instituição. A comunidade acadêmica da UFPB perdeu a paz desde que o presidente Bolsonaro nomeou o último colocado da lista tríplice para a reitoria da universidade, dia 5. Os estudantes imediatamente ocuparam a reitoria. No dia 11, o professor Valdiney Veloso tomou posse do cargo de reitor, mas a comunidade acadêmica deu posse simbólica à reitora eleita, professora Terezinha Domiciano. O reitor interventor foi recebido com chuva de ovos. Os sindicatos que representam docentes e técnicos veicularam nas emissoras de TV e rádios locais uma nota à população contra a nomeação. Veloso foi o último colocado da lista tríplice da UFPB e não obteve votos no colégio eleitoral. Já são 15 as universidades sob intervenção de Bolsonaro.


WhatsApp Image 2020 11 14 at 00.58.25A diretoria da AdUFRJ lamenta o falecimento da professora aposentada Maria Cecília Viana de Barros, da Escola Politécnica, no último dia 9. A centenária professora foi uma das homenageadas na edição especial do Jornal da AdUFRJ, que comemorou os cem anos da UFRJ, em setembro.
Nascida em 1920, ela foi testemunha das transformações do país no último século e acompanhou o desenvolvimento da maior e mais antiga universidade do país. Foi uma das primeiras mulheres a se tornar professora na Engenharia, numa época em que o ofício e a academia eram praticamente exclusividade masculina. A docente também foi funcionária da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, com atribuições de Serviço Geológico do Brasil.
Relembre aqui a história de dona Cecília.
https://bityli.com/9JYPx

PROFESSOR EMÉRITO
Antonio Gianella Neto, professor aposentado do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe, é o novo professor emérito da UFRJ. A atuação do docente foi destacada no Conselho Universitário, dia 12. Gianella foi o primeiro bolsista brasileiro do CNPq a atingir o nível 1A, de absoluta excelência. Também foi o primeiro doutor brasileiro em Engenharia Biomédica. Fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica, o professor também foi um dos fundadores da AdUFRJ e fez parte de sua primeira diretoria.

PESAR POR LUIZ SENISE
O Consuni aprovou moção de pesar pela morte do professor Luiz Senise, da Escola de Música. Concertista reconhecido nacional e internacionalmente, era um expoente do piano brasileiro. O docente faleceu no dia 11, aos 73 anos, em decorrência da covid-19.

WhatsApp Image 2020 11 10 at 20.55.42A vitória de Joe Biden na eleição presidencial norte-americana, confirmada pelos institutos de pesquisa e pelas agências de notícias no sábado (7/11), pode trazer novos ares às áreas de Ciência e Inovação nos Estados Unidos e em boa parte do mundo, com reflexo direto nas universidades, como produtoras e difusoras de conhecimento. Em discurso feito na segunda-feira (9/11) de seu gabinete de presidente eleito, em Wilmington, estado de Delaware, o democrata anunciou medidas radicamente opostas à prática de seu antecessor na Casa Branca, o republicano Donald Trump. Nomeou uma equipe de especialistas para combater a pandemia de covid-19 nos EUA, entre eles a pesquisadora brasileira Luciana Borio, garantiu que a vacina será gratuita, e reiterou a necessidade do uso de máscara, item ignorado por Trump. “Uma máscara não é uma declaração política, mas uma boa forma de unir o país”, disse Biden.
A disputa acirrada entre o democrata e o republicano deixou evidentes as severas diferenças entre dois campos. Enquanto Trump desacreditou a Ciência, promoveu aglomerações, não usou máscara publicamente e prometeu reconduzir o país ao “normal” em 2021, Biden se comprometeu desde o início da campanha a restaurar a confiança e a transparência do governo na Ciência, incluindo a recomendação para o uso da máscara em todo o país.
Para Luis Fernandes, professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da UFRJ e da PUC-Rio, a atuação geral dos governos democratas nos Estados Unidos é sempre mais aberta para acordos de cooperação científica e tecnológica. “Desde que essas tecnologias não sejam identificadas como tecnologias críticas ao interesse estratégico dos Estados Unidos”, pontuou.  Por exemplo, existe um embate na área de C&T sobre o desenvolvimento da fronteira entre Tecnologias de Informação e Comunicação que é o 5G. “Eu acho que o futuro governo Biden, assim como o governo Trump, insistirá muito para que o Brasil não adote tecnologia da Huawei para o 5G”, opinou o cientista político.
Luis acredita que o alinhamento automático da política externa brasileira com Biden será menor do que com o governo Trump. “Isso talvez crie mais margem de manobra para o governo brasileiro, para exercer mais amplamente a sua autonomia nessas negociações”, diz. O governo Bolsonaro cometeu um erro de alinhamento automático e de subordinação na sua política externa, afirma o professor. “Não digo a agenda externa dos Estados Unidos, mas a agenda político-ideológica do governo Trump”, explica. “Evidentemente esse contexto cria embaraços e dificuldades para que o governo atual lide com o governo Biden”, afirma.
Nos últimos anos, o orçamento enviado pelo Poder Executivo dos EUA ao Congresso Nacional sofreu cortes severos nas áreas de Ciência e Inovação. “O Congresso tem resistido. Ele rejeitou a proposta de Trump e aumentou o orçamento em relação ao ano anterior. A posição do Congresso norte-americano é de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico, e essa não era a mesma posição do presidente Trump”, explica o presidente da Academia Brasileira de Ciências e professor do Instituto de Física da UFRJ, Luiz Davidovich. Ele acredita que a vitória de Biden vai aumentar as possibilidades de envolvimento científico e tecnológico nos Estados Unidos, mas isso não necessariamente se refletirá no Brasil. “O orçamento para Ciência e Tecnologia no Brasil tem sido fortemente cortado. Então vai depender do que o nosso Congresso vai conseguir estruturar”, afirma.
Joe Biden prometeu levar os Estados Unidos de volta ao Acordo Climático de Paris, do qual o país se retirou sob o comando de Trump, que usou dados inconclusivos como justificativa. “Isso é uma questão que tem a ver com a civilização humana”, opina Davidovich. “A questão do clima é essencial, as mudanças climáticas vão afetar todo mundo. Acho importante que não só o Biden, mas que as lideranças dos principais países poderosos tenham uma atitude que vá além das fronteiras do país, no sentido de pensar na sobrevivência da humanidade”.
Já para Fernando Brancoli, professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ, as universidades norte-americanas, principalmente as públicas, viraram bastiões de resistência contra o governo federal: “Principalmente porque as principais estão em estados tradicionalmente democratas, de oposição ao Trump”, conta . Ele realizou seu doutorado em Santa Bárbara, na Califórnia, onde ainda mantém vínculos institucionais e é pesquisador, por isso está por dentro das estratégias de enfrentamento criadas por algumas universidades .
“Foram desenvolvidas tecnologias para tentar lidar com as fake news, por exemplo”, diz Fernando. Durante a eleição, algumas atitudes nefastas foram tomadas para tentar impedir que as pessoas votassem. “A mais explícita e mais bizarra foi com eleitores em Flint, no estado de Michigan, que tradicionalmente vota para os democratas. Os eleitores receberam ligações automáticas dizendo que havia muitas filas nos espaços de eleição e que era para ficar em casa e votar no dia seguinte, pois esses espaços seriam abertos novamente para eles votaram. Era mentira”, explica o professor. “Era basicamente alguém não querendo que os democratas votassem. Quem identificou isso mais rápido foi, basicamente, um software desenvolvido pela Universidade da Califórnia, que conseguiu lançar mensagens e encontrar as pessoas”, diz. “Esses espaços institucionais servem para que as pessoas sejam mais críticas e, em alguma medida, não acreditem tanto em baboseiras”, opina Brancoli.
Até o fechamento desta edição, Donald Trump ainda não havia reconhecido a vitória de Joe Biden, insistindo na tese de fraudes na eleição. Sem qualquer comprovação.

cineadA relação entre universidade e as transformações sociais nas telas do cinema esteve em debate no CineAdUFRJ, uma parceria do sindicato com o Grupo de Educação Multimídia da Faculdade de Letras (GEM), no dia 4/11. “A universidade aparece como uma grande provocadora da autoconsciência da sociedade”, avalia Alexandre Pilati, docente do Instituto de Letras da UnB.
Para o pesquisador, a representação da instituição na sétima arte reflete uma inquietação natural sobre o futuro. “A ideia de um projeto nacional que vá além de uma realidade social, cada vez mais degradada, não pode prescindir da universidade”, opina. “E a universidade não pode descartar seu papel para a construção de um projeto de país soberano e popular”, completa.
Dois longas e três curtas-metragens conduziram as reflexões: “Os Sonhadores” (Bertolucci), “Barra 68 - Sem Perder a Ternura” (Vladimir Carvalho), “Universidade em Crise” (Renato Tapajós), “Escola de Comunicação” (Miguel Freire) e “Cabeças Falantes” (Natasha Rodrigues). Os filmes abordam de formas distintas potencialidades e limitações dos espaços acadêmicos para criar mudanças.
“Se houve uma revolução na universidade brasileira, ela chama-se cotas”, avalia a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes.  Os avanços e obstáculos para as ações afirmativas são tratados em “Cabeças Falantes”. A partir do filme, a professora da Escola de Comunicação compara o maio de 1968 francês às políticas públicas de inclusão no ensino superior brasileiro. “Não podemos esquecer que lá o foco também estava nas minorias: mulheres, negros e operários de fora da universidade”, argumenta.
Ivana destaca o impacto da renovação do público universitário para a produção de conhecimento. “Mesmo quando radicalizado, o protagonismo de mais sujeitos na universidade é extremamente rico e importante tanto no que se refere às formas de expressão quanto em termos de temas e conteúdo”, afirma.
Mais cético, o professor e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social da UFRJ (Nides), Flávio Chedid, questiona uma “crença na universidade como motor de transformações sociais”. Sua crítica se apoia no trabalho do catedrático da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos – que aponta para o esvaziamento da influência da instituição nas últimas décadas.
O Cinedebate AdUFRJ/GEM é um evento quinzenal que sempre aborda temas da agenda política atual.  O encontro do dia 4/11 foi o segundo consecutivo com reflexão sobre educação e transformações sociais.

WhatsApp Image 2020 11 10 at 20.21.44“A reabertura das escolas é necessária e imprescindível”. Esta é a conclusão de um documento lançado há poucos dias pelo GT Coronavírus da UFRJ. O relatório analisa os impactos de manter as crianças em casa por mais tempo e sinaliza os prejuízos globais para a saúde, sociabilidade e aprendizagem. Ressalta, ainda, a necessidade de seguir os protocolos sanitários. Os pesquisadores consideram que atender às medidas de segurança é primordial “para que o retorno aconteça de forma a minimizar os riscos de exposição tanto das crianças e adolescentes quanto dos professores e funcionários”.
Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina e coordenador do GT, explica que a intenção foi cobrar das autoridades que se mobilizem para a adequação das escolas públicas para a volta às aulas. “Nossa proposta não é de retorno imediato das atividades, mas pressionar para que haja planejamento para um retorno seguro o mais breve possível”, destaca. “Até agora, nada está sendo feito”, critica o médico.
A orientação foi divulgada dias antes de a prefeitura do Rio iniciar a última etapa do plano de flexibilização. Além da abertura de mais espaços de convivência, o prefeito Marcelo Crivella anunciou a volta às aulas das turmas do 9º ano das escolas municipais. A reabertura das
escolas está liberada desde a última segunda-feira, dia 9, e
acontecerá de forma voluntária,
após reunião das instituições
com as famílias dos alunos. O retorno das outras séries deve acontecer de maneira gradual.
Epidemiologista, Medronho afirma que estudos indicam que as escolas podem ser seguras. “Nossa orientação de fato mudou. A primeira recomendação era de manutenção das escolas fechadas porque sabíamos que vírus respiratórios em crianças são de fácil propagação com potencial de complicações”, lembra. “Porém, após sete meses e meio, as evidências nos mostram que a transmissão do Sars-Cov-2 entre crianças não é significativa. E que há menos chances de a doença, em crianças, evoluir para um quadro grave”, explica.
Ainda segundo essas evidências científicas, os surtos observados em comunidades escolares foram provocados por adultos, que acabaram também infectando pessoas fora das escolas. Perguntado sobre o Colégio de Aplicação da UFRJ, que tem como característica atender à educação básica, mas também aos alunos adultos, de graduação, Medronho orientou a permanência em ensino remoto neste momento. “O CAp tem uma estrutura de educação remota que funciona muito bem, mantém contato com as famílias e as crianças”, afirma. “Mas é necessário que a UFRJ faça as intervenções de infraestrutura necessárias para que a escola possa retornar com segurança”.

 FOCO NA REDE PÚBLICA
A preocupação focada nas escolas municipais e estaduais tem uma explicação. São elas que atendem a maior parte dos estudantes que vivem em favelas e periferias. “As crianças das escolas públicas estão invisibilizadas, sem aulas e em situação dramática. Seus familiares já voltaram ao trabalho presencial e muitas delas não têm com quem ficar, o que torna a situação delas de ainda maior vulnerabilidade”, justifica o especialista. “Quanto mais tempo fora da escola, maior o risco de evasão”, destaca.
A médica Ligia Bahia, especialista em Saúde Coletiva, subscreve a nota técnica do GT. “Está muito difícil para as crianças. Temos uma crise sanitária superposta a uma crise educacional”, concorda a especialista. “Ainda temos o agravante de enorme aumento de casos de violência contra crianças nas suas casas. A escola é, muitas vezes, o único local onde essas violências podem ser detectadas e combatidas”, diz Ligia.
Ex-vice-presidente da AdUFRJ, a médica considera que o retorno deve ser gradual. “Neste primeiro momento a escola tem que abrir e acolher as crianças. A escola deve ir até as famílias. A proposta é de uma atuação focalizada nas crianças em maior vulnerabilidade social”, orienta. “É importante que o primeiro momento da abertura seja de apoio afetivo e acolhimento. Esse posicionamento é diferente de defender a retomada das aulas a todo custo”, pondera.
A professora Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, também defende o posicionamento do grupo de trabalho. “A nota tira as escolas e os governos da inércia. E orienta para que não haja um retorno de todos sem planejamento. Isso realmente não pode acontecer”, afirma. “Na Austrália as escolas ficaram abertas para os pais que prestavam serviços essenciais. Lá houve lockdown total, mas as escolas e creches não fecharam em nenhum momento”, diz a reitora.
Denise acredita que o protagonismo deve ter como centro o Colégio de Aplicação. “O ideal é que nós lideremos um retorno seguro, sem ser açodado, assim como lideramos a suspensão das atividades. Vamos primar pela segurança de professores, servidores e de nossos estudantes. O MEC precisa ser pressionado para que as escolas sejam estruturadas para esse momento”.

CAp NÃO VOLTA
Diretora do Colégio de Aplicação, a professora Maria de Fátima Galvão não tem planos de voltar às aulas presenciais pelo menos até abril. “Nosso calendário letivo de 2020 termina em abril. Não achamos que este seja o momento de voltar e não temos a intenção de retornar presencialmente antes de abril. É muito importante que as condições para esse retorno sejam ressaltadas”, destaca a docente.
O preparo para um futuro retorno presencial, informa a diretora, está sendo estudado pelo GT Coronavírus do colégio, que funciona como um “braço” do GT central. “O nosso grupo de trabalho já pensa como se dará esse retorno de forma segura, mas ainda não temos questão fechada sobre esse tema”, diz. “Há todo um processo que deve acontecer antes da reabertura, que não pode ser precipitado ou negligenciado”, finaliza a dirigente.

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