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semana nacional ciencia tecnologia mcamgo abr 081220201818 16Miinistro da Educação, Milton Ribeiro - Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO Ministério da Educação recuou duas vezes em cinco dias. Em 7 dezembro, após diversas manifestações de repúdio da comunidade acadêmica, o ministro Milton Ribeiro adiou a data de retorno das aulas presenciais nas universidades do dia 4 de janeiro para 1º de março. Quarenta e oito horas depois, O MEC também homologou uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que autoriza as atividades remotas em escolas e universidades por tempo indeterminado. A flexibilização atende ao pedido de representantes das instituições de ensino do setor público e privado, que se reuniram com o ministro no dia 4 para debater a questão.
“Essa nova portaria é uma tentativa de não passar vexame, porque a primeira foi fortemente rechaçada pelo conjunto da universidade de forma muito firme e ágil”, descreve Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ. A professora reforça que já existe um estudo em desenvolvimento sobre como e quando realizar esse retorno, e que cabe ao MEC responder às questões orçamentárias de realização desse processo. “O MEC, covardemente, não apenas deixa de responder isso, como também se esconde atrás de um projeto de lei orçamentária vergonhoso, que leva as universidades ao estrangulamento e à paralisia das suas atividades”, critica.
Carlos Frederico Leão Rocha, vice-reitor da UFRJ, destaca que a portaria anterior previa o uso de recursos digitais e tecnológicos apenas de forma “complementar”, palavra que foi omitida no novo texto. “Isso é bastante relevante, porque de acordo com a outra portaria nós só poderíamos usar as formas de ensino a distância de uma maneira excepcional, mas a atual situação sanitária do Rio de Janeiro deve ser entendida como tal”, comenta.
Na nova portaria, o MEC autoriza o uso das ferramentas de ensino remoto de forma integral nos casos de suspensão das atividades presenciais por determinação das autoridades locais, ou de condições sanitárias que tragam riscos à saúde. “Nós temos salas de aula em subsolos, com condições de ventilação precárias, apenas com ar-condicionado”, lembra o vice-reitor. “E já foi verificado que, nessas condições, a existência de indivíduos infectados pode gerar um surto entre os participantes da aula. Então, mesmo com taxas baixas de contaminação, essas salas não poderão ser usadas”, completa. Segundo ele, é compreensível a ansiedade da população e do governo para o retorno presencial, mas é preciso uma análise criteriosa das condições.
“O retorno presencial é vinculado com critérios técnico-científicos. Quando nós tivermos uma transmissão de baixo risco da doença, esse retorno pode ser pensado”, aponta a professora Fátima Bruno, integrante do GT Pós-Pandemia da UFRJ. Superintendente de Planejamento Institucional, ela relata o mapeamento que está sendo realizado dos espaços da universidade, para que sejam feitas as respectivas classificações e indicações de EPI necessários. “Ainda estamos esperando o retorno de todos os centros e campi com essas informações. Qualquer decisão que a reitoria tomar levará em consideração as condições sanitárias e, principalmente, o avanço da ciência”.

FRENTE PARLAMENTAR
A deputada federal Margarida Salomão, coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais, entende a nova portaria como um ato de ignorância do governo. “Em termos formais, ela não tem impacto nenhum, porque se os Conselhos Universitários deliberarem por uma outra alternativa, a portaria é simplesmente vazia de efeitos”, aponta. Prefeita eleita em Juiz de Fora, Margarida ressalta que as universidades devem proceder com autonomia para essa tomada de decisão, em conformidade com a ciência. “Os dados que nós temos no mundo mostram que o retorno presencial sem vacina sempre acarreta uma aceleração da pandemia”.

Bruno Rodrigues e Lupis Ribeiro pesquisadores do NUPEM UFRJ realizando a análise dos genomas do Sars Cov2 de MacaéBruno Rodrigues e Lupis Ribeiro, pesquisadores do NUPEM, realizando a análise dos genomas do Sars Cov2 de Macaé - Foto: DivulgaçãoUma pesquisa do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem), em conjunto com o Instituto de Biologia da UFRJ, identificou quatro linhagens diferentes do coronavírus na cidade de Macaé, no Norte Fluminense. No curto prazo, a descoberta pode ajudar a elaborar testes de detecção mais precisos. No médio prazo, a identificação das linhagens contribuirá para a criação de vacinas e tratamentos mais eficazes contra a covid-19.
Para sequenciar o genoma dos vírus foi utilizada pela primeira vez na UFRJ o sequenciador portátil Oxford Nanopore, comprado no início do ano e cedido pelo Laboratório de Biodiversidade Genômica da universidade.
Em convênio com a prefeitura do município, órgãos públicos e empresas privadas, a UFRJ é responsável pela testagem para covid-19 em Macaé, o que propiciou o material para a pesquisa. Desde abril, já foram feitos mais de 12 mil exames na cidade. “Nós não queríamos só testar, mas também entender a distribuição da covid-19 no município. Sequenciamos 96 genomas. Em abril tínhamos uma única linhagem presente em Macaé. Hoje são duas, mas já foram quatro linhagens em circulação”, contou o professor Rodrigo Nunes da Fonseca, coordenador do trabalho e diretor do Nupem.
A intenção é fazer um monitoramento de linhagens do vírus, aproveitando o perfil socioeconômico de Macaé, fortemente ligado à indústria do petróleo e com intenso fluxo de pessoas de diferentes lugares do mundo. “Esse procedimento de saber quais vírus estão circulando é utilizado em países que estão controlando bem a pandemia, como a Nova Zelândia”, destacou Rodrigo. A identificação de linhagens segue uma nomenclatura padrão e fica disponível em bancos de dados na internet. “Todo mundo que sequencia vírus divulga essas informações, então você sabe quando surgiram determinadas linhagens ao longo do tempo”, detalhou.
Todos os exames passam por uma triagem feita pelos médicos da prefeitura. Com isso, o grupo consegue mapear o número de casos na cidade, a localização por bairro de cada um e ter a ficha médica do paciente testado, verificando se ele manifestou sintomas, e com qual intensidade, e se veio a falecer. “Estamos analisando essas sintomatologias para saber se existe uma correlação entre o quadro clínico e a linhagem do vírus”, disse o coordenador. Os 96 genomas foram escolhidos considerando o grau de severidade da doença nos pacientes e a distribuição espacial dos casos pela cidade.
De acordo com o pesquisador, as mutações entre as linhagens podem ter consequências para a testagem. “Se as mutações acontecem na região do RNA do vírus que utilizamos para fazer o teste, podemos ter um aumento de falsos negativos”, explicou o professor, reiterando a importância do monitoramento dos genomas. Essa é uma aplicação prática de curto prazo proporcionada pelo mapeamento. Futuramente, vacinas poderão ser ajustadas para mais eficácia contra determinadas linhagens do vírus.
Rodrigo Nunes da Fonseca celebra o trabalho conjunto dos professores do Nupem e o apoio que recebeu do Instituto de Biologia da UFRJ, especialmente dos laboratórios de Virologia Molecular e de Biodiversidade Genômica, coordenados respectivamente por Amilcar Tanuri e Cristiano Lazoski. “A dedicação e o empenho de todos mostram o apreço que todos têm pela vida e pela missão social que a universidade tem”.
O professor Cristiano Lazoski, coordenador do Laboratório de Biodiversidade Genômica, ajudou a preparar a equipe do Nupem para operar o Oxford Nanopore, equipamento utilizado na pesquisa, e a preparar as amostras para o sequenciamento. “Eu fiquei muito feliz que o equipamento tenha sido utilizado pela primeira vez em uma pesquisa dessa importância”, celebrou Cristiano, destacando que todo o processo foi feito em Macaé. “Eu queria que tudo fosse feito lá, porque a gente tem que dar apoio à universidade como um todo”, disse o professor.
Bruno Rodrigues é tecnólogo do Nupem e um dos responsáveis por estar à frente das testagens. “Eu conhecia a parte teórica, mas foram meses de estudos prévios para colocar o sequenciador em operação”, relatou Bruno. Desde a fase de testagem, a rotina de trabalho do grupo é intensa. “Chegávamos sete da manhã ao laboratório, e não era incomum saírmos de madrugada”, contou. Bruno é doutorando na UFRJ, mas em uma área diferente da Biologia. Para ele, trabalhar no combate à pandemia foi gratificante. “Eu tenho orgulho de poder ajudar a população. Essa é a ciência mais imediatista, do ponto de vista prático, que eu já pratiquei”.
O pesquisador Lupis Ribeiro faz pós-doutorado no Nupem. Por ter experiência com genomas e atuar na área de Biologia Molecular, aceitou fazer parte da equipe coordenada pelo professor Rodrigo. Lupis atua diretamente nas etapas de preparação para o sequenciamento, quando o material genético do vírus precisa ser convertido de RNA para DNA, procedimento chamado de “reação de transcrição reversa”. Para Lupis, a pesquisa também está sendo uma experiência gratificante. “É uma coisa que inspira a gente, né? Estou acostumado a fazer uma ciência um pouco mais distante da sociedade. Mas agora estou trabalhando em algo que favorece diretamente a população”, refletiu.
A junção de talentos diversos é um dos pilares do sucesso da pesquisa. “A gente conseguiu agregar nesse projeto até pessoas que nunca trabalharam com Biologia Molecular na vida”, contou o professor Jackson Menezes, responsável pela emissão dos laudos dos testes de covid-19 e integrante do grupo desde a origem. “Por trás desses testes e do sequenciamento há um trabalho de manutenção e limpeza dos laboratórios, que foi feito voluntariamente por colegas pesquisadores”, destacou. Segundo Jackson, a união da equipe foi fundamental para o sucesso do projeto: “O grupo tinha a dupla missão de prestar um serviço à sociedade e de produzir conhecimento”, pontuou ele, que também é diretor da AdUFRJ.

O Colégio de Aplicação divulgou o edital de admissão dos novos alunos para 2021. As inscrições estarão abertas de 10 de dezembro a 10 de janeiro, no site www.admissaocap.ufrj.br.  Há vagas para a educação infantil, ensino fundamental (EF) e médio (EM): Infantil 2 – 16 vagas; Infantil 4 – 1 vaga; Infantil 5 – 1 vaga; 1º ano EF - 32 vagas; 6º ano EF - 12 vagas; 1º ano do EM - 30 vagas. Há cotas raciais e para pessoas com deficiência.  Também está previsto processo de sorteio público, que será transmitido ao vivo através do canal do colégio no Youtube, no dia 22 de janeiro de 2021, a partir das 8h. O link estará disponível no site www.cap.ufrj.br. Os candidatos classificados não matriculados dentro dos prazos previstos no edital perderão a vaga.

mask 5405836 640Imagem de Donna Hovey por Pixabay Para os professores que não estiveram no último encontro, segue abaixo um formulário para coletar dados e contatos de docentes negras e negros da UFRJ interessados em participar de mobilizações antirracistas coletivas na universidade. Coordenada pelo professor Vantuil Pereira (NEPP-DH), a primeira reunião, no dia 17/11, contou com a participação de 28 docentes. A próxima reunião será no dia 15/12, às 18h, de forma virtual. O link da sala será enviado com alguns dias de antecedência aos que preencherem este formulário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc6SURKqDxfO8afTnvZ1LyzpDtQE9h3mYc6bDVv32ZYPjOoDg/viewform

A Pró-reitoria de Extensão (PR-5) lança o projeto LAB Cultura Viva, na próxima segunda-feira (7). O “LAB” vai permitir que estudantes da UFRJ apliquem seus conhecimentos da graduação e pós-graduação em projetos para a cidade e o estado do Rio de Janeiro que tenham como horizonte a cultura, o bem comum, a ampliação de direitos e a transformação social. A abertura está marcada para 18h30, com a participação do vice-reitor, professor Carlos Frederico; da pró-reitora Ivana Bentes; da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e de grupos, organizações e coletivos culturais que são parceiros do projeto. A programação se estende até o dia 11. A transmissão de todas as atividades será realizada pelo canal da PR-5 no Youtube e na página do Facebook.

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