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cineadA relação entre universidade e as transformações sociais nas telas do cinema esteve em debate no CineAdUFRJ, uma parceria do sindicato com o Grupo de Educação Multimídia da Faculdade de Letras (GEM), no dia 4/11. “A universidade aparece como uma grande provocadora da autoconsciência da sociedade”, avalia Alexandre Pilati, docente do Instituto de Letras da UnB.
Para o pesquisador, a representação da instituição na sétima arte reflete uma inquietação natural sobre o futuro. “A ideia de um projeto nacional que vá além de uma realidade social, cada vez mais degradada, não pode prescindir da universidade”, opina. “E a universidade não pode descartar seu papel para a construção de um projeto de país soberano e popular”, completa.
Dois longas e três curtas-metragens conduziram as reflexões: “Os Sonhadores” (Bertolucci), “Barra 68 - Sem Perder a Ternura” (Vladimir Carvalho), “Universidade em Crise” (Renato Tapajós), “Escola de Comunicação” (Miguel Freire) e “Cabeças Falantes” (Natasha Rodrigues). Os filmes abordam de formas distintas potencialidades e limitações dos espaços acadêmicos para criar mudanças.
“Se houve uma revolução na universidade brasileira, ela chama-se cotas”, avalia a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes.  Os avanços e obstáculos para as ações afirmativas são tratados em “Cabeças Falantes”. A partir do filme, a professora da Escola de Comunicação compara o maio de 1968 francês às políticas públicas de inclusão no ensino superior brasileiro. “Não podemos esquecer que lá o foco também estava nas minorias: mulheres, negros e operários de fora da universidade”, argumenta.
Ivana destaca o impacto da renovação do público universitário para a produção de conhecimento. “Mesmo quando radicalizado, o protagonismo de mais sujeitos na universidade é extremamente rico e importante tanto no que se refere às formas de expressão quanto em termos de temas e conteúdo”, afirma.
Mais cético, o professor e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social da UFRJ (Nides), Flávio Chedid, questiona uma “crença na universidade como motor de transformações sociais”. Sua crítica se apoia no trabalho do catedrático da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos – que aponta para o esvaziamento da influência da instituição nas últimas décadas.
O Cinedebate AdUFRJ/GEM é um evento quinzenal que sempre aborda temas da agenda política atual.  O encontro do dia 4/11 foi o segundo consecutivo com reflexão sobre educação e transformações sociais.

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