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WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.54.58PROFISSIONAIS do Serviço de Radioterapia do HU reunidos na abertura do evento - Foto: EQUIPE DO SERVIÇO DE RADIOTERAPIA DO HUCFFMobilizado pela campanha do Outubro Rosa, o Serviço de Radioterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) realizou até esta sexta, 23, a 1ª Semana de Prevenção ao Câncer de Mama. O evento, aberto aos pacientes que fazem tratamento na Unidade, contou com uma programação esclarecedora e humanizada. Especialistas de áreas como Mastologia, Oncologia e Psicologia foram alguns dos convidados.

“Na abertura do evento, o diretor-geral do Hospital, Marcos Freire, e o chefe do Serviço de Radioterapia, Paulo Cesar Canary, inauguraram o nosso Sino da Vitória”, conta Cleide Guedes, administradora do Serviço no HUCFF. Adotado por muitos hospitais no mundo, o Sino da Vitória comemora o final das sessões de radioterapia. “Toda vez que um paciente termina de fazer uma radioterapia ou quimioterapia é como se ele tivesse terminado uma batalha na luta contra o câncer”, explica Cleide.

A iniciativa, organizada pelos profissionais da unidade, alerta para os cuidados necessários com a saúde. “É muito importante esclarecer que o câncer pode estar mais perto do que as pessoas imaginam”, pontua Cleide. O Serviço de Radioterapia costuma atender 50 pacientes por dia, número que se mantém estável apesar dos medos gerados pela pandemia. “O câncer não espera, não escolhe nem dia, nem hora, nem pessoa, nem cor, nem crença”, lembra.

Cleide viveu na pele a travessia do câncer de mama. Em abril de 2019, ela foi diagnosticada no hospital onde atua há 35 anos. “De cuidadora passei a ser cuidada. Fiz cirurgia para retirada do tumor, radioterapia e hormonioterapia”, ela conta. “Eu venci! Pois eu tive um câncer, mas ele não me teve. Peço que as mulheres se cuidem, façam o autoexame e exames periódicos. Se amem mais do que tudo”, aconselha.

OBITUÁRIO

Charlotte Emmerich
Professora

WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.49.261Pioneira da Linguística no Brasil, a professora titular aposentada do Museu Nacional, Charlotte Emmerich, faleceu no último dia 18. Nascida em 1938, Charlotte se doutorou pela Faculdade de Letras em 1984. Sua tese é considerada o marco inicial da Sociolinguística Indígena, tema para o qual dedicou toda a vida acadêmica, com participação ativa na luta dos povos nativos por seu direito e desejo à educação bilíngue. Incansável, coordenou recentemente a publicação do livro “Documentos do Projeto Estudo Sincrônico de Línguas Indígenas do Alto Xingu”, com material linguístico inédito e raro sobre a língua Yawalapiti, coletado há mais de quarenta anos.


João Pedro Feitosa
Ex-aluno de Medicina da UFRJ

WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.49.26A comunidade acadêmica se despediu no último dia 15 do médico João Pedro Feitosa, recém-formado no curso de Medicina da UFRJ, e vitimado pela Covid-19. João era um guerreiro. Fez o ensino básico todo em escola pública e entrou na universidade depois de cursar um pré-vestibular social. No curso, era brilhante. Em julho de 2019, se formou com média 8.7 e “distinção de dignidade acadêmica ‘Cum Laude’, quando o aluno finaliza a graduação na UFRJ com coeficiente de rendimento acumulado igual ou maior que 8.

Durante a pandemia, João trabalhou em dois hospitais. Atuava nas UTIS de Covid, e uma das suas difíceis missões era entubar os pacientes graves, procedimento que impõe contato com enorme carga viral.

Em julho, João Pedro se voluntariou para receber a vacina de Oxford em teste no país. A regra é não divulgar se o voluntário recebeu o placebo ou a vacina, mas diante do enorme impacto sobre a morte do jovem, o laboratório informou, na última quarta-feira, que João Pedro recebeu placebo e que, portanto, sua contaminação não decorre de falha no imunizante.

“A pandemia está matando tanto quanto matava. Os jovens não estão protegidos! Se cuidem. Fiquem em casa. João Pedro estava na linha de frente! Profissional da saúde. E você? Por que não pode esperar acabar a pandemia ? “, questinou a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, em uma publicação na internet.

Memorial para vítimas da Covid-19

A UFRJ quer criar um memorial para homenagear todas as pessoas da universidade que morreram em decorrência da Covid-19. A sugestão foi do decano do Centro de Ciências da Saúde, professor Luiz Eurico Nasciutti, no último Consuni. A comunidade acadêmica chorou a perda de quatro estudantes, todos sem comorbidades, na última semana. Um deles é o médico recém-formado João Pedro Feitosa. Os outros três são Eduardo Costa, aluno da Farmácia, Maria Ângela, da Enfermagem, e Vinícius Lessa, do curso de Ciências Matemáticas e da Terra e integrante do DCE Mário Prata. “Essa homenagem é muito importante para essas pessoas que nos deixaram de uma forma tão triste, sejam alunos, docentes e técnicos. Estamos muito consternados com essas perdas recentes”, lamentou o decano.

 

Diretoria da AdUFRJ (2019-2021)

WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.24.11Chegamos a outubro de 2020 com algumas vitórias, mas nada que nos autorize alguma comemoração. O Future-se, versão 1 e 2, continua em alguma gaveta do Congresso. As sucessivas tentativas de cortes salariais do funcionalismo não vingaram, assim como as tentativas de não aprovar o FUNDEB foram rechaçadas. Hoje, uma liminar contém a fúria intervencionista do governo na escolha dos reitores das universidades. Mas esses exemplos apenas servem para nos lembrar que se esse governo não conseguiu fazer tudo o que queria, o estrago que já está fazendo com o desmonte do Estado brasileiro, a desestruturação de áreas estratégicas, a irresponsabilidade sanitária, o horror com a política ambiental é grande o suficiente para termos a certeza que não poderemos descansar tão cedo. O Projeto de Lei Orçamentária – PLOA – que regerá o orçamento de 2021 será desastroso para as universidades. As restrições orçamentárias que estão previstas, aliadas à desastrosa Reforma Administrativa, terão sobre as universidades um efeito tão ou mais devastador do que aquele previsto no malfadado Future-se. Estamos lidando com um governo que nos trata como inimigos, e por isso mesmo, nossa ação em âmbito nacional nunca foi tão importante. Desde que tomamos posse, temos atuado e fortalecido todos os fóruns tradicionais do ANDES, enviamos a maior delegação de nossa história ao congresso da entidade, estivemos nos CONADs convocados virtualmente durante a pandemia, e estamos participando das eleições para a sua diretoria. Mas continuamos a apostar também em novas articulações, que não dispersem forças nem disputem espaços com as entidades representativas, mas que nos ofereçam novas possibilidades de intervenção no debate nacional. Por isso, fortalecemos a atuação do Observatório do Conhecimento, criado em 2018, como espaço de diálogo e convergência de agendas e lutas com outras ADs, junto às entidades científicas, movimentos sociais da educação, frentes parlamentares aliadas. Conseguimos nos inserir em articulações nacionais no Congresso como o recente ato em defesa do orçamento para a Educação e também nas redes, com o tuitaço que marcou o primeiro ano de Weintraub no MEC, em 7 de abril, quando a hashtag criada pelo Observatório “#piorministrodahistoria” foi trending topic no Twitter. Também marcamos presença no 15 de maio virtual, que foi marcado pela vitoriosa pauta do #AdiaEnem, onde realizamos diversas projeções pela cidade.

Para além das pautas tradicionais e enfrentamentos nacionais, e apesar das restrições que a vida virtual nos tem imposto, fizemos um grande esforço para pautarmos questões já nem tão novas, mas que ainda reclamam uma atenção maior de todos nós. Foram os debates que organizamos durante o Festival do Conhecimento, o CineAdUFRJ, as Pílulas Antimonotonia e agora o nosso recém-lançado Café com Ciência e Arte, programa na Rádio UFRJ, que estreiou no dia 16 de outubro. Também fizemos um esforço de aproximação com a SBPC, especialmente na Marcha pela Ciência, #Pactopelavida, no dia 7 de maio, quando a TV AdUFRJ transmitiu toda a programação regional da SBPC.   

Mas nada nos atingiu de forma mais dramática do que a suspensão das atividades presenciais, em especial, as atividades didáticas. Acompanhamos essas discussões em todas as instâncias em que nos foi possível estar, organizamos debates públicos, reuniões plenárias com docentes, assembleia. A implantação do PLE – período letivo excepcional – se deu de forma muito heterogênea, gerando um quadro de disparidades internas muito acentuadas, dificultando enormemente a definição do calendário para os períodos regulares. O ensino remoto, implantado mundialmente com a pandemia, ainda precisará de muita discussão entre nós. Na iniciativa privada, sustentado por poderosos interesses econômicos, tem significado superexploração e precarização das relações de trabalho. Entre nós, após esses primeiros meses de experiência com o PLE, já sentimos a sobrecarga e a dificuldade da transposição de nossas aulas presenciais para a forma remota. Não é uma operação simples, e para aqueles que desejam manter a qualidade de seu trabalho, o esforço é bastante significativo. Mas ao mesmo tempo, esse longo e tortuoso processo, que nenhum de nós escolheu viver, mas que a fatalidade fez com que atravessasse o nosso caminho, poderá nos obrigar a debates que há muito estavam adormecidos e que hoje reclamam respostas mais consistentes. Quais são os ganhos que as ferramentas tecnológicas podem oferecer para o processo de formação dos nossos estudantes? Como poderemos nos apropriar de forma o mais construtiva possível de tudo isso? Como essas experiências poderão repercutir no nosso trabalho presencial?

Estamos apenas iniciando uma longa caminhada a respeito dessas questões. Há um complexo e diversificado universo de questões que estão a exigir de nós melhores respostas. Há uma pauta clara de reivindicações nacionais que precisam ser encaminhadas, pois não é possível que tenhamos que arcar com todos os custos dessas atividades. No âmbito da UFRJ, ainda será preciso definir como todo esse período irá impactar a avaliação de desempenho e as nossas promoções e progressões. E a carga horária, como será computada? E as pessoas – em sua maioria as mulheres – que se desdobram no cuidado de familiares, especialmente as crianças que estão em casa, também privadas das suas atividades escolares? Como estão sendo os processos de avaliação?

Enfim, não poderemos nem mesmo nos dar ao luxo de fazermos uma pausa para o balanço. Vamos seguindo com a imagem que também já virou lugar comum nessa pandemia: estamos trocando o pneu com o carro andando, ou consertando o avião em pleno voo. Recolhemos um pouco do que fizemos até agora, que aliás foi bastante. Na verdade, foi o possível, mas o momento é de tal gravidade que reconhecemos que não foi tudo que precisávamos fazer... É certo que podemos fazer ainda mais, mas dependemos que isso seja uma decisão de todos. A rigor, esse balanço tem um único objetivo, que é ressaltar o quanto ainda poderemos fazer. E o quanto ainda precisamos da AdUFRJ presente na vida da universidade. Contamos com a participação de todos!


WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.26.34O ministro Gilmar Mendes, do STF, interrompeu a votação de uma ação que pode obrigar o governo Bolsonaro a respeitar a autonomia das universidades na escolha de seus reitores. No dia 15, o ministro pediu destaque e enviou o processo para julgamento presencial na Corte. Não há previsão para realização da sessão. Até aquela data, os ministros Edson Fachin (relator), Carmen Lúcia e Celso de Mello já votaram eletronicamente que o presidente deve nomear o nome indicado em primeiro lugar nas listas tríplices enviadas pelas instituições.

 

A Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo Partido Verde questiona a postura de Bolsonaro, que já interveio na eleição de 14 universidades e institutos federais. Catorze instituições aguardam uma decisão do presidente. Uma delas, pela proximidade geográfica com o poder, preocupa bastante a comunidade acadêmica: a Universidade de Brasília (UnB). A reitora Márcia Abrahão, reeleita pela comunidade com vitória em todos os segmentos, é uma crítica ferrenha da política do atual governo. O mandato da professora vai até 23 de novembro.

Na Federal de Rondônia (UNIR) e na Federal do Sergipe, o mandato dos atuais dirigentes segue o mesmo prazo. Em outras, vence mais cedo: na UFPI e na UFSCar, até 8 de novembro; na UFPB, 16 de novembro. Na Federal de Itajubá (Unifei) e na UFPR, somente em 18 de dezembro. Na Federal de Uberlândia, até 26 de dezembro. Na Federal de Pelotas, até 10 de janeiro de 2021.

No Instituto Federal do Maranhão, o mandato do atual diretor já se encerrou. Ele segue como pró-tempore. Nos institutos Farroupilha e do Norte de Minas Gerais, o mandatos acabam, respectivamente, nos dias 26 e 28 de outubro. No instituto de Roraima, até 11 de novembro.

O fascínio pela arte de ensinar une Erasmo Ferreira, com décadas de bons serviços prestados à Educação, e o jovem Rodrigo Leite, que acaba de iniciar sua caminhada como docente na UFRJ.

TRADIÇÃO

Mestre de várias gerações, Erasmo Ferreira ainda guarda brilho no olhar ao falar de Ciência: “Uma trincheira para a cultura”

WhatsApp Image 2020 10 16 at 16.05.57Professor ErasmoTormento para muitos professores em tempos de pandemia, a adaptação ao ensino remoto não é um problema para Erasmo Ferreira, de 90 anos, emérito do Instituto de Física. “Já passei pelo problema de adaptação a novas tecnologias quando fiz meu doutoramento, em 1958”, lembra.
“O computador foi inventado quando eu estava fazendo meu doutoramento. Faço muita computação de primeiro nível porque esse foi meu instrumento de trabalho sempre”, explica. Erasmo foi um dos primeiros usuários do equipamento, enquanto estudava no Imperial College of Science and Technology, em Londres.
Em 1961, só havia dez físicos com doutorado no Brasil. “Estive na fase de formação dos institutos. Trabalhei muito para essa construção, para a formação de pessoal, para a ligação de comunidades científicas, procurando trazer as fronteiras científicas para todas as pessoas que trabalhavam em Física aqui”, diz. Hoje, o país forma 300 doutores em Física por ano. “Essa criação do ponto inicial até ao ponto em que os institutos são formados e funcionando bem é o meu legado”, afirma.

NA ATIVA
Após o doutorado na Inglaterra e um período na Venezuela, Erasmo se torna professor da PUC-Rio, em 1967.  O docente trabalhou 27 anos como professor na instituição privada, mas sempre acompanhando o Instituto de Física. “Participei no desenvolvimento do Fundão, puxando professores para serem contratados, participando em bancas de pós-graduação”, conta. “Até que no ano 1994, vim para o Fundão junto com 11 colegas”. Nessa época, a PUC enfrentava dificuldades financeiras para manter grandes grupos de pesquisa.
Hoje em dia, o docente de 90 anos participa das atividades acadêmicas num nível mais restrito e específico no instituto. “Nos seminários de grupo, no colóquio, que é global, ou com os estudantes que estão fazendo mestrado e doutorado na minha linha de trabalho. Participo ativamente, ouvindo e falando”, conta.  

DESPERTAR
A vocação para a pesquisa surgiu com um professor de Química do Colégio Batista, na Tijuca. “Era um catedrático da Faculdade Nacional de Filosofia, o que era uma coisa rara no ensino médio. Era Ciência pura, fundamental. Fiquei fascinado”, explica. O docente se graduou em Química Industrial pela Escola Nacional de Química, na antiga Universidade do Brasil, em 1952, e como Bacharel em Física pela Faculdade Nacional de Filosofia, em 1954.
Ouvir o mestre de tantas gerações é também fazer um passeio pela história da educação superior no país. Erasmo recorda que, apesar das dificuldades financeiras e políticas dos anos 1960, a Reforma Universitária de 1968 ajudou a estruturar a vida acadêmica. “Foi criada a carreira universitária e, principalmente, mantiveram os docentes com um salário em tempo integral. Antes, era um salário episódico de oito horas”, explica.
 
LIÇÕES DE VIDA
Para o sorridente senhor, quem está na Física e quer estar nas fronteiras do conhecimento deve se jogar de corpo e alma. “Durante esse tempo todo da minha vida profissional, ela ofereceu muitas aventuras. Tudo muito coerente e muito sólido, com altos e baixos”, comemora.
Com tanta experiência, a mensagem do mestre para os mais jovens é ter fé na Ciência. “A gente está vendo isso no Brasil, no tratamento dos problemas que a gente tem, seja na preservação do ambiente ou sobre a pandemia, a Ciência quer ser ouvida”, diz. “Preservar a Ciência como uma trincheira para a cultura e para o desenvolvimento do conhecimento é necessário. Isso é feito com trabalho. A Ciência não é feita de ideia genial, não”, conclui.

FUTURO

'Calouro’ dos docentes tem sede de saber: “Ainda tenho muito para aprender e para viver dentro da universidade”

WhatsApp Image 2020 10 16 at 16.06.011Professor RodrigoCom apenas 27 anos, Rodrigo Leite é o professor mais novo da UFRJ. “Ser o mais jovem para mim é uma boa notícia, porque significa que eu ainda tenho muito para aprender e para viver dentro da universidade”, comemora.
Rodrigo tomou posse do concurso para Professor Adjunto de Finanças do Instituto Coppead em dezembro de 2019. Passou na primeira tentativa, sem experiências prévias na instituição.  “Fiz o último vestibular da UFRJ em 2011. Fui o primeiro colocado para Ciências Contábeis. Passei em quarto na UERJ, e preferi ir para lá”, conta. Depois, realizou mestrado e doutorado na FGV em apenas quatro anos.
Questionado sobre a escolha por outras instituições, Rodrigo é categórico. “Simplesmente bolsa. Como eu estudei no Colégio Pedro II, entrava por cota de escola pública na UERJ. Todos os alunos cotistas de lá ganham bolsa e era mais perto da minha casa. Ir para a Urca era muito mais distante para mim, que morava em Bangu. E na FGV foi bolsa também”, explica o jovem docente.  
Rodrigo ingressou na UERJ em janeiro de 2011, com 17 anos. Fez a graduação dos 17 aos 20 anos, com 21 anos terminou o mestrado e aos 22 passou no concurso para professor assistente na estadual e começou o doutoramento na FGV. “É uma mistura de sorte com um tipo apressado, que eu sempre fui”, define. “A sorte é que a minha área é relativamente tranquila de concurso. Às vezes, apenas oito pessoas disputam a vaga”, diz.
Mas o jovem dá um conselho para quem resolve trilhar o caminho da Academia. “A pessoa tem que ser focada durante esse período da pós-graduação, se ela puder focar só nisso para terminar o mais rápido possível. Tem que pensar que é uma fase”, afirma.
Para ele, um grande problema da pós-graduação é que os alunos muitas vezes se sentem inseguros com o futuro. “Qualquer processo transitório dá muita ansiedade. Mas faça o seu melhor e sempre fique atento às oportunidades. Todas as oportunidades que apareceram para mim eu tomei e procurei fazer o máximo possível”, revela.
Além de ser o professor mais jovem, Rodrigo também foi eleito para o Consuni, o colegiado deliberativo máximo da UFRJ. “Eu participei dessa tomada de decisão do calendário acadêmico. Foi muito desafiador porque não era só lecionar a distância, mas também pensar em como a universidade deveria lecionar a distância”, conta.
“Não sei se eu inspiro, mas sou simplesmente uma evidência de que, com esforço, se consegue chegar a grandes objetivos. Vim de escola pública municipal, fiz a prova do Pedro II e passei, o que é um diferencial”, lembra. Mesmo com todas as dificuldades de morar no subúrbio, o professor contava com um apoio fundamental dentro de casa. “Meu pai e minha mãe sempre me deram todo o suporte que poderiam. Tivemos momento de dificuldade, mas nada chegou a me prejudicar no estudo”, explica.

EXPERIÊNCIA NA SALA DE AULA
“Não tem como gostar do ensino remoto”, opina o professor. “O ensino presencial é muito superior. Nós, seres humanos, precisamos ter o convívio social.  A distância não é o ideal para ninguém, nem professor nem aluno”, diz. Contratado no final do ano passado, Rodrigo ainda não esteve em contato com os alunos da graduação.  “A turma que eu daria na graduação foi para outra professora, porque ela dá aula no segundo semestre”, explica. Ele lecionou duas disciplinas na pós-graduação e utilizou a plataforma Zoom. “Foram muito boas, os alunos se esforçaram bastante e fiquei impressionado com a seriedade deles”, lembra.
Para Rodrigo, uma coisa interessante em ser um jovem professor é conseguir entender o que os alunos passam. “A gente consegue conversar também. É um desafio porque nós, como professores, temos que ter uma postura em sala de aula. Quando você tem a mesma idade dos estudantes, você tem que trabalhar bem essa postura para que as pessoas prestem atenção e se dediquem”, reflete.

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