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A temporada de debates entre as duas chapas que disputam a direção da Adufrj será aberta às 10h de terça-feira, 29 de agosto, no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no Largo de São Francisco. As eleições acontecem nos dias 11 e 12 de setembro para um mandato até outubro de 2019. Podem votar docentes sindicalizados até 13 de julho deste ano. Disputam a presidência da Adufrj Maria Lúcia Teixeira Werneck Vianna, do Instituto de Economia, pela chapa 1, e Mariana Trotta Dallalana Quintans (Faculdade Nacional de Direito), à frente da chapa 2. A votação irá também renovar o Conselho de Representantes. As inscrições de candidatos ao colegiado podem ser feitas até sexta-feira, dia 1º de setembro. O confronto entre lideranças da chapa 1, Universidade para a Democracia, e chapa 2, Adufrj-SSind de Luta e pela Base, será mediado pelo presidente da Comissão Eleitoral, Flávio Martins, da FND. Depois do debate do IFCS, o segundo encontro entre as chapas foi marcado para 14h da quinta-feira, 31, na sala E-212 do Centro de Tecnologia, no Fundão. O último confronto de propostas acontece às 18h de terça-feira, 5 de setembro, no auditório da Escola de Serviço Social, na Praia Vermelha. Regras A Comissão Eleitoral definiu regras para os debates. Além de Flávio Martins, que fará a mediação, a mesa será composta por dois representantes de cada chapa. Cada uma delas terá 15 minutos para exposição de seu programa. A ordem de apresentação será definida antes do início de cada debate por sorteio. Estão previstos três blocos de perguntas.

Prédio de módulos, no meio do estacionamento, não estará completamente pronto até o dia 28, como previsto. Mas já foi preparado um remanejamento de turmas para ninguém ficar sem aula O início do segundo período letivo, no campus da Praia Vermelha, não será tranquilo como se esperava. O aulário, como está sendo chamado o pequeno prédio de módulos, no meio do estacionamento, não estará completamente pronto até o dia 28, como previsto. Mas já foi preparado um remanejamento de turmas para ninguém ficar sem aula. “O cronograma está mantido. Remanejaremos algumas disciplinas para salas do Instituto de Economia e Faculdade de Administração e Ciências Contábeis”, afirmou a decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Lilia Pougy. No dia 28, será entregue o bloco de módulos junto ao anexo do CFCH, com infraestrutura básica (ar-condicionado, banheiros, parte elétrica) e mobiliário. No dia 30, é a vez do bloco próximo ao caixa eletrônico do Banco do Brasil, também com infraestrutura básica, mas ainda sem mobiliário. As informações foram divulgadas pela Prefeitura Universitária, responsável pela fiscalização da obra. A reportagem não conseguiu uma previsão de quando o segundo bloco estará operacional até o fechamento desta matéria. O atraso na obra é atribuído aos transtornos causados pelas fortes chuvas da semana passada. Arquiteto da empresa Metalúrgica Valença, que faz a montagem dos módulos, Thiago Vidal disse que uma correção no posicionamento das fundações também provocou demora de alguns dias, no início de julho. Apesar dos transtornos para o recomeço das aulas e para as férias de fim de ano (agora, o período será esticado até 16 de janeiro de 2018), a obra era considerada necessária pelos professores, pela aproximação com as unidades acadêmicas — antes, professores e alunos precisavam se deslocar ao campo de futebol, onde ficavam os antigos módulos “Vai ser um facilitador muito grande (o aulário). O deslocamento era complicado até o campo”, elogiou Amaury Fernandes, diretor da Escola de Comunicação. O aulário foi comemorado, especialmente, por resolver o problema de espaço para salas de aula: serão 32 nos três pavimentos dos blocos.

COTAV distribuirá 150 concursos de docentes, 38% menos que em 2013. Professora Cláudia Morgado (foto), da Escola Politécnica, contesta número informado pela reitoria *colaborou Silvana Sá A próxima distribuição de concursos para professores promete uma intensa disputa nas reuniões da Comissão Temporária de Alocação de Vagas (COTAV). A pró-reitoria de Pessoal disponibilizou 150 vagas, 90 a menos do que as 240 abertas na última edição, em 2013. São menos vagas e muito mais demanda. Levantamento realizado pela professora Cláudia Morgado, da Politécnica e conselheira no Consuni, mostra que ocorreram 395 vacâncias entre 2013 e 2017, incluindo aposentadorias, falecimentos e exonerações. Roberto Medronho, diretor da Medicina, calcula que perdeu 88 docentes nos últimos quatro anos e precisa substituí-los. Questionado no último Consuni sobre a redução das vagas, o pró-reitor de Pessoal, Agnaldo Fernandes, respondeu que os concursos realizados de 2013 para cá absorveram parte deste quantitativo. Ele afirmou, no entanto, que não tinha o levantamento com o número de concursos realizados. Cláudia Morgado discordou: “Não existe concurso sem COTAV. Os concursos feitos diziam respeito à COTAV 2013”. Para ela, a UFRJ deveria retomar o fluxo de contratações, que, até 2009, ocorria anualmente com alocação na ordem de 100 vagas. “E estamos há quatro anos sem realizar uma COTAV”. A professora completou: “Alocação restrita ou acumulada é danosa para a UFRJ”. Segundo levantamento da direção da Matemática, desde a última Cotav, foram perdidos 25 docentes, entre aposentadorias e falecimentos. Hoje, são 158 professores para atender a disciplinas básicas do próprio curso e de outras unidades. No Direito, a demanda é de 13 professores. Na Medicina, que atende também aos cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, foram 88 professores a menos no mesmo período. De acordo com o diretor Roberto Medronho, “na década de 1980, eram 650 professores atendendo a um único curso. Em 2017, são 403 docentes para os quatro cursos”. Medronho chama atenção para o fato de que o corpo docente da unidade está com uma média de idade “bem acima dos 50 anos”. E adverte, inclusive, que “muitos já estão em abono permanência (trabalhando, mesmo habilitados para aposentar)”. “Com essas reformas anunciadas, podemos nos ver a qualquer momento em uma situação crítica”, observa. Para o docente, é muito negativa ainda a distância entre o tempo das aposentadorias em relação às reposições: “Antes, conseguíamos fazer uma transição geracional com mais covivência entre o professor novo e os com mais tempo de casa e experiência. Agora fica um buraco enorme entre as aposentadorias e os concursos”. Parâmetros causam questionamentos Além do número reduzido, os parâmetros para a distribuição também provocam questionamentos. O foco da crítica está no critério de número de matrículas discentes, tomando como base o ano passado: “O segundo semestre de 2016 foi completamente atípico. O Conselho de Ensino e Graduação liberou para os alunos o trancamento até quatro meses depois do início do período. Muitos trancaram, depois de obterem notas ruins nas primeiras provas”, comentou a diretora do Instituto de Matemática, Walcy Santos. Trancamento reduziu concluintes à metade A distorção ficou explícita no caso da unidade: das 14.323 matrículas de alunos externos que fazem disciplinas na Matemática, apenas 7.624 chegaram ao fim do ano passado.  Para uma comparação, no ano anterior, a relação foi de 14.538 inscritos para 12.195 concluintes. Sintomático também foi o inchaço nas aprovações: “Em média, nossa reprovação gira em torno dos 30%. Mas 2016/2 foi um semestre praticamente sem reprovações”, sublinha a professora. A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2), Leila Rodrigues, argumenta que a proposta de mudança do critério de matrículas em disciplina “chegou a ser discutida em duas instâncias, numa Câmara Mista dos dois colegiados e na reunião conjunta entre CEG e CEPG”, mas não foi absorvida. A pró-reitora enfatizou que colegiados são “instâncias autônomas”, sem ingerência da reitoria. Atropelos Problemas com transparência no processo também foram apontados. Em primeiro lugar, os prazos exíguos: “A princípio, recebemos algo como 15 dias para enviar as planilhas. Como era inviável, houve uma prorrogação de algo como mais dez dias”, conta a diretora da Matemática “A entrega era para final de julho, período de férias”, acrescentou. A diretora disse ainda que buscou informações sobre a situação de outras unidades com o mesmo porte que a Matemática, mas não teve sucesso. “Antes conseguíamos ver pelo SIGA, mas, por alguma razão, não é mais possível visualizar pelo sistema”. Para a dirigente, o número reduzido de vagas somado ao atropelo sacrificou o planejamento institucional: “Quem pensa no futuro, quem planeja um desenvolvimento institucional para sua unidade, além das expansões universitárias provocadas, nunca tem chance”, opina. Ela afirmou que, se o critério para Cotav for mantido como está, “com certeza vamos recorrer”. Avaliação da Adufrj “A contratação de docentes é a decisão mais importante de uma universidade”, pondera o vice-presidente da Adufrj, professor Carlos Frederico Rocha.“Os recursos empreendidos e a irreversibilidade do movimento definem o futuro institucional", completa, ressaltando que a falta de informação gera desconfiança. "Para onde foram as vagas da Cotav anterior e que critérios foram usados?”

Os estudantes ocuparam a reunião do Conselho Universitário no dia 24. Eles exigem mais rapidez na solução dos problemas de moradia — sobretudo depois do incêndio ocorrido no dia 2 de agosto, que afetou 206 pessoas, hoje abrigadas provisoriamente num hotel — e abertura de novo edital de bolsas-auxílio. A superintendente de Políticas Estudantis, Vera Salim, apresentou os dados: houve abertura de edital para 250 bolsas auxílio no primeiro semestre deste ano, mas não existe previsão de novas bolsas em 2017/2. “Este número corresponde a apenas 10% da nossa demanda. Não temos reajuste de valores desde 2013 e sofremos consecutivos cortes”, afirmou. Sobre o alojamento, os estudantes cobraram a construção de unidades modulares, mas a reitoria afirmou que não possui recursos. “Por isso, fomos procurar a Prefeitura do Rio para pedir ajuda. Em paralelo, estamos terminando o processo para abrir licitação de reforma da ala B do alojamento”, disse o reitor Roberto Leher. Os dois temas voltarão a debate no próximo Consuni.

Escola de Belas Artes e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional sofrem com descentralização das atividades acadêmicas Quase um ano depois do incêndio que atingiu o oitavo andar do prédio da administração central e três unidades acadêmicas, muito ainda precisa ser resolvido. Os problemas enfrentados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo foram destacados na edição passada do Boletim da Adufrj. Mas a Escola de Belas Artes, com seus mais de 2 mil alunos, e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), com mais de 600 estudantes, também vivem tempos caóticos. As aulas da EBA estão divididas entre o térreo do edifício atingido pelo fogo, o Centro de Tecnologia e a Faculdade de Letras. Mudar de prédio serviu para não atrasar muito o calendário acadêmico dos cursos: o segundo período está marcado de 28 de agosto até 22 de dezembro. Mas impactou o dia a dia do trabalho. É na Letras que está concentrada toda a parte administrativa da unidade, junto das coordenações acadêmicas e secretaria. Um acampamento foi improvisado dentro da biblioteca local. “Tem hora que parece uma Torre de Babel”, descreveu a professora Dalila Santos, diretora adjunta de Cultura da EBA. A docente relatou os prejuízos sofridos pela unidade após o incêndio. “Não fomos atingidos pelo fogo, mas pela água utilizada para combater as chamas. Perdemos todo o mobiliário, piso, equipamentos, muita coisa se estragou. A EBA não tinha realmente condições de continuar no prédio”, explicou. A unidade funcionava no 6º e 7º andares. Laboratórios de informática, fotografia e produção teatral estão fechados por tempo indeterminado. O Núcleo de Artes e Novos Organismos conseguiu um ponto no Parque Tecnológico. O Espaço Vórtice, uma galeria de artes que ficava no sétimo andar, passou a funcionar no Centro Cultural Light. Carlos Augusto Rodrigues, técnico da UFRJ há mais de 30 anos, confirma as dificuldades enfrentadas: “Lá no edifício eu tinha uma sala, existia um setor. Estou agora com outras três seções ao meu lado. Não podemos guardar nada, só temos uma mesa disponível”. Ele é fiscal de contratos terceirizados, mas a tarefa ficou prejudicada com a descentralização das atividades. Ele reclamou, ainda, da falta de informações. “Quando sabemos de algo sobre o prédio ou sobre obras é pela mídia. Estou em abono-permanência. Eu mesmo não tenho mais esperança de voltar ao edifício antes de me aposentar”, lamentou. Ao lembrar do dia em que foi ao local de trabalho para buscar o computador que havia escapado da água, o servidor se emocionou. “Uma vida dedicada àquele lugar. Havíamos acabado de reformar todo o setor, estava tudo novinho. Agora é só destruição”. Os estudantes também têm queixas. “Ter ido para outros prédios nos trouxe prejuízos”, comenta a estudante do sexto período de Comunicação Visual, Laíse Failace. “Boa parte das salas não tinha a estrutura necessária para o nosso curso. O período também foi mais curto, perdemos o CAEBA (Centro Acadêmico da unidade) e ficamos bastante perdidos no dia a dia”, disse. Luiza Marques, também do sexto período, completa: “A falta de computadores nas salas nos prejudicou muito. Peguei aulas que ficaram espalhadas em três unidades (CT, Letras e reitoria). Dei sorte que essas aulas eram em dias diferentes, mas muitos colegas perdiam aula por conta do tempo de deslocamento entre um prédio e outro”, lembrou. “Eu faço design. Se tivesse que mudar de universidade, só me restaria a PUC-Rio, mas eu não tenho condições de pagar R$ 2,5 mil de mensalidade”. No IPPUR, retrocesso Recentemente acolhido pelo IPPUR, o curso de graduação em Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social (GPDES) ainda se consolidava na unidade quando o incêndio aconteceu. O IPPUR utilizava o quinto andar para sua estrutura administrativa, salas de professores, laboratórios e aulas de pós. Já o quarto andar era compartilhado com a FAU para aulas de graduação. Também eram utilizados contêineres instalados no térreo do edifício.  “Duas semanas antes do incêndio, estávamos com as salas todas prontas no quarto andar. Tinha sido uma grande vitória para o curso. O fogo nos impôs um grande retrocesso”, lamenta o professor Daniel Negreiros, coordenador de ensino de Graduação do IPPUR. “Ficamos sem acesso à nossa biblioteca, gabinetes de trabalhos dos professores, espaços dos laboratórios de pesquisa, salas de aula e auditórios. Todos penosamente reformados ao longo dos últimos anos, consumindo enormes investimentos e esforços administrativos”, completa o professor Alex Magalhães, coordenador do Laboratório de Estudos das Transformações do Direito Urbanístico Brasileiro. Graduação e pós do IPPUR, além de toda a parte administrativa passaram a funcionar na Faculdade de Letras. As turmas de graduação de primeiro e segundo períodos estão alocadas em salas do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. “Essa descentralização é péssima para nós, mas é o que nos permite continuar funcionando. Todos têm se mobilizado de forma incansável para manter as aulas”, avalia Negreiros. O ponto mais crítico para o IPPUR é a biblioteca: “Há dez meses, estamos sem acesso ao acervo. Agora que conseguimos um espaço, no anexo da Biblioteca da Faculdade de Letras. Estamos arrumando a casa, ainda”, comenta o docente. A previsão é que a biblioteca esteja pronta dentro de mais um mês e meio. Os módulos do térreo estão em reformas por conta de vazamentos e goteiras e sem previsão de reabertura. Outras demandas que ainda não foram solucionadas são a sala de professores e os laboratórios. “Não tem espaço. É preciso destacar o papel da professora Eleonora Ziller (diretora da Letras) para nos abraçar. Temos conseguido o apoio que é possível, mas, de fato, não vivemos uma situação ideal”, afirma Daniel Negreiros. O prédio ao lado da Letras, que permanece no esqueleto, seria a solução de todos os problemas do IPPUR, mas esta é mais uma obra parada na universidade e sem qualquer previsão de conclusão. “Enfrentamos uma asfixia financeira que atrasa as ações. O governo sabota o ensino superior público. Infelizmente, a sinalização que temos é que este prédio nunca vai terminar. Continuar trabalhando para que o curso funcione da melhor forma possível é nossa forma de resistência”, avalia Negreiros.

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