facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Reunião do Conselho de Representantes da associação docente, no Instituto de Economia, discutiu crime no contexto da intervenção militar no estado do Rio de Janeiro Os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes na noite de quarta-feira modificaram a programação do Conselho de Representantes da Adufrj, na manhã de hoje (15), no Instituto de Economia. Os docentes relacionaram a ação violenta ao contexto da intervenção militar na segurança do Rio e decidiram criar um grupo de trabalho sobre o tema.  A reunião também foi abreviada para que os professores pudessem participar da vigília em homenagem às vítimas, na Cinelândia. “O assassinato de uma vereadora é um fato completamente contrário à democracia”, disse a presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck. Debates, aulas públicas, instalação de faixas em unidades e até mesmo uma assembleia geral para tratar da intervenção no estado foram cogitados no Conselho: “Nós temos de agir rápido”, afirmou o professor Fernando Santoro, do IFCS. “Não dá para uma associação docente não discutir essa questão, que é da maior gravidade”, reforçou Jorge Ricardo, professor da Faculdade de Educação. “Mas sempre com o cuidado de que o que pensamos aqui não é necessariamente o que a maioria dos professores pensa”, ponderou Leda Castilho, da Coppe.  “Não podemos ficar falando só para nós. Devemos retomar as aulas públicas”, disse Romildo Bomfim, da Medicina. A diretoria da Adufrj vai divulgar em breve uma nota sobre os assassinatos e pretende organizar um debate a respeito da intervenção. Prestação de contas A prestação de contas da gestão anterior, entre 2015 e 2017, e uma prestação parcial das contas da atual diretoria, relativas a novembro e dezembro, foram aprovadas no Conselho de Representantes. Nova campanha A presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck, anunciou que a entidade prepara uma campanha para apresentar à população os benefícios da UFRJ para o Rio de Janeiro. Segurança A diretoria vai se reunir, no próximo dia 20, com o prefeito universitário, Paulo Ripper. O objetivo é discutir os recentes casos de violência no Fundão. Novos GTs Além do GT sobre a intervenção, foi sugerida a criação de um grupo de trabalho para cuidar da relação da UFRJ com o ensino médio. Reuniões com as unidades Maria Lúcia Werneck afirmou que a diretoria está com a meta de fazer este ano pelo menos dez visitas às unidades da UFRJ para realizar discussões com os professores.

Prestação de contas final da gestão anterior e a prestação parcial das contas da atual diretoria estão na pauta. Também haverá apresentação das diretrizes de atuação dos grupos de trabalho da associação A diretoria da Adufrj convocou Conselho de Representantes para esta quinta-feira (15), às 9h, na sala 102 do Instituto de Economia, no campus da Praia Vermelha. Será a terceira reunião do Conselho na atual gestão da Adufrj — o primeiro encontro ocorreu em novembro, no Instituto Coppead; o segundo, na Coppe. Participe! Pauta: 1 - Aprovação da prestação final de contas da gestão anterior (biênio 2015-2017); aprovação da prestação parcial da atual gestão; 2 - Apresentação das diretrizes de atuação dos grupos de trabalho; 3 - Cronograma de reuniões nas unidades; 4 - Informes da diretoria.  

Uma das primeiras medidas será a criação de uma carta com todos os serviços da escola para a comunidade acadêmica; presença feminina é destaque

No comando da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ pelos próximos quatro anos, as professoras Ivana Bentes e Suzy Santos já querem agir: uma das primeiras medidas será a criação de uma carta com todos os serviços da escola para a comunidade acadêmica. O documento terá esclarecimentos para os estudantes, mostrando qual o trâmite para obter o diploma, por exemplo, até os cursos de extensão oferecidos pela escola. “Temos de mostrar que não só a nossa produção acadêmica é de altíssima qualidade, mas os nossos serviços também”, disse Ivana. As docentes tomaram posse ontem (12), no salão Oduvaldo Vianna Filho, na Praia Vermelha.

Ivana comemorou a grande participação de mulheres em sua gestão, a mais feminina na história da ECO. “Acho muito importante que as mulheres estejam nos espaços de poder e decisão. São questões de acolhimento, de uma gestão mais afetiva”, avaliou. Esta não será a primeira vez que a docente estará à frente da ECo: Ivana passou pela direção entre 2006 e 2013. “Minha primeira gestão foi no auge dos recursos, dos debates das cotas, da discussão sobre o Reuni, o programa de reestruturação das universidades públicas. Neste momento, não temos esse respaldo. Ocenário é de congelamento de custos”, afirmou. “Nossa gestão será na alegria e na crise”, brincou.

Suzy Santos, novata na direção, ressaltou também a diversidade da nova diretoria. “Eu venho do Sul, e Ivana, do Norte. É um encontro de culturas”. A docente falou sobre a necessidade de resistência da universidade. “A universidade pública está sofrendo um ataque brutal, justamente porque sempre foi espaço de multiplicidade de ideias e de resistência”, pontuou.

O reitor Roberto Leher, que participou da solenidade, reforçou o momento de dificuldade das universidades públicas. “Em todos os aspectos, temos ataques à autonomia universitária, como o exemplo do professor (Elisaldo) Carlini”, em referência ao docente da Unifesp que precisou prestar depoimento à polícia por sua pesquisa sobre drogas. “Estamos numa ofensiva para manter a autonomia e precisamos debater o que entendemos por democracia, cultura e artes”, concluiu.

Amaury Fernandes agradeceu à comunidade acadêmica por sua gestão, classificada como difícil pelo momento de crise. “Entrego a gestão para a Ivana com muita felicidade, com o sentimento de que tudo que prometemos nós cumprimos”, disse.

Lilia Guimarães Pougy, decana do CFCH, destacou o protagonismo da ECO na integração acadêmica da Praia Vermelha. “Vamos permanecer atuando para encontrar agendas comuns e identificar o que nos une para construir pautas coletivas”, afirmou.

Uma das unidades mais antigas da UFRJ, a Escola de Música iniciou o período letivo em grande estilo, no último dia 12. Na aula inaugural, foi lançado o selo dos 170 anos da unidade, que serão celebrados em agosto. O compositor e maestro Edino Krieger foi homenageado com uma placa pela diretora, Maria José Chevitarese. Além disso, estudantes do Coro Brasil Ensemble interpretaram o hino nacional. O reitor Roberto Leher participou da solenidade e falou sobre os desafios da universidade. A aula versou sobre a importância da formação humanista para todos os campos do saber. “Além do trabalho importantíssimo na formação musical e preservação de acervos, a Escola de Música nos orgulha hoje ao se projetar em novas áreas no campo da saúde”, disse, em referência à utilização da música em processos terapêuticos. Leher enumerou ainda três grandes questões para a universidade contemporânea: dar respostas éticas a temas polêmicos da ciência como a clonagem, superar o problema de financiamento e garantir a democratização do ensino superior gratuito.

Campanha da associação docente em resposta à intervenção federal na segurança pública do Rio foi um dos destaques da manifestação no Centro da cidade Em um bandeirão de quase 70 metros quadrados, o desenho de uma mulher em tons de lilás e rosa flutuando graças a um balão branco. Ao lado, os dizeres “A luta pela paz é feminina”. A campanha da Adufrj em resposta à intervenção federal na segurança pública do Rio foi um dos destaques da manifestação do 8 de Março, no Centro da cidade. O tecido foi agitado por professoras e estudantes e abriu a passeata que tomou a Avenida Rio Branco. Confira fotogaleria do ato “É claro que a questão da segurança é importante para todos”, afirmou a presidente da associação docente, professora Maria Lúcia Teixeira Werneck. “Mas as metas da intervenção federal não estão claras”. Ela completou com a motivação para a campanha: “Sabemos que as mulheres e as crianças são as pessoas que têm a rotina mais afetada pela militarização do cotidiano”. A participação da Adufrj dialogou com o tema do ato: Não à Intervenção Militar, É Pela Vida de Todas as Mulheres. “Seria impossível vir para a rua, no Dia Internacional das Mulheres do Rio de Janeiro, sem falar da militarização da vida das mulheres nas favelas. Foi consenso”, justificou Iara Amora, da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), uma das entidades organizadoras. A diretoria da associação docente compareceu em peso à atividade para distribuir boletins, adesivos e camisas da campanha. “Somos a associação dos docentes e das docentes da UFRJ”, frisou a diretora Maria Paula Araújo.  “Acompanhamos e somos solidários às lutas pela igualdade”, completou. Diversidade na manifestação A Marcha de Mulheres do Rio acolheu reivindicações diversas. Contra o racismo e o machismo ou em defesa do aborto seguro. Creche para os filhos e repartição do trabalho doméstico. Educação pública e Estado laico. Terra e dignidade para as indígenas. Preservação dos direitos trabalhistas e respeito para os LGBTTs. Poder para elas na política e democracia real. Durante o ato, o carro de som foi detalhe. Os destaques foram as vozes, os textos em cartazes ou nos corpos, as mensagens flamejando em bandeiras de todo tipo. Em cima de pernas de pau, mulheres carregaram a faixa “Juntas somos gigantes”. Doulas, profissionais que assistem mulheres que serão mães, denunciaram o parto desumanizado. Prostitutas lembraram “estamos aí” no feminismo.  A Resistência Feminina, iniciativa de fotógrafas como Ana Carolina Fernandes, Luciana Whitaker e Bel Pedrosa, desde cedo, registrava mulheres na concentração, posando com seus dizeres. O que mais incomoda no machismo? Confira alguns depoimentos de participantes da Marcha do 8M, no Rio de Janeiro: “As brasileiras estão sintonizadas com as lutas das mulheres no mundo. A Espanha é um dos exemplos. As mulheres se colocam contra as guerras, contra o desemprego e ao mesmo tempo por políticas sociais como a saúde a educação”, Ligia Bahia, vice-presidente da Adufrj. “O machismo velado é o pior. É muito triste também ver mulheres diminuindo as outras. Sou de uma geração que enfrentou o machismo, conquistou avanços e abriu espaço para outras. Mas cabe à geração atual chegar à igualdade”, Denise Pires de Carvalho, professora do Instituto de Biofísica. “O pior é a naturalização da coisa, homens sem constrangimento fazendo falas indevidas, agredindo em casa companheiras e filhos. A universidade não está à margem do problema”, Rogéria de Ipanema, professora da Escola de Belas Artes. “A mulher indígena enfrenta preconceito para tudo, até pegar metrô é ruim. Na aldeia, não temos nada e na cidade é pior. Meu filho passou para Federal Rural (UFRRJ), mas não temos o tanto de documento que exigem. A universidade devia debater a questão indígena”, Potira Guajajara. “É a impotência que eles impõem para a gente o tempo todo com coisas do tipo: normal você não conseguir, você é mulher. Sempre jogando para baixo, fazendo a gente se sentir mal por ser mulher”, Vitória Helena, secundarista. “Conviver com o racismo que nos tiram os entes queridos todos os dias é a pior parte. E as mulheres de axé, de religião de matriz africana, ainda enfrentam a discriminação, tendo terreiros violados e quebrados, sendo apedrejadas na rua. Estamos com um prefeito que promove o ódio e desrespeita o Estado laico, previsto na Constituição Federal”, Adriana Martins, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). “Estou na luta pelas mulheres desde as mobilizações para revisão da CLT em favor delas, ainda na ditadura. Participei do lobby do Batom na Constituinte que trouxe várias conquistas. De tudo, só não conseguimos avançar nada na descriminalização do aborto”, Leonor Paiva, advogada. “Um cara pode estar, em qualquer idade, trajando qualquer roupa, nos lugares. Se é mulher, é bem diferente. Você não tem essa disponibilidade. O transporte, por exemplo, é pensado na lógica do ir e vir para o trabalho. As mulheres não sentem conforto ou segurança para se movimentar na cidade”, disse a educadora que preferiu se identificar apenas como Sandra.

Topo