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Câmeras de reconhecimento facial começaram a operar no Fundão desde quarta-feira (30). Dispositivos, instalados nos pórticos de acesso à ilha, podem ajudar nas investigações sobre sequestros-relâmpago Já é possível às autoridades universitárias fazer o reconhecimento facial dos motoristas que entram na ilha do Fundão. Desde quarta-feira (30), foram instaladas câmeras de vigilância de alta definição nos pórticos de acesso ao campus. Os dispositivos foram colocados um ano e oito meses após o primeiro anúncio sobre a obra. Somente os pórticos, sem as câmeras, foram entregues em dezembro de 2016. As câmeras, conforme informado pela Prefeitura Universitária, poderão ajudar nas investigações da Polícia Civil. Especialmente nos casos de sequestro-relâmpago — foram sete, somente este ano — que têm aterrorizado a comunidade acadêmica. Na próxima segunda (4), a reitoria irá se reunir com o delegado chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. O objetivo é pedir reforço nas investigações de crimes ocorridos nas dependências da UFRJ. Será solicitada, ainda, a atuação da Divisão Antissequestro na Cidade Universitária. Além dos dispositivos nos pórticos, serão solicitados recursos ao MEC para a compra de mais câmeras de vigilância (hoje, são 288), viaturas para a Divisão de Segurança da UFRJ e melhoria da iluminação. Destes pedidos, já foi encaminhado ao ministério o pleito de R$ 280 mil para a compra dos carros da Diseg. Até o final da primeira quinzena de junho, a reitoria promete implantar na Cidade Universitária  o Programa Estadual de Integração na Segurança. Pelo Proeis, policiais militares em horário de folga podem ser contratados para reforçar o patrulhamento de uma determinada área. No Fundão, o convênio será custeado pela Petrobras, que mantém um centro de pesquisas no campus. Serão mais quatro viaturas e oito policiais durante 24 horas, todos os dias. O campus será dividido em quatro quadrantes. Cada um contará com uma viatura e dois policiais. “O 17º BPM (batalhão da Ilha do Governador) está participando do planejamento do Proeis. E vai continuar aqui. Esta integração é que vai trazer bons frutos”, disse o prefeito universitário Paulo Mário Ripper, em coletiva de imprensa realizada no dia 23. Ele atribuiu a demora na contratação do Proeis, ventilado desde o fim do ano passado, ao “porte” do projeto. Enquanto o programa não é implantando, foi negociado um aumento do patrulhamento atual junto à Secretaria de Segurança Pública. “São 6 viaturas, contando motos, além de policiais à paisana”, acrescentou o prefeito. “Normalmente, temos uma viatura fixa e uma circulando”.

A violência no campus invadiu a reunião do Conselho Universitário e obrigou a maior instância da UFRJ a mudar sua pauta para discutir a questão na quinta- -feira (24). O professor Nelson Braga, da Física, sugeriu a criação de um sistema paralelo de registro das ocorrências no Fundão. O sistema ficaria disponível on line e seria alimentado pela comunidade universitária. A partir daí, a reitoria montaria um sistema de acompanhamento dos casos. “Vamos ter de chegar ao ponto de termos um professor morto para que haja providências concretas?”, questionou. Outra proposta foi o controle inteligente dos acessos à UFRJ, com fechamento de entradas e saídas em alguns horários - ideia já em discussão com a CET-Rio. O reitor Roberto Leher disse que vê com cautela a proposta, por temer que atrapalhe até o acesso da comunidade universitária e gere grande engarrafamento com reflexo em toda a cidade. Estudantes questionaram o uso do Proeis. “Vamos ver como vai ser a abordagem da PM aos estudantes negros aqui”, alertou a aluna Clara Delmonte. A presidente da Adufrj, Maria Lúcia Werneck Vianna, falou da inquietação dos professores. “Tememos que haja só a reiteração dos discursos, que fique só nisso, sem ação. A mobilização é fundamental”

Elisa Monteiro e Kelvin Melo A Adufrj está em busca de soluções contra a falta de segurança na Cidade Universitária e criará em seu site um banco para receber contribuições da comunidade acadêmica. O professor Fabio Ramos, do Instituto de Matemática, tem uma sugestão a partir da experiência no estudo de softwares de monitoramento aéreo para segurança durante o pós-doutorado em Israel. O programa capta imagens por um balão, e um programa que identifica movimentações estranhas. “É preciso definir que tipos de movimentações podem ser considerados suspeitos”, explica o pesquisador. Não seria uma solução no curto prazo, mas com boa chance de resultados positivos. Para reduzir custos, poderiam ser usados balões como de publicidade. Levantar dados sobre a situação da segurança, sistematizar propostas, conversar com autoridades e acompanhar as medidas institucionais implantadas. Esta foi a agenda apresentada pela diretoria da Adufrj em plenária no Centro de Tecnologia, no dia 24. A diretoria se reunirá com a Secretaria de Segurança Pública no dia 29 de maio e em junho realizará uma audiência pública para a qual serão convidadas autoridades. “O objetivo é ouvir as autoridades sobre o que a universidade poderia fazer para diminuir crimes”, diz o vice-presidente da Adufrj, Eduardo Raupp.

*Gabriel Nacif Paes (Estudante da ECO e estagiário da Adufrj)

O Centro de Tecnologia vai escolher seu novo decano nos dias 28 e 29 de maio para um mandato de quatro anos. Os candidatos Fernando Luiz Bastos Ribeiro, atual decano, e Walter Issamu Suemitsu concorrem à eleição. Estarão em disputa os votos de docentes, técnicos administrativos e estudantes. Fernando Ribeiro, da Coppe, tenta a reeleição para continuar no comando do segundo maior Centro do Fundão. Uma de suas principais propostas é aumentar a segurança por meio da terceirização do estacionamento. Walter, da Escola Politécnica, foi decano entre 2006 e 2014 e quer ocupar o cargo novamente. Ele está convencido de que a melhor forma de reduzir os crimes na região é aumentar o número de câmeras e de vigilantes, além da criação de um aplicativo para facilitar a denúncia de crimes. Das 10h às 16h, haverá urnas no bloco B (Escola Politécnica) e no bloco H (Coppe). Já no bloco E (Decania, Escola de Química, IMA, Nides) as seções funcionam das 10h às 16h e das 18h às 20h. O resultado da eleição será divulgado no dia 30 de maio.

O Boletim da Adufrj  ouviu da comunidade universitária esta semana seguidos relatos sobre casos de violência no campus. Abaixo, depoimentos de medo e tensão, exigindo medidas concretas contra o problema.   "Entrei como professor em 1992. A segurança oscilou neste período. Agora, piorou muito. Sempre me preocupo ao entrar ou sair do carro. O Proeis é um primeiro passo. Onde tem policial bem visível, o bandido vai a outro lugar. O trânsito aqui é enorme. O estacionamento teria de ter maior controle." (Jean Louis Valentin, professor aposentado do Instituto de Biologia) "Em janeiro, homens armados bloquearam meu carro. Levaram carro, bolsa, tudo. Fiquei em pânico. A mobilização é importante para mostrar o que estamos vivendo aqui. Estamos com medo." (Sonia Rozental, professora do Instituto de Biofísica) "Trabalho aqui há 22 anos. Antigamente, era furto: meninos entravam de mochila e não dava para saber se era estudante ou não. Agora é uma “equipe”. É o crime organizado, mais organizado que a sociedade civil. Qualquer coisa tem que ser feita, não sei se essa (do Proeis) é a melhor. Dou aula à noite; não tem luz no estacionamento. Aciono o alarme do carro, dou uma volta, não entro imediatamente. Para ver se aparece alguém perto do carro." (Eline Matheus, professora do ICB) "Costumo vir de carro uma vez por semana. Quando saio, fico assustada, olhando pra tudo quanto é lado. Principalmente quando o estacionamento está mais deserto. Não existe política efetiva de segurança no campus. Aqui é uma cidade. Tem que haver policiamento mais ostensivo. É uma ideia (o Proeis). Do jeito que está, está muito difícil." (Claudia S. Thiago Ragon, odontóloga do HU) "O campus está dentro do Rio de Janeiro. Piorou pelo contexto geral, com a crise. Temos de tomar medidas institucionais para melhorar a segurança, mas é como enxugar gelo se a gente não trabalhar em outras instâncias além da esfera universitária. A segurança a gente só resolve se comparece para votar e faz escolhas corretas. Não podemos espalhar medo, mas soluções. Sonia Reis, diretora da Faculdade de Letras O campus está abandonado. A gente acompanha estágio no hospital. Já tive carro furtado, em 2008. Agora a violência está muito pior. Semana passada, uma colega foi assaltada pela manhã perto do HU. Algo precisa ser feito. Não acho que o Prois resolve, não. Devíamos nos organizar para criar mecanismos mais inteligentes,como restringir mais o acesso ao campus." (Rita Batista Santos, professora da Escola de Enfermagem Anna Nery) "A universidade está inserida na cidade com sua dinâmica de violência. Mas a impressão que se tem é que o Fundão está pior. Aqui age uma (ou mais) quadrilha especializada. A gente precisa de inteligência: ter câmeras, estudar e desbaratar as quadrilhas. Estou na universidade, como professor, desde 1976. Este ano certamente é o pior. Sei de professores que deixaram de vir de carro pela insegurança. Estão vindo de ônibus." (Ricardo Medronho, professor da Escola de Química) "Eu e um colega fomos abordados no estacionamento do CCS na volta do almoço, no dia 26 de março. Estavam com duas pistolas, um fuzil e uma metralhadora. Fomos deixados na Maré, pouco mais de uma hora depois. No carro dos bandidos, com insulfilm, passamos por um veículo da PM no campus. Falavam em nos matar várias vezes. Achei que não ia sair daquela não. Mudei minha rotina na UFRJ." ( Jamil Freitas, webdesigner do Sintufrj)

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