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webbildeu 768x522Preocupados com o futuro dos institutos de pesquisa e das universidades, representantes de diversas instituições científicas compareceram ao Congresso Nacional para tentar modificar o orçamento de 2020, nos dias 1 e 2.
Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o professor Ildeu Moreira justificou a iniciativa, “O orçamento de 2020 está muito ruim. O CNPq está com fomento zero. A Capes está com orçamento reduzido à metade”, disse. Ildeu também destacou que o governo pode provocar uma grave mudança no sistema de apoio à pesquisa nacional: “Há uma ameaça real no governo de extinção do CNPq pela sua fusão com a Capes. Isso, além de ser defendido pelo Ministério da Economia, também é defendido pelo MEC. A nossa campanha junto aos parlamentares tem o sentido de mostrar que a existência das três agências (CNPq, Capes e Finep) é fundamental para o sistema nacional de ciência e tecnologia”, completou.
Os cientistas se reuniram com integrantes da Comissão Mista de Orçamento e visitaram os gabinetes de parlamentares. Também entregaram uma carta com propostas de alteração orçamentária. Uma delas busca a recomposição dos recursos para o MCTIC, tendo como base a Lei Orçamentária de 2017. “Isto conduziria os recursos de investimento do MCTIC ao valor de R$ 5,5 bilhões e o orçamento do CNPq ao valor de R$ 1,5 bilhão, o que possibilitaria o pagamento das bolsas e um recurso básico e necessário para fomento à pesquisa nesta agência”, diz um trecho. Outra solicitação é recompor os recursos da Capes nos valores aprovados para 2019, de R$ 4,2 bilhões.
O presidente da SBPC observou que as entidades científicas devem permanecer mobilizadas. “A união da comunidade científica é fundamental nesse momento em que o Congresso discute o futuro financeiro do sistema nacional de ciência e tecnologia”, disse Ildeu Moreira.
José Edeson, representante do Observatório do Conhecimento, rede formada por associações e sindicatos de docentes de diferentes estados brasileiros – entre eles, a AdUFRJ –, também participou da mobilização. “A proposta de orçamento apresentada pelo governo ao Congresso é fictícia. Com ela, já começaríamos o próximo ano com um orçamento 20% menor do que já temos hoje”, afirmou Edeson, que é presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal de Pernambuco.

Chapas candidatas à diretoria devem ser inscritas junto à secretaria da Adufrj-SSind até 9 de agosto. As listas de candidatos ao Conselho de Representantes deverão ser inscritas até 30 de agosto

Sindicatos, professores, estudantes e movimentos sociais participaram na sexta-feira do ato “Educação, emprego e aposentadoria” em Brasília, onde ocorrem os encontros anuais do Andes – o Conad –, e da UNE.  A manifestação terminou com uma grande concentração em frente ao Congresso Nacional. “As pautas não estão isoladas. O que vemos nos países em que a extrema direita venceu é um projeto regressivo. Enquanto não conseguem dar respostas aos problemas da crise e do desemprego, avançam em decretos autoritários como o ataque à autonomia universitária”, disse o presidente do Andes, Antonio Gonçalves. “Nesse momento, o governo discute a portas fechadas com pró-reitores um projeto de reforma universitária que nada mais é que um ‘vire-se, porque daqui não sai mais dinheiro para educação’”, completou. “Foi um ato grande e importante. Os estudantes, à semelhança do que fizeram no 15M, dão o toque especial à defesa da educação, unindo bandeiras fundamentais como universidade, emprego e aposentadoria”, disse o professor da Faculdade de Farmácia da UFRJ, Hélio de Mattos, um dos representantes da Adufrj no Conad. “Estamos aqui para dizer que nossos pensadores Paulo Freire e Anísio Teixeira ajudaram a construir o Brasil”, disse a presidente da UNE, Marianna Dias. “Queremos universidade para estudar, emprego para viver e acesso à aposentadoria, porque ninguém merece trabalhar até morrer”, afirmou. REFORMA A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara na noite de quarta-feira gerou impacto sobre o 64º Conad (Conselho Nacional das Seções Sindicais do Andes). Na abertura do encontro, as perdas para os trabalhadores dominaram as falas. “O Conad está começando um dia depois da votação da reforma da Previdência, que não esperávamos nessa intensidade e velocidade. É positivo que ele esteja refletindo isso”, avaliou a vice-presidente e delegada da Adufrj, Lígia Bahia. “À medida que o debate avança, a divisão fica clara: os que consideram o governo forte falam em coesionar e ampliar a base e os que consideram o governo fraco avaliam que as forças de esquerda são culpadas pela pouca mobilização”, acrescentou. O presidente do Andes destacou a organização e a mobilização como principais tarefas frente ao cenário político. Para Antonio Gonçalves, em seis meses de governo, foram muitos os ataques à classe, mas as mobilizações de 15 e 30 de maio pela educação foram “momentos importantes que merecem reflexão como balanço positivo”. O presidente da Adunb (seção sindical dos professores da UNB), Luis Antonio Pasquetti,  anfitrião do encontro, defendeu a manutenção do que foi feito no primeiro semestre, com “firmeza na luta contra o retrocesso no direito dos trabalhadores, especialmente na educação”. Sobre a reforma da Previdência, o docente enfatizou o efeito sobre as camadas mais vulneráveis da população. “Vimos a burguesia brasileira nos impondo uma grande derrota para a aposentadoria dos trabalhadores, especialmente para os de ofícios mais simples”, disse. O encontro do Andes na capital federal reúne até domingo (14) 50 delegados, 120 observadores de 58 seções sindicais, 38 diretores do Andes e 210 docentes.

Os frequentadores da Quinta da Boa Vista encontraram na Ciência um gostoso divertimento, no último dia 7. Dezenas de estandes com experimentos, exposições e atividades culturais transformaram a paisagem do parque. Um dos objetivos da iniciativa era dialogar com o público sobre a importância das universidades e institutos de pesquisa. Foi o Domingo com Ciência, organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em várias capitais. No Rio de Janeiro, a SBPC contou com a parceria de mais de 20 entidades, entre elas a AdUFRJ, para apresentar 150 atividades aos visitantes. A AdUFRJ marcou presença na feira com uma barraquinha em que foram distribuídos materiais em defesa da educação pública e de qualidade: “Esse é um dos papéis de uma associação docente de ensino superior. E o evento foi um sucesso”, comemorou o diretor Felipe Rosa. [caption id="attachment_23284" align="alignleft" width="238"] AdUFRJ - Os diretores Felipe Rosa e Lígia Bahia distribuíram materiais em defesa da universidade pública[/caption] Segundo os organizadores, aproximadamente 4,5 mil pessoas participaram da homenagem ao Dia Nacional da Ciência, Dia Nacional do Pesquisador e os 71 anos da SBPC, celebrados na segunda, 8. “Essa feira é para mostrar que ciência é bonita, interessante e relevante para cada indivíduo e socialmente”, disse Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC. “Temos de mostrar que a ciência, a educação pública e a universidade têm que ser valorizadas, exatamente para que possam fazer muito mais para a sociedade brasileira”, completou. Ildeu ainda observou ser muito simbólica a realização do Domingo com Ciência ao lado do Museu Nacional, que ainda se recupera do incêndio do ano passado. Alexander Kellner, diretor da unidade, afirmou que a iniciativa também foi importante para reiterar a necessidade de investimento na área. “É mais uma oportunidade de mostrar para a população a pujança da ciência”. Nos movimentados estandes, professores e alunos explicaram seus objetos de pesquisa com calma e paixão aos visitantes. Bernadete Carvalho, docente do Instituto de Microbiologia da UFRJ, elogiou a iniciativa de levar a ciência para fora dos muros da universidade. “Mostrar o conhecimento para a população muda a vida das pessoas e é por isso que nós trabalhamos”, afirma. A professora coordena um projeto de extensão que mostra às crianças a importância de lavar as mãos para a prevenção de doenças. Raquel Carrijo, professora da educação infantil, visitou a feira e considerou a interatividade um aspecto relevante para os pequenos. “Tem tudo que pode fazer com que a criança se interesse pela ciência. É um bom lugar pra ser explorado”, disse.

Cerca de 1.200 pessoas participaram da cerimônia de transmissão de cargos da reitoria da UFRJ, na manhã da segunda-feira, 8, no  auditório do Centro de Tecnologia, no Fundão. A professora Denise Pires de Carvalho, primeira mulher em 100 anos a ocupar o posto máximo da maior universidade federal do país, recebeu a pelerine branca - símbolo da magnificência - das mãos do professor Roberto Leher, reitor entre 2015 e 2019. A professora Denise Nascimento passou o cargo para o novo vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha. “Cheguei até aqui porque participei de um amplo movimento pela universidade, pública, gratuita, de qualidade e inclusiva”, lembrou o vice-reitor. Com o auditório lotado de professores, estudantes, técnicos, políticos e autoridades acadêmicas, a cerimônia mostrou a UFRJ unida. O presidente da SBPC, professor Ildeu Moreira, arrancou aplausos ao lembrar que o momento do país é dificílimo e que “as universidades têm um papel importante de resistência contra correntes com  visões estreitas de educação”. O professor Roberto Leher fez um balanço de sua gestão, agradeceu à equipe, criticou a reforma da Previdência e celebrou a autonomia universitária. “Sob qualquer parâmetro, a UFRJ é uma instituição de referência. Temos muito orgulho de nos pensarmos como uma instituição de ciência, de tecnologia, mas também por sermos uma instituição cultural”, afirmou. Última a discursar, a nova reitora Denise Pires de Carvalho, formada em Medicina na UFRJ, agradeceu aos familiares, contou que foi a primeira de sua família a se formar em uma universidade e prometeu uma UFRJ diferente nos próximos quatro anos. “É inaceitável a ideia de que devemos recuar por razões econômicas”, disse. “Uma nação soberana depende de instituições fortalecidas e autônomas, o que é impossível sem o apoio do governo federal. Funciona assim em todos os países do mundo”, explicou a nova reitora. “Os desafios mostram-se imensos, mas imensos também são a minha coragem e o meu otimismo. O maior desafio será manter o caráter público e inclusivo da primeira universidade brasileira, com a excelência que almejamos e o povo brasileiro merece”.

Discurso da presidente da Adufrj na cerimônia de posse da nova reitora

"Nesses dois anos em que estive à frente da AdUFRJ, nosso sindicato, vivi com orgulho e prazer duas situações privilegiadas. A primeira foi quando, ao assumir a presidência da  associação, troquei de chapéu com o professor Roberto Leher. Durante anos, ele foi, reconhecidamente, uma liderança sindical e eu desempenhei em algumas ocasiões funções de autoridade administrativa, como diretora, como decana. E então eis que havíamos trocado. Eu me tornaria sindicalista e ele cumpria - e cumpriu -, com coragem e responsabilidade, o papel de dirigente máximo da universidade. A segunda situação privilegiada estou vivendo hoje, ao saudar, em nome da Associação de Docentes, a primeira reitora da UFRJ. O fato é, em si, substantiva e simbolicamente, de extrema importância. Pela gramatical flexão de gênero, por óbvio, e por tudo que isso representa para todas (e todos) nós, em termos de legitimação da diversidade. Também pelos indícios que expressa, de respeito à autonomia universitária. E, ainda, pela conotação implícita de que a instituição universidade  bem como sua razão de existir - o conhecimento - importam. Mas, se o fato é relevante em si, quando inserido no contexto político atual, clama por especial atenção. Pois que, adepto de atitudes erráticas e, em certos casos, imprevistas e até contraditórias, o governo federal não transmite segurança nas decisões que toma. Nem todos os reitores escolhidos pelas respectivas comunidades acadêmicas foram empossados. Ademais, tem o mau hábito de inverter ditos populares. Primeiro assopra, depois morde, por exemplo. Especial atenção, no contexto atual, pois, afirmações identitárias não se encontram em curva ascendente de aceitação nas pautas decisórias. Autonomias também não são bem vistas, em particular pelo Presidente da República, que, se já não aprecia a autonomia de agências reguladoras, o que dirá da autonomia das universidades públicas. E o conhecimento, venha ele através das ciências, das artes ou das letras. O conhecimento - ou a preocupação seja com o desenvolvimento nacional seja com a inclusão social pela via do conhecimento - não frequenta sequer a agenda do Ministério da Educação. Sem dúvida, o caminho que Denise, Fred e seus colaboradores vão trilhar será árduo e atribulado. A escassez de recursos não será compensada por chocolates. Profissionais formados em Veterinária não substituirão professores de Filosofia. Os detratores de sempre e os que agora saíram do armário não vão silenciar. A surucucu, a serpente genuinamente brasileira está à procura de um buraco quente para colocar seu ovo. Tempos bicudos no horizonte. O projeto de destruição a que o presidente Bolsonaro se referiu logo no início de seu governo, não passa apenas pela Previdência Social. Passa também, e com força, pela universidade pública. No entanto, o fato relevante se impõe. Se há prenúncio de tempestade, a capitã Denise, a Reitora, está aí, para ser a nossa Carola Rackete. Audácia não lhe falta. E a prudência, que também a cerca, sussurrará em seu ouvido, se necessário, o conselho de Paulinho da Viola. “Faça como um velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. Boa sorte, Magnífica Reitora Denise."

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