facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WEB menor112909A UFRJ tem feito a diferença no combate à pandemia também no Norte Fluminense. O Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem) é destaque na produção de diagnóstico molecular para o coronavírus via PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em Macaé e arredores. O teste de PCR é considerado o mais preciso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Uma equipe de voluntários, que integra a universidade à rede de saúde local, produziu mais de 500 laudos em cerca de um mês de trabalho. E pretende dobrar o ritmo na próxima semana, de 20 para 40 testes por dia.
“No final de março, perguntamos no que podíamos contribuir e a prefeitura disse que os resultados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) estavam levando vinte dias”, explica o professor Rodrigo Nunes, diretor do Nupem. “Hoje estamos entregando os resultados em 48 horas”.
O know-how foi trazido do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia, do Centro de Ciências da Saúde, pela coordenadora do projeto e professora de Macaé, Natalia Martins Feitosa, e pelo técnico de laboratório Bruno Rodrigues. “Fomos ao Fundão em dupla para termos um melhor aproveitamento das orientações e para trocar conhecimento”, relata a pesquisadora. Segundo ela, os primeiros diagnósticos foram produzidos com insumos doados pelo CCS.
A docente e o técnico foram os responsáveis pela adaptação do laboratório acadêmico Mário Alberto Neto em um laboratório de campanha. E toda a estrutura foi checada antes do uso. “Estivemos em Macaé para uma avaliação. E estava tudo em conformidade, não apenas para dar início aos 20 diagnósticos diários, mas para ampliar a produção como vão fazer agora”, conta o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular, no Fundão, professor Rodrigo Brindeiro.
Atualmente, quinze pessoas se revezam em jornadas diárias. Oito delas, docentes da universidade. O trabalho é realizado em três etapas: a extração do RNA e PCR (no laboratório) e a produção dos laudos.
WEB menor112909aAté o momento, não há registro de contaminação entre os integrantes da equipe, o que reforça a segurança da operação.
O diagnóstico é uma das principais ferramentas dos gestores para conter a pandemia. A testagem permite um isolamento direcionado e mais eficiente. Macaé está entre os municípios fluminenses que adotaram medidas sanitárias duras para conter a doença.  O controle sobre o comércio e as barreiras na entrada e saída da cidade são alguns exemplos.
Pelo Twitter, o prefeito Aluizio dos Santos — que é médico — homenageou a universidade.  “Em meio às dificuldades, preciso agradecer ao NUPEM/ UFRJ pela realização dos testes Covid. Por respeito, por reconhecimento humano e científico, por gratidão. Valeu”, publicou no início de maio.
Para o diretor da AdUFRJ e integrante da equipe do Nupem, professor Jackson Menezes, a realização de parcerias em Macaé “é histórica”. “Houve um diálogo muito importante com a prefeitura, os principais hospitais da cidade (públicos, privados e filantrópicos) e setores econômicos, como as empresas offshore da cidade. Certamente, muitas vidas foram poupadas com esses 500 diagnósticos”, avalia.
Já o diretor do Nupem destaca a agilidade na iniciativa. “Outras universidades do estado do Rio de Janeiro, com os mesmos recursos humanos e de equipamentos que nós, ainda estão em negociação com as secretarias de saúde”, afirma o docente.

Doações e transparência
O Ministério Público Federal é outro ator envolvido na ação da UFRJ de Macaé. De acordo com o procurador Fábio Sanches, desde que a pandemia chegou ao Brasil, há uma especial atenção às ações de combate ao vírus. “Incluindo desde investigações sobre fraudes licitatórias até ações de melhoria para a saúde nos estados e municípios”, acrescenta.  
Para o procurador, a UFRJ “está muito bem nas ações e na transparência”. E, em sua avaliação, “é um momento importante para reafirmar o valor da ciência e universidades na trajetória do país”. “Não teremos um país desenvolvido, se não valorizarmos o ensino e a universidade”, avalia.
O trabalho de diagnóstico molecular da Covid-19 no município de Macaé e região agora também dispõe de uma conta própria na Fundação Coppetec para receber doações. Até quarta-feira à tarde, o fundo já somava R$ 127.258,53, arrecadados a partir de 34 doadores. O recurso é crucial para ser alcançada a meta de mil diagnósticos por mês. Qualquer pessoa física ou jurídica pode doar.  Mais informações podem ser obtidas na página eletrônica da Coppetec (https://bit.ly/2XePlVR).

Como doar?

Através de depósito bancário a favor de:

Fundação COPPETEC

CNPJ 72.060.999/0001-75

Banco do Brasil

Agência 2234-9

Conta 55.633-5

Atenção: Após o depósito, remeta para o email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.uma cópia do documento bancário do depósito. Por este e-mail, será remetido um recibo para fins fiscais e contábeis. O doador pode ficar anônimo, mas, para isso, deve avisar na mensagem.

PESQUISA E TEXTO: Kelvin Melo e Liz Mota Almeida
FOTOS: Alessandro Costa

WEB P7 1128“Balbúrdia é não investir na Educação”. O cartaz de um anônimo estudante no meio da avenida Presidente Vargas resumiu a indignação que levou milhões de pessoas às ruas de todo o país em 15 de maio de 2019. A maior manifestação enfrentada pelo governo Bolsonaro foi uma resposta aos cortes no setor e às malcriadas declarações do pior ministro da história, Abraham Weintraub. O titular do MEC usava o termo para atacar de forma injusta a produção de conhecimento desenvolvida nas universidades.  
Nas redes sociais, a adesão também foi gigantesca: a hashtag #TsunamiDaEducação chegou ao primeiro lugar do ranking mundial do Twitter, por algumas horas. A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas registrou 799,5 mil postagens com este marcador entre o meio-dia da véspera (14) e 16h do dia seguinte. No mesmo período, a hashtag #15m apareceu em 243,5 mil postagens; e #todospelaeducação, em 232,7 mil postagens. Nos meios virtuais, o protesto ganhou ainda mais fôlego após Bolsonaro chamar os manifestantes de “idiotas úteis”.
No Rio de Janeiro, nem a chuva que caiu na cidade espantou a animada participação de educadores, estudantes e trabalhadores de outros setores. A UFRJ concentrou suas atividades na Praça XV, no início da tarde. Organizado pela AdUFRJ, o evento reuniu 15 mil pessoas das mais diversas áreas do saber. Houve ações culturais, divulgação de pesquisas científicas e aulas públicas. UniRio, Rural, Cefet e PUC também realizaram exposições no local. “Estamos aqui porque precisamos que a sociedade nos conheça e nos ajude a defender a educação”, observou, na ocasião, o professor Felipe Rosa, diretor da AdUFRJ.
O 15M foi encerrado com uma passeata unificada com outros setores de trabalhadores e estudantes. Não dava para enxergar onde terminava a multidão, que cantou, ergueu cartazes, fez coreografias com os braços e acionou os flashes dos celulares. Tudo isso para mostrar ao governo que não ficará sem reação qualquer ataque à Educação.

WEB P7G 1128WEB P7H 1128WEB P7I 1128WEB P7J 1128WEB P7L 1128WEB P7M 1128

WEB P7F 1128WEB P7D 1128WEB P7C 1128

WEB P7B 1128WEB P7A 1128

IDTNa edição nº 1.127 do Jornal da ADUFRJ, de 06 de maio de 2020, em matéria na página 4, a reportagem, ao comentar sobre os pneumologistas, omite a existência do Instituto de Doenças do Tórax (IDT), unidade que compõe a estrutura acadêmica e assistencial do Complexo Hospitalar da UFRJ. Ademais, ao informar que 47,8% dos pneumologistas estão “fora do hospital”, induz ao pensamento de que os profissionais de saúde do IDT não estão atuando no combate à COVID 19, em conjunto com o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF).
Por isso, esclarecemos que o Instituto de Doenças do Tórax (IDT), fundado em 24 de outubro de 1957, sob a designação de Instituto de Tisiologia e Pneumologia (ITP), integra a estrutura da UFRJ como uma Unidade Suplementar, denominação das unidades hospitalares da UFRJ. O Instituto sempre foi referência no diagnóstico e tratamento das doenças pulmonares, e promove atividades de pesquisa, de graduação, pós graduação e extensão nas áreas de Pneumologia, Tisiologia e Cirurgia Torácica, tendo sido responsável pela formação de várias gerações de pneumologistas e cirurgiões torácicos desde quando situado no Complexo Hospitalar São Sebastião, no bairro do Caju.
Em 2000, o IDT foi transferido para área do prédio do HUCFF ocupando espaço diferenciado sob sua responsabilidade. Com verbas governamentais projetou, construiu e gerencia o ambulatório de Tisiologia Newton Bethlem, localizado em prédio externo ao HUCFF.
Nos espaços que gerencia no interior do HUCFF, o IDT se comporta como uma Unidade Funcional com atividade integrada Docente, Assistencial e Administrativa, compartilhando as unidades fechadas, como o Centro Cirúrgico, as Unidades de Terapia Intensiva e Emergência, o setor de Radiodiagnóstico e o Laboratório de Análises Clínicas.
Nos andares e setores ocupados pelo IDT, temos serviços de excelência voltados para o atendimento às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma integrada ao HUCFF, a saber: Laboratório de Micobactérias, Laboratório de Avaliação Funcional, setor de Endoscopia Respiratória, Ambulatórios de Pneumologia Geral e Especializados para as áreas de Oncopneumologia, Hipertensão Pulmonar, Fibrose Pulmonar, Asma Grave, Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar, Setor de Tele Medicina, cuja importância agora assume características exponenciais, e Unidades de Pesquisa Clínica.
No Ambulatório de Tisiologia Newton Bethlem, são atendidos portadores de Tuberculose e outras Micobacterioses Não Tuberculosas.  Somos referência para pacientes portadores de Tuberculose que foram infectados por bacilos resistentes aos fármacos usuais, e também para aqueles com doenças associadas e com intolerância aos medicamentos habituais. Todo o cuidado é conduzido com visão multidisciplinar, em um ambiente ricamente produtivo em pesquisas de ponta e atendimento.
No que tange à Pós Graduação, preenchemos todas as vagas para a residência em Pneumologia, e nossos pesquisadores contribuem com seus projetos e publicações com o programa de Pós Graduação da Faculdade de Medicina / setor Clinica Médica - programa nível 7 da CAPES.
Portanto, o IDT congrega os médicos pneumologistas e cirurgiões de tórax, que atuam na assistência de natureza diagnóstica, preventiva, curativa ou paliativa e de reabilitação dos usuários do SUS, acometidos por doenças do tórax, de forma integrada às linhas de cuidado do HUCFF, de tal sorte que toda a atenção a esta área de atuação esta sob nossa responsabilidade.
Em 2020, o IDT, por meio da ação dos seus profissionais, tem atuado diariamente na assistência aos portadores de doenças respiratórias, e em parceria plena com o HUCFF, tem participado diretamente no combate à COVID 19. Infelizmente, por estarem na linha de frente, vários profissionais do IDT tiveram afastamentos decorrentes ao adoecimento por COVID 19. E como ainda não recebemos nenhum profissional de saúde, por meio de contratação de empresa durante a pandemia, não nos foi possível ampliar a atuação no combate à COVID 19.
Por fim, o IDT reafirma seu compromisso com a saúde pública de nosso país, e em particular, nesta pandemia.

PROFESSORA FERNANDA CARVALHO DE QUEIROZ MELLO (Diretora Executiva)

PROFESSOR ALEXANDRE PINTO CARDOSO (Diretor Adjunto de Saúde)

SR. ROBERTO GAMBINE(Diretor Adjunto Administrativo)

João Soares de Lima

WEB P2B 1128O luto da UFRJ não cessa. No dia 9 de maio, a Covid-19 levou o professor João Soares de Lima. Professor de Latim, da Faculdade de Letras, ele deixou gerações de alunos, ex-alunos e colegas órfãos. Poucos dias antes de falecer, o mestre divulgou um poema de Paulo Mendes de Campos nas redes. “Não consigo entender / O tempo / A morte / Teu olhar / O tempo é muito comprido / A morte não tem sentido / Teu olhar me põe perdido / (…) / Muito medo tenho / Do tempo / Da morte / De teu olhar / O tempo levanta o muro. / A morte será o escuro? / Em teu olhar me procuro.”

Sérgio Sant’anna

WEB P2A 1128No dia seguinte, 10 de maio, mais uma triste perda para a universidade e o país. Morreu vitimado pelo novo coronavírus o professor Sérgio Sant’anna, grande nome da cultura brasileira. O docente, que atuou na Escola de Comunicação entre 1977 e 1990, ganhou destaque na cena literária com contos, poesias e romances. Ao longo de cinco décadas, ganhou três prêmios Jabuti entre outros de grande prestígio. Seu último livro de contos foi lançado em 2017. “Anjo Noturno” foi aclamado pela crítica e premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes.

Carolina Barros Patrocínio

WEB P2C 1128Estudante do Colégio Pedro II e moradora de Piabetá, o sonho de Carolina era se tornar médica. Com muitas renúncias e obstáculos, Carol, como era conhecida, conseguiu se formar pela UFRJ em 2019. Pediatra querida por colegas, ex-professores e pacientes, ela atuava na maternidade do Hospital Municipal Vereador Hugo Braga, em Magé. A morte precoce, aos 25 anos, aconteceu no dia do Enfermeiro, 12 de maio. Nas redes sociais, homenagens emocionadas à jovem profissional que perdeu a vida na linha de frente da Covid-19.

TEXTO: Liz Mota Almeida

WEB P8 1128Professora Maria Paula debateu as ameaças do fascismo“Os nazistas não chegaram em um disco voador. Eles estavam entre nós”. A célebre constatação da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975) foi relembrada pela professora Maria Paula Araújo, do Instituto de História, no último “Tamo Junto”. O bate-papo virtual, sempre com um tema diferente, é organizado todas as sextas-feiras pela AdUFRJ. No encontro de 8 de maio,  a professora de história contemporânea traçou paralelos entre o surgimento do fascismo na Alemanha nos anos 20 e 30 e o Brasil de hoje.  
Para Maria Paula, “é consensual, na historiografia marxista, que o fascismo em parte cresce porque ninguém o enfrenta”. No Brasil atual, a docente acredita que a eleição de Bolsonaro só foi possível porque a esquerda não se uniu com candidatos capazes de derrotá-lo. “É bem trágico porque, como na década de 20, nem os comunistas nem a social-democracia se preocupavam. Não viam perigo no fascismo e sabemos o que aconteceu”, explicou.
Outro aspecto abordado pela professora foi o período posterior a regimes autoritários. Chamou atenção para o fato de que as Forças Armadas do Brasil nunca pediram perdão pela ditadura militar, o que dificulta o estabelecimento de uma memória coletiva negativa sobre aquele regime. Bem diferente do que ocorreu na Alemanha pós-nazismo. “Berlim parece que é uma cidade que pede desculpa. Cada esquina tem memoriais, houve um investimento em transformar a memória do nazismo e holocausto como algo ruim, e a gente aqui não conseguiu”, afirmou. “A maior luta atualmente ainda é o reconhecimento de que a ditadura foi um erro”.
A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, fez a mediação do debate: “Querendo ou não, a ditadura tinha um projeto de nação, como também tinham o nazismo e fascismo”, disse. “Nesse ponto, é mais fácil fazer um paralelo.  Hoje não tem nenhum projeto sustentando; é um arremedo do que a proposta nazista falava”.

TAMO JUNTO
Apesar do isolamento social, os professores da UFRJ ainda podem sentir o gostinho da troca de ideias que caracteriza a universidade. Toda sexta-feira, no fim da tarde, a AdUFRJ promove o encontro virtual “TamoJunto” com um tema definido previamente.

Topo