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Entre os dias 21 e 24, a ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart, foi apresentada na Escola de Música. Com professores e mais de cem alunos da Música e das Escolas de Belas Artes, Comunicação e Educação Física e Desportos, o espetáculo emocionou o público. A montagem levou solistas, coro, orquestra sinfônica e componentes da Cia. de Dança da UFRJ ao Salão Leopoldo Miguez. “Essa iniciativa da universidade é maravilhosa. Todos estão envolvidos com a produção, que está linda. É um privilégio assistir à Flauta Mágica com uma montagem acadêmica.”, disse a espectadora Isabela Abrante. Ao passo em que os personagens subiam ao palco, as cores do cenário e vestimentas acompanhavam a movimentação. Para a professora de Indumentária da UFRJ e orientadora de figurino da ópera Desirée Bastos, a criação foi trabalhosa: “A Flauta Mágica é uma ópera muito complexa, tem muita troca de roupa. Quando a gente pensa o figurino não é só a roupa, mas sim tudo que está no corpo. Além do figurino assinado pelos alunos, todos os pequenos objetos também foram confeccionados por eles”. A preparação corporal teve a direção do professor e coordenador da Cia. de Dança da UFRJ André Meyer, que participou da primeira montagem da ópera pela universidade, em 1994. “O meu sentimento é de muita realização, principalmente por ver os estudantes potencializados e atuando artisticamente com a dança na UFRJ”, conta. Além dos alunos da universidade, três crianças do Coral Infantil da UFRJ constituíram o coro, coordenado pela diretora da Escola de Música, professora Maria José Chevitarese. Ela lamentou não poder apresentar a ópera na Cidade Universitária, como nas últimas temporadas. “Este ano, estamos com pouca verba para montar a ópera. O corte de bolsas inviabilizou a ópera no Centro de Tecnologia". Confira fotogaleria da ópera "A Flauta Mágica"

Marco na luta política brasileira, a Passeata dos 100 Mil completou 50 anos na terça-feira, 26 de junho. O protesto contra a ditadura militar reuniu, no Centro do Rio, lideranças políticas, sindicais e artistas, mas principalmente jovens que sonhavam mais liberdade e democracia para o Brasil. Luiz Pinguelli Rosa, Diretor de Relações Institucionais da Coppe/UFRJ, estava lá ao lado de colegas da Faculdade Nacional de Filosofia e Ciências, onde estudava Física. O professor, na época com 26 anos, lembra que o período foi marcado pela oposição ao regime. “Havia expectativa que a ditadura cedesse, por isso as pessoas se mobilizaram tanto. Também foi um protesto contra a tortura, os estudantes sofreram muito”. As ruas estavam tão cheias que as autoridades não conseguiram impedir o discurso de Vladimir Palmeira, liderança do movimento estudantil. “Existia o medo de que prendessem o Vladimir, mas eles não conseguiam atravessar a multidão”, conta. “Era tanta gente que a polícia recuou e não houve repressão.” Maria Lúcia Werneck, presidente da Adufrj, tinha 25 anos quando foi à Passeata dos 100 Mil. Dava aulas na rede estadual do Rio de Janeiro e era filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Ela acredita que o evento foi um marco da luta contra o governo militar. “Foi um movimento pacífico e reivindicativo em relação à democracia”, afirma. “Nos grandes centros urbanos, a população de classe média e operária estava aumentando a sua participação política.” No entanto, Maria Lúcia reconhece que o ato também teve consequências ruins: “O fato de aquilo não ter se desdobrado em negociações abrangentes e mais amplas foi negativo. Houve uma radicalização da esquerda e uma resposta radical da direita, que culminaram no AI-5.” Pinguelli considera importante que mobilizações continuem acontecendo e cita a recente greve dos caminhoneiros. “Foi uma demonstração que a sociedade se organiza. Teve um impacto muito forte.” Maria Lúcia também acredita na importância de protestos no atual cenário político, mas acrescenta que, “paralelamente, é importante estimular a credibilidade das instituições”.

Decisão do Conselho de Ensino de Graduação e do Conselho Universitário garante direito a estudantes trans da instituição a partir deste semestre A partir deste semestre, estudantes trans da UFRJ terão direito de incluir o nome social em diplomas e documentos oficiais da universidade. A decisão foi aprovada este mês no Conselho de Ensino de Graduação e no Conselho Universitário. A UFRJ já garantia desde 2015 o uso do nome social em documentos internos, como listas de chamada e inscrição em disciplinas. Agora, a medida foi estendida aos documentos externos, como diplomas e históricos oficiais. “É uma questão de identidade, um direito do aluno”, afirma o pró-reitor de Graduação, Eduardo Serra. O diploma terá em destaque o nome social indicado pelo aluno e, menor, o registrado civilmente em documentos como identidade e certidão de nascimento. Segundo Serra, é uma forma de assegurar que o diploma seja reconhecido em outras instâncias como sendo daquela pessoa. Em solenidades, será usado só o nome social. Em processos seletivos, o nome social e o número de inscrição. Para Helena Maria de Souza, aluna trans de Medicina, a mudança é uma conquista, mas está aquém do necessário. “É bacana, mas vem com atraso. Seria melhor se usasse o nome social e o número da identidade. Acho um avanço, mas, na sociedade, o problema se mantém”, afirma Helena, que planeja alterar o nome também no registro civil. Na Medicina, a luta dos alunos diante de denúncias de preconceito motivou a criação da disciplina de Saúde LGBT, como mostrou o Boletim da Adufrj em abril deste ano. A direção da Faculdade de Medicina aguarda apenas o envio dos programas para incluir a disciplina na grade. Éli Reis, diretor da pasta LGBT do DCE Mário Prata e aluno de Letras, disse que a conquista resulta da mobilização dos estudantes, embora não contemple todas as necessidades. “Manter o nome de registro no diploma abre espaço para constrangimentos “, afirmou. Lucas Laurentino, aluno trans de Engenharia Elétrica e presidente do Centro Acadêmico de Engenharia, acompanhou o debate como diretor suplente do DCE Mário Prata. Ao longo do curso, usou o nome social. Às vezes, havia erros, e ele pedia ao professor que fizesse a mudança. “No momento, a alternativa é essa, o nome social maior e o nome civil menor. Já é um avanço”, afirma Lucas, que quer o diploma com o nome social quando se formar ao fim do ano. Alunos maiores de 18 anos podem cadastrar o nome social no SIGA, sem requerimento administrativo. Menores devem ir à Divisão de Registro Acadêmico, com autorização do responsável e firma reconhecida. Desde 2013, docentes e técnicos trans da UFRJ podem usar o nome social na identidade funcional, no contracheque e em atos administrativos. Universidades como USP e UFJF já usam o nome social nos diplomas. Pessoas trans que quiserem mudar o nome de registro devem ir ao cartório. Em março deste ano, o STF garantiu o direito sem necessidade de cirurgia, autorização judicial ou avaliação médica. Mas nem todos os cartórios agem da mesma forma. A Defensoria Pública e grupos de defesa LGBT solicitaram que o procedimento seja regulamentado.

Uma semana depois da morte do estudante Marcos Vinícius da Silva, baleado durante uma operação policial na Maré, estudantes e professores das escolas da comunidade participaram na última quarta-feira, 27, de um ato pedindo paz e justiça. Os colegas de Marcos fizeram cartazes e uma faixa cobriu o Ciep Operário Vicente Mariano, onde ele estudava. Na quadra, houve rap, poesia e discursos em memória de Marcos, de outros alunos baleados e da vereadora Marielle Franco, assassinada em março. O ato terminou com um abraço ao Ciep. A mãe de Marcos, Bruna da Silva, cobrou ação concreta do Estado. “O luto será luta. Sou uma mãe da Maré, mais uma que perdeu seu filho”, afirmou. Entre os participantes, estavam vários alunos da UFRJ moradores da comunidade, incluindo o grupo do Musicultura, um dos 25 projetos de extensão da universidade na Maré. Samuel Araújo, professor da Escola de Música e coordenador do projeto, disse que a UFRJ tem um papel importante em mediar anseios por mais justiça e menos violência na comunidade. Muitos estudantes, porém, cobraram maior participação da universidade na comunidade e compreensão dos professores. “É difícil fazer trabalho no meio de 12 horas de tiroteio”, diz Wagner Rodrigues, do Instituto de Física. “A UFRJ é perto, mas ainda é muito longe.”

Conselho de Representantes da Adufrj apoia ideia de evento para debater UFRJ, mas proposta da reitoria que circula nos colegiados superiores não agrada no formato atual A proposta da reitoria de realizar um Congresso Universitário é bem-vinda, mas o conteúdo e o formato do evento descritos em documento que circula nos colegiados superiores da UFRJ causam preocupação. Esta foi a avaliação da diretoria da Adufrj apresentada ao Conselho de Representantes da entidade no último dia 26, no Centro de Tecnologia. A direção da Adufrj faz sugestões sobre princípios, temas e método de trabalho do Congresso. Observa, por exemplo, que a comissão organizadora do evento deve ser escolhida pelo Consuni. E cobra a divulgação do Plano de Desenvolvimento Institucional, tido pela administração central como documento de referência para os trabalhos do Congresso. O texto da diretoria (clique aqui) foi distribuído no Conselho de Representantes para ser levado às unidades. “Ainda que os procedimentos não estejam rigorosamente definidos, achamos que estas notas podem ser um ponto de partida para o debate”, disse a presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck. Maria Lúcia fez referência à reunião do Consuni do dia 21 em que o reitor Roberto Leher se comprometeu a reiniciar o processo de organização do congresso, chamando entidades representativas da comunidade para uma participação efetiva. Além de uma reunião ocorrida na véspera do Conselho, estão marcados encontros com a administração central nos dias 4 e 11 de julho. O professor Frederico Tavares (Coppe) manifestou receio com o curto cronograma do Congresso disposto na proposta da reitoria, que se encerraria em outubro próximo: “Os prazos precisam ser suficientes para permitir a discussão de assuntos de tal importância”, disse. Carlos Frederico Leão (Instituto de Economia) criticou o formato do Congresso e considerou que há um esvaziamento do papel político do Consuni. SINDICALIZAÇÃO No Conselho, a diretoria apresentou uma das ideias para ampliar o número de sindicalizados da Adufrj: cobrar taxas menores de contribuição mensal dos professores que ingressaram na universidade a partir de janeiro de 2013. As alíquotas aumentariam gradualmente a cada dois anos, até o patamar atual. O objetivo é atrair aqueles que sofreram com mudanças na carreira e no regime previdenciário. A medida, que seria aplicada também aos já sindicalizados, está aberta a sugestões. Antes de entrar em vigor, a proposta será submetida a uma assembleia geral. “Esperamos conseguir entre 150 e 200 novos associados”, afirmou o diretor Felipe Rosa.

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