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Antes que o fogo se alastrasse pelo prédio histórico, funcionários da universidade e bombeiros conseguiram retirar uma pequena parte do acervo e dos materiais de pesquisa Um incêndio de grandes proporções,que teve início às 19h30 de domingo, destruiu em poucas horas o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Não houve vítimas. Antes que o fogo se alastrasse, funcionários da universidade e bombeiros conseguiram retirar uma pequena parte do acervo e dos materiais de pesquisa. “Chegamos a tirar algumas coisas, mas muito pouco perto do que existia no prédio”, lamentou o pró-reitor de Graduação da UFRJ, Eduardo Serra, um dos primeiros a chegar ao local. O horror estava nos olhares de funcionários, professores e até mesmo trabalhadores do parque. “Eu estou muito triste. Trabalho aqui como ambulante de quinta a domingo. Sempre trago meu filho nos finais de semana e ele gosta tanto de visitar o Museu. Faz parte da nossa história. Parece que vai um pedaço da gente”, disse Marta Ambrósio Oliveira. Ela tinha acabado de sair do parque acompanhada do filho Cauã, de 9 anos, quando viu a fumaça e resolveu voltar. “A gente ia pegar o trem. Lá de cima (da estação) vi a fumaça e já me apertou o coração. Quando cheguei aqui, a cena já era essa. Foi muito rápido”. Oitenta homens de 12 quartéis do Corpo de Bombeiros participaram do combate ao incêndio. Apesar de terem chegado rapidamente ao Museu, não levaram água e os hidrantes não funcionaram. Caminhões-pipa apareceram quando o fogo já tomava conta dos três andares do edifício. A água de um dos lagos da Quinta chegou a ser bombeada para ajudar no combate às chamas. Cinco horas depois do início do incêndio, quando a situação parecia sob controle, um novo foco se alastrou pela lateral do prédio histórico. O coronel Roberto Robadey, comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, afirmou que a fachada não corre risco de desabar. “Internamente, algumas estruturas já ruíram, mas a construção é bastante sólida e os engenheiros descartaram desabamento”. Ele se defendeu das críticas de que a corporação não foi ágil. “Cumprimos o protocolo e após 34 segundos da chamada, já estávamos nos deslocando para cá”. O Museu Nacional tinha o maior acervo cultural e científico da América Latina, com 20 milhões de peças. Lá estava o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, além de fósseis de animais pré-históricos, múmias, exposições, coleção de invertebrados, coleções adquiridas pelo imperador D. João VI, documentos e acervo históricos do Brasil, laboratórios de pós-graduação e salas de aula. Em 2018, o Museu completou 200 anos e foi tema do samba-enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. “A história do nosso país passa pelo Museu Nacional. Este incêndio sangra o coração do país”, afirmou o reitor Roberto Leher em coletiva à imprensa. Ele declarou esperar que o governo libere recursos para a reconstrução do museu e disse que ainda esta semana irá a Brasília procurar o Ministério da Educação para tratar do assunto. Atos marcados Cientistas de todo o país se manifestaram pelas redes sociais e por meio de instituições científicas. Por meio de nota, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência criticou o governo: "Desde 2014, o Governo Federal não faz os repasses apropriados para a manutenção do Museu. Esse incêndio é um símbolo do descaso do governo atual com a nossa cultura, ciência e patrimônio”. Dois atos já estão agendados para esta segunda-feira (3). Um, às 9h, na Quinta da Boa Vista, em frente ao palácio. O outro, às 16h, na Cinelândia. Além de prestar solidariedade à comunidade acadêmica, os protestos também denunciarão a situação de penúria pela qual passam a ciência e a cultura no Brasil.  

Uma das inúmeras perguntas que os cidadãos devem estar se fazendo diz respeito ao impacto do tempo de propaganda no resultado das eleições. Será que a propaganda eleitoral incide sobre o resultado eleitoral? A resposta é sim. Mas é preciso ter cuidado na resposta. É preciso analisar com vagar os dados. Vejamos os dados que reforçam a resposta que sustenta que há uma correlação entre o tempo de televisão e o resultado eleitoral. Uma pesquisa que tomou como base as campanhas para prefeito de capital (2004, 2008 e 2012), governador (2002, 2006 e 2012) e presidente (1998, 2002,2006 e 2010) revela uma correlação favorável entre o tempo de propaganda e o sucesso eleitoral: 40,3% daqueles que iniciam a campanha com o maior tempo de propaganda venceram, enquanto que 38,9% dos que tiveram o segundo maior tempo ganharam as eleições (Borba e Figueiredo, 2014). Ou seja, os candidatos que tiveram o primeiro e o segundo maior tempo de propaganda ganharam em mais de 70% dos pleitos. Entretanto, alguns pontos fora da curva merecem atenção. Em 1989, Ulysses Guimarães (PMDB) tinha o maior tempo de propaganda, 22 minutos, e terminou com 4, 73% dos votos. Em 1994 Orestes Quércia (PMDB) tinha 6m e 15s, o segundo maior tempo, abaixo apenas de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com 7m e 49s, e amealhou apenas 4,38% dos votos, abaixo de Éneas Carneiro (PRONA) que tinha apenas 1m, inclusive daí o seu famoso bordão: Meu nome é Éneas. O que estes dois casos mostram é o tempo de propaganda não é um trunfo absoluto. Por mais que muitos falem na força da mídia eletrônica, do papel da propaganda e do marketing político, estes instrumentos não se impõem sozinhos. Ninguém duvida que as candidaturas de Ulysses Guimarães e Orestes Quércia tinham recursos de mídia robustos e bem elaborados, o que levou o seu fracasso foram vários fatores. Mas um merece atenção: o partido e a coligação os abandonaram. É difundida a visão de que no Brasil não existem partidos políticos, sem entrar no mérito de um juízo tão vasto quanto este, uma coisa é certa: sem partidos bem estruturados ninguém se elege. Mesmo com tempo de propaganda e recursos de marketing. Por estrutura partidária entenda-se candidatos a deputados, federais e estaduais, governadores e senadores e, também, prefeitos. Pode-se supor como um dado proveniente do bom senso que após 29 anos de competição eleitoral foram criados vínculos eleitorais. Em outras palavras, estruturas eleitorais foram montadas, as quais muitas vezes mudam de sigla, mas elas estão lá operando. Devemos nos perguntar: nesta eleição qual será a interação entre o tempo de propaganda e a estrutura partidária? Porque de uma coisa podemos ter certeza: nas últimas eleições o tempo de propaganda e a estrutura partidária estiveram relacionadas.

A Adufrj vai oferecer o curso de extensão “Interpretações sobre o Brasil contemporâneo”. Podem se inscrever professores, alunos e técnicos-administrativos da UFRJ, além do público externo. O curso acontece no período de 12 de setembro a 24 de outubro, sempre às quartas-feiras e aos sábados, com foco em temas políticos e econômicos. A professora e socióloga Maria Lúcia Teixeira Werneck Vianna, presidente da Adufrj, coordena a iniciativa e explica o objetivo da empreitada: “Resolvemos promover este curso porque achamos importante compartilhar o conhecimento produzido pelos professores. É uma forma de aumentar a qualificação de técnicos e estudantes e colaborar com a troca entre os professores”, avalia. O único pré-requisito para se inscrever é ter graduação. A inscrição poderá ser feita pelo site da Adufrj: www.adufrj. org.br. Lá você encontra também a programação completa. “Os palestrantes são reconhecidos nacional e internacionalmente. Esperamos que a participação da comunidade universitária seja ativa”, diz Maria Lúcia. No futuro, a diretoria pretende oferecer outros cursos sobre temas variados. “Este é apenas o primeiro. Queremos promover outros e colocar a Adufrj na linha da formação política, sindical e social”, conclui a docente.   INFORMAÇÕES Cada uma das aulas será ministrada por um renomado professor da UFRJ ou de outras universidades públicas. 12/9 - Claudio Salm - Instituto de Economia da UFRJ 15/9- Laura Carvalho - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP 19/9 – Esther Dweck - Instituto de Economia da UFRJ 22/9 – David Kupfer - Instituto de Economia da UFRJ 26/9 – Carlos Medeiros - Instituto de Economia da UFRJ 29/9 – Flávio Gomes - Instituto de História da UFRJ 03/10 – Joel Birman - Instituto de Psicologia da UFRJ 06/10 – Charles Pessanha - Instituto de Economia da UFRJ 10/10 – José Mauricio Domingues - Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj 17/10 – Plínio de Arruda Sampaio Jr. - Instituto de Economia da Unicamp 20/10 – Raquel Rolnik - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 24/10 – Wanderley Guilherme dos Santos - Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj Início: dia 12 de setembro Aulas: às quartas-feiras, das 17h30 às 20h30; aos sábados, das 9h às 12h30. Campus da UFRJ na Praia Vermelha Acompanhe as aulas por aqui: https://adufrj.org.br/curso-adufrj-interpretacoes-sobre-o-brasil-contemporaneo/

Em novembro de 2018 serão publicadas inúmeras análises revelando a linha de causalidade que, a partir de junho de 2013, desaguou necessariamente nos resultados eleitorais de outubro. Chama-se retrodição. Historiadores semiamadores costumam divertir-se competindo pela retrodição mais aceitável pelo público. Historiadores maduros são mais sóbrios e cautelosos. E por uma arquipoderosa razão: ontem, ou anteontem, poderiam ter sido completamente diferentes do que foram em linha reta do mesmo mês de junho de 2013. Ou melhor, e aí é que está o problema: não em linha reta, mas a retidão da história retro dita ignora os vários tropeços, recuos e hesitações da contemporaneidade dos acontecimentos, selecionando, a posteriori, os tropeços que, agora, aparecem como passos firmes. Na atual contemporaneidade, o que a distingue das anteriores não são acidentes e contingências que, mesmo ignorados pelas retrodições, não comprometem a plausibilidade das diversas narrativas em linha reta. Eram variações em um mesmo clima competitivo, não obstante as diferentes ênfases e eventuais exclusões de personagens. Da atual contemporaneidade acredito que brotem narrativas em armaduras, como se atribuíssem reta racionalidade a mundos completamente opostos. Ou seja, as eleições de outubro próximo não terminarão depois de computados os votos. Elas continuarão nos conflitos de visões exacerbadas que, elaborando eu próprio uma retrodição, vieram a público em junho de 2013 e se transformaram, ao longo de cinco anos, em cosmologias, diriam os antropólogos, irreconciliáveis. Não me arrisco a especular sobre o futuro dessa impossibilidade de reconciliação. Quase todos os futuros são, em princípio, possíveis, mas poucos são prováveis. Mesmo estes, se existem agora, estão disfarçados. Nunca houve uma eleição em que há uma candidatura cujo enigma consiste em decifrar se será capaz de transformar-se em outra. Quer dizer, capaz, será, mas com que eficácia? Episódios como o do desastre que atingiu o candidato do PSB, em 2014, e elevou Marina Silva ao protagonismo principal, não provocou incertezas: ambos eram nacionalmente conhecidos como pessoas com preferências políticas nítidas e atitudes marcantes. Embora ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, a verdade é que, em eleitorado de milhões de pessoas, Fernando Haddad é praticamente desconhecido. A aposta no sucesso do transformismo eleitoral de última hora, ainda que anunciado, supõe uma capitania de votos lulistas, mais do que petistas, não muito comum em lideranças democráticas. Mas consiste precisamente nessa incerteza o indeterminismo generalizado das trajetórias dos demais candidatos. Se a estratégia obtiver êxito, o que acontecerá com os demais postulantes? As pesquisas nunca foram tão parcas de indicações, pois, a rigor, entre os mais competitivos, é difícil estimar qual chegará, não em primeiro, mas em último lugar. Finalmente, está claro que o empresariado ainda não escolheu seu candidato. E mesmo sem o financiamento legal às campanhas ninguém acredita que os comandantes da economia não se farão sentir no desdobramento delas. Também isto é inédito. Por isto, o que me ocorre como interpretação é a de que as eleições continuarão por outros meios depois de outubro de 2018.

Depois de seis anos de docência na Alemanha, Antônio Martins voltou ao Brasil como professor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ: “O país vive um momento difícil e é preciso lutar pela educação de qualidade”, explicou. Núbia Armond, professora da Uerj, reforçará a equipe do Instituto de Geociências (Igeo). Antônio, Núbia e outros 90 docentes participaram da cerimônia de posse no dia 29, no Igeo. A presidente da Adufrj, Maria Lúcia Teixeira Werneck Vianna, e o diretor Felipe Rosa destacaram adversidades do momento político para a universidade e a importância da participação dos professores. “A representatividade é um desafio numa associação como a nossa”, frisou Maria Lúcia. “Temos formações, ideias, referências diversas e às vezes conflitantes”. Nove recém-concursados se filiaram à Adufrj. Felipe Rosa reforçou o valor da integração: “Somos uma universidade grande. Graças à Adufrj, conheci mais a UFRJ”. Maria Lúcia convidou os colegas para conhecer o sindicato e serviços oferecidos sem custo extra, como o Plantão Jurídico. O Plantão atua em ações variadas, desde reajustes de salário até questões de assédio moral e sexual.

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