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“Educação tem Valor”. Este é o mote da campanha do Observatório do Conhecimento por um orçamento justo para as universidades federais em 2021. A mobilização acompanha o que ocorre no Congresso Nacional: hoje será instalada a Comissão Mista do Orçamento (CMO) e há a expectativa de uma tramitação acelerada, com votação nos primeiros dias de março ou até antes.

A campanha do Observatório — rede de associações docentes que defende as universidades públicas, entre elas a AdUFRJ —conta com uma ferramenta virtual: https://www.pressione.observatoriodoconhecimento.org.br. A União Nacional dos Estudantes é parceira desta iniciativa.

Para dar visibilidade à pressão, um tuitaço com as hashtags #ConhecimentoSemCortes #EducaçãoTemValor será realizado nesta quarta-feira (10/02), às 10h. Participe!

Durante o tuitaço, também serão lançados vídeos produzidos pela campanha.

Acompanhe as ações do Observatório em:

FACEBOOK: https://www.facebook.com/observatoriodoconhecimento

TWITTER: https://twitter.com/ConhecimentoObs

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/observatoriodoconhecimento/

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a UFRJ começou, na manhã de hoje, mais uma ação de enfrentamento à pandemia: dois postos de vacinação drive-thru (aqueles em que a imunização acontece sem que a pessoa saia do carro). Um na Praia Vermelha; outro, na Cidade Universitária. A vacinação de hoje foi voltada para os idosos com 90 anos ou mais. A UFRJ também coordena um terceiro posto drive-thru no Sambódromo, no Centro.
Confira algumas imagens feitas pelo fotógrafo Fernando Souza.
WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.49 1WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.49WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.48
WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.29 2WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.29 1WhatsApp Image 2021 02 06 at 19.29.29

WhatsApp Image 2021 02 05 at 14.18.54Ele está de volta! Ponto de encontro virtual dos docentes da UFRJ durante a pandemia, o Sextou – Tamo Junto recebe nesta sexta-feira (5), às 19h, o professor Josué Medeiros, com o tema “O que esperar da política em 2021?” Para participar do primeiro Tamo Junto de 2021: a partir das 17h15, você envia uma mensagem para o whatsapp da AdUFRJ (21) 99365-4514 e nós te enviamos o link de acesso à nossa sala no Zoom.

bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Fevereiro começou muito novo e muito velho. A vacinação avança lentamente e a política ganha contornos ainda mais complicados após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado. As vitórias de Arthur Lira e de Rodrigo Pacheco são a melhor expressão do que estamos vivendo: reúnem o que há de mais tradicional na nossa política com a nefasta novidade de um presidente da República alinhado internacionalmente com a extrema-direita, com pitadas de populismo e um descarado negacionismo. Já nos primeiros lances para a composição da mesa da Câmara e as presidências das comissões, temos o termômetro de como serão conduzidas as coisas por lá. A poeira foi baixando e ainda não está confirmada a reforma ministerial, quais cargos serão entregues, que nível de participação terá esse “novo velho” bloco parlamentar no governo de Bolsonaro. Irá prosperar? Teremos força nas ruas para desestabilizá-los?
Nesse cenário inóspito e pouco animador, surgem os primeiros embates e já já teremos a votação do orçamento em pauta e o retorno da reforma administrativa. Serão batalhas de grande envergadura e jogaremos nelas nosso futuro como instituição centenária. Se aprovadas, as propostas do governo nos estrangularão por ausência de recursos e nos desfigurarão como instituição do Estado.
Entretanto, se Bolsonaro conseguiu uma vitória expressiva no Legislativo, em relação à pandemia o governo tem demonstrado apenas inépcia, e não tem qualquer compromisso com a busca de soluções para os graves problemas que a população enfrenta e deve ainda enfrentar. Nunca foi tão importante construirmos uma rede de proteção social que se contraponha ao salve-se quem puder imposto pela mais completa ausência de políticas públicas no plano federal. Os mais vulneráveis estão jogados à própria sorte e nós poderemos ter nossas condições rapidamente corroídas por uma crise social de grandes proporções.
O que 2021 parece nos oferecer é também um caminho “novo velho”: precisamos mais do que nunca de nosso sindicato, de nossas associações, federações, confederações, centrais, frentes e fóruns de todo tipo. Mas precisamos também acertar o passo, entender o momento histórico que atravessamos e encontrar nele as chances de mudarmos esse jogo. É na organização solidária, coletiva e generosa de nossas ações que construiremos os laços necessários para tecer um novo caminho. É inadiável sair de nossas cascas, rompermos a nossa linha de conforto, travar as batalhas justas, aquelas que nos permitam legar ao futuro de nosso país e das novas gerações algo mais do que ruínas. Que as bandeiras sejam empunhadas, que as palavras de ordem ressoem por todo o país e que possamos encontrar novas formas para nos reencontrarmos com a sociedade.
Vacina já, universal e gratuita! Pela volta do auxílio emergencial! Fora Bolsonaro!

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Ele está de volta. Ou, seria melhor, está onde sempre esteve? Com sua incrível capacidade de adaptação e seu incontrolável apetite por benesses, o Centrão chegou oficialmente ao comando da Câmara na segunda-feira (1/2), com a vitória do deputado Arthur Lira (PP-AL), digno representante do grupo que reúne, além do próprio PP, legendas como Republicanos, Avante, Patriotas, PTB, Pros, PSC e PSD. Esse grupo tem cerca de 200 deputados, mas a vitória foi acachapante. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Lira teve mais que o dobro de votos de seu principal adversário, Baleia Rossi (MDB-SP): 302 a 145. O que mostra que, de forma explícita ou dissimulada, partidos de centro-direita, como DEM e PSDB, aderiram ao candidato bolsonarista e deram ao governo uma base confortável na Câmara.
“A direita liberal democrática, se podemos chamar assim, não está mais na oposição. O DEM é governo, o PSDB se dividiu. Para a oposição, foi uma derrota monstruosa. Fica muito claro que, dentro do Parlamento, a esquerda é minoritária e a base de sustentação do governo tem ampla maioria, até mesmo para aprovar uma emenda consitucional, que precisa ter três quintos dos votos dos deputados (308). O Lira foi eleito com 302, muito perto desse quórum. A resistência ao governo Bolsonaro não pode se dar só dentro do Parlamento, porque o que se anuncia é muito sombrio, seja na pauta de costumes ou na agenda econômica”, avalia o cientista político Pedro Lima, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e um dos coordenadores do Núcleo de Estudos sobre a Democracia Brasileira (NUDEB).
A ampla base de apoio na Câmara torna mais difícil a análise de um pedido de impeachment de Bolsonaro, ou até mesmo de uma CPI da Pandemia. E Arthur Lira nem precisa fazer esforço para sepultar essa ideia. Basta fazer o que fez seu antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ): deixar os 58 pedidos na gaveta. “O resultado das eleições no Parlamento reorganiza a sustentação política do governo no momento em que ele se encontrava mais isolado. A perda de pontos com a sociedade por sua postura irresponsável, genocida e destruidora de direitos básicos da população se fazia sentir no crescimento da adesão à ideia de impeachment. O fato é que, por conta da agenda econômica neoliberal e por fazer o ajuste fiscal mesmo com a pandemia, nos seus dois primeiros anos de governo Bolsonaro teve a complacência de poderes e líderes políticos ditos “liberais”, como Maia e o PSDB”, critica a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), uma das mais ferrenhas opositoras do governo.

LISTA DE “PRIORIDADES”
Além de afastar, ao menos por enquanto, o fantasma do impeachment, Bolsonaro vai tentar emplacar sua própria agenda no Congresso. Nesta quarta-feira (3/2), ele entregou aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira, uma lista com 35 pautas prioritárias. Justo pensar que quem tem 35 prioridades não tem nenhuma. E, como se vivesse em um Brasil imaginário, o presidente não incluiu em sua lista nada relacionado ao combate à covid-19 que vem matando mais de mil brasileiros por dia, nenhuma linha sobre uma nova leva de auxílio emergencial à população. Mas estão no rol a liberação de mineração em áreas indígenas, a flexibilização de regras para compra, porte e posse de armas, e o homeschooling (educação domiciliar).
Para o cientista politico Pedro Lima, Bolsonaro não deve esperar tanta facilidade para aprovar a granel a sua agenda, sobretudo a chamada pauta de costumes. “Talvez o governo não consiga emplacar tudo que quer, passar a boiada, porque os deputados se alugam a preço alto demais. Mesmo um Parlamento majoritariamente reacionário e obscurantista põe um freio nesse ímpeto pela mera necessidade de barganhar com o Executivo”, acredita Pedro.
De fato, os primeiros sinais mostram que haverá resistência dentro do Parlamento a atos imperiais. A composição da Mesa Diretora foi um bom exemplo. Um dia depois de dissolver de canetada o bloco de apoio a seu opositor Baleia Rossi, Arthur Lira foi instado a negociar os cargos com a oposição. E a absurda indicação da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) para o comando da Comissão de Constituição e Justiça foi desaprovada até por governistas, visto que a parlamentar de extrema-direita é investigada por vários crimes (veja box abaixo).

LONGA ESTRADA
O Centrão vem de longe. O bloco foi formado durante a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, e desde então sempre flertou com o Poder Executivo, com uma tática de todos conhecida: apoio em troca de participação no governo e de verbas, sobretudo para as chamadas emendas parlamentares. Assim participou dos governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer.
Arthur Lira pode ser definido como Centrão-raiz. Logo em seu primeiro mandato na Câmara (2011-2015), ele fez discurso elogiando a gestão do ex-presidente Lula e dando apoio à recém-eleita Dilma Rousseff. Ainda em 2015, como presidente da CCJ e fiel escudeiro do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sócio-benemérito do Centrão, Lira iniciou os primeiros trâmites para a abertura do processo de impeachment que acabariam por derrubar o governo Dilma, em 2016.
Com a chegada — ou o retorno — do Centrão ao comando da Câmara, o caminho para o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022 parece pavimentado. E, para que esse projeto não tenha sucesso, urge que a oposição repense a sua estratégia de enfrentamento. Para o cientista político Pedro Lima, a ideia de uma frente ampla anti-Bolsonaro, que reúna até atores da direita, parece distante. “Olhando para as eleições de 2022, o debate sobre uma frente ampla, que envolva a direita, é inócuo nesse momento. Nós não temos no Brasil hoje lideranças, grupos ou partidos do campo da direita que queiram minimamente cogitar fazer uma frente com a esquerda”, avalia.
Pedro acredita que o campo progressista tenha que buscar o entendimento para enfrentar o bolsonarismo. “Para esse campo, o que está colocado para 2022 é o que estava colocado para 2018, e não se concretizou: uma frente de esquerda. Espero que os atores da esquerda tenham a sabedoria de entender a gravidade do momento e se unam, deixando de lado as individualidades. Isso vale para o Ciro Gomes, para o Lula, para todas as lideranças de esquerda. Veja o que ocorreu na Argentina, onde Cristina Kirschner deu um passo atrás, saiu como vice e conseguiu vencer a eleição com Alberto Fernández. Essa é uma lição. Talvez dando um passo atrás se dê dois na frente mais adiante”, acredita o professor.
Já para a deputada Maria do Rosário, a resistência tem que se intensificar desde já, mesmo que a derrota na Câmara possa indicar um arrefecimento do ânimo dos opositores. “A pauta para a oposição continua sendo o impeachment e o fim desse governo. Cada dia com ele significa mais vidas perdidas, maior destruição dos serviços públicos, do meio ambiente. Cada dia é maior o fascismo. O resultado das eleições no Parlamento mostra que a oposição parlamentar não tem força para derrotá-lo sem a pressão das ruas, das redes, pressão externa. Temos que demonstrar o quanto corrupto é esse governo pois, se ele se mantiver até 2022, as eleições serão marcadas pela violência política, por ameaças e manobras. Não somos cúmplices do horror, por isso enfrentamos Bolsonaro em todas as frentes”, diz a deputada.

ORÇAMENTO É O PRIMEIRO DESAFIO

Ainda aturdida pela derrota na Câmara e no Senado, a oposição terá de se articular rapidamente para enfrentar seu próximo desafio no Parlamento: a votação do Orçamento de 2021. Por meio de seu perfil no Twitter, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta quinta-feira (4/2), que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) será instalada na próxima terça-feira. Compete à comissão emitir um parecer sobre a proposta que, em seguida, vai a plenário.
O tema é de vital importância para as instituições públicas de ensino superior. O Orçamento 2021 prevê um corte nas despesas “não obrigatórias” (discricionárias) dessas instituições de quase R$ 1 bilhão. Essas despesas cobrem custos com água, luz, serviços terceirizados e obras. Na UFRJ, o corte é da ordem de R$ 64 milhões. Desde janeiro, a universidade vem sendo forçada a cortar alguns serviços terceirizados de segurança, por exemplo. A AdUFRJ e o Observatório do Conhecimento vão lançar uma nova campanha pela recomposição do orçamento das universidades.
No ano passado, diante de problemas na instalação da comisão, o Congresso não votou o Orçamento de 2021. Só a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi analisada pelo plenário, sem passar pelo aval da comissão. De acordo com a Constituição, o Congresso deveria ter devolvido o texto da LDO para sanção presidencial até 22 de dezembro, mas isso não ocorreu. Com o atraso, o governo ficou autorizado a executar apenas 1/12 do montante estipulado para 2020 até que o Congresso vote novo Orçamento.


BIA KICIS SEM PHOTOSHOP

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) é o retrato sem retoques do governo Bolsonaro. Cotada para presidir a principal comissão da Câmara, a CCJ, a parlamentar é investigada pela Polícia Federal em inquéritos sobre patrocínio de fake news e uso de dinheiro público para financiar atos contra a democracia e pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal.
Capítulos sórdidos atravessam a biografia dessa procuradora aposentada do DF de 59 anos. Famosa nas redes sociais desde 2016, quando defendeu com unhas, dentes e mentiras o golpe contra a presidente Dilma, Bia Kicis estrela vídeos contra o uso de máscaras, defende o retorno do voto de papel e prega uma versão ainda mais radical do projeto da Escola Sem Partido. “Não há sororidade que resista ao chorume do currículo de Bia Kicis”, resumiu a roteirista, feminista e colunista da Folha de São Paulo, Mariliz Pereira Jorge.
Aspone do presidente Bolsonaro e de seus filhos, a parlamentar celebrou, ainda na terça-feira (2/2), a indicação para chefiar a CCJ. “É uma grande honra para mim”, escreveu no Twitter. O deputado Eduardo Bolsonaro também comemorou. “Parabéns, deputada, pela indicação para presidir a comissão mais importante do Congresso Nacional”, festejou.
A escolha de Kicis causou indignação na esquerda e constrangimento até em setores governistas. Desde a quarta-feira, o novo presidente da Câmara articula uma fórmula para reverter a indicação e substituí-la por outro bolsonarista menos radical. Até o fechamento dessa edição, o nome de Marcelo Freitas, do PSL mineiro, era um dos mais cotados para render a colega de bancada. A escolha definitiva deve ocorrer apenas depois do Carnaval. (Ana Beatriz Magno)

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