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UNIVERSITÁRIA E
À SOCIEDADE

Engajados na vida universitária, nós, Professores Eméritos abaixo-assinados, não poderíamos nos calar diante dos recentes cortes de fornecimento de energia e água pelas empresas concessionárias, que tornaram visível a grave crise em que foi lançada a Universidade Federal do Rio de Janeiro, submetida a uma crescente asfixia financeira.

Na verdade, esta crise se arrasta há muito anos, desde os governos Temer e Bolsonaro. A UFRJ, assim como toda comunidade universitária e científica brasileira, tinha a expectativa e, até mesmo, a certeza de que o governo eleito em 2022, pelos compromissos por ele assumidos, disponibilizaria de maneira decidida e urgente os recursos indispensáveis tanto para saldar dívidas pendentes como para sanar carências acumuladas por esta universidade no que diz respeito à manutenção de prédios e laboratórios, à assistência estudantil e tantas outras.

As expectativas se frustraram, e a crise se aguçou. Em 28 de setembro de 2023, o Conselho Universitário aprovou uma moção, em que apelava para uma suplementação orçamentária, uma vez que “mantido o atual orçamento proposto na PLOA, a UFRJ fechará no ano que vem”. (https://consuni.ufrj.br/images/atas/CONSUNI_230928.pdf)

A situação, portanto, já era crítica e de conhecimento não apenas da comunidade universitária, mas também das autoridades governamentais. Passado um ano, porém, assistimos consternados à agravação de uma crise que esperávamos ver definitivamente superada. A asfixia orçamentária nos levou a uma dívida com a empresa concessionária de energia elétrica de R$ 31,8 milhões, decorrente de faturas não pagas em 2024, além de R$ 3,9 milhões em parcelas não quitadas de um acordo firmado em 2020. A isso somam-se as dívidas com a concessionária do serviço de abastecimento de água e com várias empresas contratadas para prestação de diferentes serviços. A degradação de nossas instalações é visível, a exemplo da Escola de Educação Física e Desportos, cujas aulas tiveram que ser deslocadas após o desabamento de um muro, sinalizando gravemente vários outros riscos ainda não sanados.

Diante da emergência decorrente do corte de fornecimento de energia, o Ministério da Educação veio a público, demonstrando, no entanto, sua insensibilidade ou sua total incompreensão em relação ao que efetivamente se passa. Após culpar os governos anteriores, omitindo que o orçamento de 2024, diferentemente do de 2023, foi elaborado pelo governo atual, insinua que as dificuldades não seriam decorrentes da falta de recursos, mas, sim, de problemas de gestão interna: “A gestão orçamentária e financeira das universidades federais é pautada pela autonomia garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal. Assim, as instituições têm total liberdade para definir suas prioridades internas, incluindo a alocação de recursos, a gestão de contratos terceirizados e a execução de projetos, conforme suas necessidades e diretrizes institucionais.” (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/11/12/ufrj-tem-corte-de-energia-eletrica-por-inadimplencia-diz-light.ghtml).

Lamentavelmente, repete-se a mesma tentativa do governo anterior de imputar à “má gestão interna” os problemas que enfrentamos. Caberia perguntar: com os parcos recursos disponíveis, qual seriam as prioridades? Pagar o fornecimento de eletricidade ou as bolsas dos estudantes pobres? Pagar o fornecimento de água ou a alimentação estudantil? Assegurar serviços de segurança ou de limpeza?

No momento em que o cumprimento do teto de gastos, imposto pelo eufemisticamente chamado “arcabouço fiscal”, é exigido pela grande imprensa corporativa e são anunciados novos cortes nas despesas e investimentos nas áreas de saúde, educação e direitos trabalhistas, a crise da UFRJ apenas denuncia a irresponsabilidade daqueles que pretendem impor à nação a continuidade de políticas que corroem nosso Estado e nossas instituições públicas, as universidades entre elas.

Sabemos que não faltam recursos ao Tesouro para atender às necessidades básicas, à educação, à saúde, à cultura, à manutenção de um meio ambiente equilibrado, à assistência social e a outros direitos sociais garantidos pela constituição e pela legislação vigente. Afinal, cerca de R$ 600 bilhões são dedicados anualmente a pagar uma dívida pública constituída, em grande parte, de juros acumulados – dívida que a recente elevação de 0,5% da taxa Selic, determinada pelo Banco Central, aumentou em nada menos de R$ 30 bilhões. Isso para não falar dos orçamentos secretos ou dos R$ 456 bilhões (4,9% do PIB) distribuídos com generosidade, sob a forma de subsídios, muitos deles para satisfazer a alguns poucos privilegiados.

Por essas razões, nós, Professores Eméritos da UFRJ, juntamo-nos às vozes e lutas de nossa comunidade universitária e de todos aqueles que sabem que as universidades públicas, gratuitas, de qualidade e comprometidas com as necessidades do povo brasileiro constituem um ingrediente essencial de qualquer projeto nacional digno deste nome. Reivindicamos, com firmeza, que o governo cumpra os compromissos assumidos com a educação, a ciência, a cultura e com a produção e a reprodução do conhecimento, convocando associações científicas, colegas de outras universidades, assim como toda a sociedade, para defender a integridade da universidade pública, como garantia do presente e do futuro do Brasil.

 Rio de Janeiro,
15 de novembro de 2024

 

Adalberto Ramon Vieyra

Adelaide Maria de Souza Antunes

Ana Ivenicki

Ana Maria Ferreira
da Costa Monteiro

Antonio Carlos
Campos de Carvalho

Antonio Carlos Secchin

Antonio Giannella-Neto
Beatriz Becker

Carlos Aguiar de Medeiros

Carlos Bernardo Vainer

Carmen Lucia Tindó Secco

Celina Maria Moreira de Mello

Consuelo da Luz Lins

Dinah Maria Isensee Callou

Djalma Mosqueira Falcão

Edson dos Santos Marchiori

Eduardo de Faria Coutinho

Elba Pinto da Silva

Fernando Garcia de Mello

Francisco Radler
de Aquino Neto

Gilberto Barbosa Domont

Hatsaburo Masuda

Helio dos Santos Migon

Henrique Murad

Hilton Augusto Koch

Jorge Almeida Guimarães

Jorge Fernandes da Silveira

José Egídio Paulo de Oliveira

José Luis da Costa Fiori

José Mauro Peralta

José Paulo Netto

José Roberto Lapa e Silva

José Sergio Leite Lopes

Liu Hsu

Luiz Antônio Constant
Rodrigues da Cunha

Luiz Felipe Alvahydo
de Ulhoa Canto

Manuel Domingos
da Cruz Gonçalves

Marcello André Barcinski

Márcio Tavares d’Amaral

Marcos Roberto da Silva Borges

Maria Angela Dias

Maria Antonieta
Rubio Tyrrell

Maria Aparecida
Lino Pauliukonis

Marieta de Moraes Ferreira

Marlene Soares dos Santos
Muniz Sodré de Araújo Cabral

Nei Pereira Junior

Nelson Francisco Favilla Ebecken
Nelson Maculan Filho

Nelson Velho de Castro Faria

Olaf Malm

Otávio Guilherme Cardoso
Alves Velho

Paulo Alcantara Gomes

Paulo Mascarello Bisch

Raquel Paiva de Araújo Soares

Ricardo de Andrade Medronho

Sandoval Carneiro Jr.

Segen Farid Estefen

Sonia Gomes Pereira

Takeshi Kodama

Talita Romero Franco

Vera Lúcia Rabello
de Castro Halfoun

Volney de Magalhães Câmara

Willy Alvarenga Lacerda

Yvone Maggie de Leers
Costa Ribeiro

WhatsApp Image 2024 11 22 at 18.48.02 5Foto: Renan Fernandes/Arquivo AdUFRJKelvin Melo e Renan Fernandes

A crise da UFRJ parece não ter fim. Menos de uma semana após os cortes de luz e água que atingiram instalações do Museu Nacional, da Praia Vermelha e do Fundão, as aulas foram suspensas no IFCS-IH por problemas na rede hidráulica (leia mais abaixo). A falta de orçamento para o funcionamento básico e a recuperação da precária infraestrutura da instituição desafia cada vez mais o cotidiano de milhares de professores, técnicos e estudantes.
“Estamos fazendo de tudo para não fechar. Estamos lutando para trabalhar, para produzir, para formar cidadãos. O servidor público precisa ser valorizado. Estamos ajudando a reconstruir este país. Esperamos o reconhecimento das autoridades ao nosso trabalho”, disse o reitor Roberto Medronho.
“Aguardamos suplementação orçamentária para não passar mais por este constrangimento. Nós não pagamos não por que não queremos; não pagamos porque não temos a verba. Por outro lado, o MEC também tem restrições orçamentárias. Mas precisamos priorizar educação e saúde”, completou o dirigente.
A última solicitação da administração superior ao ministério totaliza R$ 50 milhões para colocar em dia os débitos com as concessionárias Light e Águas do Rio: seriam R$ 35 milhões para energia e R$ 15 milhões para a água. Por enquanto, só chegou R$ 1,5 milhão.
Na segunda-feira (18), representantes da reitoria e do MEC realizaram uma reunião remota para discutir a crise. As conversas terão continuidade em Brasília, provavelmente na próxima semana. A ideia é mostrar que muitos dos recursos recebidos pela instituição são “carimbados”, ou seja, destinados para finalidades específicas e que não podem ser redirecionados para o pagamento de contas do dia a dia.
Em aula pública organizada em 13 de novembro, essas limitações foram apresentadas à comunidade e à mídia em geral. Despesas anuais relativas ao funcionamento mínimo da universidade giram em torno de R$ 500 milhões, diante de um orçamento de apenas R$ 308 milhões.
Para além dos serviços das concessionárias, os demais contratos também estão em risco, informa a pró-reitoria de Finanças. A situação independe dos 90 dias durante os quais as empresas deveriam continuar oferecendo seus serviços, mesmo sem os repasses da universidade, de acordo com a legislação federal. “O prazo é irrelevante, porque as empresas não conseguem sustentar os serviços, na prática”, afirma o pró-reitor Helios Malebranche.

OS CORTES
A energia começou a ser interrompida na editora da universidade, no campus da Praia Vermelha, às 14h de 12 de novembro. Os cortes de água foram iniciados no prédio da reitoria, na manhã de 13 de novembro. Ambos os serviços só foram normalizados às 21h30 de 14 de novembro, informa o prefeito Marcos Maldonado. “Foi a maior crise que enfrentei aqui nos meus cinco anos e meio à frente da Prefeitura Universitária”, disse.
Em uma das unidades atingidas, o Edifício Jorge Machado Moreira — sede da decania do Centro de Letras e Artes, da EBA, da FAU e do IPPUR —, o corte de energia poderia ter causado um prejuízo ainda maior que a suspensão das atividades acadêmicas e administrativas.
“Graças a um lençol freático na área, o subsolo precisa ser frequentemente drenado”, explica o decano Afranio Barbosa. Só que um dos geradores que alimentam as bombas d’água precisou de manutenção justamente no segundo dia da falta de luz, quando choveu bastante na cidade. “Ficamos no limite”, completou o decano.
“A sala onde fica o gerador de energia para as bombas d’água é no subsolo. Quando elas não dão vazão, a água danifica o próprio gerador, o que leva à inundação da casa de força, também no subsolo, podendo queimar dois transformadores”, informou o docente.

PROJETO DE LEI
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) apresentou na última quinta-feira (21) um projeto de lei para impedir que concessionárias de serviços essenciais interrompam o fornecimento por falta de pagamento em hospitais e laboratórios de pesquisa científica com seres vivos. O texto de justificativa do PL cita o caso da UFRJ com a Light.

jersonFoto: LÉCIO A. RAMOS / FAPERJA comunidade científica do Rio de Janeiro reagiu de forma rápida e contundente à notícia da exoneração do pesquisador Jerson Lima da presidência da Faperj. Mas não bastaram os apelos, atos públicos, audiências, tuitaços e reuniões convocadas pelos cientistas. O governador Cláudio Castro publicou a troca no comando da Fundação na última quinta-feira (7). Sai o professor da UFRJ e pesquisador 1A do CNPq, reconhecido internacionalmente por suas pesquisas sobre o câncer; entra a pedagoga Caroline Alves da Costa, até então presidente da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).
A oficialização das trocas no Diário Oficial ocorreu depois de uma reunião entre o governador Cláudio Castro e representantes da comunidade científica. Na ocasião, Castro ouviu os argumentos dos pesquisadores, se comprometeu a manter todos os editais de fomento da Faperj, mas avisou que nomearia Caroline.
No encontro, que aconteceu na tarde de quarta-feira (6), o governador informou, ainda, que irá apoiar o Projeto de Lei 4328/2024, da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB). O texto prevê que a presidência da Faperj tenha um mandato e que a escolha passe pelo Conselho Superior da instituição. Uma lista tríplice deverá ser encaminhada ao governador, que ficará delimitado aos nomes indicados pela comunidade científica.
“É uma forma de protegermos a fundação, para que ela não se torne instrumento de acordos políticos espúrios, que em nada contribuem para o desenvolvimento científico e tecnológico do nosso estado”, declarou a autora do projeto, durante audiência pública na Alerj, na semana passada. O texto ainda depende de tramitação e aprovação na Alerj.
Caroline foi a segunda opção do secretário de Ciência e Tecnologia do estado, Anderson Moraes, do PL, para presidir a Faperj. Antes da Faetec, a pedagoga ocupou por um ano e meio a vice-presidência de Educação a Distância da Fundação Cecierj, até janeiro de 2023.
Em seu lugar, na Faetec, assume o bolsonarista Alexandre Valle, candidato do PL derrotado quatro vezes nas eleições municipais de Itaguaí. Valle não tem ensino superior, mas tinha sido a primeira indicação do secretário de C&T. A grita da comunidade científica e a rejeição do próprio compliance do governador afastaram Valle da Faperj.
“Essa é uma troca muito ruim para nós”, afirmou a professora Ligia Bahia, conselheira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Rio de Janeiro. A docente defende manter a mobilização para acompanhar os próximos passos da nova presidência da instituição e também do governador. “Nós nos mobilizamos para tentar evitar uma crise, que é iminente pela distância que há entre a pessoa nomeada e o mundo da pesquisa”, explicou. “Agora deveremos acompanhar os desdobramentos dessa nomeação e a própria crise na qual se encontra o governador Cláudio Castro, ameaçado de prisão”.
Natália Trindade, diretora da Associação Nacional de Pós-Graduandos, também lamenta o descaso de Castro com os cientistas. “O governador tomou uma decisão. Nos resta seguir organizados”, disse. “Não é a primeira vez que se partidariza uma agência de fomento. Nosso papel é apresentar para toda a sociedade quem de fato tem compromisso com a ciência e quem não tem”, avaliou. “Nossa luta agora é pela aprovação da lista tríplice na Alerj, que tem maioria do governo. Eles terão uma segunda chance para mostrar se estão a favor ou contra a comunidade científica”.
A AdUFRJ participou ativamente das mobilizações em defesa da Faperj e também critica a escolha de Castro. “A diretoria da AdUFRJ lamenta que o governador tenha desconsiderado a comunidade científica do Rio de Janeiro”, declarou a professora Mayra Goulart, presidenta da seção sindical. “Os pesquisadores seguirão vigilantes para que a Fundação mantenha-se alinhada aos princípios republicanos que balizam a pesquisa e a inovação no estado”. afirmou.
O gabinete do governador e a Secretaria de Ciência e Tecnologia não retornaram às tentativas de contato da reportagem.
O professor Jerson Lima foi procurado pelo Jornal da AdUFRJ para comentar a exoneração e os planos futuros, mas preferiu se manifestar por carta. Leia a íntegra abaixo.

CARTA DE DESPEDIDA DO PROFESSOR JERSON

Chegou o momento de despedida, e gostaria de compartilhar uma mensagem detalhada sobre as experiências vividas nos últimos anos. São muitos os agradecimentos que desejo fazer, mas, diante da limitação deste espaço, expresso em poucas palavras tudo o que vivi e o quanto sou grato.
O sucesso da FAPERJ não seria possível sem a maior riqueza deste estado: seus cientistas, inovadores, criadores e empreendedores de todas as áreas — das ciências exatas à cultura —, de todos os gêneros e cores. Nos últimos cinco anos, a ciência e a inovação no estado cresceram graças a milhares desses atores, desde pesquisadores sêniores a juniores, incluindo pós-doutorandos, doutores Nota 10, dedicados pós-graduandos e alunos de iniciação científica e empreendedores.
Minha gratidão também vai aos governadores Claudio Castro e Wilson Witzel, pelo apoio e confiança depositada em mim e em minha equipe ao longo de quase seis anos, e por seguirem a determinação da constituição estadual, liberando integralmente os recursos para a Ciência, Tecnologia e Inovação. Trabalhamos arduamente — presidente, diretores, funcionários e assessores da FAPERJ —, e sempre afirmei que essa foi a decisão política mais importante do governo. A FAPERJ é uma agência de estado que deve se manter conectada às necessidades regionais. Durante esses anos, a FAPERJ alcançou destaque nacional e internacional, tornando-se a segunda maior agência estadual de fomento do país.
Agradeço também ao Deputado Dr. Serginho, com quem compartilhei a presidência sob sua Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sua gestão como Secretário garantiu a autonomia necessária para que o Conselho de Diretores e o Conselho Superior conduzisse os programas das diretorias científica e tecnológica. Não posso deixar de agradecer aos demais Secretários com quem trabalhei durante esse período: Leonardo Rodrigues, que me convidou em 2018, junto com o Governador Witzel, para liderar a FAPERJ; professora Maria Isabel; João Carrillo; Mauro Azevedo; e Anderson Moraes.
Fazer da FAPERJ um expoente no fomento à ciência e à inovação no estado só foi possível graças a uma equipe excepcional de diretores, cientistas assessores, colaboradores e, principalmente, um grupo de funcionários altamente comprometidos com a missão da Fundação. A lista de agradecimentos é extensa e ocuparia muitas páginas, mas não posso deixar de mencionar os diretores Eliete, Maurício, Aquilino, Maria Cláudia, Denise e os assessores Consuelo, Vânia, Vitor, André, Caio, Egberto, Luciana, Liana, Patrícias, Claudia e Letícia. Agradeço especialmente às minhas secretárias, Maria Cláudia, Sulamita e Kátia. Em nome da Consuelo, estendo meu sincero agradecimento a todos os integrantes da Fundação. Um agradecimento especial ao Conselho Superior, que tem sido um guia para a agência, avaliando e aprovando os editais e ações da diretoria. Em nome de sua Presidente, Alice Casimiro, agradeço a todos os membros desse conselho, formado por reitores, pró-reitores, pesquisadores e empresários, que pensam a Ciência e a Inovação de forma estratégica e essencial para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do estado e do país.
Embora seja impossível mencionar todos, destaco também as parcerias com agências federais como CNPq, FINEP, CAPES, DECIT; com o CONFAP; com agências privadas como o Instituto Serrapilheira e Ciência Pioneira, IDOR/Rede D’Or; e com diversas parcerias internacionais. Meu agradecimento especial à minha Alma Mater, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, aos membros do meu laboratório, alunos e pesquisadores, aos institutos IBqM e CENABIO e a todas as sociedades científicas das quais faço parte, incluindo a Academia Brasileira de Ciências, a Academia Nacional de Medicina e a SBPC.
Governador Claudio Castro, quando a comunidade se manifesta diante de mudanças, meu olhar de cientista e poeta vê nisso a confirmação de que a FAPERJ se tornou um patrimônio intangível, fruto dessa administração e de um trabalho inter e multidisciplinar. Esse esforço envolveu Universidades, Institutos de Pesquisa, Federações como FIRJAN e ACRJ, a ALERJ, além de várias secretarias do governo, em uma atuação discreta que alcançou tanto a excelência das nossas instituições quanto o interior do estado e as comunidades urbanas e favelas.
Concluo esta mensagem, que pretendia ser breve, desejando muito sucesso à nova Presidente Caroline Alves da Costa e aos diretores Eliete Bouskela e Mauro Azevedo, que certamente manterão a FAPERJ em sua trajetória de sucesso. Estarei sempre à disposição para colaborar como membro da comunidade científica, visando ao pleno desenvolvimento científico e tecnológico do estado e do país. Escrevi esta mensagem olhando para a foto de um dos meus Mestres, o Professor Carlos Chagas Filho — patrono da FAPERJ —, para uma homenagem recente da UENF, a Medalha Darcy Ribeiro, este que foi ex-presidente da FAPERJ, e para as centenas de mensagens eletrônicas e escritas à mão, inclusive em guardanapos de papel, enviadas por pesquisadores do estado e do Brasil.
Por fim, agradeço de forma especial à minha família — minha esposa, meus quatro filhos e meus dois netos — pelo apoio e suporte incondicionais durante essa jornada da qual tanto me orgulho.

Minha eterna gratidão a todos e todas!

Jerson

WhatsApp Image 2024 11 12 at 15.46.31 1Fotos: Fernando souzaDocentes da UFRJ participaram na manhã de sábado (9) do último passeio do ciclo de visitas guiadas da AdUFRJ em 2024, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, Zona Sul carioca. Conduzidos pelo guia Douglas Liborio, formado pela UFRJ e doutorando em História Social na UFF, os professores puderam conhecer um pouco da rica e conturbada história da cidade desde a fundação, em 1º de março de 1565.
“O palacete que abriga o museu foi adquirido em 1889, no fim do Império, pelo Conde de Santa Marinha, e ele fez aqui uma grande reforma, iniciando o tratamento paisagístico desse belo jardim que vemos hoje. Era a época das grandes reformas de embelezamento na cidade, como no Campo de Santana, na Quinta da Boa Vista e no Palácio do Catete”, lembrou Liborio, no início da visita. O palacete fica no alto do Parque da Cidade, área preservada de 470 mil metros quadrados e pouco conhecida pelos próprios cariocas.
Criado em 1934, pelo então prefeito Pedro Ernesto, o museu tem mais de 25 mil peças, de joias e louças da família imperial a telas de artistas como Armando Vianna, Eliseu Visconti, Victor Meirelles e Antônio Parreiras. Um dos destaques é o estandarte original feito em seda usado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro de 1822 a 1831. Há espaços dedicados a prefeitos marcantes da cidade, como o médico Pedro Ernesto, com a reprodução de sua sala de jantar, e o engenheiro Pereira Passos, homenageado com objetos de seu escritório de trabalho e do seu quarto de dormir.
Frequentadora assídua dos passeios, a professora Susana Scheimberg, aposentada do Instituto de Matemática e da Coppe, espera que o ciclo continue em 2025. “Acho uma iniciativa maravilhosa. Sempre que eu puder, vou participar. É cultura, história e encontro”, disse ela, que elogiou o guia. “Ele não fala simplesmente do passado, mas sempre vincula as visitas ao presente. Eu sempre aprendo algo novo a cada passeio”.WhatsApp Image 2024 11 12 at 15.46.32
Tudo foi novidade para o professor Argemiro Secchi, da Engenharia Química e da Coppe. “Essa visita me impressionou porque eu não conhecia essa região. O museu conta toda a história do Rio, é surpreendente. Acho que essa iniciativa tem que continuar, não pode parar, tem que ser expandida. É um projeto excelente da AdUFRJ”.
Uma notícia boa, professores: a AdUFRJ vai estender o projeto no ano que vem. “Já estamos aceitando sugestões dos professores para os passeios do novo ciclo”, adiantou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, presente à visita ao lado da diretora Veronica Damasceno. Alerta de spoiler. No final da visita, o guia Douglas Liborio adiantou que duas visitas programadas para 2025 são a Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, e o Museu Casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa. Vem mais passeio por aí.

WhatsApp Image 2024 11 12 at 15.46.32 7Fotos: Fernando SouzaPersonagens conhecidos e muito queridos em suas unidades, dois professores e 26 técnicos-administrativos com 50 anos de universidade foram homenageados nesta segunda (11). Todos receberam da reitoria uma medalha comemorativa pela longeva dedicação à UFRJ.
“A UFRJ não é o seu patrimônio físico. A UFRJ é feita pelos seres humanos que aqui trabalham e se dedicam no seu dia a dia”, disse o reitor Roberto Medronho. “A excelência no ensino, pesquisa, extensão e assistência em saúde é por conta do nosso trabalho”, completou.
A alegre cerimônia lotou o auditório G-122 da Coppe. A cada nome chamado para ganhar a honraria, explodiam palmas e gritos de incentivo dos amigos e familiares.
Uma das mais celebradas foi a assistente social Vânia Dias, lotada no Hospital Universitário, que recebeu a medalha acompanhada dos netinhos Antônio e Alice. “Essa medalha é tudo. A emoção me define hoje”, disse à reportagem.
Vânia chegou à UFRJ em janeiro de 1974, primeiro para trabalhar como assistente administrativa na Escola de Educação Física e Desportos. O meio século na universidade transformou sua vida e a dos familiares. “Venho de uma infância muito pobre. Sou bisneta de um casal que foi escravizado. Minha avó e minha mãe foram empregadas domésticas”, contou a hoje doutora pela Escola de Serviço Social.

GRATIDÃO
O evento de segunda-feira encerrou a programação da UFRJ em homenagem aos servidores. A pró-reitora de Pessoal, Neuza Luzia, distribuiu agradecimentos aos colegas. “As histórias que vocês escreveram, que vocês viveram, se confundem com a história da UFRJ. E muito nos orgulha expressar nossa gratidão pelos 50 anos de compromisso com nossa universidade”, afirmou.
Um compromisso tão grande que pode influenciar as próximas gerações de servidores da instituição. “Vocês são um exemplo para os que estão iniciando a carreira aqui agora”, disse a vice-reitora Cássia Turci. “Obrigada por tudo”, concluiu.

HOMENAGEADOS

Foram homenageados os professores Joaquim Inácio de Nonno (Escola de Música) e Eliana Barreto Bergter (Instituto de Microbiologia). Entre os técnicos, receberam a medalha: Celso Pereira, Cláudio Nunes Pereira e Waldir Dias de Oliveira (Instituto de Biofísica), Dilza Torres Melo de Alvim e Paulo da Costa Lima Filho (FAU), Ilton Antônio da Silva de Oliveira (IPUB), José Carlos da Silva Paz e Fátima Morgado Britto (CCS), Marcílio Lourenço de Araújo (IPPMG), Paulo César Villa Real (IQ), Sérgio Iório (Coppe), Alfredo Heleno de Oliveira (Prefeitura), Carlos Alberto Celestino e Marilene Ferreira dos Santos (PR-1), Edna do Desterro (Odontologia), Edson Jorge da Rocha (Instituto Tércio Pacitti), Francisco Carlos Santana Costa (Maternidade Escola), Laureano Soares da Silva (Museu Nacional), Luiz Carlos Batista Freitas e Vânia Dias de Oliveira (HU), Maria de Fátima Stopelli Mendes (IFCS), Paulo Cézar Rangel e Reinaldo Barros (CCMN), Ronaldo Martins (Nutes), Severino de Andrade Amorim (PR-4), e William Barbosa da Silva (Letras).

DEPOIMENTOS

WhatsApp Image 2024 11 12 at 15.46.32 9Eliana
Bergter

77 anos, 52 de UFRJ
Professora do Instituto de Microbiologia

Entrei em 1972 como auxiliar de ensino. Fui fazendo a carreira, passei a titular e sou emérita desde abril deste ano. A UFRJ representa a fase mais feliz da minha vida. Esses 50 anos foram maravilhosos, porque faço tudo de que gosto: dar aula para a graduação, para a pós, fazer pesquisa. Tenho estudantes desde a iniciação científica até o pós-doutorado. O importante é estar aqui e continuar passando o que eu aprendi para meus alunos. Para os professores que estão começando, minha mensagem é que procurem fazer aquilo que vocês gostem. Vão fazer muito bem e aquilo será um exemplo para as outras pessoas.

 

WhatsApp Image 2024 11 12 at 15.46.32 10Vânia Dias
de Oliveira

71 anos, 50 de UFRJ
Assistente social

Cheguei a esta universidade em janeiro de 1974, como assistente administrativa, na Escola de Educação Física. Em 1977, fui para o Hospital Universitário como auxiliar de documentação médica. Em julho de 1980, me graduei no Serviço Social. Em setembro de 1981, fiz prova e passei para assistente social no Hospital Universitário. Sou de uma época de uma universidade extremamente elitista, branca, herdeira do colonialismo. Foram muitos os desafios para uma menina preta trabalhar aqui dentro. Hoje, quando olho a UFRJ um pouquinho mais diversa, eu queria ter mais 50 anos para ver meus netos aqui dentro.

 

CORRIDA DO SERVIDOR

Parte da programação em homenagem aos servidores da UFRJ, um evento esportivo agitou a Cidade Universitária, na manhã de domingo (10). Aproximadamente 300 pessoas — incluindo público externo — se inscreveram para as provas de caminhada (2,5 km) e corrida (5 km).

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