facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Ações da Justiça Eleitoral em vários campi, às vésperas das eleições, indicam o reforço da vigilância sobre a universidade e um ataque claro à autonomia universitária. Na UFF, faixa "antifascista" foi arrancada. Poderia ser uma cena de 50 anos atrás: dentro de um campus de uma universidade federal, cinco policiais federais vigiam uma assembleia estudantil organizada em defesa da democracia e contra o fascismo. A pretexto de defender a lei eleitoral, um fiscal da Justiça Eleitoral exibe ordem judicial para prender quem fizer “alguma fala tendenciosa”. A cena ocorreu na quarta-feira, 24, no prédio que abriga os campi da UFRJ e da UFF em Macaé. É parte de uma série de acontecimentos que, às vésperas das eleições, indicam o reforço da vigilância sobre a universidade e um ataque claro à autonomia universitária. Em todo o país, têm ocorrido ações do tipo. Reportagem do jornal “O Globo” contabiliza ações em 17 universidades de nove Estados. A "Folha de S.Paulo" também destacou o tema em sua edição desta sexta, 26, salientando a reação da comunidade acadêmica às ações. Em Macaé, o clima de indignação marcou a assembleia. Os estudantes acusaram o TRE de intimidar e censurar o movimento estudantil. Professor de Biologia da UFRJ e representante sindical da Adufrj, Jackson Menezes afirmou que não foi a primeira ação da Justiça Eleitoral para coibir manifestações. “No primeiro turno, estiveram no Instituto Federal Fluminense retirando adesivos do peito das pessoas”, contou. A intimidação em Macaé começou na véspera da assembleia estudantil. Fiscais do TRE foram até o campus, entraram na Faculdade de Direito da UFF e constrangeram um professor e alunos. Queriam saber quem estava organizando a assembleia. “Disseram que seria proibido citar candidato, mesmo em pergunta”, afirmou Rafaela Corrêa, do DCE UFRJ. No mesma quarta-feira, fiscais do TRE estiveram no campus da UFRJ no Fundão e apreenderam material distribuído num debate com Manuela D’Ávila, candidada a vice na chapa de Fernando Haddad. O vice de Jair Bolsonaro foi convidado e recusou. Os fiscais contaram que receberam denúncia de campanha irregular e mostraram somente pedido de investigação do Ministério Público Eleitoral no WhatsApp. O decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Suemitsu, acompanhou os fiscais, defendeu os alunos e informou que todos os passos do evento foram antecipadamente avisados à Decania e ao TRE. Ao Boletim da Adufrj, a Justiça Eleitoral informou ter recebido denúncia de que haveria campanha e distribuição de material em Macaé. O juiz Sandro de Araújo Lontra determinou o envio de equipe ao local. A ação no campus do Fundão, segundo o TRE, foi motivada por denúncia da Procuradoria Eleitoral. O TRE não informou se houve decisão judicial. A Lei Eleitoral proíbe o uso de prédios públicos para campanha.   VIGILÂNCIA POR TODA PARTE Na terça-feira, 23, uma equipe do TRE foi à Faculdade de Direito da UFF, e retirou a faixa “Direito Antifascista”. A UFF registrou a ocorrência. Em nota, o Andes repudiou as ações. “Representam um ataque às universidades e à liberdade de expressão”, afirma a nota. A seção da OAB no Rio divulgou nota de repúdio contra as ações nas universidades, por entender que elas tentam censurar a liberdade de expressão dos estudantes. Na Paraíba, a Associação de Docentes da Universidade Federal de Campina Grande foi alvo de mandado de busca e apreensão de panfletos em defesa da democracia e da universidade. No Rio Grande do Sul, a Justiça Eleitoral proibiu o evento “Contra o Fascismo. Pela democracia”, na UFRGS. A aula pública teria a presença de Guilherme Boulos e do ex-governador Tarso enro. “Censurado para falar na UFRGS, no estado que governei. Fascismo cresce”, protestou Genro.  

Representantes do TRE compareceram ao Centro de Tecnologia para acompanhar o encontro de Manuela D'Ávila, candidata a vice-presidente do Brasil, com a comunidade universitária Tensão na universidade. Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral compareceram ao auditório do Centro de Tecnologia da UFRJ para acompanhar uma sabatina de Manuela D'Ávila, candidata a vice-presidente do Brasil pela coligação PT/PCdoB/PROS. O evento, nesta quarta-feira (24), foi organizado pelo DCE Mário Prata, que informou também ter convidado o candidato a vice da chapa de Bolsonaro. Mas o general Hamilton Mourão não compareceu. Os fiscais contaram ter recebido denúncias de que havia propaganda eleitoral e recolheram folhetos do diretório estudantil. "Não recolhemos todo o material, pegamos apenas exemplares para o juiz avaliar se é ou não propaganda", argumentou o fiscal Paulo Roberto. "Não vou me identificar para a imprensa", completou, ao ser questionado sobre seu nome completo. Os fiscais não apresentaram nenhum documento com ordem judicial que amparasse a visita. "Temos apenas o documento por Whatsapp", explicou. Preocupado com a segurança dos estudantes, o professor Walter Suemitsu, decano do CT, avisou aos fiscais que o evento estava cumprindo todos os requisitos legais e que a Decania e o Tribunal Regional Eleitoral foram informados com antecedência pelos alunos. Natália Borges, diretora do DCE, observou que a universidade tem um papel fundamental em defesa da democracia e da liberdade. A estudante observou que todas as atividades organizadas pelo diretório nos últimos meses com foco nas eleições procuraram chamar candidatos de diferentes posições:  "Porque a gente acredita que a universidade é um lugar de pensar política. Esta sabatina de hoje é um exercício de democracia". A sabatina "Esta é a eleição mais importante das nossas vidas", disse Manuela D'Ávila, durante o encontro com a comunidade da UFRJ — o auditório estava lotado. "No próximo domingo, estaremos diante de escolhas muito profundas. Do nosso lado, um projeto que defende o desenvolvimento nacional, com distribuição de renda e justiça social.  Do outro lado, um projeto que não defende o desenvolvimento do Brasil, que não defende a nossa soberania, que pretende continuar entregando nossas riquezas", completou. A candidata mostrou preocupação com as recentes perseguições a professores, defendeu a autonomia universitária, as eleições paritárias para reitor e a gratuidade do ensino. Para ela, a proposta dos assessores de Bolsonaro de cobrar mensalidades nas universidades federais tem como objetivo final acabar com estas instituições. Também convidada, Sônia Guajajara, candidata a vice-presidente na chapa do PSOL, deixou claro que tem críticas ao PT, mas o momento exige unidade: "Não podemos permitir que embriões da ditadura sufoquem a nossa democracia". Homenagem a Marielle A sabatina terminou com uma homenagem a Marielle Franco (PSOL), assassinada este ano. Os estudantes fixaram uma placa com o nome da vereadora no Fundão, na esquina entre a avenida Athos da Silveira Ramos e a avenida Horácio Macedo.

Depoimento de mãe de estudante, morto durante operação policial em junho deste ano, emociona encontro entre Fernando Haddad e lideranças de favelas, no Complexo da Maré Uma fala emocionada marcou o encontro entre o presidenciável Fernando Haddad (PT) e sua vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), com lideranças de favelas do Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (23). "Eu quero vocês na Presidência, porque eu não quero mais armas. Eu não quero que aconteça com outras mães o que aconteceu comigo", disse Bruna da Silva, que representou as famílias que sofrem com a violência do Estado. Em junho, ela perdeu o filho Marcus Vinícius, de 14 anos, durante uma operação policial. O jovem foi baleado enquanto ia para a escola: "Nós somos alvos o tempo todo. Somos pobres, pretos, favelados. Nós somos o alvo daqueles que querem ter mais armas", completou, em referência à campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Durante a atividade, realizada no Centro de Artes da Maré, os candidatos comprometeram-se a elaborar políticas para a geração de emprego e renda para os moradores de favelas. Também disseram que vão ampliar escolas em tempo integral e executar programas de habitação, saneamento e segurança que preservem as vidas nas comunidades. Manuela D'Ávila afirmou que a chapa tem por princípios a defesa da vida e mais direitos sociais. "Nós defendemos a vida. Defendemos a liberdade de ir e vir sem medo. A nossa chapa defende o acesso a uma educação de qualidade. Defende que mães e pais que trabalham tanto para sustentar seus filhos possam deixá-los numa escola em tempo integral, tranquilos de que lá estarão seguros e se desenvolvendo". Fernando Haddad falou sobre a transformação das famílias mais pobres, quando os jovens têm oportunidade de acessar o ensino superior. "Ficou provado que o jovem de periferia que chega à universidade pública transforma a sua vida e a vida de seus familiares. Ele aumenta a sua renda, aumenta a renda da sua família e vira espelho. Todos nós nascemos com algum talento. Se tivermos condições iguais, poderemos desenvolver esses diferentes talentos", disse o ex-ministro da Educação. Depois do encontro, Haddad e Manuela seguiram para os Arcos da Lapa.

Duas ações da Justiça Eleitoral na UFRJ e na UFF, nesta terça-feira (23), causaram reação da comunidade acadêmica. Os diretórios estudantis das duas universidades divulgaram nota conjunta de protesto Duas ações da Justiça Eleitoral na UFRJ e na UFF ocorridas nesta terça-feira, 23 de outubro, causam reação da comunidade acadêmica. Em Macaé, estudantes das duas universidades que organizam uma assembleia contra o fascismo denunciam ter sido alvo de intimidação por parte de fiscais. No campus da UFF em Niterói, agentes da Justiça Eleitoral fizeram uma inspeção e retiraram da Faculdade de Direito uma bandeira com a inscrição "antifascista". Segundo relatos de estudante da UFRJ e da UFF e de um professor da UFRJ em Macaé, os homens, usando coletes do TRE, entraram no prédio, que abriga cursos das duas universidades, e foram até uma das salas da Faculdade de Direito da UFF. Falaram com o professor que estava dando aula e disseram que procuravam os organizadores da assembleia estudantil - que acontece hoje, quarta, às 18h. Ao professor e a integrantes do Centro Acadêmico de Direito da UFF, os fiscais disseram ter recebido uma denúncia de que estaria havendo campanha ilegal no campus. Também perguntaram quem estava organizando a assembleia. Depois, afirmaram que acompanhariam a assembleia de hoje e "iriam deter estudantes que fizessem falas tendenciosas", acrescentando que "era proibido falar nome de candidato, qualquer candidato, em pergunta ou resposta". Também disseram, segundo os estudantes, que poderiam levar para a Polícia Federal quem desobedecesse. "Eles claramente disseram que iriam deter estudantes que fizessem falas tendenciosas. Não podia pronunciar o nome de candidato", relatou a estudante Larissa Franco, do Centro Acadêmico de Direito da UFF em Macaé. Ainda segundo Larissa, os estudantes passaram o dia hoje conversando com a direção das faculdades. "Qual o fundamento jurídico disso?", questionou Larissa. Rafaela Corrêa, diretora do DCE da UFRJ em Macaé, disse que a ação está sendo entendida como um ataque ao direito de organização dos estudantes. "A gente vai ser preso? Não pode mais fazer assembleia?", questionou. O professor Jackson de Souza Menezes, do curso de biologia da UFRJ em Macaé, disse que os docentes também acompanham com preocupação o episódio, entendido como uma ingerência descabida na autonomia universitária. "A assembleia é um movimento dos estudantes, uma coisa natural. Só vi esse tipo de ingerência na ditadura", afirma. "A gente começa a observar, de maneira contundente, que há uma vigiância, um monitoramento, e isso é preocupante". Em nota conjunta, os DCEs da UFF e da UFRJ protestaram: "Estão agora tentando calar a voz dos estudantes, estão tentando impedir que se possa ter um debate de ideias dentro da universidade e que tenhamos que permanecer calados, sem expor nossa opinião, sob risco de sermos penalizados, enquadrados como criminosos". A Adufrj procurou a Justiça Eleitoral hoje cedo em busca de um posicionamento sobre a ação em Macaé, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Quem chegava na manhã de hoje ao campus do Fundão se deparou com tiros, correria e perseguição policial no estacionamento do Centro de Tecnologia e na área de acesso aos blocos. Quem chegava na manhã de hoje ao campus do Fundão se deparou com tiros, correria e perseguição policial no estacionamento do Centro de Tecnologia e na área de acesso aos blocos. Por volta das 9h40, Assaltantes que fugiam da polícia entraram no estacionamento pelo bloco F e foram perseguidos. Houve troca de tiros. Três assaltantes foram presos, sendo um baleado. O quatro ladrão fugiu.   Segundo o subcomandante do 17º Batalhão, major Fábio Pinho, a ocorrência começou quando os quatro assaltantes roubaram as Lojas Americanas no Parque União, no Complexo da Maré. Levaram celulares e, na rua, roubaram um Honda Fit.   Chamada, a polícia começou a perseguir o grupo, que entrou na Linha Vermelha e de lá se dirigiu para a Cidade Universitária. Perto do BRT do Fundão, os assaltantes renderam um Spin preto, dirigido por um representante comercial que passava pelo local, e abandonaram o Honda Fit. Já bem perto da entrada do estacionamento do CT, renderam um Onix branco. O motorista tinha vindo deixar um colega numa unidade da Petrobras que fica dentro do campus.   "Eles me pararam, me fecharam, e mandaram sair. Mas fiquei nervoso, e o cinto não abriu", contou o motorista do Ônix, Luiz Parreira. A polícia chegou nesse momento, e o tiroteio começou. "Um policial então viu que eu era a vítima e mandou que eu ficasse deitado no chão, atrás do carro", contou Parreira.   Os assaltantes, armados, correram para o estacionamento do CT. Entraram pelo bloco F, e pelo menos dois saíram correndo em direção ao bloco A, assustando quem estava no local. É um horário de grande movimentação no campus, com muita gente lanchando ou conversando nas mesas e em frente aos quiosques.   Policiais saíram em perseguição aos assaltantes. Um deles jogou a arma do jardim. Os ladrões correram em direção ao Bloco A. Segundo o relato de um vendedor de um quiosque, um dos assaltantes chegou a passar andando, tentando passar por um estudante. Dois foram presos, e um foi baleado. O quarto assaltante está foragido.   Segundo o major Fábio Pinho, mais de 30 homens da Polícia Militar foram chamados em apoio à ação. O Honda Fit e a carga roubada das Lojas Americanas foram recuperados, assim como os outros dois carros.  

Topo