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Médico, cadeirante, tenista, atleta paralímpico. José Carlos Morais, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ, é um dos precursores do tênis adaptado no Brasil e o primeiro brasileiro a participar de uma paralimpíada na modalidade, em Atlanta-1996. Graduado pela Universidade Católica de Pelotas, ele veio ao Rio fazer residência médica em Patologia na UFRJ, em 1972, quando um assalto alterou seus planos. “A minha vida ia ser estudar, casar com a namorada de adolescência e trabalhar. Um tiro mudou tudo”, diz. Ficou paraplégico, e durante o processo de reabilitação conheceu o esporte. Foi a três Paralimpíadas (em 1980, como jogador de basquete, 1984, como chefe da delegação brasileira, e 1996, como tenista) e nove mundiais. Treinava cinco vezes por semana. Mas se manteve em sala de aula: “Era puxado, mas conseguia conciliar”. Uma das principais lembranças é entrar em um estádio olímpico: “Escutar a plateia gritar ‘Brasil, Brasil!’ gera uma emoção indescritível”. Morais criou e coordena o projeto Cadeiras na Quadra, que ensina crianças e adultos paraplégicos a jogar tênis adaptado. “São 15 alunos. A idade mínima para iniciar é de 6 anos”, explica. Localizado em um centro esportivo em Itacoatiara, na região metropolitana de Niterói, o projeto fornece cadeiras, raquetes e todo material necessário. O professor quer criar mais unidades. Quarenta e cinco anos depois do assalto que o vitimou, Morais lançou o livro “Roda Vida, Memórias de Cadeirante”. “Tive uma história que deu certo. Não tive que superar, tive de aceitar e mostrar que a vida é possível”, explica.

Pesquisadores da UFRJ desenvolveram uma droga sintética que, em testes com ratos, mostrou capacidade de regenerar lesões gravíssimas. A pesquisa é coordenada pela professora Tatiana Sampaio Pesquisadores da UFRJ desenvolveram uma droga sintética, a polilaminina, que, em testes com ratos, mostrou capacidade de regenerar lesões de medula. A fase de estudos clínicos está começando agora, com pacientes dos Hospitais Souza Aguiar, no Rio, e Azevedo Lima, em Niterói, que tenham sofrido lesões medulares. Nos testes com animais, em caso de lesões moderadas, os movimentos foram totalmente recuperados. Quando o corte da medula foi completo, houve recuperação parcial dos movimentos. A polilaminina foi patenteada em 2007 no Brasil pelos pesquisadores do Laboratório de Biologia da Matriz Extracelular da UFRJ, mas só agora foi possível iniciar os testes clínicos. A pesquisa é coordenada pela professora Tatiana Sampaio, do Instituto de Ciências Biomédicas e diretora da Adufrj. O trabalho começou em 2000, quando a equipe sintetizou em laboratório a polilaminina, um biofármaco capaz de recompor a estrutura original da laminina, proteína existente no corpo humano. O segundo passo foi achar uma função para a polilaminina e saber em que tipo de terapia ela podia ser utilizada. O grupo descobriu que a droga era capaz de estimular a reconstrução espontânea da medula espinhal ou mesmo do cérebro. Pela primeira vez, chegou-se a uma droga sintética capaz de estimular um processo natural que, por alguma razão, estava bloqueado. Artigo recente publicado pelos pesquisadores no “Journal of Neuroscience”, prestigiado periódico científico, mostra que a laminina está presente em nichos no cérebro que abrigam células-tronco responsáveis pela formação de novos neurônios, a chamada neurogênese. A polilaminina, ao reconstituir a estrutura da proteína original, permite a recomposição da área afetada por lesões. O artigo foi escrito em colaboração com o pesquisador Marcos Assis Nascimento, do Instituto de Biofísica. Também participam do projeto pesquisadores da Universidade de Münster, na Alemanha. Os testes com pacientes envolverão mais de uma dezena de profissionais, inclusive equipes dos hospitais envolvidos. A descoberta foi noticiada com destaque no jornal O Globo no dia 19 de abril. Para os testes com humanos, Tatiana destaca que os candidatos devem se adequar a vários critérios, desde idade e questões de saúde até características do quadro clínico. A droga tem de ser aplicada em até três dias depois que a pessoa sofre a lesão _ por isso é preciso recrutar os pacientes em emergências, para que a droga seja aplicada num prazo curto.  “Vamos partir agora para a fase mais difícil, a clínica. Sabemos que isso abre caminho para buscar terapias para doenças que envolvem lesões de células nervosas, como o Alzheimer. É uma pesquisa de uma vida”, resume.   SERVIÇO: Interessados podem obter mais informações no site www.polilaminina.com.br      

Tema será debatido por: Rubem César Fernandes, antropólogo e diretor do Viva Rio; Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário de Segurança do estado; e Michel Misse, sociólogo e professor do IFCS Tema será discutido por: Rubem César Fernandes, antropólogo e diretor do Viva Rio; Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário de Segurança do estado; e Michel Misse, sociólogo e professor do IFCS. Atividade está marcada para quinta-feira (26), a partir das 13h, na sala D220 do Centro de Tecnologia                

Em entrevista exclusiva à Adufrj, Prêmio Nobel da Paz defende rebeldia contra injustiças e afirma que universidade não pode ficar omissa diante de ataques aos direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel é defensor de uma paz ruidosa, de muitas e múltiplas vozes. No Brasil, a convite da UFRJ, o argentino detentor do Prêmio Nobel da Paz de 1980 teve intensa agenda pelos Direitos Humanos. Tirou o fôlego das plateias por onde passou, incitando “rebeldia intelectual e espiritual” frente às injustiças. “A Universidade deve ter um compromisso com o Estado livre. Aberta ao povo e não fechada em si mesma”, advertiu. Em ato na Faculdade Nacional de Direito, homenageou Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes e afirmou que “não pode haver paz sem justiça”. Também espalhou otimismo: “Apesar das dificuldades, é preciso ter alegria interior para continuarmos a luta”. Esquivel deu a aula magna da UFRJ no dia 18, no Centro de Ciências da Saúde, e anunciou o desejo de visitar o ex-presidente Lula na prisão, em Curitiba - visita que, até esta quinta-feira, não fora autorizada pela Justiça Federal. Esquivel falou com exclusividade ao Boletim da Adufrj. Confira a seguir:   Como o senhor vê o cenário dos direitos humanos hoje na América Latina? Hoje há um retrocesso enorme. As democracias estão em perigo, houve aumento da pobreza e da exclusão social. Vivemos golpes de Estado encobertos. Tentaram fazer com Hugo Chávez, na Venezuela; na Bolívia, com Evo Morales; com Rafael Correa, no Equador. Conseguiram com Manuel Zelaya, em Honduras, e Fernando Lugo, no Paraguai. Houve a experiência com Dilma Rousseff. Agora contra Lula, para tirá-lo do cenário. É uma política continental para evitar que partidos do povo voltem ao poder. O senhor move campanha internacional pela liberdade do ex-presidente Lula e pela indicação dele ao Nobel da Paz. Qual a expectativa desta articulação? Há solidariedade internacional a Lula em diversos países. Em pouco tempo, ultrapassamos 250 mil assinaturas. Lula retirou da miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Nenhum outro governo conseguiu algo assim. O impedimento de sua candidatura a presidente é um fato importante para os direitos humanos. Esperamos reverter esse processo. Temos que tirar Lula do cárcere, sim ou sim. Ativistas como Marielle são a ponta mais frágil da luta pelos direitos humanos? Infelizmente, execuções de defensores dos direitos humanos e jornalistas são uma realidade constante. Essas mortes nos afetam a todos, pois os atentados visam à paralisação das organizações que lutam pelos direitos humanos. Marielle foi uma mulher extraordinária. E, para mim, é como dizem: uma semente viva. Qual o papel da universidade nesse tema? Gerar conhecimento e também valores. Se ela se omite no tema dos direitos humanos, não está cumprindo corretamente seu papel.

Objetivo do evento internacional, que será realizado em maio, é aproximar pesquisadores e população. Temas da Ciência serão apresentados em ambientes descontraídos, numa linguagem mais acessível Objetivo do evento internacional, que será realizado em maio, é aproximar pesquisadores e população. Temas da Ciência serão apresentados em ambientes descontraídos, numa linguagem mais acessível.    

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