facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

MTST arranca compromisso do governo federal

Ocupação em São Gonçalo é encerrada com vitória política

Dezenas de famílias que faziam parte da ocupação “Zumbi dos Palmares”, na periferia de São Gonçalo, deixaram o local no último dia 12. Uma discutível decisão do Judiciário garantiu a reintegração de posse de um terreno abandonado há décadas. Apesar disso, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) conseguiu arrancar, da prefeitura local e do governo federal, um termo de compromisso para construção de mil casas dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, modalidade “entidades”.

Este pedaço do programa federal foi criado em 2009, com o objetivo de tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades vinculadas ao movimento social, como o MTST: “Trata-se de uma imensa vitória e um fato político muito importante para o Rio de Janeiro. O MTST seguirá organizado e nas ruas, incansável na luta pelo poder popular!”, afirmou o movimento, em sua página na internet.

Ocupação em São Gonçalo é encerrada com vitória política

Dezenas de famílias que faziam parte da ocupação “Zumbi dos Palmares”, na periferia de São Gonçalo, deixaram o local no último dia 12. Uma discutível decisão do Judiciário garantiu a reintegração de posse de um terreno abandonado há décadas. Apesar disso, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) conseguiu arrancar, da prefeitura local e do governo federal, um termo de compromisso para construção de mil casas dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, modalidade “entidades”.

Este pedaço do programa federal foi criado em 2009, com o objetivo de tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades vinculadas ao movimento social, como o MTST: “Trata-se de uma imensa vitória e um fato político muito importante para o Rio de Janeiro. O MTST seguirá organizado e nas ruas, incansável na luta pelo poder popular!”, afirmou o movimento, em sua página na internet.

Diego Novaes
17/11/2014

TiraPET

Diego Novaes
17/11/2014

TiraPET

“O PET virou uma arena de lutas ‘universitárias’”

Luiz Eduardo, professor de Bromatologia em Saúde na UFRJ, é Presidente da SBrET (Sociedade Brasileira de Educação Tutorial)

O Programa de Educação Tutorial passou por uma série de mudanças em sua estrutura, inclusive acoplando o antigo programa “Conexão de Saberes”. Como está o quadro hoje?

O PET se transformou numa arena de lutas “universitárias”. Para identificar os conflitos e as facções, para visualizar as razões, paixões e interesses, temos de construir uma narrativa para a sociogênese do Programa. Criado pelo Cláudio Moura Castro, quando presidiu a Capes, três décadas atrás, o PET contemplava a elite do “mérito”, os alunos com potencialidades excepcionais, que deveriam ter um “treinamento especial”, para serem os futuros líderes brasileiros, presidentes do Ipea, da Capes, do CNPq, do BNDES. Ou diplomatas de carreira, dirigentes da Receita, do Banco Central. E Moura Castro dizia que, para essa formação, o Professor-Tutor não era importante, porque bastava o dinheiro de uma bolsa para que esses alunos, em grupos de até doze, construíssem com autonomia esse aprendizado superior. 

Mas esses ajustes não são originados por avaliações do desenho e do impacto do Programa?

Doze orientados para um só professor é um exagero. E mais valeriam seis bolsas de R$ 800 que 12 bolsas de R$ 400. Selecionar Tutores sem projeto autoral, sem currículo consoante, sem edital nacional, isso vem destruindo o Programa. Mas nunca, em 30 anos, o desenho foi avaliado ou reajustado. É tudo voluntarismo e passionalidades. E esse paradigma, de que o PET deve ser a cara, a alma e as vontades de quem comanda o Programa, vem se instaurando e, à medida que a cara do dirigente vai mudando, muda também a cara do PET. Quando nasceu, o PET era o Programa Especial de Treinamento e praticava Educação Tutorial. Agora se chama Programa de Educação Tutorial, mas pratica apenas treinamentos especiais.

Como definiria o PET hoje?

Bem, para o Lucas Ramalho, ex-Coordenador do PET na SESu/MEC — e que agora está na assessoria do Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto — o objetivo do PET é ensinar professor jovem, inexperiente, a dar aula.  Para uma larga fração dos jovens professores, recém-ingressos, formados e conformados no furado paradigma “publiqueirista”, o PET parece ser visto como um pacote de bolsas que podem cobiçar, lograr obter e então desfrutar enquanto perfazem a trajetória para um pós-doc no exterior. Depois, “good-bye educação tutorial”, e não se fala mais nisso. Aliás, também nunca ninguém ouviu um Ministro do MEC falar de Educação Tutorial. Então… que Programa é esse e como é visto pelo MEC?

Mas o que deveria ser então o PET?

Para a SBrET, Educação Tutorial deve ser capilarizada, universalizada nas IFES, claro que sem bolsa, mas levada para a sala de aula, propiciando oportunidades compulsórias de Pesquisa e Extensão para todos os alunos de Graduação, com o PET sendo um espaço e uma oportunidade  preciosa para ensaiar inovações metodológicas para Ensino de Graduação. 

Qual seria o perfil desejável para um Tutor do PET?

No PET de raiz, nos anos 80, um Tutor deveria ter alguma “senioridade”, e experiência vivida e madura no exercício da profissão, habilitações para formar graduados de excelência, e não fazer do PET um vestibulinho para a Pós-Grad. O Pibic sim visaria formar para pesquisa e ensino. Já o PET visaria formar excelentes médicos, advogados, arquitetos, engenheiros etc. Graduados de excelência. E aí é que temos uma das mais ferozes arenas petianas de lutas e tiranias.

Como assim?

Primeiro, no âmbito do PET, não cabe essa ideia de tripé “Ensino-Pesquisa-Extensão”.  Absurdo observarmos, talvez, um Grupo PET de Educação Física ou de Enfermagem, ensinando inglês em favelas. Precisamos respeitar, pelo menos dentro do PET, o conceito de indissociabilidade. A Pesquisa, a Extensão e o Ensino devem estar integrados, numa mesma temática, dialogando entre si, e não como três sacis, cada uma das três pernas para um lado. Não são três pernas. É uma perna só. Estamos falando de indissociabilidade!

E o que faz a SBrET, que o senhor preside, quanto a tudo isso?

A Sociedade Brasileira de Educação Tutorial se propõe, como entidade “científica” e, dentre seus objetivos, naturalmente, destaca-se o de cooperar com o poder público em prol da Educação e, em especial, da afirmação da metodologia Tutorial, com Pesquisa e Extensão como atividades indispensáveis de todos os alunos de Graduação. Temos organizado Cursos e Congressos, promovido debates, produzido relatórios, e a própria SESu nos havia convidado para organizar um Seminário dentro do prédio do MEC, antes de outra vez mudar os dirigentes. Vamos tentar retomar essa negociação. 

Topo