facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

NA UFRJ, CANDIDATOS À PREFEITURA NACIONALIZAM DEBATE

A disputa é municipal, mas as propostas do governo Temer para alterar o regime fiscal do país mobilizaram um debate entre candidatos à prefeitura do Rio. O confronto de ideias, que durou pouco menos de duas horas, atraiu grande público aos pilotis do prédio da reitoria, nesta segunda (26).

O encontro foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes Mário Prata. Logo no primeiro bloco da atividade, os representantes dos alunos cobraram dos políticos um posicionamento quanto à Proposta de Emenda à Constituição 241 — que congela os gastos públicos por 20 anos — e quanto ao Projeto de Lei Complementar 257 — que impõe prejuízos ao funcionalismo, na renegociação da dívida dos estados. Apesar de se tratar de uma eleição municipal, eles observaram que estas matérias afetam a cidade e a universidade.

“Isso significa, na prática, congelar a desigualdade social; você está dizendo que está bom do jeito que está. Para mim, não está bom. Como prefeito, quero enfrentar esta agenda. Enquanto estiver no parlamento, vou lutar contra esses projetos”, disse Alessandro Molon (Rede), que é deputado federal.

Marilia Macedo (PSTU), vice de Cyro Garcia, também criticou as propostas: “O papel do PSTU nestas eleições é apresentar um programa que enfrente essas políticas e o ajuste fiscal que o governo Temer quer jogar nas costas dos trabalhadores. O projeto 257 ataca diretamente o serviço público”, afirmou.

Carmen Migueles (Novo) não respondeu à pergunta. Limitou-se a dizer que a população brasileira paga muito imposto e que o Estado está inchado. “O cidadão comum é o melhor indivíduo para tomar decisões sobre sua renda”, disse. “Nós queremos transparência nas contas públicas e um Estado eficiente”

Marcelo Freixo (PSOL) classificou a PEC 241 como uma “tragédia”: “A agenda neoliberal desse golpe é perversa. No que diz respeito à desvinculação das receitas da saúde e da educação, isso tem efeito cascata, que chega aos estados e municípios. Você não terá o mínimo para gastar. O que é uma tragédia. Pois, com esse mínimo hoje, já vivemos um caos na Saúde e na Educação públicas.

Edson Santos (PT), vice de Jandira Feghali (PCdoB), elogiou a iniciativa do DCE de chamar o debate entre os candidatos à prefeitura, tendo como referência a conjuntura nacional: “Uma conjuntura de retrocesso nos direitos dos trabalhadores, dos direitos do nosso povo e da nossa juventude”, falou a respeito da agenda do governo Temer.

Carlos Osório (PSDB), por sua vez, preferiu atacar o governo anterior: “O Brasil quebrou por uma política de permanência no poder implementada pelo Partido dos Trabalhadores. Estamos nesta situação, em grande parte, por um estelionato eleitoral cometido há dois anos pela (ex-presidente) Dilma Rousseff e pelo (marqueteiro) João Santana”.

Marcelo Crivella (PRB), Pedro Paulo (PMDB) e Flávio Bolsonaro (PSC) não apareceram e não enviaram representantes.

Debate garantido por liminar

O DCE Mário Prata só garantiu a realização do debate desta segunda (26) por liminar. A primeira tentativa de fazer o encontro entre os candidatos, no último dia 13, esbarrou em uma decisão da Justiça Eleitoral, que proíbe campanha em instituições públicas. 

Fotos: Tatiana Lima

IMG 1198

“Conhecendo a UFRJ” levou 14 mil alunos ao Fundão

Escola de Educação Física e Desportos sediou o evento, com palestras e exposições sobre a universidade

Texto e fotos: Lílian Durães

Uma vez por ano, a universidade faz uma gigantesca apresentação de seus cursos aos alunos do ensino médio. É o “Conhecendo a UFRJ”, que ajuda os jovens a escolherem a futura profissão. Nos dias 21 e 22 de setembro, na Escola de Educação Física e Desportos, o evento recebeu 14 mil estudantes de 244 escolas públicas e particulares. Eles puderam assistir a palestras, visitar estandes, conhecer projetos e tirar dúvidas.

“Muitos decidem após as palestras”, afirmou a professora Maria de Fátima Miranda, de Fonoaudiologia. A docente aproveitou a ocasião para improvisar uma pesquisa sobre o perfil daqueles que procuraram o estande do curso: a maioria era do sexo feminino, e com idade até 18 anos.

Fortuine Homsani, que coordenou o estande da Faculdade de Farmácia, disse que a visão dos jovens sobre a profissão é muito restrita. “Uns querem saber mais sobre o curso, outros não conhecem, mas a maioria se admira com o leque de possibilidades”.

Lucas Jural, aluno do 3º período de Odontologia, voluntariou-se para apresentar o curso e orientar os visitantes. “Quando estava no último ano do ensino médio, também participei do ‘Conhecendo a UFRJ’ e isso me ajudou. Então quis retribuir da mesma forma”, explicou.

Mesmo estudantes que já sabem qual profissão seguir conheceram as demais atrações. Rafael Monteiro, do Colégio Paranapuã, da Ilha do Governador, quer cursar Engenharia Química, mas gostou muito do estande do Instituto de Química e da palestra do curso de Física.“Tudo isso ajuda a gente a decidir a carreira, e achei muito bem organizado”, declarou.

IMG 0913 site



Professores criticam conexão à internet no Fundão

Tatiana Lima
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A comunidade acadêmica não aguenta mais conviver com a instabilidade da conexão de internet da UFRJ no campus do Fundão. A reclamação é antiga, mas o setor de infraestrutura da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (InfraTIC) afirma que os problemas são pontuais. Os professores contestam: “A rede cai demais. A pesquisa que faço é parada diversas vezes por falta de rede, pois trabalho com um experimento em cooperação com laboratórios na Suíça”, afirma Bruno Souza, do Instituto de Física.

Murilo Rangel, também do Instituto de Física, diz que “não tem como não criticar” a conexão ofertada pela universidade. Segundo Rangel, a queda ou a lentidão afetam a participação de professores em compromissos internacionais. “Trabalhamos em diálogo com pesquisadores dos Estados Unidos e França também por videoconferência. Há reuniões das quais, sem internet no horário marcado, você simplesmente não participa”, ressalta. Ele completa: “Há 20 anos, não se precisava tanto deste suporte, mas agora é necessário. Sem estrutura de informática não há pesquisa”.

Já Rodrigo Volcan, do Instituto de Química, avalia que a conexão “não é totalmente estável”, mas, se comparada a anos anteriores, melhorou. Porém, com um histórico de perda de dados no e-mail institucional, o professor prefere direcionar as mensagens de trabalho para a conta pessoal. “Dependemos de dados para a pesquisa, mas não há segurança, se o e-mail de um professor de fora chegou ou não. Ou, ainda, se o seu e-mail chegou ao remetente. Já perdi dados por duas vezes”.

Falta de suporte
A falta de suporte local para os equipamentos também é criticada por professores da UFRJ. Murilo Rangel afirma que já utilizou verba da pesquisa para esta manutenção. “É o instituto que precisa se organizar. Não há suporte garantido pela UFRJ. Se o servidor local dá problema, tem que chamar um técnico terceirizado”, ressalta. No Instituto de Química, segundo Rodrigo Volcan, o suporte também cabe à unidade.

Silvio Leite, diretor da InfraTIC, explica que apenas algumas unidades da UFRJ “têm apoio direto em relação às suas redes internas”. Apesar disso, o setor pode auxiliar em caso de problemas nas unidades. É necessário entrar em contato com o Centro de Operações de Redes pelo telefone 3938-1935. “Não temos como ajudar se essas informações não chegam até nós. Estamos fazendo um trabalho de aproximação com todos os administradores de redes para que vários pequenos incidentes sejam resolvidos mais rapidamente”, diz.

Recentemente, a universidade fez investimento na manutenção dos geradores do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE): “Onde estão localizados todos os equipamentos que interligam o nosso campus com o mundo. Como as quedas de energia elétrica têm sido uma constante, ao menos agora temos a garantia de que todo o tráfego que passa por lá não será interrompido por este motivo”, informa Silvio.

Sem wifi

 Outra reclamação dos docentes é a falta de acesso ao “Eduroam”, via UFRJ. O EducationRoaming é um sistema desenvolvido para a comunidade internacional de educação e pesquisa. De forma simples e segura, estudantes, pesquisadores e professores podem ter acesso sem fio à internet. Só que a melhor universidade do Brasil, segundo ranking da Folha de S. Paulo, não está cadastrada nesta rede. Até o fechamento desta matéria, a assessoria da reitoria não respondeu sobre esta possibilidade de conexão à internet.

Inclusão na UFRJ ganha fórum permanente

Instância quer transformar a instituição para acolher pessoas com deficiência

Texto e fotos: Isadora Vilardo

Ainda vai demorar, mas a inclusão de pessoas com deficiência na UFRJ pelo menos ganhou um marco inicial na última terça (20) com o lançamento de um fórum permanente sobre o tema. Até março do ano que vem, uma comissão realizará plenárias mensais com o objetivo de integrar os projetos de acessibilidade já existentes na universidade.

Rita Gomes, diretora da Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Atendimento Comunitário da Superintendência Geral de Políticas Estudantis da UFRJ, criticou a inércia da instituição até os dias atuais, o que permitiu a evasão indiscriminada de pessoas com deficiência. "Uma universidade como a nossa não pode abrir mão de nenhum aluno, professor ou técnico", afirmou. Ela apontou, ainda, as adaptações oportunistas feitas nos campi, que não contemplam as necessidades das pessoas: "Não se pode usar uma rampa que foi feita pra transportar carga e dizer que ali deve passar um cadeirante".

O Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE) é um dos projetos que atuam hoje na UFRJ desenvolvendo tecnologia para pessoas com deficiência, em especial visual e motora grave. Dentre os pesquisadores do projeto, está Ida Beatriz Mazzillo, mestre em Educação Especial que possui sequelas de uma paralisia cerebral sofrida em seu nascimento. Para ela, a própria construção do fórum mostra que há muito a fazer em relação à inclusão na universidade.

Para sair do papel

A iniciativa de acessibilidade mais próxima de sair do papel é o projeto-piloto da Faculdade de Letras. Apresentado ao Fórum no último dia 20, ele prevê adaptação de banheiros, inclusão de mapas táteis e podotáteis (placas de orientação presas ao chão para orientação de pessoas com deficiência visual) e a instalação de elevadores, entre outras alterações físicas. O documento, finalizado em 2011, até hoje não foi aplicado. A reitoria afirmou que o projeto será incluído no orçamento para 2017. Falta decidir se será executado de uma só vez ou por etapas.

Permanente e acadêmico

Para o reitor Roberto Leher, a iniciativa do fórum deve ultrapassar sua gestão. "Esse projeto não pode ser de uma reitoria, mas uma mudança genuína da forma de ser da universidade", diz. Leher também citou a questão orçamentária, maior preocupação da reitoria, no momento. “Hoje, nós não temos recursos de fato, mas não podemos ficar reféns disso. Vamos fazendo as mudanças aos poucos.”

O evento contou com a presença do diretor do Instituto Nacional de Educação de Surdos, Marcelo Cavalcanti, que formalizou cooperação com a UFRJ para projetos futuros e ofereceu cursos de capacitação para os professores da universidade.

O trabalho do Fórum seguirá nos próximos meses em plenárias abertas, ainda não marcadas.

IMG 1162 site

Apresentação cultural

Durante o lançamento do Fórum, o tenor Saulo Laucas — que cantou no encerramento da Paralimpíada do Rio — fez uma apresentação. Cego e autista, ele foi formado em Música pela UFRJ.





Maior e melhor: UFRJ em 1º lugar no ranking da Folha

Elisa Monteiro
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

O trabalho de várias gerações rendeu frutos. Pode ser resumida assim a avaliação que alguns professores fizeram do primeiro lugar da UFRJ no ranking universitário organizado, anualmente, pelo jornal Folha de S. Paulo. Agora, além de maior universidade federal do país, a comunidade acadêmica pode dizer que trabalha ou estuda na melhor instituição de todo o sistema de ensino superior. Os resultados foram divulgados no último dia 19.

O diretor da Coppe, Edson Watanabe, por exemplo, brincou que o reconhecimento poderia ser atribuído “a cinquenta anos de construção”, em referência ao próprio tempo de vida do instituto de pesquisa e pós-graduação em engenharia. A Dedicação Exclusiva dos docentes à universidade e a política interna de avaliação da Unidade, praticada na última década, também foram citadas.

Em relação às pesquisas ligadas ao petróleo, destacadas pelo ranking da Folha, o diretor deu crédito ao Parque Tecnológico da UFRJ pela boa pontuação. Na visão do professor, a atuação com o “mundo externo (à universidade)” ajuda a criar um envolvimento maior dos estudantes com o conhecimento.

Para Ângela Rocha (Instituto de Matemática), ex-pró-reitora de Graduação, o principal diferencial da UFRJ em relação às demais universidades está na integração entre o ensino e pesquisa. “E, mais recentemente, com a extensão”, enfatiza. Segundo ela, “é isso que faz da UFRJ uma verdadeira universidade, e não um escolão de terceiro grau”.

Outro fator citado pela docente é a atração nacional de bons estudantes a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): “Setenta e cinco por cento dos alunos da graduação da UFRJ estão entre os 2% de melhor desempenho no exame”.

A pontuação

Pela primeira vez, a UFRJ alcançou o alto do pódio no ranking criado pela Folha. Com 97,46 pontos, a instituição fluminense superou a USP (97,03). Mas a universidade paulista zera o indicador referente ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) — não há obrigatoriedade de as estaduais participarem desta avaliação do MEC.

O reitor Roberto Leher comemorou o resultado e destacou a tradição da universidade em diversas áreas do conhecimento: “Estamos fortemente vinculados a redes internacionais de pesquisa. Grandes físicos brasileiros passaram pela UFRJ, temos conhecimento acumulado em letras e literaturas”, afirmou, em nota pública.

Topo