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Programas disputarão R$ 300 milhões oferecidos pela Capes a projetos de todo o país. Insatisfação com tema da sustentabilidade e falhas de comunicação marcaram processo na universidade A UFRJ vai aderir ao edital da Capes para o Programa Institucional de Internacionalização, que prevê repasses de R$ 300 milhões a projetos de pós-graduação. Até agora 38 programas de pós da UFRJ estão inscritos. O prazo final é 9 de abril. O objetivo do edital é estimular redes de pesquisa internacionais, com mobilidade para enviar alunos e professores ao exterior e receber estrangeiros. A universidade espera ter mais de 40 programas inscritos. Não será sem percalços, porém, que a UFRJ chegará ao final do processo, embora a discussão sobre o tema já venha ocorrendo há um ano. O edital da Capes saiu em novembro. Foi criada uma comissão com representantes dos centros, do Conselho de Ensino para Graduados, da Diretoria de Relações Internacionais e da Pró-reitoria de Pós-Graduação, a PR-2. No entanto, houve falhas de comunicação, e alguns programas não ficaram sabendo da convocação para reuniões. E-mails foram parar nas caixas de spam. Professores reclamaram que a UFF, por exemplo, lançou edital interno para selecionar projetos. Outro problema foi temático. A UFRJ avaliou, a partir das reuniões com a Capes, que seria melhor alinhar projetos em torno de um único tema. Escolheu sustentabilidade, a partir dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Os ODs abrangem de erradicação da pobreza (ODS 1) a indústria, inovação e infraestrutura (ODS 9), passando por cidades sustentáveis (ODS 11) e vida na água (ODS 14). Depois, a comissão agrupou as propostas em dois eixos principais: “Protegendo a Vida” e “Desenvolvimento e Combate à Desigualdade”. Programas com foco em pesquisas básicas, como Física e Matemática, consideraram difícil encaixar projetos na temática da sustentabilidade. O professor Gregório Malajovich, representante do CCMN no Conselho de Ensino para Graduados, criticou o tema da sustentabilidade e disse que ele restringe a participação de programas ligados a ciência básica, engenharias e saúde. “Precisamos aderir ao edital, mas com este tema ficou difícil”, acrescentando que tentaria retomar o debate na reunião de sexta-feira, 6, do CEPG. O Programa de Pós-Graduação em Física, que tem nota 7 e é considerado de excelência, não vai participar. “Tivemos problemas de comunicação. Muitos programas só tomaram conhecimento do edital em fevereiro”, critica o professor Antônio Santos, vice-diretor da Física e membro da comissão. “A Física sentiu dificuldade de se encaixar e optou por não aderir. Sobre o tema, talvez, tenha faltado pensar fora da caixa”. O vice-diretor da Biofísica, Bruno Diaz, acompanhou o processo desde o início. Disse que houve oportunidade para apresentação de outros temas –mas não apareceram contrapropostas. A diretora acadêmica da Coppe, Cláudia Werner, considera fundamental participar. Segundo ela, os primeiros programas chamados foram os de notas 6 e 7; depois foram incluídos os de notas 5 e 4. “É preciso ampliar o que já fazemos em internacionalização”, avalia. Em nota, a PR-2 diz ter críticas ao edital: “A UFRJ é excelência em todas as áreas do conhecimento, entretanto exige-se que ‘foquemos em vocações’’. Sobre o tema, disse que ele dialoga com vários programas e que não foram apresentadas alternativas.

Em aula magna no Núcleo de Direitos Humanos, na Praia Vermelha, professor da UFRJ condenou eventual prisão de Lula. Habeas corpus do ex-presidente foi negado ontem pelo STF O clima político do país deu o tom da aula magna do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH), na última terça-feira (3) no campus da Praia Vermelha. Convidado para falar sobre segurança pública, o professor do IFCS, Michel Misse condenou uma eventual prisão de Lula. “A Constituição é clara. Isso só seria possível, com a ampla defesa, esgotada a possibilidade de recurso”, advertiu. Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal rejeitou o habeas corpus solicitado pela defesa do ex-presidente. Na visão de Misse, a Operação Lava-Jato seria uma distorção do modelo de justiça americano, mal aplicado à realidade brasileira. “O direito no Brasil é positivo, vale a lei. Nos EUA, a justiça responde à reação moral. Lá, a negociação acontece no final do processo, quando já há provas. O acusado negocia a própria confissão para reduzir a pena”, argumentou. “Nesses lugares, a primeira instancia tem três juízes”, sublinhou ainda. Para Misse, a operação encontrou ambiente propício no sentimento popular de injustiça social. “Não foi uma revolução porque não mudou estruturas, mas chegou a um setor da classe dominante, a altas estruturas, como não se tinha visto”, analisa. O ingrediente final foi o apoio da mídia que “passa a defender a operação”. “Desde o integralismo não vemos grupo de extrema direita como agora, a Lava-Jato é como um dique aberto”. Sobre o tema da segurança pública, o professor destacou a militarização e a relação com a política eleitoral. “A segurança é uma das principais preocupações dos brasileiros. Não é possível refletir sobre o tema sem considerar que o candidato que cresce a olhos vistos é de origem militar e traz um discurso autoritário, prometendo dar fim aos problemas de ordem pública”. Já em relação à recente intervenção no Rio de Janeiro, o docente foi cuidadoso. Misse disse ser “cedo para uma análise rigorosa”. Mas inseriu a ação em um contexto de “fracasso mais amplo do Estado”. E expressou ceticismo. “O Brasil se especializa na guerra ao varejo da droga, mas não há estratégia sobre fazendeiros e políticos, responsáveis pelo atacado da droga”, criticou. “O que vemos é a população sendo ludibriada sobre problemas que só alcançarão resultado com políticas públicas”, avaliou em seguida. Misse lembrou que a política de militarização, a chamada “guerra às drogas”, falhou na Colômbia e México. No último caso, tendo dobrado a taxa de o homicídio entre 2007 e os dias atuais. Como solução efetiva para o problema no Brasil, Misse foi direto: “é preciso um mercado regulamentado e sujeito a regras de saúde pública”.

Dia 28 de março é data histórica para o movimento estudantil: uma passeata lembra o assassinato do secundarista Edson Luís pela polícia, em 1968, na ditadura. Cinquenta anos depois, a manifestação ganhou nova comoção com as execuções da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março. “Não teria como vir para rua falar de um jovem assassinado há 50 anos por lutar pela liberdade e por uma vida melhor para o povo sem falar da Marielle, que perdeu a vida pelo mesmo motivo”, justificou a presidente da UNE, Mariana Dias. A chacina que matou cinco jovens lideranças do hip-hop — Marco, Matheus Baraúna, Matheus Bittencourt, Patrick e Sávio —, em Maricá, também foi destacada por amigos. “Mataram um dançarino, um DJ e um MC. Só faltou matarem um grafiteiro para os quatro pilares do hip-hop”, desabafou Carlos Eduardo (20). “Os moleques tinham um sonho. Eles nos  tiraram cinco irmãos”, disse emocionado. Politizada e ao mesmo tempo animada, a manifestação foi marcada por expressões culturais como batucadas, rap e slam (poesias recitadas em forma de duelo). "Essa manifestação estudantil vibrante, cheia de energia, é muito importante nesse momento político do Rio de Janeiro e Brasil", avaliou o professor Fernando Duda, diretor da Adufrj. Os estudantes fecharam as ruas do Centro do Rio de Janeiro no final da tarde. O ato terminou em frente à Câmara dos Vereadores, local do velório do secundarista Edson Luís e da vereadora do PSOL, Marielle Franco. Minuto de silêncio, velas e falas de contemporâneos ao estudante morto pela ditadura finalizaram o ato de memória e por justiça. “Isso somos nós há cinquenta anos”, disse Tania Roque, apontando para os estudantes nas escadarias da casa legislativa. “Comecei a participar das manifestações com 15 anos e nunca mais deixei. É uma idade em a gente se abre para o mundo, inclusive para a política”.  

Medidas seriam forma de reduzir fluxo na Cidade Universitária e teriam impacto também na segurança no trânsito do Fundão; na Praia Vermelha, ladrões roubaram armas de guardas Em reunião com o Conselho do CCS, agendada para discutir a insegurança no campus, o prefeito da UFRJ, Paulo Mario Ripper, disse que estuda alterar trajetos de três vias da Cidade Universitária: a Avenida Rodolpho Paulo Rocco, na entrada principal do Hospital Universitário; a rua Bruno Lobo, acesso lateral do BRT; e a saída 3 da Linha Amarela. Bruno Diaz, vice-diretor da Biofísica, disse que as providências reduziriam o trânsito e o número de carros na Cidade Universitária. “O público precisa ter acesso às atividades na UFRJ, mas precisamos de algum controle”, afirmou. “No Instituto fizemos crachás para facilitar a identificação de pessoas. A UFRJ tem um controle de acesso muito precário”, avalia. De acordo com a prefeitura, no entanto, a mudança no acesso à saída da Linha Amarela foi descartada pelo escritório técnico. As demais medidas estão em estudo. Docentes do CCS reclamaram bastante da insegurança no campus. A professora Vânia Costa contou que as vias do entorno do Instituto são muito perigosas, caso da rua Maria Dolores Lins de Andrade, que dá acesso ao Corpo de Bombeiros. “Aquela rua é muito perigosa, muitos carros andam em mais de uma pista”, disse. A prefeitura se comprometeu a separar as faixas onde há mão dupla. Na quinta-feira da semana passada (29 de março), houve um assalto no campus da Praia Vermelha: homens armados renderam os seguranças de uma das guaritas na entrada do local e levaram duas armas. Ninguém saiu ferido. O caso foi registrado na 10ª Delegacia Policial, em Botafogo, que vai cuidar das investigações.

Uma bicicleta ergométrica equipada com um dispositivo que converte energia cinética em energia elétrica chamou a atenção de quem passou pelo bloco A do Centro de Tecnologia, na última semana. Com algumas pedaladas, era possível ligar uma lâmpada, um rádio e um pequeno ventilador conectados ao aparelho. A curiosa “instalação” faz parte de uma mostra da Semana da Engenharia Elétrica, que ocorreu até o dia 29 Além da exposição, os interessados puderam acompanhar minicursos, palestras e workshops. João Adolpho, estudante do 10º período de engenharia elétrica, foi um dos coordenadores da Semana. “A proposta é aproximar os estudantes do mercado de trabalho. Nossa graduação é muito voltada para pesquisa e sentíamos falta dessa parte”, diz. Elisa Toshie, do 9º período do mesmo curso, explicou que a semana se desenvolveu em torno de quatro áreas: Potência, Inovação e perspectiva de mercado, Sustentabilidade e Controle, automação e robótica. “A gente faz com muito carinho. Nossa expectativa não era alta, por ser a primeira edição depois de muito tempo (o evento não era realizado há cinco anos), mas tivemos mais de 560 inscrições”, contou.

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