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A Adufrj realiza assembleia na quarta-feira, 5 de dezembro, para escolher a delegação ao 38º Congresso do Andes. Marcado para Belém (PA), de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, o congresso é o fórum deliberativo máximo do Andes. Será a sexta assembleia – três de docentes e duas comunitárias – em menos de dois meses. O Congresso do Andes reúne professores de todo o país e definirá o cronograma de atividades e prioridades do movimento docente para 2019.

A Adufrj também vai organizar um seminário para os delegados analisarem, com antecedência, as teses e temas do encontro de Belém. A iniciativa repete a preparação feita para o Congresso de 2018 que ocorreu em Salvador, na Bahia. Para o vice-presidente da Adufrj, Eduardo Raupp, o momento político do país exige unidade. “Nós fomos eleitos com uma postura crítica à direção nacional do Andes, mas consideramos que há também uma série de objetivos comuns na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Essa pauta, hoje, é o que há de mais importante. Uma pauta de resistência, de preservação da universidade”, disse.

Ele destaca a importância de todos os docentes participarem das assembleias no atual de contexto de incerteza e ameaças em torno da universidade pública. “Quanto mais gente, mais representativa e plural fica a atuação da Adufrj”, diz. Segundo Raupp, há uma “expectativa da diretoria da Adufrj” de eleger uma delegação ampla, como a do Congresso anterior, que representou todas as forças presentes na UFRJ. No próximo final de semana, a diretoria da Adufrj participa em Brasília de encontro do Andes com dirigentes de sindicatos de docentes das universidades federais.

PARTICIPE DA ASSEMBLEIA Quarta-feira, 5 de dezembro. Hora – das 14h às 16h. Local – na sala 220 do Bloco D do Centro de Tecnologia, no Fundão. O encontro não será multicampi e não haverá transmissão via internet.

Conselho de Representantes será no dia 3

No dia 3 de dezembro, a Adufrj reúne o Conselho de Representantes das 10h às 13h, no Salão Nobre da Decania do Centro de Tecnologia (Bloco A, 2º andar). A reunião vai tratar de assuntos voltados ao corpo docente da UFRJ. Estão na pauta: construção da sede própria da Adufrj na atual conjuntura; campanha de sindicalização; e campanha de valorização da universidade. A exemplo da primeira reunião do CR da atual gestão da Adufrj, este próximo encontro também será encerrado com uma confraternização.

A diretoria convoca todos os professores representantes de unidades a participarem da reunião. “A participação no Conselho é fundamental para disseminar as informações da Adufrj, mas, principalmente, para que cheguem até nós as demandas dos professores. É uma ferramenta muito importante para a política na nossa universidade”, afirma o diretor Felipe Rosa.

No dia 4, Sintufrj e Adufrj realizam um debate sobre “Democracia e os 30 anos da Constituição de 1988”. O evento marca o Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação, acordado entre representantes dos professores das instituições federais, no Andes. A ideia é que toda a universidade participe da atividade; todos os segmentos e também as instâncias administrativas. O horário e local serão divulgados nos próximos dias.

CONGRESSO DO ANDES DEBATE DEMOCRACIA E TETO DE GASTOS

A cada ano, o Congresso do Andes apresenta um tema central de debates, que direciona as ações dos professores de todo o Brasil ao longo do ano. Em 2019, o tema do Congresso, que acontece em Belém de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, resume a agenda do movimento docente: democracia, educação, ciência, tecnologia, trabalho, carreira, fim do teto de gastos. Para Tatiana Sampaio, diretora da Adufrj, a participação no Congresso é ainda mais importante diante das ameaças impostas pelo futuro governo de Jair Bolsonaro. “A articulação da Adufrj com o movimento docente nacional é fundamental neste momento. A universidade está muito ameaçada”, argumenta.

Para a diretora, os professores precisam, ainda, somar forças com sindicatos de outras áreas, movimentos sociais e com partidos polí- ticos do campo progressista. “Há uma série de temas que correm risco de sofrer retrocessos brutais, como a questão do meio ambiente, dos direitos humanos. Não basta, portanto, uma unidade somente na área da educação”, explica Tatiana Sampaio. “Mas, sem dúvidas, a universidade está no olho do furacão. Precisamos estar organizados”, destacou.

O Caderno de Textos do Congresso, documento que apresenta análises e propostas dos docentes de todo o país, foi divulgado no dia 20. E está disponível aos associados à Adufrj. Até o dia 10 de dezembro, os professores sindicalizados poderão enviar contribuições para compor o Anexo ao Caderno de Textos. O documento será publicado no dia 17 do mesmo mês. Os textos deverão ser enviados para o e-mailEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

O período de inscrição de delegados, observadores e suplentes vai até o dia 22 de janeiro. O 38º Congresso do Andes contará com espaço de convivência infantil para garantir a participação de professoras e professores que tenham filhos pequenos.

Negritude &…

Que história de racismo cabe no seu turbante? No mês da Consciência Negra, a UFRJ intensificou debates sobre história e representatividade negras. O Conselho Universitário anunciou a instalação da Câmara de Políticas Raciais no Fórum de Políticas de Pessoal para garantir projetos que assegurem a permanência de negros na universidade. Mas um caso de racismo contra uma professora lembrou que o problema persiste.

Participante de um evento acadêmico realizado no hotel Windsor Leme, a doutoranda do Instituto de Bioquímica Médica Tháyna Sisnande, negra, foi obrigada pela equipe do hotel a entrar pela porta de serviço e subiu no elevador junto com o lixo. “Vocês esperam que pessoas como nós estejam numa posição de servir, como os negros que se encontram servindo o café, tirando o lixo! Mesmo que eu fosse a entregadora de pizza! É desumano subir junto com o lixo!”, postou Tháyna, professora substituta da Faculdade de Farmácia, em suas redes sociais. O hotel se desculpou com a professora e prometeu investigar o caso. No IFCS, um debate contou a história do racismo no Brasil, e a presença do negro na TV foi discutida na Comunicação. No Sintufrj, deputadas negras eleitas ouviram sugestões da comunidade acadêmica, e uma oficina de turbantes ensinou mulheres e homens, negros e brancos, a amarrar resistência e cabelos com panos coloridos. “Não seremos mais interrompidas. Falaremos tudo, assim como Marielle Franco queria falar”, afirmou a deputada estadual eleita Mônica Francisco (PSOL-RJ) na roda de conversa do Sintufrj. Diretora de Raça e Gênero do sindicato, Denise Góes cobrou ação unificada dos coletivos negros da UFRJ para garantir direitos. O sindicato oferecerá um curso de história negra.

….Phodonas

Um dia, um renomado professor da UFRJ entrou no laboratório do Instituto de Bioquímica Médica onde a professora Débora Foguel dava expediente. “Professor, o Jerson não está”, Débora respondeu, referindo-se ao marido e colega de laboratório Jerson Lima Silva. O docente disse que queria falar era com ela, pois havia assistido à sua palestra e pretendia lhe propor colaboração. “Fiquei sem ação”, relembrou Débora Foguel, uma das convidadas do debate “PhoDonas”, realizado na Faculdade de Letras. Adriana Vianna, do Museu Nacional, e Esther Dweck, do Instituto de Economia, também compartilharam lembranças e análises sobre a experiência feminina na produção científica. Em comum, destacaram a necessidade de valorizar a produção de mulheres num ambiente dominado por homens. Esther brincou com o nome do evento: “A gente nunca acha que é uma dessas pessoas, mas é bom saber que estamos todas aqui”.

IMG 8970Nova sede, campanha de filiação e de valorização dos professores estão no horizonte para o próximo ano

O último Conselho de Representantes do ano foi marcado por uma ampla participação de professores das mais variadas unidades da UFRJ. Estiveram presentes 24 representantes. A reunião aconteceu no dia 3 de dezembro, no Centro de Tecnologia. A exemplo do primeiro conselho da atual diretoria, esta reunião também foi encerrada com uma confraternização. Um dos assuntos do encontro foi a construção da sede própria da Adufrj. A diretoria acredita que a atual estrutura física da seção sindical deixa a Adufrj numa situação de fragilidade frente ao próximo governo. Isto porque ela ocupa uma sala do CT.

“Ainda dependemos de algumas tratativas com a administração da universidade, mas a reitoria está dando grande apoio”, disse a presidente Maria Lúcia Werneck Vianna. O próximo passo é uma reunião com a Procuradoria da UFRJ para buscar a formalização do terreno destinado à Adufrj para a construção da sede no Fundão.

A etapa posterior será a realização de um concurso para a escolha do projeto, por meio do Instituto de Arquitetos do Brasil. “Eles seriam encarregados por fazer o concurso e também para a fase de execução da obra”, explicou Maria Lúcia.

Os conselheiros concordaram que a construção da sede é um tema prioritário para o próximo ano. “Pelo menos precisa iniciar a construção. Sabemos que é algo que leva tempo, mas precisa começar”, destacou o conselheiro Jackson Menezes, de Macaé. Ele sugeriu a construção de um dormitório na futura sede, para atender aos docentes de campi afastados. Outra demanda é a construção de uma sub-sede da Adufrj em Macaé, com estrutura administrativa e sala de reunião.

UFRJ SEMPRE

Outro assunto debatido foi a campanha de valorização da UFRJ, que já está na rua, na sua primeira fase, com os temas: #SouoPr1meiro”, #SótemAqui e #UFRJSim. Uma das decisões da última assembleia foi incluir na campanha um enfoque de valorização dos professores da universidade. “O desafio maior é alcançar as regiões mais afastadas do Centro. É preciso ter outdoors e cartazes em Caxias, que tem 800 mil habitantes. São Gonçalo tem um milhão de habitantes que não conhecem a UFRJ”, sugeriu o professor Marcelo Melo, representante da Educação Física. “As pessoas não vão defender a universidade se não souberem a diferença que ela faz na sociedade”, completou.

A diretoria sugeriu, ainda, como parte de um trabalho de valorização da universidade, que os professores enviem artigos sobre suas pesquisas, das mais variadas áreas, para que a seção sindical tente publicá-los em jornais de grande circulação. Outras sugestões dos conselheiros prevêem inserção de temas da universidade em novelas, filmes e telejornais. Ainda, uma atividade na Quinta da Boa Vista com tendas e barracas que mostrem à população carioca a produção realizada na UFRJ.

CAMPANHA DE FILIAÇÃO

O último assunto da pauta foi a filiação de novos professores. “Há muita dificuldade em filiar os professores que ingressam na universidade, pois têm uma carreira diferente, um regime de previdência diferente e isto impacta nos seus salários”, afirmou Felipe Rosa, diretor da Adufrj. Maria Lúcia Werneck complementou: “É uma contribuição alta, especialmente para os novos professores”.

Para tentar resolver esta situação, os conselheiros debateram uma proposta alternativa de contribuição sindical, cujos percentuais começassem mais baixos e fossem aumentando conforme o tempo de universidade. Essa contribuição mais baixa seria estendida a todos os docentes que ingressaram na UFRJ a partir de janeiro de 2013. Os percentuais sugeridos são 0,2% do salário até o terceiro aniversário de ingresso; 0,5% do salário de três a seis anos desde o ingresso; contribuição integral (0,8%) após seis anos de universidade.

“Há uma estimativa de queda de 5% na arrecadação, que seria compensada se a Adufrj conseguir 200 novos professores”, informou Felipe Rosa. A proposta de alteração da contribuição à seção sindical precisa ainda ser submetida e discutida em assembleia da categoria. A Adufrj pretende estudar outras propostas de valores contributivos e apresentará em momento oportuno para debate em assembleia.

Com ou sem cubanos, o programa Mais Médicos permanece uma solução provisória para a atenção primária à saúde no país. Pior: a promessa de redução de gastos públicos pelo governo eleito e a resposta ao novo edital do governo sinalizam tempos ainda mais difíceis à frente. A avaliação foi feita por professores, pesquisadores e estudantes reunidos em um debate, dia 27, no Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ.

“O que aconteceu com o Mais Médicos? Não se tornou política. Por cinco anos, continuou programa. E eu tenho enorme crítica a uma política social que não paga imposto. Porque o Sistema Único de Saúde vive de impostos. São vinte mil pessoas pagas com bolsas”, afirmou a professora da Faculdade de Medicina e diretora da Adufrj, Ligia Bahia. Ela também atacou a abertura sem planejamento de escolas médicas particulares, acoplada ao programa. E destacou que a Academia precisa formular alternativas.

Professor Titular de Medicina Social da Uerj, Mario Dal Poz acrescentou a preocupação com o novo superministro da Economia, Paulo Guedes: “Ele só fala em reduzir custos”. Mario também tratou das experiências de outros países para levar médicos para áreas periféricas ou remotas. Mas deixou claro que a tarefa não é fácil em qualquer parte do mundo. Deu como exemplo o “articulado” programa da Tailândia. “Mesmo assim, a expectativa das pessoas de permanecerem nesse programa de sucesso é de cinco anos”, disse.

Para além de questões orçamentárias, o professor Felipe Monte Cardoso, da Medicina, alertou sobre a substituição dos cubanos por recém-formados no novo edital do governo. Para ele, deverá ocorrer alta rotatividade nestas vagas. “Já na carreira do médico cubano, é comum haver missão”, em referência aos longos períodos fora da ilha.

Reforma da Previdência, ameaça à liberdade de cátedra, ajuste fiscal na educação superior e possível ingerência do governo na escolha dos reitores. Essas foram algumas preocupações que os professores manifestaram nas reuniões de unidades organizadas pela Adufrj nas últimas três semanas Ao todo, foram oito encontros: dois na Faculdade de Educação, dois na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, um na Física, um no Centro de Tecnologia, um na Faculdade Nacional de Direito e outro no IFCS/IH.

Para reagir ao discurso contra o ensino superior público, os professores do CT defenderam ampliar a comunicação com o público externo e também com a comunidade interna. Na Física, explica o professor Miguel Quartin, existe o receio que o governo não confirme o nome escolhido pela comunidade acadêmica na próxima eleição para reitor da UFRJ. “Os procedimentos devem ser seguidos muito à risca”, afirma.

Na Educação, a preocupação é tão grande que a mobilização não vai parar nem mesmo com o recesso letivo. De acordo com a professora Jacqueline Girão, a ideia é promover encontros temáticos— sobre a reforma da Previdência, por exemplo — mesmo em janeiro e fevereiro. A manutenção da emenda constitucional do teto de gastos pelo governo eleito repercutiu na reunião da FAU: “Nossa principal preocupação é com o impacto do ajuste sobre a universidade”, disse o professor Gustavo Macedo. Já na FND foi criada uma comissão para atuar junto ao setor jurídico da Adufrj na proteção da comunidade universitária. “O cenário que se desenha para a universidade é tenebroso”, alertou a professora Mariana Trotta. No IFCS/IH, é grande a preocupação em garantir a liberdade de cátedra, informa o professor Antonio Jucá. Os docentes devem propor às direções dos respectivos institutos que sejam identificadas as pessoas que entram no prédio, para inibir a presença de provocadores nas aulas.

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