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WhatsApp Image 2023 09 15 at 20.23.38Foto: Fernando SouzaA AdUFRJ será dirigida pelos próximos dois anos pela chapa de continuidade da atual gestão. O grupo político comanda o sindicato desde 2015. A chapa 1 “Valorização e Inclusão” venceu a disputa com 892 votos, contra 552 da chapa de oposição “Mudar AdUFRJ pela base”. Houve, ainda, 55 votos brancos. O pleito foi menor do que o de 2021, quando 1.643 docentes participaram. Ainda assim, este ano houve 1.499 votantes, o que representa 45,23% dos sindicalizados aptos a votar.
A redução do eleitorado se refletiu tanto na situação, quanto na oposição. Apesar de mudanças pontuais de hegemonia em algumas unidades (veja nas páginas 4 e 5), a proporção de votos entre os dois grupos permaneceu estável. Historicamente é de 60% a 40%. Este ano ficou em 61,77% para a chapa 1, contra 38,33% para a chapa 2. Os percentuais desconsideram os votos brancos. Em números absolutos, a distância entre as chapas subiu de 334 votos, em 2021, para 340 votos neste ano.
Assume a presidência, em outubro, a professora Mayra Goulart, de 38 anos. A docente é a atual vice-presidenta da AdUFRJ. É a primeira vez, em cinco eleições, que a seção sindical será dirigida por uma professora com apenas cinco anos de carreira. Nos anos anteriores, todas as presidências foram formadas por docentes com mais de 20 anos de UFRJ. Cientista política vinculada ao IFCS, Mayra comemora o resultado. “Tenho muito orgulho de integrar esse movimento político que confiou a mim sua representação. Fico muito feliz ao ver que o grupo que me apoia também deseja essa renovação”.
Outro nome que vem da atual diretoria e assume a próxima gestão é o da professora Nedir do Espirito Santo, do Instituto de Matemática. Especialista na formação das licenciaturas na UFRJ, a veterana pretende fortalecer o vínculo da AdUFRJ com a carreira do ensino básico, técnico e tecnológico. “Temos que fortalecer a base educacional, para que essa excelência reverbere com igual força no ensino superior”, opina.
A eleição foi remota e aconteceu nos dias 13 e 14, com apuração do resultado na sexta-feira, 15. O anúncio do resultado aconteceu pouco menos de uma hora depois de iniciada a contagem. Presidente da Comissão Eleitoral, o professor Felipe Rosa elogiou a postura das chapas e agradeceu pelo engajamento no processo eleitoral. “Foi uma eleição rica, com debates intensos, respeitosos e de alto nível”, resumiu o docente (veja entrevista na página 5).
Com a proclamação do resultado, as chapas se cumprimentaram de maneira respeitosa. Em seguida, a vice-presidenta eleita, professora Nedir, foi procurada pelo grupo de oposição para solicitar apoio para participação em evento sobre a carreira EBTT. “Vamos apoiar”, garantiu. Veja a cobertura completa da eleição.

ENTREVISTA I MAYRA GOULART, presidenta eleita da AdUFRJ

WhatsApp Image 2023 09 15 at 20.23.38 3“Queremos uma AdUFRJ com protagonismo nacional”

Jornal da AdUFRJ – O que representa sua eleição?
Mayra Goulart –
A AdUFRJ consegue se renovar. Eu sou uma pessoa nova. Comecei essa jornada no sindicato recentemente e percebo que a comunidade que nos apoia, esse movimento docente do qual eu tenho a honra de representar, acreditou nessa renovação. Acreditou que é possível renovar esse movimento, ampliar, incluir novas lideranças.

- Qual sua avaliação do processo eleitoral?
Mesmo com apenas dois dias de votação, a gente teve uma participação expressiva. Os professores compareceram, votaram. A quantidade de filiados engajados no processo mostra que o movimento docente está vivo. Mesmo que a gente diversifique as formas de luta – essas formas estão presentes e vão ser acentuadas. Sejam elas tradicionais, com atos, assembleias e manifestações, sejam nas novas formas, com mídias, pressão aos tomadores de decisão. A gente acredita que isso é bom para a construção da universidade.

- Qual será a prioridade zero do seu mandato?
Não tem nem como escolher outra prioridade. Nossa prioridade zero é a campanha salarial que está em curso. Vamos continuar dando toda atenção para essa pauta. Queremos colocar a AdUFRJ como protagonista das lutas do magistério público superior no país. Em defesa não só dos interesses corporativos dos professores, mas da universidade como um todo, pensando em como a universidade é um motor do crescimento e desenvolvimento do Brasil.

- A AdUFRJ é a maior seção sindical do país. É esse peso nacional que você quer resgatar?
A UFRJ é a universidade que, a meu ver, consolida aquele que é o projeto que esse movimento docente acredita, que é um projeto de excelência acadêmica com inclusão social. Aqui há pessoas, sobretudo estudantes, de diferentes estratos sociais. Eu acredito que esse é o principal fator positivo da UFRJ, ela é um símbolo para o país. E daí a importância que ela tenha o devido protagonismo nacional. Nesse sentido, a AdUFRJ tem muito a contribuir politicamente.

- Qual o recado para os eleitores?
Quero agradecer não só aos 892 professores que votaram na gente, mas a todos os eleitores que participaram dessas eleições. A nossa gestão vai representar todos eles, atuando com diálogo e responsabilidade para conduzir a AdUFRJ num momento de consolidação da democracia. Atravessamos um período recente em que essa democracia esteve muito ameaçada, agora é também nosso papel atuar para defender a democracia.

ENTREVISTA I ALINE CALDEIRA candidata a presidenta pela chapa 2

WhatsApp Image 2023 09 15 at 20.30.44- Qual sua avaliação do processo eleitoral?
Aline Caldeira
–Esperamos que a diretoria eleita seja sensível ao desejo de participação na vida sindical expressos por mais de 1.500 eleitora(e)s. Certamente, este número revela a disponibilidade docente para defender a universidade pública, os nossos direitos trabalhistas e nossos trabalhos, e melhores condições de vida. Urge que a AdUFRJ seja firme em temas como estrutura para o trabalho, carreira, desfinanciamento da universidade pública e da ciência e tecnologia.

- Quais as perspectivas daqui para frente?
Nosso sindicato é nacional por congregar trabalhadores docentes de um único sistema de ensino federal e é organizado por local de trabalho para melhor fazer a grande política por meio da organização coletiva.
Observamos uma diminuição do número de votantes em relação a eleição de 2021: houve queda na participação e o método de votação remota não foi capaz de ampliar o número de eleitores nas urnas.
Permaneceremos mobilizados para contribuir na luta política de nossa seção sindical por condições de trabalho e de vida, de defesa da universidade pública e, coletivamente, queremos tomar parte na superação da triste e vergonhosa desigualdade social vigente no Brasil.

Na quarta e na quinta-feiras (dias 13 e 14), os filiados à AdUFRJ vão escolher a nova diretoria para comandar a entidade no biênio 2023-2025. São duas chapas concorrentes. A chapa 1 (Valorização e Inclusão — Um movimento docente para todos), apoiada pela atual diretoria, é encabeçada pelas professoras Mayra Goulart (IFCS) e Nedir do Espirito Santo (IM). A chapa 2 (Mudar a AdUFRJ pela base), de oposição à atual direção, é liderada pela professora Aline Caldeira (ESS) e pelo professor Caio Martins (FACC). Confira nos links abaixo os programas das duas chapas.

Além da diretoria, os filiados de 31 unidades também escolherão nomes para o Conselho de Representantes da AdUFRJ.

No vídeo abaixo, o professor Felipe Rosa, presidente da Comissão Eleitoral, explica como será o processo de votação. Ele se inicia com o recebimento de um e-mail a ser enviado pela AdUFRJ nesta terça-feira (12) aos filiados aptos a votar — os sindicalizados até 60 dias antes do pleito e em dia com suas mensalidades. O e-mail conterá as instruções para votar — as mesmas que serão abordadas neste vídeo — e o link de acesso às cédulas de votação (haverá uma para a eleição da diretoria e uma para o Conselho de Representantes, onde houver listas candidatas). É um processo simples e seguro. Mas fique atento aos horários para votação: de 0h de quarta-feira (13) às 19h30 de quinta-feira (14).

 

 

 

E se mesmo após este vídeo você ainda tiver qualquer dúvida sobre o processo, ou se precisar de ajuda na hora de votar, fique tranquilo. A AdUFRJ terá uma equipe de apoio de plantão nos dois dias da eleição, de 8h30 às 19h30, de forma presencial na sede do sindicato, pelos telefones (21) 99358-2477, (21) 99365-4514 e (21) 99363-6970, ou ainda pelo Zoom

(https://us02web.zoom.us/j/88541026929).

PROGRAMAS DAS CHAPAS

CHAPA 1

CHAPA 2

Um debate intenso, mas respeitoso. Em síntese, essa foi a tônica do primeiro encontro entre as chapas que disputam a diretoria da AdUFRJ. De um lado, a chapa 1, de situação, foi representada pelas professoras Mayra Goulart e Nedir do Espirito Santo, candidatas a presidenta e vice-presidenta, respectivamente. De outro lado, a chapa 2, de oposição, foi representada pelos professores Aline Caldeira e Caio Martins, também candidatos a presidenta e vice-presidente. O debate aconteceu na noite de 5 de setembro, na Praia Vermelha.

As chapas mostraram suas principais diferenças. Se a chapa 1 defendeu novas formas de luta e engajamento em um novo sindicalismo, com forte conexão com o professor e com a temática docente, a chapa 2 reforçou a necessidade de construir um sindicalismo a partir de formas tradicionais de atuação, como as assembleias, conselhos de representantes e refundação de grupos de trabalho temáticos ligados ao Andes. Um dos únicos consensos foi a necessidade de atrair mais professores para o sindicato. Nesse ponto, aliás, ocorreu um dos raros momentos de descontração da noite. Perguntada se iria manter os passeios culturais inaugurados pela atual gestão, a candidata da oposição afirmou que sim e pediu a ampliação das vagas. “Ufa. Esse é um sinal de que a iniciativa realmente deu certo, quando até a oposição elogia”, brincou Mayra Goulart.

A plateia foi formada por docentes apoiadores dos dois campos. Houve presença tanto no auditório, como remota, a partir do Zoom. Os professores puderam fazer perguntas às chapas, mas não houve confronto direto entre as candidaturas.

AVALIAÇÃO DA CHAPA 1
Após o debate, as candidatas a presidenta avaliaram o encontro. Para a professora Mayra Goulart, da chapa 1, o evento explicitou “de maneira bem didática” a divergência conceitual sobre sindicalismo existente entre os dois grupos políticos. “Minha concepção de sindicalismo se percebe como movimento docente pragmático e que tem responsabilidade com a sociedade e com a universidade”, conta Mayra. “A gente não faz o ‘quanto pior, melhor’, a gente não faz parte de disputas sectárias que possam prejudicar professores que não compartilham do nosso entendimento”, justificou. “A gente tenta pensar a universidade como um todo e não a partir do ‘amiguismo’”, disse. “Esse sindicalismo é novo porque também investe em novas formas de comunicação, de mobilização da sociedade civil e de envolvimento com os tomadores de decisão”, defendeu.

A professora também ressaltou a cordialidade do grupo de oposição ao longo de todo o debate. “É muito importante que a gente tenha diálogo dentro da AdUFRJ. Eu acredito num sindicalismo que se entende como movimento docente e que, mais do que querelas políticas, quer pensar o bem da universidade”, afirmou.

AVALIAÇÃO DA CHAPA 2
Para a candidata da chapa 2, professora Aline Caldeira, o debate foi bom para reencontrar os colegas e pensar coletivamente temas relevantes para os professores e para a sociedade. “A gente vem de um período de pandemia, de bastante esgarçamento das relações de solidariedade da universidade e de um esvaziamento brutal dos espaços de debate político de organização sindical. Então, retomar o debate com a presença dos professores e com a outra chapa foi muito especial”, considerou. “A gente pôde sentar na mesma mesa, se olhar. Isso é muito importante. A organização sindical e a seção sindical não são algo de um outro momento histórico. A gente é de uma categoria com estabilidade, que construiu, com as lutas históricas, uma seção sindical, um sindicato nacional. A fragmentação sindical é uma estratégia para desmobilizar a luta”, disse.

A professora também ressaltou a importância da articulação nacional do Andes. “A gente está discutindo com o funcionalismo, nacionalmente, a efetivação e a manutenção de políticas de saúde, de segurança, educacionais, de moradia, de previdência social. Portanto, a gente acha que a AdUFRJ pode ser um instrumento muito potente e que a categoria docente pode contribuir nos grandes debates nacionais”, concluiu.

COMISSÃO ELEITORAL
Presidente da Comissão Eleitoral e mediador do debate, o professor Felipe Rosa parabenizou a atuação das duas chapas. “Foi um debate franco, contundente, mas também muito gratificante para quem assistiu. Houve uma exposição bem clara das ideias das duas chapas”, avaliou. “Foi um debate de bastante impacto, mas também com muita cordialidade e erudição. Minhas expectativas estavam muito altas e foram superadas”, brincou.

Ele aproveitou para convidar os docentes para o próximo debate, marcado para o dia 12. “Espero que a gente possa subir ainda mais o nível para o próximo encontro, no dia 12, às 11h, no Centro de Tecnologia”.

Se acaso um eleitor indeciso estivesse na noite de terça-feira (5) no auditório Manoel Maurício de Albuquerque, no campus da Praia Vermelha, talvez até saísse de lá ainda em dúvida sobre em qual das duas chapas votar nas eleições para a diretoria da AdUFRJ, na semana que vem. Mas jamais poderia dizer que não saiu esclarecido.
Tão nítida quanto a ausência de algum eleitor indeciso na plateia — formada por apoiadores declarados de um lado e outro — foi a diferença de concepções das duas vertentes sobre sindicalismo, em visões sustentadas com vigor e duras críticas de parte a parte, mas com uma cordialidade digna de nota.

 

Logo na apresentação, as duas candidatas à presidenta da AdUFRJ deixaram translúcidas essas divergências. A professora Mayra Goulart, da situação, encorpou sua defesa de um “sindicalismo para professores, e não para sindicalistas” e enalteceu as novas formas de mobilização postas em prática pela AdUFRJ, e que, no seu entendimento, “vão além do sindicalismo tradicional”. Já a professora Aline Caldeira, da oposição, destacou que o cenário de desfinanciamento das universidades públicas “tem tornado o cotidiano docente adoecedor” e que a AdUFRJ, na sua visão, está ausente desse dia a dia: “Não chama sequer uma assembleia para discutir com a categoria a atual campanha salarial, na qual o governo apresentou um índice de 1% para os servidores”, pontuou.

Os dois blocos de perguntas da plateia, oito no total, acentuaram as distintas concepções. Escolhidas por sorteio, cinco perguntas foram feitas por apoiadores da situação, e três pelos da chapa 2. Entre os pouco mais de 20 presentes — outros 26 participaram de forma remota — estava o ex-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. E coube a ele uma das perguntas mais instigantes do debate: a relação entre a AdUFRJ e o Observatório do Conhecimento. “Vocês vão acabar com o Observatório ?”, questionou o professor.

Aline Caldeira e seu candidato a vice, Caio Martins, disseram que precisarão consultar as bases, e questionaram o papel de protagonismo do Observatório em negociações em Brasília. “Tem que haver clareza em relação às políticas que são definidas e aos recursos que são alocados no Observatório”, reivindicou Aline. E Caio complementou: “Não chegam até a base as informações que embasam esse protagonismo que o Observatório tem na formulação da política da AdUFRJ”.

Já Mayra Goulart sustentou que as ações de advocacy são uma nova frente de luta que a AdUFRJ e o Observatório vão manter, caso seja eleita. “O Observatório estava em nosso programa de chapa quando fomos eleitos para esta gestão, então nós fomos sufragados para exercer esse papel. E conseguimos posicionar o Observatório como uma referência no campo educacional”, defendeu. “O Observatório gastou apenas 7% do que gastamos com o Andes”.

A prática sindical, seja no âmbito da AdUFRJ ou do Andes, foi outro ponto de clara divergência entre as duas chapas. As visões distintas ficaram expostas nas respostas à pergunta feita pela professora Cristina Miranda, recentemente aposentada, sobre como aproximar os docentes do sindicato. “Tem que haver diálogo presencial, é o que defendemos. O que a gente tem assistido são métodos que criam um distanciamento do cotidiano, não só do corpo docente, mas da comunidade universitária. Queremos um sindicato que seja um instrumento de mobilização, que crie espaços de debate”, ponderou Caio Martins. “Nós ampliamos a participação. O professor ocupado, que está em seu laboratório, que não é sindicalista profissional, ele se sente amparado por ter mais essa ferramenta de participação online. A gente acredita que isso amplia a participação”, rebateu Mayra Goulart.

As diferentes visões de prática sindical das atuais direções do Andes e da AdUFRJ — três perguntas da plateia, todos de apoiadores da situação, trataram dessa questão —suscitaram alguns dos momentos mais duros do encontro. “O Andes faz um tipo de sindicalismo que a gente não quer fazer, que é completamente alienado das questões políticas e das questões profissionais que afetam nossa categoria. A gente não discutiu a eleição de 2022 nas reuniões do Andes. São discussões alienadas da conjuntura e da vida diária do professor”, demarcou Mayra. Aline retrucou: “Na verdade, essas novas formas de luta não têm nada de novo. É o velho e carcomido sindicalismo pelego. Construir organização coletiva dá trabalho”.

Bem conduzido pelos professores Felipe Rosa e Marta Castilho, da Comissão Eleitoral, com serenidade e respeito aos tempos de fala, o debate careceu de um modelo menos engessado. O formato que permite apenas perguntas da plateia às chapas tem dois problemas: barra o confronto direto entre os candidatos e dá margem a perguntas repetitivas, como se viu terça-feira. Se ao menos um bloco fosse dedicado a perguntas diretas de uma chapa a outra, com direito a réplicas e tréplicas, as questões poderiam ser praticamente exauridas, tornando mais claras ainda as diferenças e abrindo espaço a outros temas — alguns não foram sequer tocados no debate da Praia Vermelha, como o novo Canecão, a contratação ou não da Ebserh e as más condições de manutenção de algumas unidades da UFRJ.

Fica a sugestão. Com tanta cordialidade, um confronto direto entre as chapas não traria mal algum: poderiam ser embates duros, mas sem perder a ternura. Jamais.

*Alexandre Medeiros
Jornalista, atua na área política desde os anos 1980. Trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia e revista Época. É autor do livro “Crônica de um sonho”, sobre a campanha de Lula ao Planalto em 1994. 

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