facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Um debate intenso, mas respeitoso. Em síntese, essa foi a tônica do primeiro encontro entre as chapas que disputam a diretoria da AdUFRJ. De um lado, a chapa 1, de situação, foi representada pelas professoras Mayra Goulart e Nedir do Espirito Santo, candidatas a presidenta e vice-presidenta, respectivamente. De outro lado, a chapa 2, de oposição, foi representada pelos professores Aline Caldeira e Caio Martins, também candidatos a presidenta e vice-presidente. O debate aconteceu na noite de 5 de setembro, na Praia Vermelha.

As chapas mostraram suas principais diferenças. Se a chapa 1 defendeu novas formas de luta e engajamento em um novo sindicalismo, com forte conexão com o professor e com a temática docente, a chapa 2 reforçou a necessidade de construir um sindicalismo a partir de formas tradicionais de atuação, como as assembleias, conselhos de representantes e refundação de grupos de trabalho temáticos ligados ao Andes. Um dos únicos consensos foi a necessidade de atrair mais professores para o sindicato. Nesse ponto, aliás, ocorreu um dos raros momentos de descontração da noite. Perguntada se iria manter os passeios culturais inaugurados pela atual gestão, a candidata da oposição afirmou que sim e pediu a ampliação das vagas. “Ufa. Esse é um sinal de que a iniciativa realmente deu certo, quando até a oposição elogia”, brincou Mayra Goulart.

A plateia foi formada por docentes apoiadores dos dois campos. Houve presença tanto no auditório, como remota, a partir do Zoom. Os professores puderam fazer perguntas às chapas, mas não houve confronto direto entre as candidaturas.

AVALIAÇÃO DA CHAPA 1
Após o debate, as candidatas a presidenta avaliaram o encontro. Para a professora Mayra Goulart, da chapa 1, o evento explicitou “de maneira bem didática” a divergência conceitual sobre sindicalismo existente entre os dois grupos políticos. “Minha concepção de sindicalismo se percebe como movimento docente pragmático e que tem responsabilidade com a sociedade e com a universidade”, conta Mayra. “A gente não faz o ‘quanto pior, melhor’, a gente não faz parte de disputas sectárias que possam prejudicar professores que não compartilham do nosso entendimento”, justificou. “A gente tenta pensar a universidade como um todo e não a partir do ‘amiguismo’”, disse. “Esse sindicalismo é novo porque também investe em novas formas de comunicação, de mobilização da sociedade civil e de envolvimento com os tomadores de decisão”, defendeu.

A professora também ressaltou a cordialidade do grupo de oposição ao longo de todo o debate. “É muito importante que a gente tenha diálogo dentro da AdUFRJ. Eu acredito num sindicalismo que se entende como movimento docente e que, mais do que querelas políticas, quer pensar o bem da universidade”, afirmou.

AVALIAÇÃO DA CHAPA 2
Para a candidata da chapa 2, professora Aline Caldeira, o debate foi bom para reencontrar os colegas e pensar coletivamente temas relevantes para os professores e para a sociedade. “A gente vem de um período de pandemia, de bastante esgarçamento das relações de solidariedade da universidade e de um esvaziamento brutal dos espaços de debate político de organização sindical. Então, retomar o debate com a presença dos professores e com a outra chapa foi muito especial”, considerou. “A gente pôde sentar na mesma mesa, se olhar. Isso é muito importante. A organização sindical e a seção sindical não são algo de um outro momento histórico. A gente é de uma categoria com estabilidade, que construiu, com as lutas históricas, uma seção sindical, um sindicato nacional. A fragmentação sindical é uma estratégia para desmobilizar a luta”, disse.

A professora também ressaltou a importância da articulação nacional do Andes. “A gente está discutindo com o funcionalismo, nacionalmente, a efetivação e a manutenção de políticas de saúde, de segurança, educacionais, de moradia, de previdência social. Portanto, a gente acha que a AdUFRJ pode ser um instrumento muito potente e que a categoria docente pode contribuir nos grandes debates nacionais”, concluiu.

COMISSÃO ELEITORAL
Presidente da Comissão Eleitoral e mediador do debate, o professor Felipe Rosa parabenizou a atuação das duas chapas. “Foi um debate franco, contundente, mas também muito gratificante para quem assistiu. Houve uma exposição bem clara das ideias das duas chapas”, avaliou. “Foi um debate de bastante impacto, mas também com muita cordialidade e erudição. Minhas expectativas estavam muito altas e foram superadas”, brincou.

Ele aproveitou para convidar os docentes para o próximo debate, marcado para o dia 12. “Espero que a gente possa subir ainda mais o nível para o próximo encontro, no dia 12, às 11h, no Centro de Tecnologia”.

Topo