A última assembleia de professores da UFRJ, no dia 22, definiu a delegação para o próximo Conad. O conselho do Andes começa na próxima segunda-feira, 28, e será virtual. O vice-presidente AdUFRJ, Felipe Rosa será o delegado titular. Os dois suplentes são Fernanda Vieira (NEPP-DH) e Luis Acosta (Serviço Social)
Outra decisão da assembleia foi a indicação de que o Andes realize ainda em 2020 eleições virtuais para a diretoria que conduzirá a entidade pelos próximos dois anos. A tarefa do próximo Conad é atualizar o plano de lutas do Andes e aprovar as datas das eleições do sindicato. Duas chapas, uma de continuidade e outra de oposição, disputam o pleito.
Os ataques do governo às universidades foram destacados pela diretoria da AdUFRJ como forma de inviabilizar a governabilidade das instituições. Já são 14 reitores interventores. Além disso, há o corte linear de 16% nos orçamentos das universidades e um corte de mesma proporção no fomento à pesquisa.
A assembleia também discutiu as formas de deliberação das reuniões. O tema ocupou boa parte do encontro. As polêmicas se concentraram mais uma vez sobre a metodologia adotada nos últimos anos com a votação principal feita em urna e, no caso da assembleia virtual, com o link de votação enviado a todos os sindicalizados e docentes que se cadastrarem. A diretoria irá avaliar o quadro, levando em conta tanto as críticas que foram apresentadas quanto as defesas feitas do método atual para seguir aprimorando e ampliando as formas de participação dos professores.
A AdUFRJ manifesta pesar pela irreparável perda do professor Luiz Antonio Machado da Silva, aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Ele faleceu no dia 21 de setembro, vítima da Covid-19. Um dos pioneiros na área de sociologia urbana no país, Machado escreveu importantes obras como “A política na favela” e “Sobre uma sociabilidade violenta”. Foram nove livros publicados e participação em outros 45 livros, além de diversos artigos em periódicos. Vai fazer falta.
“Ligar uma câmera e mirar para sua quebrada ainda é algo impressionante,” declarou o cineasta Lincoln Péricles na última sessão do CineAdufrj, no dia 23. A segunda sessão do tema ‘Direito à Cidade’ levou ao debate dois trabalhos de Lincoln: ‘Aluguel – o Filme’, de 2015 e ‘Filme de Domingo’, de 2020.
O cineasta não se incomoda que seus filmes estejam disponíveis online e sem custo. “Se tem uma coisa que a pequena burguesia faz, é compartilhar processos, e entre nós precisamos fazer isso também. É organização”, afirmou. Lincoln explicou que também possui planos de circular o ‘Filme de Domingo’, lançado este ano, entre coletivos e pessoas que fazem cinema nas periferias. “Estamos vivendo um momento, graças a algumas políticas públicas, de ocupar novos espaços”, lembrou. “Acredito que o cinema serve para reafirmar isso, comunicar de alguma forma para os nossos que é possível”.
O professor Bernardo Oliveira, da Faculdade de Educação, lembrou que hoje em dia, devido à pandemia, as salas de cinema estão fechadas e o streaming virou a grande maneira de assistir filmes. “Quando se fala em produção comercial, ela tem um público-alvo. Como fazer para impulsionar essas produções independentes, para a coisa não só se tornar visível como uma atitude política, mas para você também ter o seu retorno?”, questionou.
Lincoln respondeu de imediato. “Se a Netflix me desse R$ 2 mil para passar meu curta, eu aceitaria. Mas não é meu objetivo. Não faço filme para playboy”, afirmou.
Previsto como um dos palestrantes, o cineasta Adirley Queiroz, que produziu e dirigiu o filme “A cidade é uma só?”, de 2011, teve problemas técnicos e não conseguiu participar do evento.
Difícil eleger um campeão de barbaridades da semana. Os escândalos de corrupção na gestão de Wilson Witzel levaram a Alerj a aprovar o início do processo de impedimento. Bolsonaro contou mentiras grotescas na Assembleia das Nações Unidas. Já o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que gays são resultado de “famílias desajustadas”. Faces da mesma moeda.
Reforma administrativa e ataques às jovens universidades foram os temas de debate realizado pela Seção Sindical do Andes na Universidade Federal do Sul da Bahia, dia 17. A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, participou. “As federais mais jovens são mais vulneráveis. Muitas já estão com reitores interventores nomeados. A reforma administrativa pode transformar essas instituições em cabides de emprego”, disse Eleonora.