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Comunidade universitária lota auditórios no Fundão e Praia Vermelha para acompanhar os debates dos reitoráveis, que demonstraram diferentes pontos de vista sobre a forma de conduzir a instituição

Próximo confronto de ideias acontece em Macaé, dia 31

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Candidatos à reitoria da UFRJ encontraram-se nos dias 25 e 26 de março em debates organizados pela Comissão Coordenadora do Processo Sucessório (CCPS). O primeiro ocorreu no auditório Roxinho, do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), no Fundão. O segundo foi realizado no Salão Pedro Calmon, no Palácio Universitário da Praia Vermelha. Ambos receberam maciça participação da comunidade universitária, o que demonstra a vitalidade e o compromisso da universidade com a escolha de seu futuro. Participaram as três chapas que disputam o pleito: 10 - “Juntos pela UFRJ: Unidade na Diversidade”, com a professora Ângela Rocha; 20 - “UFRJ Autônoma, Crítica e Democrática”, com o professor Roberto Leher; e 30 - “Somos Todos UFRJ”, com a professora Denise Pires de Carvalho.

Os candidatos fizeram uma apresentação da chapa e suas principais propostas para a UFRJ. Assuntos como autonomia didático-pedagógica e financeira da universidade, Ebserh, políticas estudantis de acesso e permanência, terceirizações e cotas foram abordados pelos candidatos e por estudantes, técnicos-administrativos e professores sorteados para fazerem perguntas.

Foi interessante perceber que durante as apresentações preliminares não houve diferenças significativas ou substanciais que, num primeiro momento, justificassem haver três chapas disputando a consulta interna. Somente ao longo do debate, as posições e entendimentos sobre o que se espera da universidade pública ficaram claras ao ponto de algumas falas iniciais se tornarem contraditórias.

Autonomia universitária

O tema da autonomia fez parte não só das perguntas realizadas entre os candidatos, como também foi assunto de perguntas elaboradas pelos segmentos acadêmicos. Foi consensual entre Angela Rocha, Roberto Leher e Denise de Carvalho a posição de que é necessário respeitar as instâncias decisórias da universidade, bem como trabalhar para ampliar a autonomia didático-científica, financeira e política da UFRJ. 

Mas, no decorrer das indagações, ficou evidenciada a atuação da professora Denise de Carvalho durante a gestão do interventor José Henrique Vilhena (1998-2002), informação omitida pela reitorável enquanto relatava toda sua experiência na administração universitária. A pergunta que clarificou a atuação da professora Denise na gestão Vilhena foi feita pela professora Angela Rocha, que disse não entender como é possível alguém defender a autonomia de decisão da universidade, mas se aliar a um mandato intervencionista. Roberto Leher concordou. Para ele, os que atuaram naquela gestão corroboraram para sustentar a intervenção na UFRJ.

Hospitais e Ebserh

2015033051Segundo debate foi no Salão Pedro Calmon, na Praia Vermelha. Foto: Marco Fernandes - 26/03/2015O assunto foi pauta de perguntas entre os candidatos no dia 26. O professor Roberto Leher defendeu um modelo público para os HUs e afirmou que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) tem racionalidade empresarial e, portanto, “não é adequada à realidade de um hospital que atua na formação, que vai ensinar ao estudante a tomar decisões importantes e complexas”. A professora Denise de Carvalho o acusou de não ter um projeto claro para a gestão dos hospitais universitários e de se ocupar apenas com análises políticas sobre os HUs.

A professora Denise disse defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde e observou que “o atual sistema dos hospitais é falido”. Ela declarou não ser favorável à Ebserh, mas afirmou que a proposta autônoma de reestruturação dos hospitais não funcionou. Ela relatou diversos problemas pelos quais passam os HUs na atual reitoria. Denise disse também que a Ebserh é uma empresa pública, no que foi rebatida por Leher. O candidato enfatizou que embora pública, ela é de direito privado, o que permite as contratações de profissionais via CLT. No debate do dia 25, o professor Leher leu o Manifesto dos Professores Titulares do CCS (de agosto de 2013) que pedia a adesão da universidade à Ebserh. Denise era uma das signatárias.

Terceirizados

Os três candidatos concordaram que a terceirização incha a folha do orçamento de custeio da UFRJ e que é preciso combatê-la. Leher propõe finalizar os contratos com as empresas terceirizadas e fazer contratações temporárias de dois anos diretamente com os trabalhadores. Ao mesmo tempo, pressionar Brasília para reabertura de concurso para os cargos extintos na universidade. Dessa forma, dinheiro público não seria repassado à iniciativa privada. A defesa das carreiras, com articulações da reitoria com o Andes-SN e Fasubra, para Leher, é fundamental no fortalecimento dos trabalhadores e da universidade.

Angela contrariou a fala de Leher dizendo que este tipo de contratação só pode ser realizada por um período de três meses, o que tornaria muito alta a rotatividade de trabalhadores na UFRJ. Ela concorda que é preciso pressionar o Ministério do Planejamento para autorizar reabertura de vagas para os cargos extintos. Disse, ainda, que é preciso lutar por planos de carreira dignos para todos os trabalhadores da universidade. (Nota da Redação: a Lei 8.745/1993 determina períodos de um até quatro anos, prorrogáveis, dependendo da situação ou atuação do trabalhador).

De acordo com Denise, para um serviço ser privatizado falta qualidade em sua execução. Ela repudiou todas as formas de privatização e terceirização na universidade. Para a candidata, é preciso fortalecer a carreira dos servidores técnico-administrativos. Ela informou que, durante sua gestão no Instituto de Biofísica, abriu um mestrado profissional focado nesses trabalhadores e que pretende estender o programa para toda a universidade, aliando a PR-2 com a PR-4.

Calendario e candidatos

Orçamento 

Houve críticas de todos os candidatos relacionadas ao contingenciamento dos recursos pelo governo federal. Roberto Leher defendeu uma postura mais ativa e propositiva da Andifes na defesa das universidades federais e contra os cortes orçamentários. Denise de Carvalho atribuiu à má gestão de recursos a crise atual vivenciada pela UFRJ. Angela Rocha afirmou que, apesar de insuficientes, os recursos já foram ainda mais escassos para a universidade, inclusive quando era decana do CCMN. Ela fez uma autocrítica à atual gestão da UFRJ: “Não temos a cultura do planejamento”.

Acesso e permanência

Cresce ano a ano na UFRJ a demanda por políticas de acesso e permanência para os estudantes. Com a política de cotas, na qual a renda também é fator de corte, aumentou significativamente a entrada de alunos que precisam de apoio institucional para se manter na universidade e finalizar seus cursos. Todos os candidatos à reitoria da UFRJ declararam ter compromisso com essa realidade. Denise de Carvalho chegou a acusar Roberto Leher de ser contrário às cotas, mas ele esclareceu ser contrário à organização da política de cotas, que não leva em conta uma política social mais ampla.

 

A transmissão em tempo real, prometida pela TV Consuni, não aconteceu integralmente. No dia 25, uma troca de equipamentos fez com que a transmissão on line começasse somente a partir do segundo bloco do debate, quando se iniciaram as perguntas entre os candidatos. Ainda assim, há relatos de pessoas que não conseguiram acessar o link da transmissão. No dia 26, o presidente da CPPS, professor Luciano Coutinho, informou que, por outro problema relacionado aos equipamentos, não seria possível a transmissão em tempo real do debate da Praia Vermelha.

Manhã Vermelha

A luta popular ganha fôlego nas periferias de cidades de vários estados brasileiros

A luta por moradia e reforma urbana transformou a manhã de quarta-feira 18 em cenário de manifestações em pelo menos 13 estados brasileiros. A massa de manifestantes foi mobilizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organização popular que ganha fôlego na periferia das cidades do país. O protesto “Periferia ocupa cidade! Reforma urbana de verdade!” bloqueou ruas, avenidas e estradas para exigir direito à moradia e propostas concretas do governo para a definição de uma política habitacional. As reivindicações incluem, ainda, o controle social dos aluguéis, o fim da criminalização dos movimentos sociais e a desmilitarização da polícia. A manifestação liderada pelo MTST fez críticas ao sequestro dos direitos trabalhistas por recentes medidas do governo. A política fiscal do Palácio do Planalto, afirmam, emperram os programas de construção de moradias populares. No Rio de Janeiro, o protesto envolveu cerca de 300 famílias que interditaram um trecho da Avenida do Contorno, na BR-101, entre os municípios de Niterói e São Gonçalo. Eles reclamam o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida 3/Modalidade Entidades, como foi acordado com autoridades no fim do ano passado durante a Ocupação Zumbi dos Palmares, em São Gonçalo. Além do MTST, a Frente de Resistência Urbana, movimento social que critica a especulação imobiliária, participou dos protestos no Rio. (Com jornalistas da Aduff).

2015032372Não há limites de idade para a dignidade na luta por direitos e pela transformação da realidade. Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

2015032321A próxima quinta-feira (26) será marcada por atos em defesa da educação pública em todo o país. O Dia Nacional em Defesa da Educação Pública é convocado pela Oposição de Esquerda da UNE e pela Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), que realizarão mobilizações em várias Instituições de Ensino Superior. Além disso, o Comitê Em Defesa dos 10% do PIB para Educação Pública, Já! vai lançar a cartilha do I Encontro Nacional de Educação (ENE), na cidade de Brasília (DF). 

O Dia Nacional em Defesa da Educação Pública foi proposto durante a última reunião do Espaço de Unidade de Ação, no Rio de Janeiro (RJ). O Andes-SN recomenda às seções sindicais que envidem esforços na articulação com os estudantes e técnico-administrativos em educação para construir ações conjuntas no dia 26, em cada instituição de ensino.

Cláudia March, secretária-geral do Sindicato Nacional, ressalta a importância que a data tem para a defesa da educação pública, em função do lançamento da cartilha do ENE e as mobilizações em todo o país. “Pra nós, a realização do dia 26 é muito importante porque ele é um passo a mais no processo que construímos de rearticulação das entidades em defesa da educação pública, no qual está a importante realização do ENE. E o dia 26, que já tinha sido pensado como dia para o lançamento da cartilha do ENE, se reveste de maior importância dada a crise que estamos vivendo nas instituições públicas de ensino. Temos um enfrentamento a ser feito em defesa da educação pública”, ressalta a diretora do Andes-SN.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a programação das  atividades do Dia Nacional em Defesa da Educação Pública será informada no site e nos perfis da Adufrj-SSind nas redes sociais. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

A inflação e o salário, por Diego Novaes 

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