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Conad termina em Niterói destacando ações contra as reformas do governo e em defesa de eleições diretas e gerais já
Foto: Plenária do Conad no Teatro Popular Oscar Niemeyer - Crédito: Andes-SN
Fora, Temer, e eleições diretas e gerais já, com novas regras. Assim o movimento docente nacional reunido no 62º Conad do Andes, em Niterói, entre os dias 13 e 16, definiu como vai enfrentar a crise política do país. “Para nós, é necessário discutir eleições para presidente e para o Congresso Nacional imediatamente, mas também é necessário discutir novas regras”, disse Eblin Farage, presidente do Andes. “Porque, com as atuais regras, a gente vai conseguir mudar muito pouco nesse cenário, já que os grandes empresários determinam os candidatos que vão ser eleitos”, completou. O Sindicato defende a utilização de mecanismos que reduzam a influência do poder econômico nas votações. O Conad também decidiu condenar a política de conciliação de classes, que a direção atribui aos governos petistas. Não houve unanimidade. Integrante do grupo Renova Andes, de oposição, o professor Fábio Venturini observou que as palavras de ordem representam “um slogan, mas não diz que vai fazer”. Para ele, o Sindicato continua com um problema sério de democracia interna. “Criou-se um ambiente discursivo maniqueísta. Quem não segue o modelo da diretoria está contra a diretoria”, criticou. “Foi dito que os governos do PT conciliaram com a burguesia. Isso nunca foi debatido”, afirmou, ainda. Fábio, porém, considera que as decisões do Conad, a partir do tensionamento criado pelo Renova Andes, aperfeiçoaram as diretrizes do Sindicato. “Pelo menos saiu uma moção repudiando a atuação seletiva da Justiça”, completou. Outras deliberações Para barrar e revogar as contrarreformas do governo, os professores aprovaram a realização de uma reunião de entidades classistas e movimentos sociais e estudantis às vésperas de um Seminário Internacional do Andes, em novembro. O objetivo é avançar no processo de unificação de todas as forças políticas contra as reformas trabalhista e previdenciária. Será proposta à CSP-Conlutas uma nova greve geral, no Fórum das Centrais Sindicais. Setor das Federais Quanto ao Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor das Ifes), o 62º Conad deliberou que a pauta específica no segundo semestre será a defesa da Previdência Pública e a luta pela manutenção e ampliação da preferência pelo regime de dedicação exclusiva, como forma de defesa do caráter público da educação e da carreira docente. Foi definido, ainda, um calendário de ações para o segundo semestre: em agosto, a luta pelos direitos de aposentadoria e vagas docentes; em setembro, a luta por orçamento e contra a terceirização; em outubro, a luta pela carreira docente; e, em novembro, a luta contra a precarização. A construção do dia 11 de agosto como Dia Nacional de Lutas em Defesa da Educação Pública e Gratuita também foi aprovada. Nova seção sindical O encontro também marcou a homologação da Associação dos Docentes da Educação Superior da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro) – Adesfaetec SSind, aprovada por unanimidade, aos gritos de “Fora, Pezão”. Foi anunciada também a sede do próximo Conad, que será realizado em Fortaleza.  (com informações do Andes)  

Durante abertura da 69ª Reunião Anual da SBPC, pesquisadores e jornalista são celebrados pelo apoio à pesquisa no país
Foto: o professor Ângelo Barbosa Monteiro Machado, sócio há 65 anos da SBPC, foi um dos homenageados - Crédito: Silvana Sá
Reinaldo José Lopes, da Folha de S. Paulo, recebeu o prêmio José Reis de Divulgação Científica por suas reportagens na área de ciência e tecnologia. A premiação é oferecida anualmente pelo CNPq e a cada ano premia uma categoria diferente. “O seu trabalho, de divulgar a ciência e traduzi-la para o público leigo, é um talento extraordinário”, disse o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, ao entregar a placa ao jornalista. A premiação ocorreu durante cerimônia de abertura da 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O encontro acontece até 22 de julho, em Belo Horizonte, na Universidade Federal de Minas Gerais. O professor Sérgio Henrique Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo, foi homenageado como patrono da 69ª Reunião. Ele faleceu em 17 de julho do ano passado, aos 81 anos. Além de presidente da SBPC, também foi presidente da Sociedade Brasileira de Farmacologia. O pesquisador descobriu como controlar a pressão arterial, utilizando um componente do veneno da jararaca brasileira. Assim, foi possível criar o fármaco captopril, o principal remédio utilizado no Brasil para o controle da pressão arterial. Outra homenagem póstuma foi para Beatriz de Bulhões, falecida em outubro passado. Douroranda da Universidade de Brasília, era a interlocutora da SBPC com o Congresso Nacional. Foi assessora parlamentar da instituição de 2011 a 2016. Também foi homenageado o professor Ângelo Barbosa Monteiro Machado. Sócio há 65 anos da SBPC, o pesquisador da área de neurobiologia é o primeiro brasileiro a receber o título de biólogo honorário, por suas contribuições para a área. Médico formado, em 1993, ganhou o Prêmio Jabuti por suas publicações na literatura infantil. “Certa vez, meu filho perguntou minha profissão. Eu disse que era professor. Ele disse que isso não valia. Que a mãe dele tinha dito que eu era médico. Eu falei que não. Que eu pesquisava animais. Ele respondeu: ‘então você é veterinário’. Eu disse que não, mas que também era escritor. Então ele me disse: ‘papai, você é uma grande confusão’. É esta confusão que a SBPC homenageia hoje. Muito obrigado”, disse com bom humor o professor Emérito da UFMG.  

Abílio Baeta Neves disse que o sistema sofre uma distorção, durante conferência na 69ª Reunião da SBPC
Foto: Abílio Baeta Neves (presidente da Capes); Jaime Ramírez (reitor da UFMG) e Helena Nader (presidente da SBPC) - Crédito: Silvana Sá
Abílio Baeta Neves, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, afirmou que “está na hora de as universidades avaliarem o processo de avaliação da Capes, à luz de suas pretensões e perfil”. A conclusão do professor é de que os critérios precisam ser revistos. “Há uma distorção no sistema que precisa ser reconhecida e discutida. As humanidades estão a reboque, de novo, das ciências exatas”, disse ele, durante a conferência “Os desafios da pós-graduação no Brasil”. A mesa fez parte da programação da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na segunda-feira, dia 17. Para o dirigente da Capes, a pós-graduação no Brasil cresce num ritmo “pouco virtuoso”, com ações muito individualizadas e que pouco refletem o comprometimento com as instituições aos quais os novos cursos são vinculados. “Há uma fragmentação, inclusive de cursos pré-existentes. Estamos simplesmente transformando linhas de pesquisa em novos cursos”, disse. “A Capes vai precisar não apenas exigir que uma proposta de curso novo tenha toda as aprovações formais, mas será preciso que esses cursos respondam a um projeto institucional do desenvolvimento da pós-graduação”, concluiu. Segundo Abílio Neves, sem esses cuidados, o desenvolvimento da pós no Brasil ficará insustentável. Hoje, 4.200 programas estão em avaliação pela Capes e outros 300 estão sendo acompanhados. A mesa também contou com Helena Nader, presidente da SBPC: “A avaliação foi importante, fez com que conseguíssemos publicar teses e trabalhos que ficavam esquecidos na estante, mas, na minha visão particular, esse modelo está esgotado”. Num momento de cortes nos recursos orçamentários e possível redução do ritmo de desenvolvimento da pós e das próprias universidades, a “qualidade não pode ser avaliada por critérios numéricos”, considerou. “As universidades vão perder recursos e vão perder o protagonismo”. Professor de Antropologia da UFRJ, Otávio Velho participou do debate, na plateia: “A própria noção da avaliação criada entre nós é que precisa ser repensada. Nós naturalizamos tanto esses instrumentos, que eu mesmo não sei qual é a alternativa”, disse. O docente também questionou a valorização das titulações, a ponto de serem desconsideradas outras formas de pesquisa que não estejam necessariamente atreladas à pós-graduação. “Precisamos criar outras alternativas em que o trabalho de pesquisadores sem titulação seja efetivamente reconhecido”. Financiamento Abílio Neves analisou, ainda, o orçamento da pesquisa no país.  Para ele, o momento mais dramático para a Capes foi em 2015, quando foram retiradas 3.800 bolsas do sistema e houve cortes de até 70% nos recursos Proap (Programa de Apoio à Pós-graduação) e Proex (programa de Excelência Acadêmica). “Quando assumimos a Capes, no ano passado, nosso objetivo era recuperar esses números. Conseguimos devolver pouco mais de duas mil bolsas”, disse. Este ano, um contingenciamento de R$ 500 milhões no orçamento da Capes impactou especialmente o programa Pró-equipamentos. Mas, segundo ele, ainda é possível recuperar parte ou a totalidade dos R$ 5 bilhões do orçamento deste ano, já que os créditos não foram cancelados. “Para o ano que vem, o cenário é pior. O limite dado para a Capes é de R$ 4,2 bilhões. Aí, sim, o impacto no sistema nacional de pós-graduação será direto”. O dirigente fez dura crítica ao tratamento secundário dado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações: “O limite orçamentário do MCTIC corresponde a pouco mais da metade do orçamento da Capes. Isso não é possível. Não existe formação de recursos humanos sem investimento em ciência e tecnologia”, disse. “É fundamental que a pesquisa no Brasil fique ativa e se desenvolva. O orçamento do ministério é uma tragédia”.

Discursos duros contra as medidas de austeridade do governo Temer marcaram o início da 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade Federal de Minas Gerais
Foto: Helena Nader afirma ser necessário derrubar a emenda do teto de gastos - Crédito: Silvana Sá
“O último ano foi excepcionalmente difícil para todos nós e, em especial, para a educação e para a ciência”, disse Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. “A falta de visão de quem detém as chaves dos cofres públicos culminou com a aprovação da Emenda Constitucional 95, conhecida como ‘PEC do Teto dos Gastos’ ou ‘PEC do Fim do Mundo’. Precisamos continuar lutando para derrubar essa emenda”, completou. O discurso aconteceu durante a abertura da 69ª Reunião Anual da SBPC, na noite de domingo (16). Nader fez um balanço da gestão à frente da entidade e agradeceu aos cientistas por contribuírem para o fortalecimento da Sociedade. Ela se despede da presidência da entidade que, a partir deste encontro, passará a ser comandada pelo atual vice-presidente e professor do Instituto de Física da UFRJ, Ildeu Moreira. O reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que sedia a reunião, também foi enfático ao defender a educação e a ciência. Jaime Arturo Ramírez não deixou de criticar a EC 95. “Vem deste encontro um apelo pela revogação da Emenda Constitucional do teto dos gastos públicos. As metas instituídas no Plano Nacional de Educação exigem a ampliação dos recursos para atingir 10% do PIB nos volumes de recursos investidos em educação até 2024”, afirmou. Ele destacou, ainda, a importância das políticas sociais adotadas na última década para democratizar o acesso à educação, como o programa de cotas nas universidades e a ampliação da assistência estudantil. “Esses programas não podem terminar. Cidadania, para nós, é sinônimo de escola pública, gratuita e de qualidade. A educação ainda é a mola propulsora de ascensão na nossa sociedade”, finalizou. Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e conselheiro da SBPC, o professor Jailson Bittencourt de Andrade discursou na mesma linha dos colegas: “O Brasil precisa de uma revolução na educação. É ela que nos dará base para o desenvolvimento e apoio à nossa ciência”, disse. “O sonho da inovação só chegará com o pleno investimento e desenvolvimento da educação e da ciência”, argumentou. A mesa contou, ainda, com Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências; Maria Zaira Turchi, presidente da Confederação Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; Elton Zacarias, secretário-executivo do MCTIC; Sandra Goulart Almeida, vice-reitora da UFMG e coordenadora local da SBPC; Bento Costa Lima de Albuquerque Jr., almirante de esquadra e diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha; Mario Neto Borges, presidente do CNPq; e Tamara Naiz, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos. Abertura arrebatadora O coral Ars Nova apresentou-se no início da cerimônia sob a regência do maestro Lincoln Andrade, professor da Escola de Música da UFMG. O grupo foi criado em 1959 e incorporado à universidade em 1964. O repertório foi diverso: desde peças católicas eruditas a pontos de umbanda; e canções clássicas italianas aliadas a peças do brasileiro Heitor Villa Lobos. [caption id="attachment_8018" align="alignnone" width="600"] Coral Ars Nova se apresenta na abertura da Reunião Anual da SBPC[/caption]

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