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WEBABREa1135Renato Feder tenta emplacar no Ministério da Educação. Mais que um trocadilho de mau gosto, seu nome revela a intenção do governo com a educação do país. Trata-se de um nome que atende ao centrão, uma nova concessão de Bolsonaro. Indicado pelo empreiteiro Meyer Nigri, articulador da campanha bolsonarista em São Paulo, Feder já havia sido cotado há duas semanas, mas perdeu a disputa para Carlos Decotelli. Com a desmoralização do nome técnico, o governo federal opta pelo pior quadro possível no campo conservador. Mas encontra fortes resistências entre evangélicos, militares e olavistas.
Ex-secretário de Educação do Paraná, Feder representa o pensamento privatista mais primitivo. No estado, já se posicionou contra a estabilidade dos servidores públicos e favorável ao voucher na educação. “O prognóstico é horrível”, lamenta a professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Silvana Souza. Diretora da Adunioeste, associação local dos professores, ela elenca os “feitos” de Feder para a educação no estado. “Ele desconstruiu a carreira dos trabalhadores da educação básica, tirou direitos, reduziu pessoal, reduziu turmas e aumentou o número de alunos por turma”.
A eficiência parece não ser seu forte. Feder é responsável por deixar alunos de 165 municípios paranaenses sem aulas. Conforme apurou reportagem do site The Intercept, ele contratou, com dispensa de licitação, uma rede de TV afiliada da Record para transmissão de vídeo-aulas para estudantes da rede estadual de ensino durante a pandemia. Mas a empresa não possui sinal de transmissão em praticamente metade do estado, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, cerca de um quinto da população do Paraná.
03WEB menor1135Como ministro, a professora Silvana acredita que ele atuará fortemente na área de tecnologias para a educação e ensino a distância. “Ele tem interesse financeiro direto em softwares e educação a distância, já que é um empresário do setor”, opina. “Quer abocanhar os recursos, mas não discute a lógica da educação, os processos educacionais, a qualidade, a formação, a carreira”, critica a docente.
O diretor da AdUFRJ, professor Josué Medeiros, concorda com a avaliação de Silvana. “Os grandes filões que os empresários devem atacar com força serão a educação básica e o ensino a distância. É onde se pode ganhar muito com o volume de recursos movimentados”, acredita. Para ele, as universidades correm mais risco de sofrer com nova redução orçamentária, além de receberem incentivos para a criação de fundações que busquem financiamentos próprios, seguindo o modelo das universidades estaduais de São Paulo.
As articulações com o Congresso Nacional também podem ser facilitadas por Feder, já que muitos parlamentares – mesmo os que atuavam contra a gestão Weintraub – olham com simpatia para políticas que aliam os setores público e privado. “Um termômetro serão os parlamentares que compõem a Comissão de Acompanhamento do Ministério da Educação”, indica Josué Medeiros. A comissão foi criada na Câmara dos Deputados e avaliou os passos do MEC durante todo o ano passado. Este ano, os trabalhos ainda não foram iniciados por conta da pandemia. “Feder pode desfazer o consenso atual no Congresso e, por consequência, desmontar a comissão”.
No setor privado, o empresário também não tem boa fama. A empresa Multilaser, de Feder, foi denunciada pelos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e de São Paulo por sonegar R$ 22 milhões em ICMS para os dois estados. As quantias foram cobradas dos clientes, mas não foram repassadas aos cofres públicos. A denúncia foi apresentada em 2017. Ele e seu sócio, Alexandre Ostrowiecki, são nominalmente citados na ação que continua em tramitação na Justiça. O sócio, aliás, em entrevista à revista Isto é Dinheiro, em 2018, afirmou o seguinte sobre Feder: “Se eu estivesse sozinho, a Multilaser, provavelmente, ainda seria pequena. Mas se o Renato fosse o único no comando, talvez ela tivesse quebrado no primeiro ano”.
Com 42 anos de idade, Feder é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas e tem mestrado em economia pela USP. Seu Currículo Lattes não é atualizado desde 2002. Foi um dos principais apoiadores financeiros da campanha de Dória, em São Paulo, um dos motivos para a resistência da ala olavista.

WhatsApp Image 2020 07 03 at 12.06.05“Aquele texto chamado de “acadêmico excessivo”, que ninguém entende, é o anticonhecimento. Ele cria barreiras de acesso ao conhecimento que está sendo produzido, e a escrita precisa ser exatamente o contrário disso”, afirmou a presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller, em uma live promovida no dia 2 de julho. A conversa sobre “O desafio da escrita entre orientadores e orientados” contou também com a professora Dani Balbi, orientada pela professora Eleonora no seu doutorado em Ciências da Literatura, na Faculdade de Letras.
A relação das duas docentes, enquanto orientadora e orientada, foi o pontapé inicial do debate. “Às vezes, você tem uma paixão tão grande pelo objeto que o seu orientando está produzindo que você acaba querendo dar a ele uma determinação que é sua, e não uma construção autônoma desse estudante”, disse Eleonora. Segundo Dani Balbi, a relação entre as duas foge do que é o padrão na universidade. “O papel que ela cumpria não era só de uma revisão, mas sim da minha demanda muito direta por referências”, declarou.
A presidente da AdUFRJ realçou a importância da lida entre as partes. “A base universal do respeito pelo trabalho de cada um deve ser configurada como o principal elemento da relação entre orientando e orientador”, pontuou. As convidadas destacaram também o reflexo deste relacionamento na pesquisa realizada. “Se existe uma competição que ultrapassa limites, aí o trabalho não é produtivo, e afeta demais a saúde dos envolvidos”, afirmou Dani, que hoje já vivencia o lugar de orientadora como professora da Escola de Comunicação da UFRJ.
O debate mediado por Luana Bulcão, da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ, enfatizou as complexidades da vida acadêmica. “Enquanto orientadora eu procuro ser muito respeitosa: Como eu posso contribuir para esse trabalho sem descaracterizá-lo, sem desmerecer aquela reflexão, aquele objeto, aquele caminho?”, indagou Dani. “O trabalho de escrita é duro. Não que ele precise ser torturante, mas exige tempo, energia e muito estudo”, completou.
A estrutura da pós-graduação, segundo Eleonora, também implica em um prejuízo para a escrita acadêmica. Ela acredita que a duração do mestrado gera fragilidades na tese que poderiam ser evitadas. “É um trabalho intelectual que acaba funcionando para atender prazos, e não pra responder a problemas essenciais que a pesquisa havia colocado”, criticou.

conference 4087444 640Imagem de mohamed Hassan por PixabayO Conselho de Ensino de Graduação (CEG) aprovou hoje o calendário do chamado período letivo excepcional, quando serão realizadas aulas remotas.As aulas vão de 10 de agosto a 31 de outubro. De 17 a 25 de julho, haverá a abertura de turmas e a inscrição direta dos concluintes, realizada pelos coordenadores. O período de inscrição de disciplinas será de 27 de julho a 6 de agosto no SIGA. A proposta original, formulada pelo GT CEG PR-1, propunha o começo das aulas no dia 3 de agosto. Mas, por decisão do colegiado, a data foi alterada para dar tempo aos alunos de receberem os chips com plano de dados que serão distribuídos pela pró-reitoria de Políticas Estudantis. O calendário precisa ser aprovado pelo Consuni.

Diretor da AdUFRJ e professor do Instituto de Física, Felipe Rosa vai puxar a conversa do Tamo Junto, um encontro virtual organizado pela associação docente todas as sextas-feiras. Desta vez, o tema será "ensino remoto e trabalho docente". Para participar, é fácil: a partir das 17h15 você envia uma mensagem para o whatsapp da AdUFRJ (21) 99365-4514 e nós te enviamos o link de acesso à nossa sala no ZOOM. Se você ainda não conhece o aplicativo, acesse zoom.com e instale em seu computador ou celular.WhatsApp Image 2020 07 03 at 11.25.111

106565053 2002154659909012 569851950822809344 nO Clube da Escrita transmite, nesta quinta-feira (2), uma conversa sobre “O desafio da escrita entre orientadores e orientados” com a participação de Dani Balbi, Doutora em Ciências da Literatura pela Faculdade de Letras e docente da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO); e Eleonora Ziller, Doutora em Literatura Comparada, docente da Faculdade de Letras da UFRJ e presidente da AdUFRJ.

O Clube da Escrita é uma iniciativa da Coordenação de Integração Acadêmica do Centro de Tecnologia em parceria com a Associação de Pós-Graduandos da UFRJ, Representações Discentes do CT e o Laboratório da Palavra da Faculdade de Letras.

A live terá transmissão ao vivo no canal do CT no YouTube, e tradução simultânea em Libras.
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