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Esta última edição do ano do Jornal da AdUFRJ tem a árdua missão de fazer uma retrospectiva do ano mais tenso de que se tem notícia até onde nossa memória alcança. Foi uma montanha-russa. Entre a agonia de viver os derradeiros doze meses de um governo de destruição nacional e a esperança de levar o país de volta aos trilhos da democracia e da civilidade — enfim renovada com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 30 de outubro —, destacamos aqui os principais fatos abordados pelo jornal na Política e na Ciência, na nossa universidade e na vida sindical, além do trabalho desenvolvido pelo Observatório do Conhecimento ao longo de 2022.

No campo político, temos orgulho de ter apoiado a candidatura Lula desde o primeiro turno — fiel a um compromisso assumido ainda em nossa campanha à direção do sindicato, o de apoiar o candidato do campo democrático com mais chances de derrotar Bolsonaro. Uma postura oposta à do Andes. Nosso sindicato nacional assumiu uma inexplicável posição de neutralidade no primeiro turno, e só veio se juntar à campanha em apoio a Lula no segundo turno.
Tal imobilismo se traduz também na insistência do Andes em se manter filiado à CSP-Conlutas, central sindical que se apresenta hoje como se apresentou historicamente: contrária a governos de “conciliação de classes” e, por isso, contrária ao Reuni e às Cotas. A diretoria da AdUFRJ assume um posicionamento crítico à atual diretoria do Andes e defende a desfiliação da CSP-Conlutas, reafirmando uma visão sindical que remonta aos primórdios do sindicato, na melhor tradição de Luiz Pinguelli Rosa — mais aberta e mais democrática.
Além de uma inserção mais afirmativa no campo político, a AdUFRJ dedicou em 2022 especial atenção à ampliação dos serviços aos filiados, fortalecendo um trabalho iniciado nas três últimas gestões do nosso sindicato. Conquistamos um novo plano de saúde, lançamos uma campanha de valorização dos docentes, ampliamos o atendimento jurídico e nossa rede de convênios, além de intensificarmos a luta pelas progressões de carreira e pelo pagamento integral dos adicionais de insalubridade. São frentes de trabalho que terão continuidade em 2023.
Alvos preferenciais do desgoverno Bolsonaro, as universidades federais enfrentaram ataques à sua autonomia e cortes de recursos que colocaram em risco seu funcionamento. Mesmo diante de tantos obstáculos, a UFRJ retomou suas atividades presenciais em abril. Os reflexos da falta de recursos se traduziram em condições inadequadas de trabalho, mas a comunidade acadêmica soube resistir e avançar. No fim do ano, a escassez de recursos quase nos levou à suspensão das atividades, estudantes ficaram sem bolsas e terceirizados e extraquadros, sem salários. Mas, uma vez mais, lutamos pelo desbloqueio de recursos e agora esperamos que, no novo governo, a educação pública tenha a atenção que merece.
Também merecem atenção as áreas de Ciência e Tecnologia, outros alvos do governo negacionista que já vai embora. Lembramos aqui o trabalho do Observatório do Conhecimento, que ao longo de 2022 contribuiu para lançar luz sobre as trevas. Merece destaque o Orçamento do Conhecimento, que mostrou o tamanho das perdas da Educação Superior e da Ciência: quase R$ 130 bilhões desde 2015.
Será preciso muito trabalho para reconstruir tudo o que foi destruído ao longo dos quatro anos de governo Bolsonaro. Mas, nessa virada do ano mais longo de nossa história para uma era de recomeço, temos de novo a esperança de um convívio democrático, sem ameaças de ruptura. Dos escombros de um ano que marca o fim de um tempo de trevas, vislumbra-se um 2023 de luz.
Feliz Ano Novo!

CONFIRA AQUI OS TEMAS DA RETROSPECTIVA:

UNIVERSIDADE

POLÍTICA

CIÊNCIA

OBSERVATÓRIO DO CONHECIMENTO

SINDICAL

 

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