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Dois policiais armados, sem mandado, subiram até o segundo andar do prédio onde estudantes tomavam café

Alegação é que utilizariam o local como “ponto de observação”

Samantha Su. Estagiária e Redação

Dois policiais do 17º Batalhão da Ilha do Governador, armados com pistolas e fuzis, entraram no prédio do alojamento da UFRJ na tarde de sábado (21 de março) sob a alegação de que iriam utilizar o local como ponto estratégico de observação da área.

Segundo os moradores, cuja identificação está preservada, os seguranças terceirizados questionaram a presença da PM e registraram a entrada no chamado “livro de partes” da casa. Os policiais circularam pelo hall do prédio e subiram até o segundo andar, onde há uma área comum e o corredor de acesso aos quartos. Lá teriam sido novamente indagados, desta vez pelos estudantes: “Estávamos tomando café, um deles entrou e estava com um fuzil em punho e, na hora, ficamos assustados. Eles responderam, sempre com muito deboche, que só estavam dando uma olhada, para não ficarmos ‘assustadinhos’. Nos perguntaram ainda se nunca tínhamos visto um PM na vida. Chegamos a questionar se eles sabiam que não poderiam estar a serviço e armados dentro de um prédio federal. Eles foram irônicos dizendo que não era para nos preocuparmos, que eles estavam só passeando”, relatou um residente. 

Reitoria contemporiza

No Consuni do dia 26 de março, o reitor Carlos Levi afirmou, primeiramente, não haver “explicação ou justificativa” para o que aconteceu. Porém, em seguida, informou que a universidade foi avisada e autorizou a entrada da PM, mas não esclareceu por qual setor.  “Eles solicitaram para investigar um caso”, disse apenas. O dirigente também não entrou em detalhes sobre a ocorrência que teria motivado a ação.

A assessoria da Prefeitura Universitária, por sua vez, alegou que a Diseg e a Administração da Residência só foram informados do episódio pelo registro no livro de partes da portaria. Sendo assim, ainda segundo a Prefeitura, a autorização se deu por uma “decisão local” da segurança patrimonial terceirizada, que tem discernimento para “definir quem entra e sai do alojamento”.

A assessoria da Prefeitura alegou ter sido uma “ação banal”, que durou poucos minutos, e que os policiais militares teriam utilizado o alojamento como ponto de observação, como “uma árvore ou um poste”. Por fim, afirmou que “é do interesse comum que a Polícia Militar faça patrulhamento ostensivo”, ainda que esse tenha sido em ambiente residencial dentro da universidade. A Prefeitura também não julgou ser necessária uma conversa de retorno aos estudantes sobre o ocorrido, segundo eles: “A ação não teve o peso que está sendo dado em sua repercussão”.

Reações no Consuni

Ainda no Consuni, Maria Malta (representante dos Adjuntos do CCJE) afirmou que os relatos são de constrangimento aos estudantes. Pablo Benetti (pró-reitor de Extensão) e Cristina Riche (Ouvidora da UFRJ) expressaram preocupação em relação ao tema. A ouvidora destacou que o alojamento é “local de descanso dos estudantes” e defendeu a preservação do espaço. “Para entrar, no mínimo, com mandado”, frisou. Além disso, Riche destacou que a situação deixa vulneráveis não apenas os alunos, mas também os trabalhadores do alojamento. Na mesma direção, o pró-reitor qualificou como inaceitável o episódio. 

 
Na Unesp, autoritarismo ainda vivo
Dezessete alunos estão ameaçados de expulsão da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista. De acordo com a instituição, teriam cometido infrações disciplinares previstas no regimento interno.  Mas, para diversas entidades sindicais e estudantis mobilizadas para o assunto, eles sofrem perseguição política por terem participado ativamente de manifestações pela melhoria das condições de assistência ao corpo discente da Unesp.
Em 29 de maio do ano passado, 14 deles estiveram em uma ocupação da diretoria daquela faculdade (os outros três são dirigentes do movimento estudantil), que durou menos de um mês. Em 20 de junho, após pedido de reintegração de posse feita pela direção do campus onde fica a faculdade, um desproporcional efetivo de 150 policiais retirou à força os poucos alunos do local.
Algum tempo depois, foi iniciado um processo administrativo que chegou à polêmica punição, publicada em Diário Oficial do estado, no fim de janeiro último. Contudo, os estudantes, auxiliados por advogados contratados pela Associação de Docentes da Unesp (Adunesp), entraram com recurso junto à reitoria e conseguiram um “efeito suspensivo”. Agora, a penalidade da expulsão será reavaliada em uma reunião do Conselho Universitário de 24 de abril. Até lá, está resguardado o direito de matrícula e os alunos poderão continuar a assistir às aulas.  (Samantha Su)

Deu no Jornal Nacional?

Se vivo, o ministro da Propaganda do Reich na Alemanha nazista, Joseph Goebbels, invejaria o poder da meia dúzia de barões da mídia no Brasil. Eles acordam pela manhã com a certeza do controle absoluto sobre a audiência de milhões de pessoas. Ditam o conteúdo de jornais, dos principais portais na internet, de rádios, de TVs abertas e fechadas. O aparato midiático funciona como máquina ideológica da dominação por meio de informativos e de todo o cardápio que possa se encaixar na rubrica entretenimento. No caso dos jornais, não é hipérbole afirmar que o que acontece, para existir, tem que ser notícia no Jornal Nacional, na TV Globo. Tamanho poder da mídia concentrada faz com que os seus donos determinem a agenda do país, sempre pelo caminho mais conservador e reacionário. As discussões sobre a imperativa necessidade de um marco regulatório para o setor, já há algum tempo, estão presentes no horizonte político no país. A correlação de forças impede o avanço na recuperação das concessões públicas (rádio e TV) – mesmo dentro dos mais acomodados critérios republicanos. A Imagem da Semana (foto) desta edição mostra a exuberância do movimento de professores da rede estadual de São Paulo ocupando as ruas da capital do estado mais importante do país. O retrato das ruas lotadas foi divulgado nas redes sociais. Eram mais de 30 mil trabalhadores da educação protestando contra as condições de trabalho impostas pelo governo Alckmin (PSDB). Esta imagem não foi televisada.


Na marra

A sede da Associação dos Moradores da Vila Autódromo está entre os imóveis desapropriados por decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB) na semana passada. A entidade há anos organiza a luta dos moradores que tentam resistir contra a extinção do bairro.

Paes não cumpriu a palavra firmada anteriormente de que qualquer solução para o caso seria negociada. A Vila Autódromo é vizinha do futuro Parque Olímpico dos Jogos de 2016.

Segundo o Dossiê Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Rio de Janeiro, cerca de oito mil famílias foram removidas ou estão ameaçadas por remoções por conta dos Jogos de 2016. 

Pelas contas do dossiê, só na Vila Autódromo são 280 famílias que terão de deixar o lugar.

 

Alex Schomaker

A praça em frente ao campus da Praia Vermelha da UFRJ ganhará o nome do estudante da Biologia Alex Schomaker, assassinado durante um assalto no ponto de ônibus do local, em 8 de janeiro. 

Dias 7, 8 e 9 terão atividades sobre temas que afetam o dia a dia de trabalho e estudo na universidade. Jornada vai discutir, ainda, a pauta nacional dos SPF

Conselho de Representantes acontece nesta semana

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Os dias 7, 8 e 9 de abril serão dias de luta e mobilização na UFRJ. A definição ocorreu na Assembleia Geral da Adufrj-SSind, realizada em 27 de março. A Seção Sindical vai articular a pauta nacional dos servidores públicos federais à realidade de precarização das condições de trabalho na UFRJ. Este encaminhamento será levado ao Setor das Federais do Andes-SN, que se reúne neste fim de semana em Brasília (DF).

A ideia é fazer atividades com denúncia de todos os graves problemas que atravancam o cotidiano na universidade. Salas em contêineres, o problema gerado pela terceirização, os profissionais sem salários, os graves assédios sofridos pelos novos professores para que ingressem na Funpresp (fundo privado de previdência complementar dos servidores), a revisão dos 26,05%, a retirada de direitos dos trabalhadores em geral, a crise aguda da assistência estudantil...

“A urgência dos temas precisa ser entendida pela comunidade acadêmica. A construção da pauta local em conjunto com a nacional é fundamental para a conscientização dos professores sobre a dimensão da luta que precisamos travar neste ano de 2015”, alertou o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro. 

Congresso da CSP-Conlutas

A AG definiu e delegou à diretoria da Seção Sindical que, em conjunto com o Conselho de Representantes (CR), elabore e envie a contribuição da Adufrj-SSind para constar no Caderno de Textos do II Congresso da CSP-Conlutas, marcado para junho deste ano. O CR deverá se reunir nesta semana (dia, horário e local serão informados no site e nos perfis da entidade nas redes sociais). 

Houve também a participação do Setor Jurídico na AG que esclareceu dúvidas a respeito dos 26,05% (veja nota nesta página).

PMs no alojamento da UFRJ, por Diego Novaes 

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O mais novo outdoor da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) faz uma homenagem ao educador Paulo Freire (1921-1997), atacado em uma faixa das manifestações de 15 de março. No painel, localizado na zona sul da cidade, ao lado do ex-Canecão, é destacada uma de suas expressões, do livro “Pedagogia do Oprimido”: “Nenhuma ‘ordem’ opressora suportaria que os oprimidos todos passassem a dizer: ‘Por quê?’”.

Dia Nacional em Defesa da Educação Pública

Além da reverência a Freire, o outdoor reservou um espaço para anunciar o ato do Dia Nacional em Defesa da Educação Pública,  dia 26.

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