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Com a maior bancada oposicionista dos últimos congressos, o Renova Andes avalia que pode vencer as próximas eleições para a diretoria do Andes. “Trouxemos 115 docentes. Estamos crescendo e temos esperança de ganhar as próximas eleições”, resume Luis Antônio Pasquetti, professor da Universidade de Brasília, e um dos coordenadores do Renova.
O grupo tem representantes em universidades de todo o país, entre elas a UFRJ, onde as três ultimas diretorias da AdUFRJ se aproximaram do Renova. “Ter a AdUFRJ com a gente é uma honra. É a maior associação docente do país e isso sinaliza que estamos no caminho certo de reaproximação dos professores com o Andes”, completa Pasquetti.
“Queremos debater temas relacionados ao cotidiano dos professores e da Ciência. O momento político é dramático e precisamos nos aproximar da SBPC e das associações científicas”, explica a professora Elisa Guaraná, presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
A seguir, as professoras Eleonora Ziller e Erika Suruagy, integrantes da coordenação nacional do Renova, avaliam os desafios do movimento e a participação no Congresso.

WhatsApp Image 2022 04 05 at 16.09.45ELEONORA ZILLER Integrante da coordenação nacional do Renova Andes e ex-presidente da AdUFRJO Renova é um acontecimento importante dentro do movimento sindical dos professores. Ele vem ganhando expressão, tem conseguido ampliar sua atuação em várias universidades e traduz um anseio muito grande daqueles que atuam no movimento docente.
Hoje, o Renova corresponde a uma franja muito diversificada, não só do ponto de vista partidário, mas também de diversos lugares do país. Em Porto Alegre, foram mais de cem delegados identificados conosco. A novidade é que não se trata de mais um movimento dirigido por uma corrente política. O Renova não é nada disso.
A participação da UFRJ nesse grande movimento de renovação do Andes tem sido crescente e tem amadurecido a cada ano. Em 2018, na eleição para a direção do Andes, participamos eleitoralmente sem muita organicidade. Na eleição passada, em 2020, o professor Felipe Rosa entrou na chapa como primeiro vice-presidente regional e isso já deu uma outra cara ao grupo.
Ganhamos a eleição na UFRJ e trouxemos um aumento de 40% no quórum de participação dos professores. Nossa meta é ampliar ainda mais. Queremos mostrar, com consistência e profundidade, a percepção de que um sindicato de docentes deve ser voltado para o conjunto dos professores, e não apenas para uma pequena parcela militante.
Outro ponto que me impressionou em Porto Alegre foi o debate sobre o Observatório do Conhecimento. Ele explicitou um posicionamento do Andes com o qual nós temos profundas divergências. O Observatório é um exemplo dessa experiência pois envolve ADs com diversos posicionamentos.
Achamos que o Andes precisa dialogar com a comunidade científica. Foi estranhíssimo, na mesa de abertura, não haver ninguém da SBPC, da ABC, nem da União Nacional dos Estudantes. Ficou explícito que a diretoria do Andes acredita que o sindicato não pode estar ao lado de quem não defende as suas teses. Para o Renova, isso não é problema. A gente pode permanecer com as nossas teses, defendê-las com segurança e com firmeza, mas é urgente que possamos nos sentar com todos que defendam a democracia, a ciência, a liberdade de pensamento, a cultura e arte sem censura
Apesar da derrota, eu fico feliz ao ver que a tese do Observatório do Conhecimento foi rejeitada por 199 a 130. Em outros tempos, isso seria inimaginável. O Observatório entrar na pauta do Congresso demonstra que o Andes pode ser mudado e que, em breve, ele poderá sair de seu isolamento da vida nacional.

 

WhatsApp Image 2022 04 05 at 16.09.45 1ERIKA SURUAGY Integrante da coordenação nacional do Renova Andes e Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe)Destaco alguns pontos positivos sobre a atuação do Renova no Congresso de Porto Alegre. Conseguimos, por exemplo, fazer um bom debate acerca do retorno do Andes ao Dieese. Nesse momento histórico, em que estamos no meio de uma campanha salarial, esse é um reforço na luta de nossas seções sindicais e do próprio Andes.
O Renova também abriu uma discussão sobre as metodologias do congresso e, embora, ainda não tenhamos um resultado positivo, já começamos a mostrar a importância de realizar um debate verdadeiramente democrático, que represente o conjunto da categoria.
Tenho certeza de que o Renova Andes chega muito mais organizado e com muito mais propostas, com muitas TRs, que discutem desde as questões salariais, passando também pelas questões das nossas aposentadorias. Apresentamos um TR específico que diz respeito à mudança previdenciária que nos passa para o INSS.
E avançamos do ponto de vista organizativo. O Renova Andes veio para esse congresso com mais de 100 delegados sintonizados, é nossa maior delegação até agora.
Na nossa avaliação, a diretoria do Andes está distante da nossa categoria. Estamos aqui para reafirmar o compromisso do Renova Andes de devolver o nosso sindicato nacional para a sua categoria. A gente sai daqui fortalecido do ponto de vista político e organizativo.

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“Política não é churrasco em que a gente convida só os amigos. Nós temos que fazer política com quem pensa diferente. E é isso que o Observatório do Conhecimento quer. Queremos falar com toda a sociedade, disputar por meio de nosso potencial reflexivo toda a sociedade, e não apenas militantes de esquerda”, resumiu a vice-presidente da AdUFRJ, Mayra Goulart, sob aplausos da plateia, no debate sobre a inclusão ou não de uma menção ao Observatório do Conhecimento no texto de resolução 32, que tratou da Política de Ciência e Tecnologia.

A fala de Mayra foi uma resposta às críticas da oposição da AdUFRJ ao Observatório do Conhecimento que, em fevereiro desse ano, convidou economistas de várias vertentes para um debate. Participaram o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o economista André Lara Resende e as professoras Laura Carvalho, Esther Dewck e Monica de Bolle. “Não queremos que nossa base debata com banqueiros e inimigos da universidade, como fez o Observatório ao chamar o Armínio”, atacou Markos Klemz, vice-presidente regional do Andes e professor de Filosofia da UFRJ.
“Tenho confiança nos meus argumentos. Quero debater com Armínio Fraga e com quem quer que seja porque quero mostrar a força dos meus argumentos. Prefiro mil vezes um debate com 200 pessoas que pensam diferente do que um com 20 que pensam igual”, emendou o professor Luis Rojo, da delegação da Universidade Federal Fluminense e também entusiasta do Observatório, rede de associações docentes, idealizada pela AdUFRJ, para articular atividades em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
No Congresso de Porto Alegre, os professores ligados à diretoria da AdUFRJ assinaram uma série de textos em defesa da aproximação entre o Andes e o Observatório. A proposta de ligação entre as duas entidades foi rejeitada por 199 a 130 votos. O debate que antecedeu a votação, no entanto, foi dos mais intensos e interessantes do Congresso. “A qualidade do diálogo se estabelece pela qualidade dos interlocutores. O que o Observatório faz é estimular o debate qualificado, e debate qualificado se faz com quem pensa diferente”, resumiu o professor Felipe Rosa, ex-diretor da AdUFRJ, em outra intervenção bem aplaudida.

bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

A principal matéria desta edição aborda mais uma faceta do projeto de destruição empreendido pelo (des)governo Bolsonaro contra a universidade pública, a Educação, a Ciência e a Tecnologia: a queda vertiginosa do valor das bolsas de pós-graduação no país. Embora já estejam sofrendo a desvalorização há mais tempo — estão congeladas há nove anos —, as bolsas de mestrado e doutorado vivem seu pior momento sob a égide negacionista do atual governo. As do CNPq e da Capes atingiram, neste 2022, o menor valor real desde 1995. Se, naquele ano, uma bolsa de doutorado pagava R$ 1.073 — o que correspondia a dez salários mínimos da época, ou doze cestas básicas —, hoje ela vale menos de dois salários mínimos e permite a compra de apenas três cestas básicas.

Esse cenário sombrio tem afastado muita gente da vida acadêmica. O professor Felipe Rosa, ex-diretor da AdUFRJ, tem observado um movimento preocupante de desistência no programa de pós-gradução do Instituto de Física, onde leciona. “Desde 2017, muitos fazem o mestrado e mudam de área. E conheço dois casos de pessoas parando o doutorado no meio e abrindo mão da bolsa, porque arrumaram emprego. Na minha época, não me lembro de ter acontecido algo assim. O valor da bolsa é muito ruim. A gente não consegue atrair praticamente ninguém que precisa se sustentar”, atesta o professor. Esse movimento é evidenciado pela queda na procura pelos programas stricto sensu de pós-graduação da UFRJ nos últimos anos. O número de ingressantes foi de 4.096 em 2018, caiu para 3.975, em 2019; 3.816, em 2020; e 3.542, em 2021. Confira em nossa matéria nas páginas 4 e 5.
Na contramão desse panorama de descaso com a Ciência e a Educação, a AdUFRJ vai defender propostas de valorização dessas áreas no 40º Congresso do Andes, que começa no próximo domingo, em Porto Alegre. Segundo a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, a diretoria assina cinco dos 57 textos que serão debatidos no encontro, entre os quais o 43 (A defesa do ensino público e a participação no Fórum Nacional Popular de Educação) e o 46 (A luta por políticas públicas para C&T no Brasil). “O texto 43 prevê a reconstrução de uma instância de participação ignorada pelos dois últimos governos federais. O Fórum Nacional de Educação foi destituído depois do golpe de 2016, com o impeachment da Dilma, e o governo Bolsonaro segue nesse fechamento das instâncias participativas. É importante a reconstrução desses fóruns”, defende Mayra, delegada representante da diretoria no congresso.
Já sobre o texto 46, a professora ressalta a necessidade de valorização da área de C&T para a categoria docente: “Essa tese aborda uma das razões do afastamento dos docentes do sindicalismo, que é a postura do Andes de não encampar pautas relativas à Ciência e Tecnologia. E nós incluímos nesse texto a importância de o Andes contribuir para o Observatório do Conhecimento, onde a AdUFRJ tem protagonismo, e que visa a aumentar a interação com a sociedade civil e com o Congresso em prol de mais verbas para a área de C&T”. Tema de nossa matéria na página 3, o 40º Congresso do Andes terá como tema central “A vida acima dos lucros: Andes-SN 40 anos de luta!” e será o primeiro evento deliberativo presencial da entidade desde o início da pandemia de covid-19.
E por falar em presencial, nossa reportagem nas páginas 6 e 7 mostra os preparativos na UFRJ para o reinício das aulas, em 11 de abril. A pouco mais de duas semanas do retorno, algumas unidades relatam problemas que vão desde a infraestrutura física dos prédios — como falta de ventilação e furto de aparelhos de ar-condicionado — até redução ou ausência de ofertas de transportes e de locais para alimentação, sobretudo no Fundão. No Colégio de Aplicação, as dificuldades são de pessoal: a unidade vai começar o período letivo com menos 36 professores, pois não recebeu autorização para a contratação de substitutos em tempo hábil.
Na semana em que mais um escândalo de corrupção do governo Bolsonaro veio à tona, com as denúncias de interferência de pastores evangélicos na aplicação de verbas do MEC (veja AQUI), pelo menos uma boa notícia: na página 8, trazemos uma matéria sobre as atividades do Centro Nacional para Identificação Molecular do Pescado (Cenimp), que inaugurou suas instalações no último dia 18.
Boa leitura!

mst mECFoto: Matheus Alves/MSTO Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou um ato em frente ao MEC, na manhã desta sexta-feira (25). Os militantes protestaram contra a existência de um gabinete paralelo na pasta, formado por pastores aliados do ministro Milton Ribeiro e de Jair Bolsonaro.
O governo nega, mas, em áudios divulgados pela imprensa esta semana, há indícios de que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura negociavam junto a prefeitos a liberação de recursos federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O ministro diz, nas gravações, que a intermediação ocorreria para atender a um “pedido especial” do presidente.
O MST levou a escultura de um bezerro de ouro — em alusão a uma passagem bíblica —, para simbolizar a relação entre os pastores e o governo. Na linguagem corrente, a expressão “bezerro de ouro” tornou-se sinônimo de um falso ídolo: por exemplo, o dinheiro. O prefeito de Luís Domingues (MA) disse que o pastor Arilton Moura teria lhe pedido um quilo de ouro como propina em troca da liberação de recursos do MEC para a construção de escolas e creches.
A Academia Brasileira de Ciências e a SBPC manifestaram preocupação com as notícias do escândalo e cobraram respostas do ministério, em nota conjunta divulgada dia 22. “Lembramos que desde 1889 as instituições religiosas estão separadas do Estado no Brasil, e que nossa República é laica, regime expressamente determinado por todas as Constituições republicanas, inclusive a de 1988. Isso significa que as decisões do Poder Público não podem se subordinar a preceitos de qualquer religião”.
A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de um inquérito contra Milton Ribeiro para apurar as supostas irregularidades nos repasses do MEC. “A gravidade do quadro descrito é inconteste e não poderia deixar de ser objeto de investigação imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências, incluídas as penais”, diz um trecho da decisão.

WhatsApp Image 2022 03 25 at 23.55.55Lucas Abreu e Silvana Sá

Os desafios impostos à universidade no retorno presencial não se resumem a atos legislativos decididos nos colegiados superiores da UFRJ. A burocracia para permitir a volta das aulas nos campi é apenas a ponta do iceberg de problemas que se acumulam há, pelo menos, dois anos. E dizem respeito, em grande medida, à infraestrutura, orçamento curto e à própria estrutura da cidade. “Não ter todas as linhas de ônibus rodando no Fundão, por exemplo, impacta diretamente esse retorno. Atinge estudantes, técnicos, terceirizados e professores”, ilustra o professor Edson Watanabe, da COPPE. “Outro problema que identificamos é em relação à alimentação, pois muitos trailers e quiosques acabaram fechando em definitivo com a pandemia”, afirma.
O docente foi um dos integrantes do Conselho de Representantes da AdUFRJ a enviar para o sindicato um compilado dos principais problemas enfrentados por suas unidades. Na COPPE, por exemplo, Watanabe e os conselheiros Marcello Campos e Leda Castilho listaram necessidades como: aquisição de novos aparelhos de ar-condicionado, já que os do Programa de Engenharia de Transportes foram furtados; mobiliário; limpeza geral do campus do Fundão; aumento da segurança que inviabilize os furtos de aparelhos e de cabos de cobre.
A infraestrutura para atender pessoas com deficiência também é um ponto de preocupação levantado pelo professor Watanabe. “O elevador do meu bloco, por exemplo, está quebrado. Como uma pessoa com deficiência vai subir três andares de escadas?”, questiona. “Enfim, são vários os problemas, nós vamos ter trabalho, mas os desafios ainda são menores do que eram lá atrás, na década de 70”.
No Instituto de Biologia, o clima está entre a empolgação pela volta das aulas presenciais e dúvidas, que serão respondidas no dia a dia, sobre as reais condições de segurança. Segundo o levantamento feito pelos integrantes do Conselho de Representantes, o ponto mais crítico é a ventilação. “Na Biologia tem um problema, que é na verdade de todo o CCS, que é o subsolo. É muito importante que os exaustores estejam funcionando”, conta a professora e conselheira Christine Ruta. Segundo o relatório enviado pelos professores, os exaustores do subsolo do CCS não funcionam há oito anos. Outras necessidades listadas pelos docentes foram a abertura das janelas no vão das escadarias que dão acesso ao subsolo, o fornecimento de álcool para professores e técnicos, a revisão e manutenção de todos os ventiladores das salas de aula e a colocação de sabão nos banheiros.
“Eu espero que o GT Coronavírus recomende que seja obrigatório o uso de máscaras nos lugares fechados da universidade”, diz Christine. Para ela, os alunos que ficaram afastados das aulas práticas (retomadas no ano passado) ainda têm incertezas se conseguirão cumprir todo o currículo. “Estes alunos estão ansiosos, querem saber se vão poder ter aulas práticas e recuperar o tempo perdido. E é complicado porque não vamos poder encher muito as salas”, explica. A despeito de tantos problemas, segundo ela, há muita disposição no instituto para voltar às salas de aula. “A indicação de manter a máscara, por exemplo, é importante até porque não sabemos como vai se comportar o coronavírus”, acrescenta.
A ventilação também é um desafio na Escola de Química. “Nossas salas têm ar-condicionado, as janelas são altas e não têm ventiladores. Vamos precisar arejar essas salas”, explica o professor Alexandre Leiras, também integrante do CR. Ele conta que o relatório sobre as mudanças necessárias foi feito a partir de uma conversa com a direção da Escola. Sua avaliação é de que o clima entre os professores é de expectativa pelo retorno. “A maioria dos professores com quem converso está bastante otimista. Eu mesmo não vejo a hora de voltar, tanto que voltei a dar aulas práticas em novembro do ano passado”, conta o professor, que ressalta, ainda, que sua unidade nunca deixou de funcionar.
Alexandre foi diretor adjunto de Infraestrutura da EQ até dezembro do ano passado. O fato de ser uma unidade concentrada em apenas um bloco, de acordo com ele, ajuda a garantir as condições mais adequadas para o retorno. “A Escola de Química está limpa, iluminada, pronta para receber as aulas a hora que for. Mas essa é uma visão particular da nossa unidade, que é pequena”, reconhece. “É um caso muito diferente de unidades onde os dirigentes dizem que não têm condições de voltar”, alerta.

Problemas de pessoal
A infraestrutura não foi o maior problema enfrentado pelo Colégio de Aplicação no retorno do ano letivo de 2022. “Nosso grande problema foi de pessoal. Começamos o ano letivo com menos 38 professores (36 substitutos e 2 com comorbidades)”, revela a professora Thais Motta, uma das representantes do CAp no CR. A autorização para contratação dos substitutos só chegou em fevereiro. “Fizemos o processo de seleção junto com o início das aulas presenciais, num momento muito sensível, de acolhimento dos estudantes que passaram dois anos sem convívio social”, relata. “Trabalhamos dois sábados seguidos, o dia inteiro, para finalizar o processo o mais rápido possível”.
O relato foi enviado também formalmente à AdUFRJ, no formulário assinado por Thais e as professoras Lorenna Carvalho, Simone de Alencastre e Thayná Marques. A escola tem duas unidades: a de Educação Infantil fica no Fundão, enquanto na Lagoa se concentram os ensinos Fundamental e Médio. “Nossas aulas começaram no dia 7 de fevereiro. Houve todo um planejamento, obras nas duas unidades, apesar de ainda haver algumas demandas, tudo o que cabia a nós, nós fizemos”.
Faltando tanta gente no quadro, a única forma encontrada pelos professores da escola para iniciar o ano letivo foi aumentar suas cargas horárias em sala de aula. O resultado: exaustão. “Conseguimos manter as aulas, mas a um custo muito alto. Estamos dando as nossas aulas e cobrindo a maior parte das outras turmas sem professores, além de darmos conta das demais tarefas, como atividades de pesquisa, orientações de licenciandos, atuação na extensão e todas as demais funções de ensino”, detalha a professora.
Os professores substitutos só começaram a chegar nesta semana, quase dois meses depois do início das aulas integralmente presenciais do Colégio. “A gente espera que isso não volte a acontecer. O CAp não é um apêndice da UFRJ, ele é parte da universidade e precisa ter suas especificidades levadas em consideração. Nosso calendário não é igual ao do ensino superior”.

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