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Beatriz CoutinhoO DNA não mente. É com essa premissa, partindo da Genômica Pesqueira, que trabalha o Centro Nacional para Identificação Molecular do Pescado (Cenimp) da UFRJ, cujas novas instalações foram inauguradas no último dia 18. Vinculado ao Instituto de Biologia, o Centro descende da antiga Rede Nacional para Identificação Molecular do Pescado (Renimp) e tem entre os seus objetivos a checagem das espécies comercializadas, a delimitação de estoques pesqueiros e a busca por marcadores de poluição. O Cenimp conta com o maior banco de sequências de DNA da América Latina, que permite a identificação dos pescados mesmo quando processados.
“O Cenimp é a minha maneira de prestar serviços à sociedade”, assegura o coordenador e idealizador do Centro, professor Antônio Solé. Apesar de não ter poder de fiscalização, o Centro colabora com as autoridades — como Polícia Civil e Ministério Público — com suas publicações científicas. “Usamos as ferramentas da Ciência para informar legisladores e fiscalizadores”, destaca o professor Frederico Henning, que coordena as atividades de pesquisa e inovação na área da Genômica Pesqueira no Cenimp. Além de pesquisa, o Cenimp realiza extensão junto à ONG Oceana, que busca evitar a comercialização de espécies ameaçadas.
Filha de pescador, a reitora Denise Pires de Carvalho prestigiou a inauguração das novas instalações do Cenimp e destacou sua importância para a UFRJ e para o país. “A identidade desse pescado serve não somente para o pescador, mas para toda a rede de comércios, restaurantes e para a sociedade saber o que está consumindo”, afirmou. Relembrando a infância no barco ao lado do pai, a reitora fez um alerta sobre a questão ambiental. “Sou da geração que parou de nadar na Baía de Guanabara porque um nadador pegou hepatite A”, contou. “Não é possível que a gente continue maltratando tanto o meio ambiente”.
O Cenimp é um mar de possibilidades. Estuda-se o limite dos estoques pesqueiros de merluzas, corvinas e tamboris para definir quantas toneladas podem ser pescadas anualmente de maneira sustentada. Analisando mais de 7.000 partes do genoma de ostras do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, o Centro investiga possíveis diferenças genéticas das mesmas espécies em lugares muito e pouco poluídos. Quando o assunto é identificação de pescados, as pesquisas vão do filé ao peixe processado em bolinhos e croquetes, resguardando quem consome e impedindo que espécies crípticas (muito similares), às vezes ameaçadas, sejam comercializadas.
Daniela Souza, da equipe do Cenimp, estuda a substituição do linguado (Paralichthysspp.) desde a sua iniciação científica (2018), examinando a taxa de fraude em supermercados. Durante seu mestrado, a coleta foi ampliada para feiras, peixarias e restaurantes. Os objetivos eram localizar a prevalência dessas substituições, buscando um alvo para as fiscalizações, e o desenvolvimento de metodologias de identificação molecular focadas nas espécies de maior ocorrência nas substituições. A pesquisa mostrou que os pescados substituídos eram 20 vezes mais caros, além de a fraude mascarar o verdadeiro estado das populações de linguados, às vezes ameaçadas. “Nos restaurantes, a taxa de fraude chegou a 82% e nas feiras, a 61%. Além da descaracterização morfológica, há uma possibilidade de mascarar o sabor e o aspecto do filé”, ressalta. Devido à rígida fiscalização, ocorreu uma queda de 12% na taxa de fraude nos supermercados.
Nem os bolinhos de bacalhau escapam. Na ponta da cadeia da atividade pesqueira, a pesquisa de Carine Belau mostra que mais de 20% do bacalhau comercializado no Rio de Janeiro não são bacalhau de verdade. “É um dano econômico para o consumidor. Espécies que são mais baratas podem ser vendidas como mais caras”, aponta a mestranda, também da equipe do Cenimp. Segundo a Instrução Normativa 53 (2020), somente o bacalhau “cod” (Gadus macrocephalus) e o “do Porto” (Gadus morhua) podem ser comercializados como bacalhau legítimo. Os falsos são peixes salgados secos, como ling e poloca do Alaska. “Arranca-se a cabeça, o rabo e as escamas do peixe, deixando-o como posta ou filé, impossibilitando a identificação a olho nu ou morfológica”, explica Carine. Sua pesquisa originou a aula “Que bacalhau é esse?” em escolas públicas, fruto do projeto pedagógico “UFRJ Doa uma Aula”. A proposta é mostrar as espécies de bacalhau e as técnicas aplicadas para identificar fraudes.
As fraudes podem trazer riscos à saúde. Hoje, 75% dos peixes rotulados como linguado são, na verdade, panga (Pangasianodon hypophthalmus). “Esse peixe pode conter contaminantes por conta de sua origem de cultivo, o que poderia gerar um problema de saúde pública”, alerta Daniela. No caso do bacalhau, os consumidores podem respirar aliviados. Embora as outras espécies não estejam classificadas como bacalhau pela legislação, ainda assim constam como peixes destinados ao comércio nacional. “São tão bons para a saúde quanto o bacalhau. Só fazem mal ao bolso”, brinca o professor Solé.
O banco de sequências de DNA do Cenimp conta com 220 espécies, o que representa 99% de todo o pescado marinho brasileiro. O objetivo inicial era coletar as 100 espécies mais comuns no Brasil e sequenciar seu DNA. A quantidade de espécies brasileiras no banco de DNA internacional, o GenBank, era muito baixa: “Sempre que precisávamos tentar identificar algum pescado nacional, esbarrávamos nisso”, conta Solé. Orgulhoso, o professor lembra que, apesar da meta inicial ser o sequenciamento de 100 espécies, eles realizaram mais de 190. O próximo passo do Centro é a identificação de pescados em água doce.
O financiamento para o projeto veio de agências de fomento, Faperj, CNPq e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antes de ser extinto, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) chegou a ser seu principal financiador.
Novo laboratório: modernidade e segurança
Inaugurado na última sexta (18), o Cenimp tem sua equipe composta pelos dois coordenadores, professores Antônio Solé e Frederico Henning, e 11 pesquisadoras de iniciação científica, mestrado, doutorado e direcionamento científico-tecnológico. O projeto custou R$ 1,1 milhão. Já o Banco de Dados demorou dois anos para ficar pronto, ao custo de de R$ 800 mil. As novas instalações ocupam uma área de 400 metros quadrados e contam com freezers para estocagem de tecidos, laboratório e salas de preparo de soluções, experimentos moleculares e sequenciamento de DNA. O Cenimp tem todos os requisitos de segurança que um laboratório precisa para certificação.
Apesar da felicidade do corpo acadêmico com a inauguração, a reitora Denise Pires de Carvalho reforçou o compromisso com mais agilidade na construção de centros e laboratórios de pesquisa da UFRJ. A licitação do Cenimp foi em 2014 e o prédio ficou pronto em 2016, mas vários problemas de infraestrutura foram enfrentados. Com uma pandemia que ainda perdura, a inauguração era pra ter ocorrido em janeiro, mas foi postergada para março. “Você [professor Antônio Solé] não precisava ter esperado tantos anos. Captou o recurso, a construção tem que acontecer”, disse Denise. “Precisamos desobstruir os caminhos de quem trabalha sério pela universidade. Porque quem trabalha sério pela universidade está trabalhando sério para o povo brasileiro.”
COMO FUNCIONA O CENIMP
O Centro tem uma biblioteca de sequências de DNA com quase todas as espécies de pescado marinho brasileiro (99%), de onde se tiram os dados de comparação com as amostras. Para isso, foram coletados peixes inteiros, identificados por zoólogos. A biblioteca consiste em pedaços de tecido de 220 espécies.
Depois, é retirado o DNA de cada amostra de tecido. Esses DNAs são sequenciados para três genes, sendo dois da mitocôndria (organela responsável pela respiração celular) e um do núcleo. Forma-se então uma segunda biblioteca, que conta com esses três genes dessas espécies de pescado, totalizando mais de 4.000 sequências de DNA.
Com essa segunda biblioteca, podem ser feitas análises de amostras de pescados comercializados em restaurantes, feiras, mercados ou peixarias.
As sequências obtidas são comparadas com as da biblioteca por meio de um programa de computador. A partir desse programa, o pesquisador poderá saber qual sequência na biblioteca mais se parece com aquela da amostra, inclusive com a taxa de incerteza da identificação. Se a incerteza for menor do que uma em um milhão, é a espécie indicada.
Essa identificação é usada para fins acadêmicos, de fiscalização e ainda pelas indústrias pesqueiras. Pode ser útil, também, para a conservação de espécies (uma espécie ameaçada de extinção ou de pesca proibida pode estar sendo comercializada com o nome de uma espécie não ameaçada).
Foto: CoordCom/UFRJSilvana Sá e Beatriz CoutinhoTodas as atividades de ensino, pesquisa, extensão e administrativas da universidade são essenciais. A norma, aprovada no Conselho Universitário desta quinta-feira, dia 24, explicita a necessidade do retorno imediato aos campi e unidades isoladas da UFRJ. Docentes, técnicos e estagiários da universidade deverão apresentar comprovante com esquema vacinal completo para covid-19. Apenas pessoas imunossuprimidas – usuárias de alguma medicação que causa a queda da imunidade, como reação adversa –, imunodeprimidas – com doenças que comprometem o sistema imune – e com doenças graves poderão permanecer em trabalho remoto.
A nova legislação busca dar condições para que as unidades abram todas as turmas – ou a maior parte delas – no regime presencial. “Estamos tomando essa decisão levando em conta a segurança sanitária do nosso corpo social”, destacou o professor Roberto Medronho, coordenador do GT Coronavírus. “Todos os serviços e setores que apoiam as atividades de ensino, pesquisa e extensão devem ser também considerados essenciais”, sugeriu. A resolução foi aprovada por 44 votos favoráveis e apenas duas abstenções.
A reitora da universidade, professora Denise de Carvalho, deixou claro que poderá voltar atrás na decisão, caso os indicadores sanitários se alterem. Hoje, os municípios onde a UFRJ possui campi estão com índices de contágio considerados baixos. “Se surgir uma nova variante, por exemplo, poderemos voltar ao sistema remoto, para a segurança de todos”, declarou.
O professor Carlos Alberto Riehl, do Instituto de Química, sugeriu que a reitoria edite uma nota técnica para dirimir eventuais dúvidas que restem após a publicação da resolução no Boletim da UFRJ. Uma delas diz respeito a quais doenças serão consideradas graves para a universidade. “Como será feita essa comprovação, por meio de atestado, por apresentação de exames? Quais doenças entrarão nessa lista? São questões que vão precisar ser detalhadas, pois podem impactar na distribuição de carga horária, na distribuição de turmas”, exemplificou. A nota técnica deve ser publicada até o início de abril.
Passaporte ainda incerto para estudantes
A cobrança do comprovante vacinal para servidores já está definido. Conforme adiantou a edição passada do Jornal da AdUFRJ, o sistema Passaporte Minerva será utilizado para armazenar as informações sobre a vacinação de técnicos e docentes. Mas os estudantes ainda não têm uma política definida sobre o tema. No Consuni, a estudante Júlia Vilhena questionou qual será a forma de cobrança da vacina aos estudantes. “Uma das principais preocupações dos estudantes é a garantia do controle de vacinação nos espaços da universidade”, disse.
A reitora adiantou que a administração central não trabalha com a perspectiva de impedir a matrícula de estudantes não vacinados. Já a pró-reitora de Graduação, professora Gisele Pires, informou à reportagem que a reitoria “está equacionando a maneira mais eficaz para essa questão”.
Regras para Graduação
O Conselho de Ensino de Graduação também se debruçou sobre uma legislação específica para o início do ano letivo. O novo documento autoriza defesas de trabalhos de conclusão de curso e a realização de colações de grau de forma remota. A resolução também determina a aprovação de estudantes por nota igual ou superior a 5 e, excepcionalmente em 2022.1, por frequência igual ou superior a 50%.
As adequações surgiram de demandas da comunidade acadêmica. No caso da frequência, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação determina presença igual ou superior a 75%, mas o colegiado compreendeu que o próximo semestre será de readaptação após dois anos de pandemia e isolamento da maior parte do corpo social da universidade. Com as mudanças, foram revogadas todas as resoluções que tratavam de períodos letivos remotos e sobre regras do período letivo excepcional.
“Todas essas propostas foram demandadas em reuniões que o professor Marcelo de Pádula fez nos centros. Fizemos um compilado da demandas dos docentes, dos discentes e elaboramos a proposta inicial desta resolução”, explicou a pró-reitora, professora Gisele Pires.
O estudante Victor Trindade fez um desabafo sobre a falta de informações que os estudantes de graduação ainda enfrentam. “Estamos em início de período de inscrição de disciplinas sem diversas disciplinas. O retorno presencial traz drásticas mudanças nas vidas dos alunos. Não temos nenhuma sinalização de quais vão ser as disciplinas do período”.
CEDERJ já tem calendário
O CEG também definiu o calendário de inscrições e para pedidos de isenção de taxa de inscrição no vestibular do CEDERJ. O quadro de vagas ainda está sendo discutido e deverá ser apresentado na próxima semana. O concurso de seleção CEDERJ é a forma de ingresso da UFRJ para a educação superior a distância. O período de inscrições acontece entre 11 de abril e 8 de maio. Já o período de isenção vai de 31 de março a 10 de abril.
Imagem de Elf-Moondance por Pixabay Estela MagalhãesPela primeira vez na história, a quantidade de alunos ingressantes em cursos de graduação a distância ultrapassou o número de novas matrículas nos cursos presenciais. Dos quase 3,8 milhões de estudantes que se matricularam no ensino superior, 53,4% optaram pela EaD. Essa é uma das conclusões do Censo da Educação Superior 2020. Realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o censo colhe informações sobre infraestrutura, vagas, ingressantes e concluintes, entre outros dados das instituições de educação superior (IES) brasileiras.
O aumento da educação a distância no ensino superior é uma tendência. É o que explica a professora Rosana Heringer, da Faculdade de Educação da UFRJ. “Na última década, ela foi estimulada, regulamentada e facilitada para as instituições”, analisa. A docente, que é coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (Lepes), explica a razão. “Diminui o custo para a instituição, o custo da mensalidade, e a gente começa a ver essa enorme oferta de cursos com preço muito baixo”.
Por outro lado, a permanência dos estudantes em cursos a distância é menor que em cursos presenciais. A partir do acompanhamento dos ingressantes de 2011 nos últimos dez anos, o censo constata uma taxa de desistência acumulada de 62% para estudantes em educação a distância, enquanto na modalidade presencial a desistência é de 58% no mesmo período. Vale destacar que essa análise é referente ao percurso dos ingressantes de 2011, quando apenas 18,4% dos acessos eram para EAD. “Será que esses alunos que ingressaram em 2020 vão concluir seus cursos? Isso aí a gente vai ter que esperar para ver”, questiona a professora.
Em 2020, foram ofertados 19,6 milhões de vagas para a graduação, sendo 96,5% de instituições privadas. De todas as vagas, 73% eram novas e 26,7% eram remanescentes, ou seja, já existiam no sistema e estavam desocupadas por evasão ou pelo não preenchimento, dentre outros motivos. Mas existe um grande intervalo entre o número de vagas e o número de ingressos: de todas as vagas novas oferecidas, apenas 23% foram ocupadas, ou seja, mais de 11 milhões não foram preenchidas.
A professora Gabriela Honorato, da Faculdade de Educação, explica que o excesso de vagas acontece principalmente por questões burocráticas. “Quando entra um pedido para funcionamento de um curso junto ao Ministério da Educação, as instituições pedem um número muito maior de vagas do que elas estão realmente dispostas a oferecer, porque esse tipo de processo só ocorre uma vez, não dá para ficar todo ano pedindo para aumentar o número de vagas”. Esse processo acontece, sobretudo, em instituições privadas, de acordo com a docente, que destaca as taxas de preenchimento com base na categoria administrativa: enquanto 72% das novas vagas no ensino público são preenchidas, apenas 20% das equivalentes são ocupadas na administração particular.
Mesmo com a maior adesão no setor público, o privado é o que mais se expande. Entre 2010 e 2020, a rede privada cresceu 89,8% em número de ingressantes, enquanto a pública aumentou em 10,7%. “A dinâmica da expansão do sistema público é bem mais lenta, depende da capacidade de investimento público. É um processo de bastante conflito, como temos acompanhado nos últimos anos”, explica Gabriela. “Já o setor privado cresce como um negócio: se é possível aumentar o número de vagas, se isso vai fazer com que essas empresas educacionais lucrem, não tenha dúvida de que vão oferecer cada vez mais vagas e mensalidades baixas para encher os cursos”.
Conclusão na pandemia
Entre 2019 e 2020, o número de concluintes na rede pública sofreu queda de quase 20%. A professora Gabriela Honorato aponta a desigualdade de acesso à internet e à tecnologia pelos alunos como uma possível causa para o déficit nas formaturas na rede pública. “Muita gente acabou fazendo trancamento da matrícula, deixando para terminar em outro momento. Então acredito que esse resultado de alguma forma reflete o impacto da pandemia no nosso sistema”, explica.
Na rede privada essa variação é positiva. O número de concluintes aumentou em mais de 7%. “O setor privado conseguiu se organizar muito mais rápido para manter as aulas no período da pandemia. Fora que a maior parte dos cursos e matrículas EAD já está no setor privado, então a conclusão do curso não foi um problema tão grande”, completa a professora.
Licenciatura EAD
Ao analisar os tipos de curso mais e menos populares para entrada no ensino superior, o censo constatou que quase 20% das novas matrículas na graduação vão para cursos de licenciatura. Desses, quase 60% são na modalidade a distância. A professora Ana Lúcia Cunha Fernandes, da Faculdade de Educação e da diretoria da AdUFRJ, explica que a exigência do grau para os docentes da educação básica é um fator associado a essa prevalência da EAD nos ingressos em licenciatura: “Isso cria uma demanda, já que em muitos lugares não existem faculdades ou universidades que oferecem esses cursos”, explica.
Desigualdade de gênero
O perfil do professor universitário ainda é majoritariamente masculino, tanto na rede pública quanto na privada. “Se você pegar todos os níveis de ensino, a docência é predominantemente feminina. As mulheres também entram mais na universidade, só que isso não necessariamente se reverte para um lugar delas no mercado de trabalho”, explica a professora Rosana Heringer. Outra diferença entre as administrações está na escolaridade dos docentes: enquanto na rede particular os professores mestres são maioria, na rede pública predomina o doutorado. “Pela legislação, você tem que ter um mínimo de doutores, e as privadas cumprem essa determinação sem esforço para contratar mais. Acaba sendo um mercado para as pessoas que ainda não têm doutorado”, encerra.
Fotos:CARLOS LEANDRO/3MAIS1A luta em defesa dos professores e da universidade pública tomou a noite do Rio de Janeiro. A AdUFRJ preparou um vídeo apresentando a UFRJ, mostrando a sua importância para a sociedade e explicando os efeitos dos cortes no orçamento da universidade, que põem em risco o funcionamento da instituição em 2022. O vídeo foi projetado na Lapa, no Humaitá e em Copacabana, nas noites de terça e quinta-feira (15 e 17). O ato fez parte do Dia Nacional de Mobilização do funcionalismo público federal pelo reajuste salarial de 19,99%. A animação, que denunciou ainda os ataques do governo Bolsonaro à autonomia das universidades, também foi projetada em um caminhão com um painel de LED que circulou pela cidade na quarta-feira (16).

