Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2025 01 31 at 19.08.16 2Fotos: Silvana SáDocentes que são pais ou mães de crianças até 12 anos contaram com uma estrutura oferecida pela organização do 43° Congresso do Andes para cuidados com os pequenos. Foram inscritas 13 crianças e 12 realizaram atividades diárias no Espaço Infantil.
As atividades incluíram banho, alimentação, hora da soneca, contação de histórias, ações lúdicas e passeios. O da tarde da terça-feira, 28, foi ao Planetário de Vitória. A instituição fica localizada dentro do campus da Federal do Espírito Santo e funciona em parceria entre a universidade e a Prefeitura da cidade.
Momentos antes de partir, uma pausa para conversar com as crianças. “Precisamos andar todos juntinhos, não pode ficar ninguém para trás. Vamos andar todos devagar”, explicou a vice-coordenadora do Espaço Infantil, a auxiliar de creche Lorrana Nobre, que atua no Colégio de Aplicação Criarte, da UFES. “Alguém tem medo de escuro? Lá é um pouquinho escurinho, mas não precisa ter medo, porque logo a luz vai acender de novo”, garantiu às crianças, que ouviam atentamente as orientações.
No Planetário, os pequenos se juntaram a famílias que aguardavam a sessão das 16h15. A cúpula do espaço se transformou num lindo céu estrelado que apresentou as principais constelações das quatro estações do ano.
“Nós atendemos durante todo o ano, principalmente as escolas do ensino fundamental, mas também muitas famílias. São seis sessões por dia”, explicou a coordenadora pedagógica Polyanna Silva Goronci, do Centro de Ciência, Educação e Cultura de Vitória. “Nossos estagiários são de diferentes áreas, todos estudantes da UFES, o que nos dá um diferencial na interação com os pequenos”.
Coordenadora do Espaço Infantil, a professora Elis Beatriz, do CAp da UFES, está orgulhosa do trabalho. “É um espaço imprescindível e a gente vê o quanto as mães se sentem seguras em deixar os filhos, sobretudo por saberem que podem vir vê-los e ficar com eles sempre que quiserem”, avalia. “É um espaço que respeita a liberdade das famílias. É um espaço acolhedor”, resumiu.
Elis contou que a proposta deste ano englobou um conjunto de ações focadas em apresentar às crianças a cultura capixaba. “Estamos apresentando um pouco do Espírito Santo a elas. Está sendo bem gratificante, como capixaba, poder mostrar nossa cultura para elas. As crianças têm respondido muito bem a todas as atividades. São alegres, participativas, estão integradas e muitas nem querem ir embora ao final do dia”.
A lista de atividades foi grande. “Tivemos momentos musicais; encontro com uma autora infantil capixaba, a escritora Eliana Zando; apresentamos a eles a moqueca capixaba e contamos sua história; falamos sobre as paneleiras; fomos ao Parque da Cebola e ao Projeto Tamar”, disse Elis. “Elas ouvem, aprendem, sentem os cheiros, os sabores, têm contato com a natureza. É uma experiência sensorial completa. Com isso, mostramos para as crianças que a cultura está em todos esses aspectos que elas podem experienciar”.
As mães aprovaram. “Eu estou amando tudo. O espaço é muito bom, a estrutura, a alimentação, as atividades. Eu me sinto muito segura”, elogiou a professora Morena Marques, da UniRio. “Hoje ela está aqui no plenário comigo porque fui eu que senti saudades. Mas ela não está gostando muito daqui. Com certeza prefere ficar lá”, brincou. “A existência desse ambiente é fundamental também para a minha participação política”.

CULTURA

O 43° Congresso do Andes recebeu uma série de atividades culturais. Música e poesia marcaram todos os dias do encontro. Um dos grupos a se apresentar foi o Bloco Afro Kizomba, primeiro bloco carnavalesco de rua de Vitória formado integralmente por pessoas negras sobre a temática afro. Todas as músicas do grupo são autorais. Em seus 7 anos de vida, foi a primeira vez que eles se apresentaram em um teatro.

WhatsApp Image 2025 01 31 at 19.08.16 5

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 6Foto: Silvana SáCinco dias de debates intensos marcaram o 43º Congresso do Andes, entre 27 e 31 de janeiro, em Vitória. Com a participação de 628 docentes de 89 seções sindicais, o encontro anual definiu as diretrizes que guiarão as ações do Andes em 2025. A AdUFRJ levou 22 professoras e professsores, uma das maiores delegações do evento, realizado na Universidade Federal do Espírito Santo.
Houve importantes decisões sobre gênero, combate ao assédio e a aprovação de uma política em defesa do piso salarial do magistério básico nacional para ser base para os professores 20h do magistério superior. A pauta é defendida pela AdUFRJ desde 2023.
Também no último dia foram apresentadas as quatro chapas que disputarão a direção do sindicato em maio.

Chapas inscritas no congresso expõem fissuras e limites do movimento sindical docente

Um dos momentos mais aguardados do Congresso de Vitória foi a inscrição para a disputa eleitoral do Andes em maio. Quatro chapas se candidataram.
A Chapa 1 é a da situação e é formada pelo mesmo grupo político que dirige o sindicato há quase 30 anos, o Andes de Luta e Pela Base (ALB) . Desta vez, o grupo não contará com o apoio do PCB, histórico aliado do coletivo. Em carta aberta, o PCB disse que não guarda “rancores”, mas afirmou que o Andes precisa construir “uma política classista de reconhecimento mútuo, de parceria entre sujeitos políticos, que passe longe de práticas de hegemonismo”.
Outro racha inédito ocorreu na oposição. Pela primeira vez, o principal grupo opisicionista estará dividido. O Renova Andes rachou e apresentou duas chapas.
Historicamente, o Renova é formado majoritariamente por integrantes de correntes do PT, PCdoB e PDT. Mas também há presença de militantes do PSOL e independentes. As diferentes visões sobre a greve docente do ano passado, a condução das assembleias que deflagraram a greve e a aproximação de setores do Renova com a direção nacional levaram a um rompimento na sua Executiva Nacional. O racha gerou as chapas 2 e 4.
Se há os que rompem laços políticos, há aqueles que se unem em torno de agendas comuns. É o caso da Chapa 3. Também em oposição à diretoria nacional, o grupo Rosa Luxemburgo, formado por integrantes mais próximos de correntes mais à esquerda principalmente do PSOL e PSTU, lançou uma chapa em aliança com dois movimentos minoritários: o Coletivo Andes em Luta (Cael) e o coletivo POR.
As chapas terão até o dia 13 de março para apresentar a composição completa com os 83 nomes necessários a todos os cargos nacionais e regionais.

Chapa 1
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 10Fotos: Eline Luz/AndesANDES pela base:
diversidade e lutas

Cláudio Mendonça (APRUMA)
•Presidente

Fernanda Vieira (UFRJ)
• Secretária Geral

Sérgio Barroso (UESB)
•1º tesoureiro

 

Chapa 2
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 11Renova
ANDES

Nicole Louise Pontes (UFRPE)
• Presidente

Edson Franco de Moraes (UFPB)
• Secretário Geral

Geverson Grzeszceszyn (Unicentro)
• 1º tesoureiro

 

Chapa 3
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 12ANDES Classista
e de Luta

Gean Santana (UEFS)
• Presidente

Welbson Madeira (UFMA)
• Secretário Geral

Soraia de Carvalho (UFPE)
• 1º tesouraria

 

Chapa 4
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 13Oposição para Renovar
o ANDES-Sindicato Nacional

Jailton Souza Lira (UFAL)
• Presidente

Maria Carlotto (ADUFABC)
• Secretária Geral

Mariuza Guimarães (ADUFMS)
• 1º tesoureira

 

PRIMEIRA VEZ NO CONGRESSO

VERÔNICA
DAMASCENO
Professora da EBA e diretora da AdUFRJ

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 8Foto: Silvana SáÉ tudo muito novo para mim, mas estou começando a entender um pouco a organização e o funcionamento do congresso. Acredito que os grupos de trabalho são montados para permitir a participação de todos, mas é uma dinâmica complicada. Eu propus algumas coisas, que outros colegas também propuseram, mas acabaram não sendo acatadas. Percebo que majoritariamente há uma movimentação em favor das propostas da diretoria. Então, é um espaço democrático até certo ponto, na minha percepção.
Por outro lado, é um excelente espaço para termos contato com professores de outras universidades, de outros estados. A gente percebe a dimensão dos sindicatos, a atuação política dos colegas e os problemas comuns a muitas entidades, como a questão do baixo número de filiados, que gera problemas tanto para a luta política, quanto para a sua sobrevivência financeira. Falei da experiência da AdUFRJ para atrair novos sindicalizados, como a campanha de isenção para os jovens docentes e as ações de bem-estar e saúde promovidas pela nossa gestão.
Tivemos discussões importantes sobre a democratização da participação docente nas decisões do sindicato. Acredito que espaço democrático é aquele que permite que o colega possa acompanhar as discussões presencialmente, se puder, ou remotamente, se tiver qualquer impedimento. Isso amplia a atuação das pessoas e eu acho que faz com que elas se sintam mais acolhidas nas suas especificidades. Infelizmente, esse debate ainda não avançou o suficiente aqui.

 

CARLOS
ZARRO
Professor do Instituto de Física da UFRJ

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 9Foto: Silvana SáDe maneira geral, acho que as intervenções têm acontecido de modo a favorecer o modus operandi da diretoria nacional do Andes, no sentido de desqualificar perguntas honestas das pessoas, de ficar se arvorando em cima de burocracias. Se você faz um destaque, eles dizem que não se trata de um destaque e sua fala deixa de valer. Quem não sabe a diferença entre um destaque e um encaminhamento fica deslocado no debate, não há acolhimento.
Acho também que é uma intransigência a diretoria nacional do Andes sequer discutir meios de votação e participação por sistemas de internet. Muitos professores trabalham on-line, estão fora das sedes das universidades, em locais distantes. Ampliaria a participação se as pessoas tivessem diferentes formas de atuação e voto.
Talvez pelo clima de chapas, pela disputa política neste congresso, essas questões fiquem mais acirradas. De todo modo, senti uma animosidade contra a UFRJ. Ao pronunciar que eu era da AdUFRJ, já mudava a forma de algumas pessoas me responderem. No meu grupo de trabalho, eu me senti um pouco tolhido.
A melhor parte é a troca com os colegas. A gente consegue ter noção do que é a universidade. Quem é da Física acaba ficando na Física, há uma rara interação. Aqui, isso não acontece. Temos médicos, gente da Praia Vermelha, do IFCS, pessoas dos mais diferentes gostos. Aprendi sobre culinária, aprendi que Lacan sabia muito de Matemática. Tive uma aula sobre ele! Perceber a universidade como universitas, de fato, não tem preço.

 



WhatsApp Image 2025 01 31 at 19.08.17 3Fábio Hepp
Professor Adjunto, coordenador do Laboratório de Anfíbios e Répteis do Departamento de Zoologia,
Instituto de Biologia, e Pesquisador Associado
do Museu Nacional

 

 

Livros de autoajuda “ensinando” aos leitores a “arte” de ignorar os problemas do cotidiano têm sido cada vez mais populares mundo afora. Aprender a não se importar com o seu entorno parece ser uma necessidade de sobrevivência do século XXI. Possivelmente, parte da causa esteja ligada à quantidade de notícias repassadas por minuto, a maioria negativa (diga-se de passagem), na era da informação. Ficar alheio às notícias e ao fatídico e aterrador futuro da sociedade e do planeta é uma defesa para patologias psicossomáticas cada vez mais comuns entre as novas gerações (além da frequente medicação receitada associada). Pessoas ao nosso redor reclamam sobre as notícias do país, estado, município, ou mesmo dos seus próprios vizinhos, mas optam por não se envolverem. Por que o fariam? Não é responsabilidade delas, certo? Que diferença fariam? Sem perceberem,contribuem, quase que igualmente, com os problemas tão avidamente criticados através da omissão. Até aí nada de novo! Consequência já conhecida do clássico: não fazer uma ação é uma ação por si só. E as suas implicações, se conscientes, são, ou deveriam ser, igualmente responsabilizadas. Portanto, o não envolvimento é um tipo de envolvimento.WhatsApp Image 2025 01 31 at 19.08.17 2
É aí que entram as gestões do ensino público superior do país. As universidades públicas brasileiras (principalmente as federais) têm passado por intensos cortes de orçamento há alguns anos. Junto desta desvalorização orçamentária, muitos setores da sociedade têm criticado incisivamente o ensino público. Acusações envolvem excessos de gastos e baixa produtividade dos servidores e alunos. Tais acusações têm sido extensivamente rebatidas no espaço público e midiático sempre que possível. Não há dúvidas de que o ensino público de nível superior é de excelência no país. Basta lembrarmos dos números do último Ranking Universitário Folha (RUF) em 2024. Das 203 universidades ranqueadas, 112 são públicas (municipais, estaduais e federais) e 91 privadas. A média da nota geral do ranking é de 57,8 para as universidades públicas (64,4 considerando apenas as federais) contra 41,9 para as privadas. A primeira universidade privada no topo do ranking é a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) na 22ª posição. Números como esses nos lembram que, mesmo com as precariedades estruturais dos campi universitários, certamente um dos principais problemas atuais, as universidades públicas brasileiras têm realizado ensino, extensão e pesquisa de ponta no país.
O problema é que o orgulho dos resultados históricos, quase que milagrosos, tem se transformado vagarosamente a vergonha do sucateamento da universidade em um efeito filosófico tipicamente desconstrutivista ao modo “copo meio vazio”. Muitos alunos, técnicos administrativos, funcionários terceirizados e docentes encontram-se, por vezes, diariamente desmotivados. Ao longo dos anos, discursos ácidos relacionados à frustração com as atividades acadêmicas são cada vez mais frequentes e dominantes dentro das universidades. Claro que críticas construtivas são extremamente importantes, assim como o envolvimento do corpo social com as possíveis soluções. Entretanto, ao longo dos últimos anos, a falta de envolvimento e o esvaziamento dos campi foi notória e, de certa forma, incentivada pela universidade.
Durante o segundo semestre de 2024, diversas instâncias da UFRJ suspenderam aulas e demais atividades acadêmicas com base em uma série de motivos. Há questões que de fato exigem suspensão das aulas: eventos acadêmicos periódicos como semanas de integração acadêmica e afins, e problemas de segurança e de fornecimento de estrutura básica, como falta de água e luz. Entretanto, em 2024, novos motivos incluíram jogos de futebol, eventos musicais e reunião do G20 na cidade. Adicionalmente, o CEG estipulou o início do semestre letivo, da maioria dos cursos, apenas para o dia 24 de março (posteriormente antecipado para o dia 17 pelo Consuni).
A imagem que tem sido passada para a sociedade é de um esvaziamento e de uma baixa produtividade na universidade. O que, por sua vez, causa um efeito “bola de neve”, já que há um menor apoio da sociedade e de governantes a aumentos orçamentários, seguido de um ainda maior esvaziamento por alunos e servidores. Para os leitores baby boomers, essa sequência de eventos deve soar familiar. Algo muito parecido aconteceu com as instituições públicas de ensino básico ao longo das décadas de 70, 80 e 90 no país.
Críticas e ataques vindos da comunidade externa às universidades públicas sempre ocorrerão e eventualmente serão mais ou menos frequentes. Até um certo ponto, são bem-vindos. Fazem parte da construção democrática de uma busca por serviços mais eficientes com responsabilidade de gastos. Entretanto, quando a indiferença e o esvaziamento ocorrem por decisões da própria comunidade acadêmica, há certamente uma autossabotagem em andamento, mesmo que não consciente, com riscos altos e iminentes. Com o fogo da crítica de parte da sociedade aceso e a aceitação da própria fervura (ou seria melhor “fritura”, como na política) pela comunidade universitária, estamos na posição do sapo no famoso experimento do sapo fervido. Usado frequentemente como fábula, o sapo encontra a sua morte sem oferecer resistência após ser gradualmente fervido em uma panela. De forma análoga, a universidade pública está contribuindo ativamente, e de bom grado,com a sua própria fervura gradual e aparentemente indolor, com implicações sérias a sua sobrevida. As instâncias gestoras universitárias envolvem todo o corpo social, com seus representantes em conselhos gestores que usualmente tomam decisões democraticamente através de votações. Não há culpados individuais e nominais.
O que me resta, como especialista em anfíbios, é alertar o sapo de que ainda dá tempo de saltar para fora da panela.

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 4Foto: Renan FernandesRenan Fernandes

Cento e sessenta e três funcionários da limpeza do Centro de Ciências da Saúde vivem um drama. Já sem vale-transporte e vale-alimentação, eles não receberão o salário que deveria ser pago nesta sexta (7). O adicional de insalubridade dos que fazem a higienização de banheiros e a coleta de lixo também está atrasado há mais de um mês. A situação pode causar a paralisação de atividades administrativas e acadêmicas do prédio na próxima semana.
A empresa Ágil, que assumiu a prestação do serviço em dezembro, notificou a UFRJ no dia 30 de janeiro sobre a incapacidade de cumprir o contrato. Justificou que está sem receber repasses financeiros de diversos órgãos públicos contratantes, incluindo pendências do ano anterior (total de R$ 30 milhões), o que impactou o fluxo de caixa.
Na universidade, o resultado é que, aos poucos, sem dinheiro, os funcionários não estão conseguindo ir ao trabalho. Nesta sexta-feira, apenas 30% deles compareceram ao CCS.
A decania corre contra o tempo para resolver o problema. Com o início do calendário letivo da Faculdade de Medicina marcado para segunda-feira, 10, existe a preocupação de que o prédio sofra com a falta de limpeza nos próximos dias. A professora Lina Zingali, vice-decana do CCS, estuda junto à reitoria a possibilidade de deslocar trabalhadores de outras unidades para manter o funcionamento das atividades. “Vamos aguardar até segunda-feira e, dependendo da situação, convocar a PR-1 (pró-reitoria de Graduação) e a Faculdade de Medicina para debater a viabilidade de manter as aulas nessa situação”.
Algumas medidas já estão em vigor. “Pedimos aos diretores que orientem as pessoas para evitar o acúmulo de lixo nos laboratórios e corredores. Temos um coletor central no Bloco K para onde o lixo deve ser levado”. A docente sabe, no entanto, que o esforço não resolve a situação. “Estamos sem pessoas para limpar os banheiros de alta circulação que são higienizados duas vezes por dia”, alertou Lina.
A Ágil também não entregou em janeiro os insumos previstos no contrato para a conservação da unidade, como água sanitária, cera, panos de chão e sacos de lixo. O CCS ainda tinha um pequeno estoque de materiais, mas acabou. “Criamos uma reserva com o que sobrou do último contrato. Racionamos o uso durante o último mês, mas agora nosso estoque zerou”, disse Rafael Martins, administrador do prédio.
Nesta sexta, a reitoria enviou à unidade os materiais para evitar o colapso na limpeza do prédio. “Estamos tomando providências para que o CCS seja abastecido com material de outras fontes, para que não precise haver paralisação do serviço”, explicou a pró-reitora de Governança, professora Claudia Cruz.
Já ficou definido também que a UFRJ vai se responsabilizar pelo pagamento dos funcionários até que outra empresa que participou da licitação assuma o contrato. “O recurso para pagamento dos trabalhadores será o mesmo que seria pago à empresa, caso tivesse executado o contrato de forma correta. A empresa vai emitir nota fiscal normalmente e o crédito será repassado aos trabalhadores” garantiu a pró-reitora.
Não há, contudo, previsão de quando o dinheiro vai cair na conta dos profissionais. A PR-6 já recebeu da decania do CCS os dados bancários de todos os funcionários da empresa, mas a Ágil ainda não respondeu à requisição da universidade corretamente sobre os valores da folha de pagamento.
A professora Claudia Cruz prometeu celeridade na contratação de uma nova empresa para o local. “A PR-6 está tomando as providências necessárias para formalizar novo contrato, com outra empresa participante do pregão”, afirmou.
A Ágil LTDA venceu a licitação ao oferecer o menor preço entre as empresas que cumpriram os requisitos propostos no edital. O contrato firmado em dezembro de 2024, com a validade de um ano, previa o pagamento mensal de R$ 704.906, 57. A UFRJ ainda não efetuou nenhum repasse para a empresa, mas garante estar dentro do prazo previsto nos termos contratuais para o pagamento.
A reportagem tentou contato com a firma por meio do telefone informado no portal da transparência do governo federal, mas o número é reportado como inexistente.

SEM DINHEIRO
Os funcionários que ainda batem ponto estão tirando dinheiro do próprio bolso para trabalhar. Uma servidora alocada na limpeza de banheiros, que preferiu não se identificar, trabalhou durante a semana, mas teme pelos próximos dias. “Já tinha colocado carga no meu cartão de passagem, então tenho como vir trabalhar e voltar para casa. Se o pagamento não cair até esta sexta, não sei como será na semana que vem”, lamentou.
Dilmar Rodrigues, responsável pela limpeza da área externa do Centro, vai continuar trabalhando enquanto for viável financeiramente. “Não fujo de trabalho, faço outros serviços, enquanto der pra vir, eu venho. Mas não dá para ficar pagando para trabalhar”, contou. Sem o dinheiro do auxílio-alimentação, o funcionário complementa a renda como ambulante. “Uso o cartão de alimentação no mercado para comprar comida para minhas filhas. Quando falta, vou para a rua e trabalho vendendo amendoim nos ônibus”.
Já Marcos Aurélio Rodrigues, da equipe de coleta de lixo, trocou o ônibus por uma caminhada de quase uma hora entre sua casa, no Complexo da Maré, e o CCS. “Vou continuar vindo porque não quero sofrer represálias depois, mas isso é uma falta de respeito”. Além do atraso nos benefícios, Marcos não recebeu o adicional de insalubridade de 40% em janeiro. “Quando assinamos o contrato, o adicional estava lá. Me programei para ter aquele dinheiro e não recebi. Agora, estou dependendo da ajuda de amigos e familiares para comprar comida”, lamentou.

El@s são a força que renova a universidade a cada ano. A partir de 17 de março, os calouros começarão a circular pelos campi da maior federal do país. Mas, bem antes disso, com fotos ou breves depoimentos, muitos já exibem o orgulho de ser UFRJ nas redes sociais. Bastou sair o resultado do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) nesta semana. “Aprovada em 4º lugar em Pedagogia na UFRJ. Oficialmente, filha de Minervaaaa!”, escreveu Maria Lopes Paula. Outros foram além e também mostraram o nome do curso pintado nos braços, a exemplo de Gabriely Sampaio, que passou para Gastronomia. Em comum, todos vão em busca do sonho de uma vida melhor. O Jornal da AdUFRJ entrou em contato com alguns deles e reproduz nesta página as postagens que são um afago no coração e dão energia para o ano que se inicia.
Sejam tod@s bem-vind@s!

WhatsApp Image 2025 01 31 at 18.51.07

Topo