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WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 11Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes

Os gritos de “sem anistia” foram as palavras de ordem mais repetidas durante o ato que marcou os 61 anos do golpe militar de 1964. Na terça-feira, dia 1º de abril, manifestantes e militantes de diversas organizações sociais se reuniram em frente à antiga sede do DOPS, no Centro do Rio, contra a anistia aos golpistas de ontem e de hoje.
O historiador Lucas Pedretti, do coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação, exaltou a simbologia do lugar escolhido para a concentração do ato. “Esse é um prédio que foi durante todo século XX um centro de tortura do Estado”, disse Pedretti sobre o prédio da Rua da Relação, 40.
“Reunimos as forças do campo progressista para lembrar as vítimas da violência militar do passado e do presente. Por isso, é importante responsabilizar Bolsonaro e os militares”, afirmou o historiador.
A manifestação reuniu bandeiras de diversos coletivos e movimentos. O músico Leo Alves, neto do desaparecido político Mário Alves, representou o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça.WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 12
“A luta deve ser contínua para mostrar que não foram só os militantes as vítimas da ditadura. Ela ainda não acabou nas favelas do Brasil, no campo e nas terras indígenas”, apontou.
O ato seguiu em direção à Associação Brasileira de Imprensa, a ABI, onde o Grupo Tortura Nunca Mais promoveu a entrega da 37ª Medalha Chico Mendes. A honraria homenageia pessoas e movimentos sociais que lutam contra a violência de Estado, em defesa dos direitos humanos. Neste ano, foram dez os escolhidos, entre ativistas, instituições e desaparecidos políticos.
WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 13“Há 37 anos, a medalha é um contraponto à Medalha do Pacificador, entregue pelo Exército brasileiro e que já homenageou muitos agentes da ditadura”, explicou o presidente do grupo, Rafael Maul.
Um grupo de bolsonaristas hostilizou manifestantes no início do ato. Depois, ao final da atividade, o grupo voltou acompanhado por policiais militares. Houve princípio de tumulto e a polícia chegou a utilizar gás de pimenta contra os manifestantes. Os organizadores, no entanto, contornaram a situação e a atividade foi encerrada sem mais violência.

WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 9Fotos: Fernando SouzaO presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou, na quarta-feira (2), o aporte de recursos não reembolsáveis de R$ 50 milhões para a reconstrução do Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2 de setembro de 2018. A verba garante a continuidade das obras de restauração e a previsão de reabertura de parte do imóvel ao público em junho do ano que vem. Com os novos recursos, o valor total destinado pelo banco à recuperação do museu chega a R$ 100 milhões.
O anúncio foi feito na Sala das Vigas, uma das já parcialmente recuperadas do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. De acordo com o arquiteto responsável pelas obras, Wallace Caldas, as imensas vigas retorcidas pelo fogo serão mantidas como “esculturas para lembrar a resistência diante da tragédia”. Segundo ele, o bloco principal do Paço, onde está o meteorito Bendegó, já está com as fachadas restauradas, assim como o teto. Para abril, a previsão é restaurar os acessos aos andares superiores e a criação de um túnel de serviços entre o Paço e seu anexo. Quase 400 pessoas atuam nas obras atualmente.

FUNDO MANTENEDOR
Ao lado do reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, e do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, Mercadante anunciou ainda a criação de um fundo mantenedor para as atividades do museu pós-reabertura. “O BNDES vai estruturar esse fundo e vamos captar recursos para a sustentação financeira do Museu Nacional a longo prazo. Um fundo para que se façam as reformas, as manutenções, as exposições”, adiantou ele. “É um fundo para que, depois da reabertura, o museu não tenha que ficar correndo atrás de recursos para uma exposição, por exemplo. E para preservar o acervo e não repetir os erros do passado”.WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 10
O presidente do BNDES disse que empresas e bancos privados “estão se comprometendo a cobrir” o que ainda está faltando de recursos para a conclusão das obras. O total previsto para a reforma é de R$ 516 milhões, e até agora já foram captados cerca de R$ 350 milhões. “Dos R$ 170 milhões restantes, algo em torno de R$ 100 milhões já estão em fase final de captação. Esses R$ 70 milhões que faltam já estamos em conversas avançadas para conseguir”, garantiu Mercadante. Uma dessas conversas é com a Febraban, a federação dos bancos, com o intuito de garantir mais R$ 18 milhões para as obras.
O reitor Roberto Medronho destacou o simbolismo do aporte do BNDES. “Se o dinheiro não entra agora, o cronograma iria atrasar. Com isso, nós garantimos a reabertura parcial em 2026, e mantemos a previsão de reabertura total em 2028”.
Para o diretor do Museu Nacional, professor Alexander Kellner, a verba do BNDES chega em um momento crucial. “Esse aporte é estratégico para que o museu cumpra com o compromisso de reabrir parte do Paço de São Cristóvão e seus arredores à população. Nossa ideia é fazer essa reabertura em junho de 2026, com a ossada de uma baleia, pendurada a mais de dez metros de altura, a recepcionar o público na entrada do museu”. A partir de junho próximo, o museu terá visitas agendadas nas salas já em restauração de sua entrada principal.

VETADA DE NOVO 2Fotos: Eline Luz/AndesAs eleições do Andes serão realizadas no início de maio, mas acumulam polêmicas desde o início do processo. A Chapa 4 - Oposição para Renovar o Andes foi novamente barrada do pleito.

Agora, o desembargador do Trabalho, Gilberto Augusto Leitão Martins, decidiu suspender os efeitos da liminar que autorizou, em 14 de março, a inscrição definitiva da Chapa 4. "...entendo que a decisão judicial merece ser reformada, ao menos neste momento processual de cognição sumária", diz trecho da liminar que determina o indeferimento do registro da chapa.

ENTENDA

A Comissão Eleitoral Central pontuou, em 10 de março, que a Chapa 4 não havia cumprido uma série de exigências burocráticas para obter o registro definitivo para a eleição e negou a candidatura da nominata. O grupo discordou e entrou na Justiça.

Em 14 de março, a 9ª Vara da Justiça do Trabalho conceceu tutela de urgência favorável ao grupo, determinando sua inscrição e participação no processo, em igualdade de condições com as três chapas homologadas pela Comissão Eleitoral Central.

O Andes, no entanto, réu na ação, recorreu da decisão. O resultado saiu na tarde desta terça-feira (1º). Uma liminar cassou os efeitos da decisão que favorecia a Chapa 4. Assim, o pleito volta a ter, neste momento, três chapas na disputa.

CABE RECURSO

A decisão não é definitiva. Ainda cabe recurso. Em paralelo, o processo aberto pela chapa continua em tramitação na Justiça do Trabalho. "A Chapa já está tomando as providências cabíveis contra essa decisão liminar, que é precária e provisória", afirma a professora Maria Rosaria Barbato, da Faculdade de Direito da UFMG. "A ação judicial principal, que discute de forma definitiva o direito de participação da Chapa 4, ainda está em tramitação e não foi julgada. Ou seja, nada está definido e seguimos confiantes na reversão dessa tentativa de exclusão", afirma a docente.

Presidente da CEC e do Andes, o professor Gustavo Seferian elogia última liminar. "A decisão, de firme amparo Constitucional e atenta compreensão do processo eleitoral do sindicato, afirmou o fundamental princípio da autonomia sindical e respaldou a decisão tomada pela CEC quanto à homologação das chapas", diz Seferian, que também é professor da Faculdade de Direito da UFMG. "Como na ocasião anterior, demos e daremos estrito cumprimento à decisão superveniente", acrescenta.

WhatsApp Image 2025 04 07 at 18.51.50 1Foto: Silvana SáA UFRJ publicará nas próximas semanas uma licitação para a contratação de ônibus e vans terceirizados em atendimento aos cursos que demandam aulas de campo. É o caso, por exemplo, da Geologia, Geografia e Biologia. A notícia foi dada durante reunião entre a diretoria da AdUFRJ, a reitoria e a direção do Instituto de Geociências, no dia 31. A diretoria do sindicato foi representada pelos professores Antonio Solé e Nedir do Espirito Santo. O setor jurídico da AdUFRJ e a pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6) — responsável pelos contratos da universidade — também participaram do encontro.
As péssimas condições dos veículos que realizam o transporte de estudantes, técnicos e professores nas viagens de campo são motivo de grande preocupação do sindicato e da direção do instituto, que buscou apoio da AdUFRJ para mediar a questão junto à reitoria.
Preocupação que ganhou mais força após o recente acidente que vitimou sete estudantes do curso de Paisagismo da Universidade Federal de Santa Maria, no dia 4. Os alunos viajavam em um ônibus da instituição, que caiu em uma ribanceira.
“Nós estamos sujeitos a precárias condições de trabalho”, disse o professor Edson Farias Mello, diretor do IGEO. “Não se trata de uma situação adversa em sala de aula, mas algo que representa risco efetivo para a vida das pessoas”, alertou.
O reitor Roberto Medronho reconheceu o problema e disse que a questão orçamentária é um entrave. “Estamos acompanhando de perto a situação, mas é muito difícil resolver no curto espaço de tempo. Temos um orçamento – que já não era suficiente para as nossas demandas – reduzido em R$ 17 milhões pelo Congresso Nacional”, destacou.

LICITAÇÃO EM BREVE
A pró-reitora Claudia Cruz, da PR-6, deu detalhes sobre o processo já em andamento para a terceirização de uma frota de ônibus e de vans que servirá às atividades de campo. O contrato irá prever diárias, seguro para todos os passageiros e servidores, pernoite e rotas interestaduais. Os serviços serão pagos de acordo com a demanda de uso. A quilometragem e os valores estimados não podem ser publicados para não prejudicar a futura licitação.
A demanda já está aprovada pela Pró-reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças. Nos próximos dias, os documentos serão analisados pela Procuradoria da UFRJ para que a licitação seja publicada. “Estamos comprometidos em acelerar ao máximo este contrato, mas não conseguiremos ter os veículos disponíveis para os trabalhos de campo no primeiro semestre. Somente para o segundo”, alertou a pró-reitora Claudia.
O professor Antonio Solé lamentou que a solução seja a terceirização da frota. “O ideal é que tenhamos nossa frota própria, em boas condições, para atendimento de toda a universidade”, afirmou. Ele reconheceu, no entanto, que, diante da crise orçamentária, a terceirização seja a solução provisória mais rápida. “Compreendo que em tempos de vacas magras precisamos pensar em outras estratégias e conter gastos, mas tenho esperança de que teremos nossa frota de novo”, disse.
O reitor Roberto Medronho concordou que a licitação é a solução possível no momento. “A manutenção dos veículos próprios é muito onerosa, pesa muito no nosso combalido orçamento. Ano passado, gastamos R$ 90 mil em um único veículo, tamanho o desgaste da frota”, informou. “Outro dado é que os nossos motoristas são os últimos da carreira. Não há mais concurso para motoristas. Em breve, teremos que terceirizar a função também”, lamentou.
Diretor-adjunto de Graduação, o professor Eduardo Maia destacou que a comunidade acadêmica do IGEO está no limite. No Consuni do dia 27 de março, os estudantes ameaçaram paralisar as atividades se não houvesse resposta efetiva da administração central para o problema. “A crise dos veículos tem impactado a nossa produção acadêmica e científica”, desabafou. “Geologia e Geografia são cursos da UFRJ com grande projeção no país. Podemos perder nossa credibilidade, inclusive junto a importantes empresas que também financiam as pesquisas da universidade, se as aulas de campo não voltarem a ter regularidade”.
Além da saída imediata da terceirização, o professor Solé sugeriu outras frentes para aquisição de veículos próprios. Uma delas seria a universidade buscar uma parceria com a Petrobras. “Formamos, com excelência, geólogos e outros profissionais que atuam na empresa. Penso que seria uma contrapartida interessante ela financiar um ônibus para a universidade”, defendeu.
Outra ideia apresentada na reunião é que a reitoria procure o Ministério de Minas e Energia também com o objetivo de adquirir veículos novos para as aulas e pesquisas de campo. “Estão sob o guarda-chuva desse ministério importantes empresas que também se beneficiam dos conhecimentos da universidade”, completou o diretor do IGEO. O reitor Roberto Medronho se comprometeu a levar as sugestões adiante.

Por Renan Fernandes

 

Em 1832, depois de atracar o HMS Beagle no Porto do Rio de Janeiro, o naturalista britânico Charles Darwin conheceu um irlandês dono de terras em Conceição de Macabu, na época um distrito da Vila de São João de Macaé. O convite do fazendeiro possibilitou o primeiro contato do naturalista com a biodiversidade da Mata Atlântica.

Quase dois séculos depois, Darwin retornou à Macaé. A Sociedade Brasileira de Genética e a Sociedade Brasileira de Biologia Evolutiva promoveram o Darwin Day entre os dias 24 e 26 de março no Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da UFRJ (Nupem). Foram três dias de atividades para promover a disseminação de conhecimentos sobre a evolução da vida no planeta Terra.

O evento começou com a inauguração do Biomuseu do Nupem, o primeiro museu de História Natural do Norte Fluminense. “É um espaço dedicado à divulgação científica, à educação ambiental e ao encantamento com a natureza”, disse o professor Rodrigo Nunes da Fonseca, diretor da AdUFRJ e um dos responsáveis pela organização. “Reunir comunidade, estudantes, professores e visitantes em torno desses temas fortalece nosso compromisso com a Ciência e com a construção de um futuro mais consciente e sustentável”, completou.

A professora Cíntia Monteiro de Barros, diretora do Nupem, exaltou o museu como um espaço de inspiração e aprendizado para os estudantes e pesquisadores. “Nosso compromisso é fortalecer a educação científica e estimular o interesse pela biodiversidade e sua preservação”.

EVOLUÇÃO
A professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, órgão que gere as políticas de difusão cultural e divulgação científica, esteve presente na abertura do evento. “Foi um prazer encontrar crianças e jovens no lançamento. O museu vai aproximar essa juventude da Biologia”, comentou.

A seção dos animais taxidermizados fez sucesso entre o público infantil. O professor Pablo Rodrigues Gonçalves explicou que o Nupem recebe animais da região atropelados na rodovia BR-101. “As crianças ficam encantadas. São memórias que ficam para o resto da vida”, afirmou.

Além da exposição sobre a história da evolução e os ecossistemas atuais, o instituto abrirá as coleções científicas ao público. “É como uma biblioteca da fauna e da flora. As turmas de ensino básico vão poder ver como estudamos esses animais”.
Gonçalves participou de uma mesa de debate sobre o ensino de evolução na graduação e no Ensino Médio. Professores de colégios públicos compareceram e compartilharam as dificuldades do dia a dia.
“Além da falta de material para aulas práticas, o negacionismo provocado pelo fanatismo religioso foi citado por muitos professores da rede pública”, afirmou o docente. “Houve relatos de pais que foram à escola reclamar, esbravejando que o filho não veio do macaco. O professor precisa contemporizar, dizer que é apenas uma visão que não compete com a religiosa”, ponderou.

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