facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados


Hora da mudança


Tatiana Lima
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

Começa nesta quinta-feira (29) a transferência de alunos para o recém-reformado bloco feminino do alojamento. Após mais de três anos de espera — a obra começou em março de 2013 —, os estudantes vão receber as chaves dos quartos, que comportam 252 pessoas.

Como as vagas são insuficientes para a demanda, o Conselho Universitário do último dia 22 estabeleceu os critérios iniciais da ocupação. Terão prioridade os atuais moradores do bloco masculino com matrícula ativa e com documentação regularizada pela Superintendência Geral de Políticas Estudantis, recebendo a chamada “bolsa manutenção”, de R$ 400. Assim como as moradoras do alojamento, com filhos ou gestantes, devidamente cadastradas, desde que não recebam a Bolsa Moradia Emergencial.

Todos também precisam estar dentro do perfil estabelecido pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil — entre outros critérios, o aluno deve possuir renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. A resolução do Conselho de Ensino de Graduação nº 01/2008 é outra norma a ser cumprida — esta, entre outros fatores, observa que o estudante não deve ter concluído qualquer curso de graduação.  

E os demais?

Já os estudantes que foram deslocados provisoriamente para a reforma da residência estudantil, os bolsistas emergenciais de 2013, terão as bolsas prorrogadas até a construção do novo alojamento em estrutura de contêiner. Neste alojamento, previsto para ser entregue em fevereiro de 2017, serão 164 vagas. Com a transferência definitiva de todos os estudantes, terá início a reforma do bloco masculino do alojamento.

A resolução aprovada no Consuni também estabelece que os estudantes com Bolsa Moradia Emergencial de 2014, 2015 e 2016/1, terão prorrogação do auxílio até a inclusão em moradia estudantil da UFRJ. Eles terão prioridade para ocupar as vagas que surgirem da ampliação da política de moradia.



Economistas divergem sobre PEC do teto de gastos
 

Da Redação


Laura Carvalho e Marcos Lisboa, dois economistas com leituras antagônicas sobre a política econômica adequada para responder à crise, discutiram suas diferenças ao abordarem a PEC (241) do teto de gastos — proposta do governo que congela o orçamento público só reajustado pela inflação do ano anterior, durante 20 anos.
 

Laura, que é professora da USP, definiu o projeto como “resposta inadequada pra solucionar” a crise econômica “ao não apontar o caminho do crescimento e do emprego”. Lisboa, que é presidente do Insper (instituto de linha liberal) defende a proposta, ao afirmar que o país não terá um caminho sustentável sem ajuste fiscal “estruturante”.
 

A proposta que altera a Constituição está, no momento, sendo examinada por uma Comissão Especial na Câmara. A expectativa do governo é que ela seja votada, em dois turnos, pelo plenário, ainda em outubro. Depois, seguirá para o Senado.
 

Nesta quinta-feira, dia 29, às 11h30, será lançada na sala E 212 do CT, no Fundão, a Campanha Brasil2036 contra a PEC 241. 


Polêmica


No debate, organizado pela associação dos funcionários do BNDES, além de apresentar argumentos técnicos, Laura Carvalho contestou a legitimidade do atual governo para propor mudança de tamanho alcance na Constituição.


“É uma resposta ilegítima (a PEC) do ponto de vista democrático. Não passou pelo debate com a sociedade e é promovida por um governo sem legitimidade”, disse a professora da USP.


Marcos Lisboa, que, ao iniciar sua apresentação, declarou que não é afeito ao debate político (“eu faço contas”), defendeu a PEC. Disse que a proposta não é contra “os mais fracos”.


“A gente fica no jargão e isso é ruim. A superficialidade é destrutiva para a política pública”, afirmou. Em seguida, expôs argumento de defesa da PEC, para racionalizar o gasto público.


Separa o que é ensino fundamental, pegue o que é saúde básica, separa transferência de renda para os 45% mais pobres. Nas estimativas que eu tenho, isso dá 16% da despesa federal”, defendeu. “O resto (das despesas) tem que ter restrição orçamentária”.

Laura Carvalho contestou. Disse que, se aprovada a PEC, o impacto das novas regras fiscais tiraria do Estado brasileiro a capacidade de prover serviços públicos básicos, universais e gratuitos, tal como “a sociedade brasileira escolheu na Constituição de 1988”.


Pela nova regra, argumentou, "se o PIB brasileiro crescer nos próximos 20 anos no ritmo dos anos 1980 e 1990, passaríamos de um percentual de gasto da ordem de 40% do PIB para 25% do PIB, similar ao verificado em Burkina Faso ou Guiné Equatorial. E, se crescêssemos às taxas dos anos 2000, o percentual seria ainda menor, da ordem de 19% do PIB, o que nos aproximaria de países como o Camboja e Camarões".

“Conhecendo a UFRJ” levou 14 mil alunos ao Fundão

Escola de Educação Física e Desportos sediou o evento, com palestras e exposições sobre a universidade

Texto e fotos: Lílian Durães

Uma vez por ano, a universidade faz uma gigantesca apresentação de seus cursos aos alunos do ensino médio. É o “Conhecendo a UFRJ”, que ajuda os jovens a escolherem a futura profissão. Nos dias 21 e 22 de setembro, na Escola de Educação Física e Desportos, o evento recebeu 14 mil estudantes de 244 escolas públicas e particulares. Eles puderam assistir a palestras, visitar estandes, conhecer projetos e tirar dúvidas.

“Muitos decidem após as palestras”, afirmou a professora Maria de Fátima Miranda, de Fonoaudiologia. A docente aproveitou a ocasião para improvisar uma pesquisa sobre o perfil daqueles que procuraram o estande do curso: a maioria era do sexo feminino, e com idade até 18 anos.

Fortuine Homsani, que coordenou o estande da Faculdade de Farmácia, disse que a visão dos jovens sobre a profissão é muito restrita. “Uns querem saber mais sobre o curso, outros não conhecem, mas a maioria se admira com o leque de possibilidades”.

Lucas Jural, aluno do 3º período de Odontologia, voluntariou-se para apresentar o curso e orientar os visitantes. “Quando estava no último ano do ensino médio, também participei do ‘Conhecendo a UFRJ’ e isso me ajudou. Então quis retribuir da mesma forma”, explicou.

Mesmo estudantes que já sabem qual profissão seguir conheceram as demais atrações. Rafael Monteiro, do Colégio Paranapuã, da Ilha do Governador, quer cursar Engenharia Química, mas gostou muito do estande do Instituto de Química e da palestra do curso de Física.“Tudo isso ajuda a gente a decidir a carreira, e achei muito bem organizado”, declarou.

IMG 0913 site

NA UFRJ, CANDIDATOS À PREFEITURA NACIONALIZAM DEBATE

A disputa é municipal, mas as propostas do governo Temer para alterar o regime fiscal do país mobilizaram um debate entre candidatos à prefeitura do Rio. O confronto de ideias, que durou pouco menos de duas horas, atraiu grande público aos pilotis do prédio da reitoria, nesta segunda (26).

O encontro foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes Mário Prata. Logo no primeiro bloco da atividade, os representantes dos alunos cobraram dos políticos um posicionamento quanto à Proposta de Emenda à Constituição 241 — que congela os gastos públicos por 20 anos — e quanto ao Projeto de Lei Complementar 257 — que impõe prejuízos ao funcionalismo, na renegociação da dívida dos estados. Apesar de se tratar de uma eleição municipal, eles observaram que estas matérias afetam a cidade e a universidade.

“Isso significa, na prática, congelar a desigualdade social; você está dizendo que está bom do jeito que está. Para mim, não está bom. Como prefeito, quero enfrentar esta agenda. Enquanto estiver no parlamento, vou lutar contra esses projetos”, disse Alessandro Molon (Rede), que é deputado federal.

Marilia Macedo (PSTU), vice de Cyro Garcia, também criticou as propostas: “O papel do PSTU nestas eleições é apresentar um programa que enfrente essas políticas e o ajuste fiscal que o governo Temer quer jogar nas costas dos trabalhadores. O projeto 257 ataca diretamente o serviço público”, afirmou.

Carmen Migueles (Novo) não respondeu à pergunta. Limitou-se a dizer que a população brasileira paga muito imposto e que o Estado está inchado. “O cidadão comum é o melhor indivíduo para tomar decisões sobre sua renda”, disse. “Nós queremos transparência nas contas públicas e um Estado eficiente”

Marcelo Freixo (PSOL) classificou a PEC 241 como uma “tragédia”: “A agenda neoliberal desse golpe é perversa. No que diz respeito à desvinculação das receitas da saúde e da educação, isso tem efeito cascata, que chega aos estados e municípios. Você não terá o mínimo para gastar. O que é uma tragédia. Pois, com esse mínimo hoje, já vivemos um caos na Saúde e na Educação públicas.

Edson Santos (PT), vice de Jandira Feghali (PCdoB), elogiou a iniciativa do DCE de chamar o debate entre os candidatos à prefeitura, tendo como referência a conjuntura nacional: “Uma conjuntura de retrocesso nos direitos dos trabalhadores, dos direitos do nosso povo e da nossa juventude”, falou a respeito da agenda do governo Temer.

Carlos Osório (PSDB), por sua vez, preferiu atacar o governo anterior: “O Brasil quebrou por uma política de permanência no poder implementada pelo Partido dos Trabalhadores. Estamos nesta situação, em grande parte, por um estelionato eleitoral cometido há dois anos pela (ex-presidente) Dilma Rousseff e pelo (marqueteiro) João Santana”.

Marcelo Crivella (PRB), Pedro Paulo (PMDB) e Flávio Bolsonaro (PSC) não apareceram e não enviaram representantes.

Debate garantido por liminar

O DCE Mário Prata só garantiu a realização do debate desta segunda (26) por liminar. A primeira tentativa de fazer o encontro entre os candidatos, no último dia 13, esbarrou em uma decisão da Justiça Eleitoral, que proíbe campanha em instituições públicas. 

Fotos: Tatiana Lima

IMG 1198

Inclusão na UFRJ ganha fórum permanente

Instância quer transformar a instituição para acolher pessoas com deficiência

Texto e fotos: Isadora Vilardo

Ainda vai demorar, mas a inclusão de pessoas com deficiência na UFRJ pelo menos ganhou um marco inicial na última terça (20) com o lançamento de um fórum permanente sobre o tema. Até março do ano que vem, uma comissão realizará plenárias mensais com o objetivo de integrar os projetos de acessibilidade já existentes na universidade.

Rita Gomes, diretora da Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Atendimento Comunitário da Superintendência Geral de Políticas Estudantis da UFRJ, criticou a inércia da instituição até os dias atuais, o que permitiu a evasão indiscriminada de pessoas com deficiência. "Uma universidade como a nossa não pode abrir mão de nenhum aluno, professor ou técnico", afirmou. Ela apontou, ainda, as adaptações oportunistas feitas nos campi, que não contemplam as necessidades das pessoas: "Não se pode usar uma rampa que foi feita pra transportar carga e dizer que ali deve passar um cadeirante".

O Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE) é um dos projetos que atuam hoje na UFRJ desenvolvendo tecnologia para pessoas com deficiência, em especial visual e motora grave. Dentre os pesquisadores do projeto, está Ida Beatriz Mazzillo, mestre em Educação Especial que possui sequelas de uma paralisia cerebral sofrida em seu nascimento. Para ela, a própria construção do fórum mostra que há muito a fazer em relação à inclusão na universidade.

Para sair do papel

A iniciativa de acessibilidade mais próxima de sair do papel é o projeto-piloto da Faculdade de Letras. Apresentado ao Fórum no último dia 20, ele prevê adaptação de banheiros, inclusão de mapas táteis e podotáteis (placas de orientação presas ao chão para orientação de pessoas com deficiência visual) e a instalação de elevadores, entre outras alterações físicas. O documento, finalizado em 2011, até hoje não foi aplicado. A reitoria afirmou que o projeto será incluído no orçamento para 2017. Falta decidir se será executado de uma só vez ou por etapas.

Permanente e acadêmico

Para o reitor Roberto Leher, a iniciativa do fórum deve ultrapassar sua gestão. "Esse projeto não pode ser de uma reitoria, mas uma mudança genuína da forma de ser da universidade", diz. Leher também citou a questão orçamentária, maior preocupação da reitoria, no momento. “Hoje, nós não temos recursos de fato, mas não podemos ficar reféns disso. Vamos fazendo as mudanças aos poucos.”

O evento contou com a presença do diretor do Instituto Nacional de Educação de Surdos, Marcelo Cavalcanti, que formalizou cooperação com a UFRJ para projetos futuros e ofereceu cursos de capacitação para os professores da universidade.

O trabalho do Fórum seguirá nos próximos meses em plenárias abertas, ainda não marcadas.

IMG 1162 site

Apresentação cultural

Durante o lançamento do Fórum, o tenor Saulo Laucas — que cantou no encerramento da Paralimpíada do Rio — fez uma apresentação. Cego e autista, ele foi formado em Música pela UFRJ.




Topo