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Aos mestres, com carinho e coragem

 

 

                                               “Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

Anísio Teixeira

 

O dia do professor chega num dos momentos mais tensos para a educação brasileira. A PEC 241 assombra o cotidiano acadêmico e ameaça conquistas históricas da universidade. Ainda assim, a ADUFRJ acha que há motivos para comemorar este 15 de outubro e parabenizar cada um dos mais de cinco mil mestres que se dedicam ou se dedicaram dia e noite a formar o futuro do país.

 

Desejamos a todas e todos coragem para fazer valer a importância desse ofício tão bem traduzido nas sábias palavras de Albert Einstein: “A suprema arte do professor é despertar a alegria na expressão criativa do conhecimento, dar liberdade para que cada estudante desenvolva sua forma de pensar e entender o mundo, assim criamos pensadores, cientistas e artistas”.

 

É fundamental que estejamos unidos diante de tantas ameaças à educação e à nossa carreira. Somente juntos conseguiremos a força necessária para manter a universidade como um espaço de resistência e aprendizado.

 

Parabéns, caros colegas. 

Diretoria da Adufrj




Incêndio causou prejuízo de R$ 22 milhões

Fogo no prédio da reitoria pode ter sido causado pela rede elétrica. Administração central busca, junto ao governo, verba extra para reconstruir ala destruída

Silvana Sá
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“O prejuízo está avaliado em R$ 22 milhões e não temos esses recursos”. Foi o que declarou o pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo, sobre as consequências do incêndio ocorrido dia 3, no oitavo andar do prédio da reitoria. Durante o Conselho Universitário do último dia 13, a administração central informou que busca, junto ao governo federal, verbas extraordinárias para a reconstrução do local.

De acordo com o prefeito da Cidade Universitária, o engenheiro Paulo Mario Ripper, a reitoria ainda aguarda a conclusão dos laudos periciais, mas tudo indica que o incêndio começou com o retorno da energia elétrica, após um blecaute que atingiu o Fundão. “Não foi uma questão de falta de estrutura ou manutenção. A energia provavelmente chegou numa voltagem muito superior e causou o início do fogo”. A luz voltou às 21h30, mesmo horário do início do incêndio, segundo testemunhas.

Enquanto não saem os laudos, as atividades entre o terceiro e o oitavo andar continuam suspensas por falta de água, energia e telefones. Por enquanto, somente o térreo e o segundo andar têm condições de funcionamento. Há quatro laudos em elaboração. Um pelos Bombeiros, outro pela Polícia Federal, um terceiro pela Defesa Civil e o último pela Coppe e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

As aulas da Escola de Belas Artes e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo continuam suspensas, com retorno previsto para o dia 24. Mas a professora Cristina Trajano, vice-decana do Centro de Letras e Artes, criticou a proposta de realocação das aulas em vários edifícios no Fundão. “A solução de pulverizar os alunos entre as diversas unidades não é viável”. São cerca de 4,5 mil estudantes sem aulas, segundo a docente. E mais de 400 entrando via Enem nas duas unidades. “Não temos como recebê-los se não houver um local apropriado”. Ela sugeriu que a reitoria alugue contêineres como medida emergencial para alocar os estudantes.

Ivan Carmo respondeu que, por ano, a universidade gastaria R$ 4,2 milhões para alugar os módulos necessários, algo “inviável neste momento”. Disse, ainda, que a administração central realizará visitas técnicas na próxima semana a prédios “vazios ou subutilizados” no Fundão para que possam servir aos estudantes e às demais atividades suspensas. “Um deles é o prédio da Embratel (atrás do Instituto Coppead). O outro é o Polo de Xistoquímica, que tem 30 salas de aula novas, mas que nunca foram utilizadas”. Sobre o prédio da Embratel, Carmo informou que a reitoria está tentando estabelecer contato com a empresa para pedir autorização de uso.

UFRJ é contra a PEC 241

O Conselho Universitário, reunido dia 13, aprovou uma moção de repúdio à Proposta de Emenda à Constituição nº 241. Para o colegiado, um dos efeitos da legislação será o esvaziamento do quadro de servidores efetivos da universidade pela provável escassez de concursos públicos e reajustes salariais que, quando autorizados, serão limitados à variação da inflação sobre o orçamento da Educação.

Bruno Souza, representante dos Adjuntos do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, aproveitou a oportunidade para convidar a todos a comparecerem ao ato organizado pela Adufrj, dia 17: “É muito importante que todos nós estejamos engajados no combate a essa PEC. Na segunda, às 17h, precisamos de toda a comunidade acadêmica somando forças”.

 

Para Flávio Martins, diretor da Faculdade Nacional de Direito, a PEC 241 é uma das maiores ameaças aos serviços públicos e faz parte de uma política mais ampla de retirada de direitos sociais. “Essa PEC ferirá de morte a educação neste país. É uma medida de supressão de direitos fundamentais. Mas não podemos esquecer que ela não é isolada, existem outras ações que vão na mesma direção de usurpar os direitos, como, por exemplo, a redução da maioridade penal, a reforma da previdência, entre outros projetos”.

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Fisioterapia no limite

Comunidade solicita intervenção do MEC para recuperação do curso

Elisa Monteiro
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Professores da Fisioterapia vão entregar ao Ministério da Educação um documento que solicita a suspensão do ingresso de novos alunos no curso para 2017. A avaliação é que se esgotaram as possibilidades de melhoria das condições de trabalho e estudo junto às instâncias internas da UFRJ.

De acordo com Sara Menezes, chefe do Departamento, o objetivo do fechamento temporário seria reequipar o curso e equilibrar a relação docente/discente: “A maioria das federais abre 30 vagas por semestre (60 por ano). A UFRJ é a única onde entram 44 (88 por ano). A (Universidade) Federal de São Carlos, a mais bem avaliada em Fisioterapia, recebe 30 por ano. A relação professor/aluno deles é quase um para um”.  

Ela relata que, atualmente, a Fisioterapia conta com 21 professores fisioterapeutas. A demanda é alcançar 48. Sara conta que o aumento de 10% da oferta de vagas para atender à Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) aumentou a tensão. O quadro se agrava a partir de 2012 quando o MEC estendeu a formação de quatro para cinco anos. “Simplesmente passamos a ter que oferecer mais seis disciplinas obrigatórias. E mais estágio. Precisamos fazer parceria com outros hospitais da rede pública”, conta.

Outra prioridade é a abertura imediata de laboratórios devidamente equipados para aulas práticas. “Com a demolição da perna seca do hospital (onde funciona o curso), nosso ambulatório foi interditado e as aulas, deslocadas para espaços cedidos por projetos, improvisados e temporários. Isso faz seis anos”, argumenta Sara.

A comunidade do curso reclama que faltam banheiros e bebedouros no andar ocupado pela Fisioterapia, no hospital. Os equipamentos, sem manutenção, estão deteriorados. Não há compra de aparelhos há cerca de uma década. Sem macas, estudantes trazem cangas e toalhas velhas de casa para fazer no chão os exercícios de atendimento.IMG 1948 site

Um dos mais fortes argumentos para interrupção na oferta de vagas é a queda de aproveitamento no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “O curso, que já foi um dos melhores do país — o segundo mais disputado na UFRJ, atrás apenas da Medicina, em 2004 —, está despencado na sua pontuação em função do déficit de estrutura”. Segundo ela, no último ranking, a universidade ficou depois da sexagésima posição, sexta entre as federais. “A última nota que recebemos foi 3,07. Com 2,9, o curso é fechado. Estamos no limite”, disse.

Mais de cem estudantes participaram de um protesto do curso na quinta-feira, 13 (Dia do Fisioterapeuta).  “Não é mole não/Não ter maca e estudar no chão” era uma das músicas dos estudantes. “UFRJ/Olha para mim/Meu curso não pode ficar assim” era outra cantada com bastante animação.

Os estudantes sentem na pele os problemas. Stefanye Cardoso (18 anos) acaba de entrar no ciclo prático e está preocupada. Ela fala sobre a queda de expectativa de quem “entra para a melhor do Brasil e se choca com falta de estrutura mais básica”. Tailane Almeida concorda. Para ela, que entrou em 2013, à época, “a situação com falta de material já era complicada, mas foi declinando”.

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PEC 241 ameaça professores

Mudanças na carreira, progressões e concursos públicos estão na mira do governo

Silvana Sá
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A aprovação da PEC 241 pode causar graves prejuízos aos professores. Várias conquistas históricas, como a progressão na carreira docente, estão ameaçadas. Os concursos também. “Qualquer coisa que gere mais despesas, como reajustes ou progressões, certamente ficará suspensa”, explica Luiz Cláudio Costa, secretário executivo do MEC entre 2014 e 2016. “A PEC limita os gastos com educação em 18% da receita líquida de impostos. Isto certamente impactará todo o funcionalismo público”, completa.

O artigo 104 do texto aprovado em primeiro turno na Câmara no último dia 10 prevê uma série de sanções, caso o limite de gastos por área seja descumprido. Não será possível criar novos cargos, reestruturar a carreira, realizar novos concursos ou progredir na carreira. Segundo o texto, só estariam preservados os concursos decorrentes de vacâncias. Hoje, no caso dos docentes, isso acontece automaticamente, via banco de professores equivalentes.

Quando um professor se aposenta, a universidade tem autonomia para fazer um novo concurso para repor essa vaga. Isto, no entanto, implica o aumento dos gastos, pois o professor aposentado sai da ativa, mas continua recebendo da mesma fonte. A contratação de um novo docente, portanto, aumenta os gastos do Executivo. Este ponto do texto gera dúvidas se a reposição continuará sendo automática ou se a universidade precisará de autorização para este fim.

A Pró-Reitoria de Pessoal da UFRJ foi procurada, mas ainda não tem informações sobre essa questão.

A PEC também impede novas despesas obrigatórias. A universidade não poderá, conforme suas necessidades, prever despesas de custeio maiores que a variação da inflação. Outra medida que pode dificultar muito o dia-a-dia da instituição é a proibição da renegocia- ção de dívidas.

UFMG perderia mais de meio milhão

A Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade Federal de Minas Gerais fez um estudo e concluiu que, se as regras da PEC 241 fossem aplicadas entre 2006 e 2015, a universidade teria perdido, no acumulado, mais de R$ 770 milhões. Somente em 2015, a diferença seria de R$ 90 milhões.

#PECdoFimdoMundo mobiliza UFRJ

Adufrj convida comunidade acadêmica para ato na Cinelândia, segunda-feira, 17, contra Proposta de Emenda Constitucional 241

Da Redação
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Segunda-feira, 17 de outubro, é um dia muito importante para a comunidade acadêmica da UFRJ. Organizados pela Adufrj, professores, servidores e estudantes ocuparão a Cinelândia contra a Proposta de Emenda à Constituição 241, que congela os gastos sociais por 20 anos. A proposta, que ganhou o apelido de “PEC do fim do mundo”, está prevista para ser votada em segundo turno, na Câmara, no dia 24. A atividade promete fazer barulho e mostrar à sociedade os prejuízos da medida para os serviços públicos. “Temos que ampliar o debate sobre a PEC para além dos muros da universidade”, explica a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, sobre a importância da mobilização.

O ato está programado para as 17h. Antes, às 16h, haverá uma oficina de cartazes no local. A ideia da manifestação surgiu com a repercussão do tuitaço/facebookaço que mobilizou as redes sociais a partir de uma ação da Adufrj, com alcance nacional. A hashtag#PECdoFimdoMundo ficou em primeiro lugar nos trending topics no Twitter, no Brasil, por três horas. Do êxito da ação nas redes surgiu a proposta de protestos que estão programados para vários pontos do país.

A Adufrj também organiza a Campanha Brasil 2036, que tem a participação de outras entidades nacionais. Pelo site www.brasil2036.org.br, os internautas podem pressionar os parlamentares com mensagens diretas para que se posicionem contrários à PEC. O site também reúne análises, documentos e informações sobre os impactos da medida.

UFRJ é contra a PEC 241

O Conselho Universitário aprovou uma moção de repúdio à PEC 241, destacando o possível esvaziamento do quadro de servidores efetivos da UFRJ. Bruno Souza, representante dos Adjuntos do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, convidou todos a comparecerem ao ato organizado pela Adufrj: “É muito importante estarmos engajados no combate a essa PEC. Na segunda, às 17h, precisamos de toda a comunidade acadêmica somando forças”

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