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Policia Militar força a utilização do campus como base de tiro contra tráfico O pacato campus do Observatório do Valongo da UFRJ, na Ladeira Pedro Antônio, sofre com a crescente violência no centro da cidade. Em 23 de março, o local foi usado pela Polícia Militar como base de tiros durante uma operação contra traficantes do vizinho Morro do Livramento. Como resultado, o prédio principal foi alvejado no fogo cruzado. “Ninguém foi ferido, felizmente”, conta o diretor da unidade, professor Helio Jaques Rocha-Pinto. “Mas foi pura sorte. Uma das marcas de bala na parede está na altura de um tórax”. E ainda teve mais: na mesma tarde da troca de tiros, criminosos foram ao campus ameaçar a comunidade acadêmica. “Falaram que, se deixassem a polícia entrar outra vez, iriam matar todo mundo”, relata Claudia Fortes, técnica-administrativa. Marca de bala na parede no observatório A proposta da unidade é recompor uma mureta nos fundos, protegendo o campus e inviabilizando o uso do local pelos atiradores da PM. O orçamento da obra é de R$ 15 mil. “É um valor pequeno para a UFRJ, mas, para nós, pesa”, justificou o professor Hélio. Segundo ele, o orçamento anual do Valongo gira em torno de R$ 60 mil. Uma reunião com a reitoria foi agendada para 14 de junho. Consultada por e-mail, a Prefeitura Universitária não respondeu sobre o problema com a Polícia Militar. Piorou depois da Copa A primeira vez que a Polícia forçou entrada no campus foi há cerca de um ano, em março de 2016. “Procuravam bandidos”, lembra Hélio. No episódio, houve disparos na rua ao lado do portão, e dois jovens foram baleados; um deles morreu. Desde então, o portão deixou de ficar aberto ao público. Para o professor Wagner Marcolino, o problema do aumento da violência, com traficantes armados de forma ostensiva nas ruas e operações pesadas da PM nas favelas vizinhas e arredores do Valongo, “começou assim que terminou a Copa do Mundo (em 2014)”. “Desde que eu comecei a trabalhar aqui, em 2011, não me lembro de momento igual”, falou em relação à violência. Restrição de horários e circulação A insegurança afetou a rotina dos pós-graduandos que costumavam estender as atividades até meia-noite. Como muitos, Lwidhy Santana procurou adotar medidas de precaução. “Agora estou chegando mais tarde e saindo mais cedo”, relata. Outro pesquisador, o colombiano Luis Angel disse que, em função de tiroteios próximos, já deixou “de sair da sala várias vezes” e foi obrigado a esperar “melhorar” para poder ir embora. “A gente sempre ouve tiros. E sempre muito perto”. Mas o graduando João Gabriel, do turno da manhã, avalia que no Valongo “não tem hora pra tiro, não”. Sua colega Ellen Costa conta que, na semana anterior, a turma  “sentou no chão embaixo da janela”, para se proteger de tiroteio na Sacadura Cabral, rua dos fundos do campus. Segundo outro discente, Matheus Besnini, os estudantes procuram “andar em grupo”. E um grupo virtual de carona foi formado: “Colocamos todo mundo na lista: alunos, professores e funcionários”, conta Camila Freitas. Visitações têm baixa Outra preocupação são as visitações. Desde 2015, o Observatório oferece visitas guiadas durante o dia. E, nas quartas-feiras, observação noturna aberta ao público, incluindo grupos escolares. Daniel Mello, responsável pelas visitações observa uma queda na procura, nos últimos três meses. “Algo me diz que tem a ver com problema de insegurança”, avalia. “A pessoa vê o portão fechado e passa direto”. Ele conta que boa parte das cerca de 50 pessoas por mês visita o Valongo por acaso. “Muitos estão fazendo turismo no Morro da Conceição e entram”, conta. O funcionário também recomena que saiam em grupos do local.

Professor da FGV-SP aponta diretrizes econômicas para Brasil sair da crise Professor da FGV-SP aponta diretrizes econômicas para Brasil sair da crise O economista Luiz Carlos Bresser-Pereira defende a aplicação de um novo desenvolvimentismo para tirar o país da crise. “Tudo o que mais creio na vida é que o liberalismo econômico é incompatível com o desenvolvimento brasileiro”. Foi o que afirmou em seminário realizado na Coppe, dia 6. As diretrizes do modelo foram condensadas no chamado “manifesto do Projeto Brasil Nação”: reforma tributária que torne os impostos progressivos, taxa básica de juros baixa e retomada do investimento público para estimular a economia, entre outros fatores. O documento foi lançado em abril e já conta com mais de 10 mil assinaturas. Vários intelectuais e políticos apoiam o texto. [caption id="attachment_7664" align="alignleft" width="399"] O professor Bresser-Pereira, ao lado do diretor da Coppe, Edson Watanabe -Foto:Divulgação/Coppe[/caption]   Segundo Bresser-Pereira, que é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, há 27 anos o Brasil segue a cartilha liberal, que só beneficia o setor financeiro. “Precisamos voltar a ser uma Nação. Estamos numa transição. Não sabemos para onde vamos. Mas certamente estamos muito mal”, disse. Ele criticou o argumento do governo de que basta fazer as reformas para o Brasil entrar nos trilhos. “Entre 1999 e 2010, o país estava com suas contas fiscais absolutamente em ordem, superávits primários perfeitamente de acordo com as demandas do FMI. E, no entanto, onde está o crescimento extraordinário? Faltaram políticas cambial e de juros adequadas”. Sobre a reforma trabalhista, foi ainda mais enfático. Disse que o Brasil já se desenvolveu extraordinariamente com essa mesma legislação (até 1980): “Sempre é possível fazer ajustes, mas não vejo nenhuma prioridade para isso”. Bresser-Pereira afirmou que é importante todos se engajarem na mudança de economia. Deu como exemplo o setor de Ciência e Tecnologia — ele foi ministro da pasta, em 1999: “Se deixarem a política econômica para os economistas liberais, é isso que vai dar. O Brasil não se desenvolve; a tecnologia não avança. Esse é o nosso desafio”, completou.

No Dia Mundial sem Tabaco, núcleo de estudos promove ações para alertar sobre riscos do uso de cigarro Texto e fotos: Isabella de Oliveira Estudante da UFF e estagiária da Adufrj No Dia Mundial sem Tabaco, núcleo de estudos promove ações para alertar sobre riscos do uso de cigarro [caption id="attachment_7632" align="alignleft" width="401"] Alberto Araújo, coordenador do NETT/UFRJ[/caption] O Brasil hoje é o segundo maior produtor de folhas de tabaco. Cerca de 85% da produção é exportada, rendendo R$ 7 bilhões ao ano. É uma falsa riqueza para o país: “Gastamos R$ 23 bilhões para tratar as doenças relacionadas ao tabaco”, pontua Alberto Araújo, coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT), da UFRJ. Na semana do Dia Mundial sem Tabaco (comemorado em 31 de maio), o NETT preparou atividades para enfatizar a prevenção e tratar dos efeitos do cigarro. “O grande desafio do fumante é saber o momento de procurar ajuda”, diz Araújo.

O país também é um dos líderes no controle ao vício. A proporção de fumantes na população caiu mais da metade entre 1990 e 2015: de 29% para 12,6% entre eles e 18,6% para 8,2% entre elas Hoje, estima-se que sejam 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens.

Uma exposição do Núcleo, que está completando 15 anos, chamou-se “Tabaco & Saúde: mitos & fatos”. No hall do Hospital Universitário até sexta-feira (2), alertou sobre os danos que os diversos tipos de substâncias causam ao organismo. “Algumas pessoas ainda acham que existem formas inofensivas de fumar, como o cigarro eletrônico”, afirma Araújo. A semana contou com a participação de estudantes no NETT, da Liga Acadêmica de Oncologia, com a parceria da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) e com a Secretaria Municipal de Saúde.

Maria Leopoldina é a personagem que liga bicentenário do maior museu da UFRJ a enredo da Imperatriz, no carnaval 2018 A escola de samba Imperatriz Leopoldinense levará para a Avenida Marquês de Sapucaí a história do Museu Nacional, ligado à UFRJ desde 1946. “O Museu não poderia comemorar de forma mais bela seu bicentenário”, celebrou a diretora Cláudia Carvalho, durante uma cerimônia realizada dia 6 que reuniu componentes da agremiação e a comunidade acadêmica. O evento abriu as festividades pelos 200 anos da unidade, em 2018.   A imperatriz Maria Leopoldina (1797-1826), que se casou com D. Pedro I em 1817, é a inspiração do enredo. “Ela, que habitou este Palácio, também dá nome à nossa escola”, explicou o carnavalesco Cahê Rodrigues. “É nosso gancho para roteirizar um carnaval poético e emocionante”. Segundo o artista, a escola pretende “resgatar o tesouro que é o patrimônio do Museu Nacional” por meio da protagonista. [caption id="attachment_7657" align="alignleft" width="300"] O carnavalesco Cahê Rodrigues; a diretora Cláudia Rodrigues e a professora Regina Dantas[/caption] A sinopse do enredo será oficialmente apresentada aos compositores na quadra da Imperatriz, no dia 12. “A partir de agora o barracão começa a preparar as alegorias”, anunciou o carnavalesco. Cahê Rodrigues disse que “não dá para adiantar detalhes, mas com certeza toda a magia da ciência do Museu estará presente nos efeitos do desfile”. “A Leopoldina não era uma mulher comum para o Brasil do século XIX”, complementa Regina Dantas, historiadora da UFRJ que assessora a pesquisa do enredo. “O laboratório de mineralogia que ela traz para o país aos 13 anos e seu interesse pela botânica foram fundamentais para a criação do Museu Real, que dá origem ao Museu Nacional”. Nos próximos meses, uma equipe da unidade estará empenhada em palestras e visitas guiadas voltadas para a comunidade de Ramos, onde fica a escola de samba. “Vamos a escolas municipais da região e trabalhar com todos, dos compositores às costureiras. A ideia é que possam sentir o Museu ao máximo”, contou Regina. Lado a lado, agora os banners de 200 anos do Museu e do enredo “Uma noite real no Museu Nacional” da escola de Samba Imperatriz agora recepcionam o público na entrada principal do Palácio. E a comunidade já se planeja para desfilar: “Eu quero!”, brinca a diretora Cláudia. Visibilidade internacional Até então pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo falou, na cerimônia, sobre a “visibilidade internacional” da universidade no carnaval 2018. “A Escola de Belas Artes também será destaque na São Clemente”. “A despeito das dificuldades, celebrações como essa dão provas de que a UFRJ tem muito a comemorar”, disse. À reportagem, a diretora Cláudia Carvalho falou do desejo de que as comemorações pelo centenário também se revertam em investimentos para infraestrutura há muito esperados pela comunidade. “Nossa expectativa é que haja uma recuperação do Palácio para que possamos atender mais dignamente o público”, disse. “Temos muitas obras aguardando acondicionamento adequado”, destacou. Patrimônio único Apesar das restrições financeiras, o Museu está em plena expansão. Um exemplo está na aquisição e agora abertura ao público do acervo da exposição permanente “No tempo em que o Brasil era mar: o mundo há 400 milhões de anos”, com enfoque em fósseis que datam entre 420 milhões e 360 milhões de anos atrás. “Nesse período, aproximadamente 50% do território brasileiro estavam debaixo de grandes mares rasos”, explicou o curador Sandro Marcelo Scheffler, professor do Departamento de Geologia e Paleontologia. “Recriar esses ambientes nos ajudam a vislumbrar a vida marinha daquele momento até hoje”. Paleontólogo e mestrando da Uerj, Rodrigo Figueroa aprovou a exposição. “As amostras são muito diversificadas e as reproduções de ambientes, muito boas”. Ele destaca ainda o significado da repatriação do acervo, que havia sido levado por um pesquisador norte-americano: “Atualmente a venda de fósseis é proibida, mas, na época em que foi levada para os EUA, não era”, destaca. “É importante a volta deste material de pesquisa para o país”.     Logo comemorativa vem da EBA [caption id="attachment_7659" align="alignleft" width="300"] Lisandra Rodriguez apresenta a logomarca vencedora[/caption] Lisandra Rodriguez Pereira, estudante de Desenho Industrial da Escola de Belas Artes (EBA) foi a vencedora do concurso para a logomarca comemorativa de 200 anos do Museu Nacional. A estudante concorreu com outros 21 trabalhos inscritos. A peça valoriza a arquitetura, símbolo do Palácio, agregando as iniciais do Museu Nacional. “A ideia foi atualizar a marca original, simplificando o símbolo de forma minimalista e de acordo com as tendências atuais”. O prêmio foi concedido pela associação “Amigos d’O Museu” que apoia a instituição há 80 anos. Na ocasião, os “Amigos d’O Museu” lançaram, ainda, um livreto e exposição comemorativos.

Comissão de especialistas indica como devem ser taxadas as emissões de gases de efeito estufa Comissão de especialistas indica como devem ser taxadas as emissões de gases de efeito estufa Taxar a poluição é uma das formas apresentadas pelos cientistas para combater o aquecimento global. “Das emissões de gases de efeito estufa no planeta, 87% não estão sujeitas a nenhuma penalização monetária”, explica o professor Emilio La Rovere, do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ. Pior: boa parte das emissões ainda é subsidiada por políticas econômicas equivocadas, como as que barateiam o preço do gás ou da gasolina. Mesmo entre os 13% das emissões que sofrem alguma taxação, a maioria dos governos cobra muito pouco. São valores menores que US$ 10 por tonelada de “dióxido de carbono equivalente”, medida internacional que expressa a quantidade de gases de efeito estufa. “Dez dólares corresponderia, na nossa realidade,  a cinco centavos de real por litro de gasolina. É muito pouco”, completa La Rovere. No último dia 29, uma comissão de alto nível coordenada pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2001, o americano Joseph Stiglitz, e por Lord Nicholas Stern, presidente da British Academy, divulgou um relatório sobre os preços de carbono necessários para que sejam atingidas as metas climáticas do Acordo de Paris. O objetivo é impedir que a temperatura do planeta aumente mais de 2ºC no final de século em relação à era pré-industrial. Os países signatários deverão estabelecer preços para o carbono, com metas de US$ 40 a US$ 80 por tonelada emitida, até 2020, e US$ 50 a US$ 100 por tonelada, até 2030. A política deve ser combinada com medidas de incentivo ao uso de tecnologias limpas. [caption id="attachment_7651" align="alignleft" width="300"] Professor Emilio da Rovere, da Coppe[/caption] Emilio La Rovere é o único brasileiro a integrar a comissão internacional, apoiada pelo governo da França e pelo Banco Mundial: “Estas faixas de preços permitem uma margem de manobra, principalmente aos países em desenvolvimento”, esclarece. Os países mais ricos, que emitiram mais gases de efeito estufa, têm responsabilidade histórica e devem cobrar mais, segundo o professor da Coppe. “Quem sofre mais com as mudanças climáticas são os países mais pobres. E dentro dos países em desenvolvimento, sofrem ainda mais as populações pobres. São as periferias ou os agricultores no semiárido nordestino, por exemplo”, conta. O relatório aponta, ainda, que a taxação das emissões de carbono não deve servir para os governos arrecadarem mais e encobrirem seus déficits. Deve haver a chamada neutralidade fiscal: “A receita advinda desta taxa deve ser devolvida à economia, reduzindo outros impostos. O governo pode desonerar a folha salarial das empresas e estimular a criação de empregos”, exemplifica La Rovere. Trump e a Convenção do Clima Antes do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a saída dos EUA da Convenção do Clima, o professor minimizou a decisão: “Não é o ideal, mas (a saída dos EUA) não quer dizer que acabou a Convenção do Clima. Muita gente acha até que é pior os EUA ficarem, se ficarem só para boicotar e atrasar as negociações". La Rovere valoriza o que está feito em outras regiões do mundo:  “A China está tomando medidas para cortar o seu consumo de carvão mineral. Lá, já havia precificação (do carbono) pelas províncias. Agora, estão unificando”. Um sinal de que finalmente há mudança de postura em relação ao clima: “Em 2014, o total das emissões no mundo foi menor do que em 2013, pela primeira vez, apesar de a economia mundial ter crescido 3%”. La Rovere explica que, antes, quando havia uma queda das emissões, isso ocorria em função de uma recessão mundial — com menos atividade econômica, emite-se menos. “Isso (a queda das emissões) foi puxado principalmente pela China e pela União Europeia”, afirma.

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