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Seis painéis foram espalhados pela cidade; cinco linhas de ônibus também estão circulando com cartazes exigindo investigação dos assassinatos, ocorridos há mais de um mês   Seis painéis foram fixados no Rio de Janeiro como parte da campanha “Apuração Já”, que cobra o andamento das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes, no dia 14 de Março. Mais de um mês após o ocorrido, poucas informações foram divulgadas sobre os assassinos e as motivações do crime. Os painéis podem ser identificados na Av Brasil, em frente à FioCruz Manguinhos, na saída 11 da linha Vermelha (Bonsucesso), na Avenida Eng. Tromposwski (entrada da Ilha do Governador), no Catumbi, próximo ao túnel Santa Bárbara e na Avenida Venceslau Brás, em Botafogo. As artes, de autoria de André Hippert, também ilustram outras ações da campanha, como os “busdoors” de cinco linhas de ônibus, que circulam na Zona Norte e na Zona Sul. Além disso, uma faixa foi colocada na Faculdade de Direito, no Centro do Rio, e banners foram espalhados pelo campus do Fundão da UFRJ.

Na solenidade de posse da nova diretoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, na sexta (20), foi inevitável a lembrança do incidente que atingiu o prédio da reitoria, onde a unidade está sediada Na solenidade de posse da nova diretoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, nesta sexta (20), foi inevitável a lembrança do incêndio que atingiu o prédio da reitoria, onde a unidade está sediada. No salão do Conselho Universitário, todos fizeram referência, em maior ou menor grau, ao incidente de outubro de 2016 que até hoje prejudica a FAU, a EBA e o IPPUR. “Foi um momento bastante dramático”, disse o diretor da unidade entre 2014 e 2018, professor Mauro Santos, antes da transmissão do cargo. “Mas saio daqui feliz de ter realizado minha missão de diretor. Espero que possamos retomar nossa capacidade”, completou. A professora Andrea Queiroz assumiu o cargo de diretora até 2022. Seu vice é o professor Guilherme Lassance. “É preciso buscar recursos, estabelecer e reforçar parcerias que ampliem nossa atuação em ensino e inovação tecnológica”, afirmou Andrea. “Precisamos contribuir para o fortalecimento do nosso Centro de Letras e Artes e estarmos mais próximos dos nossos parceiros do infortúnio: EBA e IPPUR. Mas, antes de tudo é importante estarmos cientes da importância de sermos uma unidade da UFRJ”, concluiu. A decana do Centro de Letras e Artes, Flora de Paoli, disse fazer cobranças quase diárias à reitoria para amenizar a atual situação de precariedade dos cursos.  “Mas, nesses últimos anos, com muitos cortes de orçamento, o que temos aprendido foi como enfrentar esses problemas”. O reitor Roberto Leher elogiou a “coragem” da comunidade da FAU desde o incêndio, na manutenção das atividades acadêmicas. “Esta é uma faculdade que, com todas as dificuldades, está pulsando”. Ele lembrou ter feito um pedido de R$ 35 milhões ao MEC para recuperação do prédio, mas a instituição só recebeu pouco mais de R$ 6 milhões. Mulheres lideram o Centro de Letras e Artes A vice-reitora Denise Nascimento foi responsável pelo momento de descontração da solenidade, ao observar que o CLA e suas unidades agora estão totalmente sob uma “administração feminina”. Além da decana e da nova diretora da FAU, a EBA é dirigida pela professora Madalena Grimaldi; a Faculdade de Letras, pela professora Sônia Reis; e a Escola de Música, pela professora Maria José Chevitarese. Adufrj prestigia cerimônia Vários professores, mesmo de outras unidades, prestigiaram a solenidade de posse da nova diretoria da FAU. O professor Fernando Duda representou a Adufrj na atividade.

“O que faz a UFRJ ser a UFRJ é a ousadia e a responsabilidade com o bem-estar dos povos” afirmou o reitor Roberto Leher, durante a aula magna de Esquivel. “A universidade pública é um espaço que requer a liberdade ilimitada. Para isso, precisa estar ao lado dos direitos humanos e comprometida com a ética pública”. O reitor defendeu a liberdade como bem inerente à universidade. Criticou o cerceamento aos trabalhos acadêmicos, como a censura do MEC aos docentes que oferecem disciplinas analisando a golpe de Estado contra a presidente Dilma. Lamentou ainda a condução coercitiva do reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramirez, e os eventos que levaram ao suicídio do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier.

Em 2016, Colégio de Aplicação da UFRJ aboliu o jubilamento. Até então, duas repetências dentro do mesmo ciclo - fundamental ou médio- significavam o cancelamento da matrícula escolar. A mudança foi realizada durante a gestão das professoras Maria Cristina Miranda e Graça Reis, reeleitas como diretora e vice-diretora até 2020. Durante a cerimônia de posse, nesta quinta-feira 19, no Teatro do CAp, ambas destacaram os desafios para a inclusão escolar. “Desde 2000 o CAp realiza o sorteio público de vagas. Em 2017, colhemos frutos, abolindo o jubilamento. Agora precisamos avançar em políticas institucionais de permanência”, frisou a diretora Cristina Miranda. Segundo sua colega e vice, Graça Reis, o foco da nova gestão para o próximo biênio é completar as mudanças no sistema de avaliação da escola para dar suporte aos alunos com mais dificuldades. "Nossa ideia é de que a escola seja cada vez mais inclusiva e democrática", declarou. Na mesa de posse, Cristina Miranda comemorou a formação do primeiro coletivo negro entre os estudantes. E listou como progressos alcançados nos últimos anos a ampliação da educação de jovens e adultos no turno da noite e projetos de extensão em parceria com escolas da rede pública. A diretora também fez críticas a Reforma do ensino médio e o projeto Escola sem partido, celebrando a realização de concurso para professores permanentes de Filosofia e Sociologia: “Nesse momento, em que são retiradas do currículo, é preciso pensarmos o lugar dessas disciplinas tão importantes na construção do conhecimento público, gratuito e laico”. A educação especial apareceu como outra meta para a gestão. Para Graça Reis, além de  equipamentos, "é fundamental a capacitação de professores para acompanhar alunos com deficiências". Em seu discurso, Cristina Miranda disse que o ingresso do primeiro aluno cadeirante no Colégio de Aplicação da UFRJ, em 2017, fez a escola “refletir sobre nosso o espaço e o que ele precisa para receber a todos”. Integração Na mesa da cerimônia, o reitor Roberto Leher e a decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Lilia Pougy, defenderam a integração do Colégio de Aplicação da UFRJ com as demais instituições de ensino e, em especial, com a rede básica pública. “Não pode haver universidade democrática sem diálogo com a educação básica”, argumentou o reitor Roberto Leher. “Dois terços da população adulta não concluíram o ensino médio. Isso significa que a grande maioria da população não pode chegar à universidade. É grave a naturalização dessa triagem social”. Já para a decana, o CAp tem potencial agregador e protagônico: “Fortalecer o papel da educação básica em um contexto de esfacelamento da rede é uma tarefa urgente”, opinou a decana.    

Ações concretas para combater décadas de preconceito contra LGBTs. Assim alunos e professores da Faculdade de Medicina da UFRJ, uma das mais tradicionais do país, tentam reagir a uma rotina incômoda, que inclui de piadinhas a ameaças. O relato mais contundente veio do estudante Gustavo Amorim, que compartilhou nas redes o que viveu. “A humilhação era constante. ‘Veado não pode fazer urologia’, disse um professor. ‘Veado faz toque retal sem luva’, dizia o médico na aula prática. ‘Essas bichas dão o (*) e depois vêm reclamar que pegam HIV’, disse outro. ‘Você é muito afeminado. Se contenha na enfermaria’, disse meu preceptor de clinica médica. ‘Ainda bem que não veio aquele veado, senão tacaria fogo nele’, disse o anestesista durante um plantão na maternidade-escola. A cada ofensa, a dor aumentava”, escreveu ele num post. Diante da repercussão, Gustavo foi convidado para a reunião da Congregação da Medicina. Professores se solidarizaram. “Alguns sentem esse tipo de coisa, mas se calam. Todos sabem quem são os preconceituosos”, conta Gustavo, que, de modo informal, levou os nomes dos agressores à direção da Faculdade. A Congregação aprovou nota de repúdio contra qualquer forma de preconceito. O diretor da Faculdade, Roberto Medronho, disse que não compactua com casos assim e que, caso receba oficialmente os nomes dos responsáveis, será aberta sindicância – o que é difícil, pois os alunos temem retaliações. “O preconceito é inadmissível, ainda mais num lugar de Medicina e Educação. Um médico, que fez juramento para salvar pessoas, não pode ter esse tipo de comportamento”, afirmou Medronho. Antes e depois de Gustavo, outros alunos sofreram LGBTfobia – e puxar o fio das histórias é desenrolar um novelo de humilhações cotidianas, que doem de novo quando lembradas. “No bandejão, um cara me olhou. Outro disse: ‘Achou bonita? Espera tirar a roupa para ver o que tem’. Sofri no bandejão, no hospital, em todo lugar. Mas houve coisas boas, apoio de professores maravilhosos”, conta Helena Maria de Souza, que no ano que vem será a primeira trans a se formar em Medicina na UFRJ. Estudantes formaram o Coletivo Diversidade LGBT e estão alertas a novos episódios. A faculdade montou uma Comissão de Direitos Humanos para acompanhar violações e está criando um site para denúncias anônimas. Um inédito workshop sobre saúde LGBT está previso para o dia 3 de maio no IPUB (Instituto de Psiquiatria), na Praia Vermelha, com apoio da professora Erotildes Leal. “LGBTs têm demandas de saúde, mulheres trans usam hormônios. Queremos estudar isso”, diz um dos organizadores do workshop, o aluno Laerte Fontes, membro do coletivo LGBT. Outra possibilidade é uma disciplina de saúde LGBT – para que o debate não se encerre, cobra a aluna Rachel Oliveira, bissexual: “Isso deu visibilidade ao problema. Mas preconceito não acaba da noite para o dia.”   MEMÓRIA: ESQUADRÃO FAZIA TROTE VEXATÓRIO A Faculdade de Medicina já teve uma fraternidade, o Esquadrão de Bombas, que comandava o trote vexatório, com humilhações dos calouros. As calouras eram submetidas a assédio constante. Uma canção popular na faculdade dizia que “Medicina não é coisa de menina”. O Esquadrão ameaçava LGBTs e, nas festas, proibia casais do mesmo sexo. Em 2013, calouros foram obrigados a entrar numa piscina com urina. O trote vexatório e o Esquadrão foram proibidos. NOTA DE REPÚDIO DA FACULDADE DE MEDICINA O documento, aprovado em 12 de abril, lembra a Declaração Universal de Direitos Humanos e o papel da educação. Alguns trechos: ”A Congregação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro manifesta seu mais profundo repúdio a qualquer manifestação de discriminação seja de que ordem for a qualquer membro de seu corpo social (docentes, discentes e técnicos-administrativos). Não é concebível que uma instituição cuja missão envolva a Educação e a Saúde seja palco de comentários que exponham, ridicularizem e ofendam quem quer que seja. Mais intolerável ainda quando os responsáveis por estas atitudes se encontram numa função em que detêm algum poder sobre aqueles que são alvo de seus comentários. Esta Faculdade empreenderá todos os esforços para que isto não mais ocorra e tomará todas as medidas cabíveis para a punição de quem assim o fizer. “

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