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Prédio foi interditado pela Defesa Civil, mas técnicos da universidade puderam entrar para retirar peças. Dirigentes da UFRJ responsabilizam governo federal pelo incidente Depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, a segunda-feira foi de lágrimas, mas também de revolta e muito trabalho, para professores e técnicos da instituição. O prédio foi interditado pela Defesa Civil. Com apoio dos bombeiros, técnicos conseguiram entrar no edifício, cujo interior foi praticamente destruído, para retirar algumas peças. Até agora não há um inventário completo do que pôde ser salvo. Com o auxílio dos bombeiros, a professora Elizabeth Zuccolotto, curadora da coleção de meteoritos, resgatou 18 fragmentos de meteoritos. “Eles vieram do espaço, são meteoritos brasileiros cobiçadíssimos”, afirmou. O meteorito do Bendegó, uma das peças-chave do Museu, que ficava na entrada do prédio, também sobreviveu ao fogo. Sob coordenação do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), uma força-tarefa formada por profissionais de várias instituições ficará à disposição do Museu Nacional para ajudar no que for preciso. Ainda não há notícias seguras sobre outras peças do acervo, como o crânio de Luzia, primeira mulher das Américas, e o imenso acervo de fósseis. O diretor do Museu, Alexander Kellner, e o reitor da UFRJ, Roberto Leher, responsabilizaram o governo federal pelo ocorrido, por causa do sucessivo corte de verbas para a UFRJ. “Estávamos com um projeto do BNDES que daria o auxílio para um projeto de prevenção de incêndio e segurança, mas não houve tempo de ser implementado”, lamentou Kellner. O diretor admitiu que o serviço de prevenção de incêndios do prédio estava longe do ideal. Kellner disse que o plano de reconstrução do Museu é urgente e inclui a cessão de um terreno do governo federal, próximo ao prédio, que vinha sendo requisitado pela administração da instituição para guardar parte do acerto. “Precisamos de dinheiro para a reconstrução, de contêineres para manter nossas atividades e apoio para análise do que restou”, afirmou. “Já perdemos parte do nosso acervo, não vamos deixar que nos destruam por completo. O Museu resiste”, disse Kellner. O vice-diretor do Museu, Luiz Fernando Dias Duarte, disse que há algum tempo falta apoio financeiro dos governos brasileiros. “O meu sentimento é de desânimo profundo e muita raiva”, afirmou Duarte, lembrando que nenhum ministro foi à festa de 200 anos do Museu. Segundo ele, o Museu conseguiu algumas emendas parlamentares que liberariam verbas para a instituição, mas todas foram contingenciadas. Tensão em ato de solidariedade ao Museu Um ato previsto para as 9h, em solidariedade ao Museu Nacional, acabou se transformando num ponto de tensão. O acesso à Quinta da Boa Vista foi controlado, e o portão principal fechado, impedindo a passagem dos manifestantes. Estudantes e associações variadas, entre elas a Adufrj, participavam da manifestação. O grupo reivindicava entrar na Quinta da Boa Vista e ir até a frente do Museu, onde seria feito um abraço ao prédio. A Guarda Municipal não permitiu, e a tensão aumentou. Por volta das 12h, o portão foi aberto para que um carro da Polícia Federal entrasse. Um manifestante tentou passar, a Guarda Municipal não deixou, e o confronto se instalou. A Guarda Municipal usou gás de pimenta e cassetetes contra o grupo. Pró-reitores da UFRJ estavam no local e, junto com o DCE, tentavam acalmar os ânimos, negociando com a Guarda Municipal. Uma grade foi colocada diante do jardim do Museu, à frente da estátua de Dom Pedro II, e só assim os manifestantes puderam entrar na Quinta. O grupo cantou e discursou no local. Depois houve um abraço ao prédio, e o ato se dispersou. Novo ato ocorre nesta tarde, na Cinelândia, centro do Rio.

O incêndio do Museu Nacional não atingiu apenas o passado; incide sobre o presente e o futuro. Trata-se agora de minimizar perdas que não se resumem a um prédio e objetos, é preciso buscar a preservação da capacidade de interpretar e produzir conhecimentos sobre o país, seus povos e sua cultura. A AdUFRJ apoia todos os esforços da direção do Museu Nacional, seus professores, servidores técnico-administrativos e alunos, bem como da Reitoria para desencadear medidas de curto e médio prazo voltadas a garantir a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Exigimos reconstrução do Palácio, reorganização de coleções e reinstalação imediata das pessoas que trabalham no Museu em condições dignas e adequadas. Estaremos acompanhando passo a passo a efetivação de propostas apresentadas pelo governo após a destruição do Museu, inclusive repasses de recursos, inicio de obras e cessão de terreno. A trajetória do Museu Nacional é intrinsecamente vinculada à da UFRJ; o que afeta o Museu diz respeito a todos nós. Ao longo de dois séculos, o Museu Nacional se inseriu com destaque entre as principais instituições de ciências naturais e antropológicas do mundo, e teve competência para se antecipar às transformações do país, sabendo se integrar à vida da cidade. Desde ontem milhares de crianças e adultos emitem depoimentos emocionados sobre suas visitas ao Museu. Essa onda de compreensão sobre a relevância de uma instituição pública evidencia que o descaso de órgãos governamentais com a UFRJ não encontra respaldo na sociedade. O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas. A AdUFRJ está mobilizada para colaborar com toda e qualquer atividade de apoio objetivo ao Museu Nacional.

Antes que o fogo se alastrasse pelo prédio histórico, funcionários da universidade e bombeiros conseguiram retirar uma pequena parte do acervo e dos materiais de pesquisa Um incêndio de grandes proporções,que teve início às 19h30 de domingo, destruiu em poucas horas o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Não houve vítimas. Antes que o fogo se alastrasse, funcionários da universidade e bombeiros conseguiram retirar uma pequena parte do acervo e dos materiais de pesquisa. “Chegamos a tirar algumas coisas, mas muito pouco perto do que existia no prédio”, lamentou o pró-reitor de Graduação da UFRJ, Eduardo Serra, um dos primeiros a chegar ao local. O horror estava nos olhares de funcionários, professores e até mesmo trabalhadores do parque. “Eu estou muito triste. Trabalho aqui como ambulante de quinta a domingo. Sempre trago meu filho nos finais de semana e ele gosta tanto de visitar o Museu. Faz parte da nossa história. Parece que vai um pedaço da gente”, disse Marta Ambrósio Oliveira. Ela tinha acabado de sair do parque acompanhada do filho Cauã, de 9 anos, quando viu a fumaça e resolveu voltar. “A gente ia pegar o trem. Lá de cima (da estação) vi a fumaça e já me apertou o coração. Quando cheguei aqui, a cena já era essa. Foi muito rápido”. Oitenta homens de 12 quartéis do Corpo de Bombeiros participaram do combate ao incêndio. Apesar de terem chegado rapidamente ao Museu, não levaram água e os hidrantes não funcionaram. Caminhões-pipa apareceram quando o fogo já tomava conta dos três andares do edifício. A água de um dos lagos da Quinta chegou a ser bombeada para ajudar no combate às chamas. Cinco horas depois do início do incêndio, quando a situação parecia sob controle, um novo foco se alastrou pela lateral do prédio histórico. O coronel Roberto Robadey, comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, afirmou que a fachada não corre risco de desabar. “Internamente, algumas estruturas já ruíram, mas a construção é bastante sólida e os engenheiros descartaram desabamento”. Ele se defendeu das críticas de que a corporação não foi ágil. “Cumprimos o protocolo e após 34 segundos da chamada, já estávamos nos deslocando para cá”. O Museu Nacional tinha o maior acervo cultural e científico da América Latina, com 20 milhões de peças. Lá estava o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, além de fósseis de animais pré-históricos, múmias, exposições, coleção de invertebrados, coleções adquiridas pelo imperador D. João VI, documentos e acervo históricos do Brasil, laboratórios de pós-graduação e salas de aula. Em 2018, o Museu completou 200 anos e foi tema do samba-enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. “A história do nosso país passa pelo Museu Nacional. Este incêndio sangra o coração do país”, afirmou o reitor Roberto Leher em coletiva à imprensa. Ele declarou esperar que o governo libere recursos para a reconstrução do museu e disse que ainda esta semana irá a Brasília procurar o Ministério da Educação para tratar do assunto. Atos marcados Cientistas de todo o país se manifestaram pelas redes sociais e por meio de instituições científicas. Por meio de nota, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência criticou o governo: "Desde 2014, o Governo Federal não faz os repasses apropriados para a manutenção do Museu. Esse incêndio é um símbolo do descaso do governo atual com a nossa cultura, ciência e patrimônio”. Dois atos já estão agendados para esta segunda-feira (3). Um, às 9h, na Quinta da Boa Vista, em frente ao palácio. O outro, às 16h, na Cinelândia. Além de prestar solidariedade à comunidade acadêmica, os protestos também denunciarão a situação de penúria pela qual passam a ciência e a cultura no Brasil.  

Diretoria cobra medidas imediatas do governo: "O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas", diz trecho O incêndio do Museu Nacional não atingiu apenas o passado; incide sobre o presente e o futuro. Trata-se agora de minimizar perdas que não se resumem a um prédio e objetos quaisquer. O edifício possuía imenso valor histórico e continha arquivos, peças museológicas, exemplares da fauna e flora histórica e pré-histórica, testemunhas da paleontologia. Os prejuízos são incomensuráveis e abalam as perspectivas de manter a  capacidade de interpretar e produzir conhecimentos sobre o país, seus povos e sua cultura. A AdUFRJ apoia todos os esforços da  direção do Museu Nacional, seus professores, servidores técnicos-administrativos e alunos , bem como da Reitoria para desencadear medidas de curto e médio prazo voltadas a garantir continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Exigimos a reconstrução do Palácio, reorganização de coleções e reinstalação imediata das pessoas que trabalham no Museu em condições dignas e adequadas. Estaremos acompanhando passo a passo a efetivação de propostas apresentadas pelo governo após a destruição do Museu, inclusive repasses de recursos, inicio de obras e cessão de terreno. A trajetória do Museu Nacional é intrinsecamente vinculada à da UFRJ;  o que afeta o Museu diz respeito a todos nós.  Ao longo de dois séculos, o Museu Nacional se inseriu com destaque entre as principais instituições de ciências naturais e antropológicas do mundo, e teve competência para se antecipar às transformações do país, sabendo se integrar à vida da cidade. Desde ontem, milhares de crianças e adultos emitem depoimentos emocionados sobre suas visitas ao Museu. Essa onda de compreensão sobre a relevância de uma instituição pública evidencia que o descaso de órgãos governamentais com a UFRJ não encontra respaldo na sociedade. O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas. A AdUFRJ  está mobilizada para colaborar com toda e qualquer atividade de apoio objetivo ao Museu Nacional.

Uma das inúmeras perguntas que os cidadãos devem estar se fazendo diz respeito ao impacto do tempo de propaganda no resultado das eleições. Será que a propaganda eleitoral incide sobre o resultado eleitoral? A resposta é sim. Mas é preciso ter cuidado na resposta. É preciso analisar com vagar os dados. Vejamos os dados que reforçam a resposta que sustenta que há uma correlação entre o tempo de televisão e o resultado eleitoral. Uma pesquisa que tomou como base as campanhas para prefeito de capital (2004, 2008 e 2012), governador (2002, 2006 e 2012) e presidente (1998, 2002,2006 e 2010) revela uma correlação favorável entre o tempo de propaganda e o sucesso eleitoral: 40,3% daqueles que iniciam a campanha com o maior tempo de propaganda venceram, enquanto que 38,9% dos que tiveram o segundo maior tempo ganharam as eleições (Borba e Figueiredo, 2014). Ou seja, os candidatos que tiveram o primeiro e o segundo maior tempo de propaganda ganharam em mais de 70% dos pleitos. Entretanto, alguns pontos fora da curva merecem atenção. Em 1989, Ulysses Guimarães (PMDB) tinha o maior tempo de propaganda, 22 minutos, e terminou com 4, 73% dos votos. Em 1994 Orestes Quércia (PMDB) tinha 6m e 15s, o segundo maior tempo, abaixo apenas de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com 7m e 49s, e amealhou apenas 4,38% dos votos, abaixo de Éneas Carneiro (PRONA) que tinha apenas 1m, inclusive daí o seu famoso bordão: Meu nome é Éneas. O que estes dois casos mostram é o tempo de propaganda não é um trunfo absoluto. Por mais que muitos falem na força da mídia eletrônica, do papel da propaganda e do marketing político, estes instrumentos não se impõem sozinhos. Ninguém duvida que as candidaturas de Ulysses Guimarães e Orestes Quércia tinham recursos de mídia robustos e bem elaborados, o que levou o seu fracasso foram vários fatores. Mas um merece atenção: o partido e a coligação os abandonaram. É difundida a visão de que no Brasil não existem partidos políticos, sem entrar no mérito de um juízo tão vasto quanto este, uma coisa é certa: sem partidos bem estruturados ninguém se elege. Mesmo com tempo de propaganda e recursos de marketing. Por estrutura partidária entenda-se candidatos a deputados, federais e estaduais, governadores e senadores e, também, prefeitos. Pode-se supor como um dado proveniente do bom senso que após 29 anos de competição eleitoral foram criados vínculos eleitorais. Em outras palavras, estruturas eleitorais foram montadas, as quais muitas vezes mudam de sigla, mas elas estão lá operando. Devemos nos perguntar: nesta eleição qual será a interação entre o tempo de propaganda e a estrutura partidária? Porque de uma coisa podemos ter certeza: nas últimas eleições o tempo de propaganda e a estrutura partidária estiveram relacionadas.

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